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Imunologia Clínica e Alergologia Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas Aula 01 – 16.10.2020 Marina Cavalcante Chini RESPOSTAS IMUNES DEPENDENTES DE IGE E DOENÇAS ALÉRGICAS INTRODUÇÃO A Hipersensibilidade Imediata/do Tipo I é um mecanismo imunológico caracterizado pela ligação dos anticorpos IgE à superfície dos Mastócitos e Basófilos, e sua ligação cruzada com antígenos (alérgenos) levando à desgranulação destes mastócitos e basófilos o Precisamos da IgE para gerar doença alérgica o É imediata pois ocorre minutos depois após a entrada do antígeno o TUDO o que o Mastócito fizer, o Basófilo também vai fazer – a diferença é que o Mastócito faz o mecanismo no TECIDO e o Basófilo faz no SANGUE o A IgE tem FAB e FC, e ela se liga via FAB ao antígeno (pois quem se liga ao antígeno é a parte que varia – FAB); a forma secretada do IgE é o mediador da doença alérgica e se ancora via FC ao receptor na superfície do Mastócito e do Basófilo OBS – Ligação cruzada é diferente de reação cruzada – a ligação NÃO é um erro do sistema imune, ela é a ligação de duas moléculas de IgE com o alérgeno na superfície do Mastócito e Basófilo; não basta uma IgE e um antígeno, tem que ser um antígeno compartilhando duas moléculas OBS 2 – Dependendo do lugar em que ocorrer a desgranulação, terá diferentes sintomas e causará diferentes doenças Os receptores podem ter alta, média ou baixa afinidade – o mesmo anticorpo possui receptores de cada um desses tipos o O receptor da doença alérgica é um receptor de ALTA AFINIDADE para IgE e ele está APENAS na superfície das células alérgicas (Mastócitos e Basófilos) OBS – O receptor de alta afinidade é caracterizado pelo ‘I’; média afinidade ‘II’; e baixa afinidade ‘III’ TODO receptor leva inicialmente a letra grega do FC do anticorpo, depois o R e do lado I/II ou III dependendo da afinidade do receptor o Receptor da alergia FCe RI No caso, ao invés da IgE atingir diretamente o antígeno (parasitas), ela passa a atingir as células alérgicas (Mastócito e Basófilo) também As doenças causadas pela resposta do sistema imune contra os nossos próprios tecidos/células/órgãos são chamadas de Doenças de Hipersensibilidade/Doenças Imunomediadas Essas doenças foram classificadas em 4 grupos – Gell e Cooinbis os primeiros 3 são mediados por ANTICORPOS e o último é mediado por CÉLULA 1. Mediado pela IgE 2. Mediada pela IgG – doença autoimune 3. Mediada pela IgM – doença autoimune 4. Mediada pelo LT CD4 e LT CD8 Imunologia Clínica e Alergologia Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas Aula 01 – 16.10.2020 Marina Cavalcante Chini OBS – Completamente diferente da resposta antimicrobiana normal, se for ligada ao áscaris (por exemplo) é uma IgE ligada ao parasita; na doença alérgica precisa de duas IgEs próximas, se não, não consegue gerar força suficiente para desgranular o mastócito e o basófilo Desse reconhecimento é gerado uma reação intracitoplasmática pelas duas IgEs, levando à desgranulação Em um primeiro contato, em indivíduos Th2, a presença do antígeno (alérgeno) leva ao Linfócito T CD4 Th2 a secretar IL-4 que irá atuar no LB levando-o a se transformar num plasmócito produtor de IgE A pessoa nasce Th0, e depois se polariza para Th1 e Th2 – o Th2 está ligada à resposta alérgica, e isso é devido a característica do ambiente intraútero e do ambiente externo nos primeiros 2 anos de vida Se ambos os pais forem alérgicos, a proporção da criança de ser alérgica vai de 40-60% se forem alérgicos para a mesma doença, a chance é de 80% da prole alérgica para essa doença Se apenas um dos pais for alérgico, 20-40% de chance da prole será alérgica A chance de NÃO deixar a prole ser alérgica é por meio da PREVENÇÃO AMBIENTAL EXPOSIÇÃO INICIAL AO ANTÍGENO O antígeno é capturado pela APC, processado para ser apresentado via MHC na superfície da APC ao TCR do LT Se a pessoa fosse Th1 responderia com IL-2, IFN-gama (responde aos alérgenos) e TNF-beta Como essa pessoa é Th2, ela responde principalmente com a IL-4 aos alérgenos, e quando ela é secretada pelo LT CD4, ela vai para cima do LB e faz com que ele se transforme em plasmócito produtor de IgE Esse processo ocorre no PRIMEIRO CONTATO da vida com determinado alérgeno A IgE irá então sensibilizar, se ligar a receptores de ALTA AFINIDADE, FCe RI, na superfície de Mastócitos e Basófilos SENSIBILIZAÇÃO Essa fase em que monta IgE específico para o alérgeno que deu início a tudo e essa ligação na superfície de mastócitos e basófilos é chamada de SENSIBILIZAÇÃO Fase em que o primeiro contato com o alérgeno, sob ação de IL-4 secretada pelo LT CD4 TH2, o LB se transforma em plasmocito produtor de IgE e ele se liga ao mastócito e basófilo no receptor FCeR I – específica ao alérgeno que encontra pela primeira vez OBS – Nesse primeiro contato, NÃO ocorre a desgranulação do mastócito e do basófilo, APENAS a sensibilização SEGUNDO CONTATO COM O ANTÍGENO Num segundo contato, a entrada do antígeno o levará a encontrar as IgEs (específicas para ele, geradas no 1º contato) já ligadas a seus receptores (FCeR I) na superfície de mastócitos e basófilos Há então uma ligação cruzada (1 alérgeno com 2 IgEs), levando à desgranulação dos mastócitos no tecido e dos basófilos no sangue Imunologia Clínica e Alergologia Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas Aula 01 – 16.10.2020 Marina Cavalcante Chini FASE DE SENSIBILIZAÇÃO Alérgeno entra – primeira exposição ao alérgeno Se a pessoa é LT CD4 Th2, ela responde ao alérgeno produzindo a IL-4 que irá fazer o LB se transformar no plasmócito produtor de IgE, que irá sensibilizar os mastócitos e basófilos A IgE se liga ao FCe RI na superfície do mastócito e basófilo FASE DE PROVOCAÇÃO Entrada do mesmo alérgeno pela segunda vez Ele encontra IgEs especificas para ele na superfície de mastócitos e basófilos e faz uma ligação cruzada o Dessa ligação ocorre a desgrnulação do mastócito e basófilo e essa desgranulação leva a mediadores diferentes dependendo do local atingido Isso ocorre porque em determinado momento, a superfície de mastócito e basófilo SATURAM A partir do segundo contato, chamamos de PROVOCAÇÃO COMO FUNCIONA A REAÇÃO ALÉRGICA A Reação do Tipo I é chamado de Hipersensibilidade porque é uma lesão do organismo provocada pela própria resposta imune e é chamada de Imediata porque começa rapidamente, dentro de minutos após a provocação do antígeno Possui 2 fases características – o Fase Imediata – onde há liberação de mediadores pré-formados como aminas vasoativas (HISTAMINA) pelos mastócitos e basófilos Na hora da ligação cruzada, não precisa formar o mediador, ele já estava pré- formado e estocado, por isso ele age imediatamente o Fase Tardia – após 4 a 6 horas, onde há um influxo de células inflamatórias como neutrófilos, basófilos, eosinófilos, liberando mediadores neo- formados Mediadores novos formados, não existiam antes e são formados após um tempo OBS – A principal amina vasoativa é a HISTAMINA; e a principal célula depende da fase em que você está (imediata – mastócito e basófilo; tardia – eosinófilo) Esta Reação de Hipersensibilidade Imediata pode ainda ocorrer numa forma sistêmica, generalizada e mais intensa chamada de ANAFILAXIA Nessa reação os mediadores liberados provocam constrição das vias aéreas, vasodilatação sistêmica (hipotensão taquicardia reflexa para compensar bradicardia após exaustão), edema de glote, colapso cardiovascular, podendo levar ao CHOQUE ANAFILÁTICO e à MORTE Imunologia Clínica e Alergologia Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas Aula 01 – 16.10.2020 Marina Cavalcante Chini OBS – Todo choque anafilático é uma anafilaxia; mas nem toda a anafilaxiaé um choque anafilático No choque anafilático, temos 3 a 5 minutos para evitar o quadro neurológico irreversível A droga que evita que a anafilaxia vire um choque anafilático e do choque para a morte é a ADRENALINA – essa droga tem que ser administrada em no máximo 3 a 5 minutos; após a identificação do choque/anafilaxia tem que fazer, e é feita IM com dose de parada cardíaca, adrenalina pura 1:1.000 sem diluir 0,01 mL/kg – na criança até 12 anos limite de 0,3 e no adulto 0,5 Anafilaxia NUNCA libera o paciente antes de 1h de observação- pois pode haver rebote As pessoas que são predispostas à síntese de anticorpos IgE em resposta a estímulos ambientais são camadas de ATÓPICAS o Atopia é a predisposição genética à síntese de anticorpos IgEs diante de alérgenos ambientais o Th0 polarizado para Th2 o Quem for Th1 forma IgM e IgG para combater, diferente do Th2 que forma IgE e combate e hiper reage pela entrada maciça de IL-4 no sangue Aquelas que desenvolvem doenças como rinite alérgica, asma, dermatite atópica, urticária, dentre outras, devido a esta atopia são chamadas de ALÉRGICAS o Quando a pessoa atópica passa a ter doença alérgica A alergia é, hoje, o distúrbio mais comum da imunidade, afetando cerca de 30% da população mundial TODO ALÉRGICO É ATÓPICO, MAS NEM TODO ATÓPICO SERÁ ALÉRGICO As manifestações clinicas e patológicas da atopia e da alergia são devidas às ações dos mediadores liberados Alguns induzem reação imediata, são os chamados mediadores pré-formados, enquanto outros, os neo formados, estimulam o influxo de leucócitos, resultando numa fase mais tardia As doenças alérgicas são consideradas doenças Th2 dependentes, pois a produção de IL-4 necessária para a síntese de IgE, e a de IL-5 necessária para a ativação do eosinófilo, são dependentes de Th2 o Precisa da IL-4 e da IL-5 para terá doença alérgica Estas doenças, através da sua reação da hipersensibilidade imediata, podem ser sua sensibilização demonstrada através da reação de pápula e eritema/ PRIK teste / Teste de Puntura / Teste Epicutaneo / Teste cutâneo de leitura imediata o Diferente de DTH – teste de hipersensibilidade tardia Pinga o extrato alergênico (alérgeno) na pele do paciente, e faz um PUNTOR com 90º no meio da gota, tem que furar Espera de 0-15 minuto e faz a leitura Se o paciente faz pápula e eritema – teste POSITIVO faz isso porque liberou algum mediador que leva a essas reações, a HISTAMINA – liberada pelos mastócitos e basófilos Só libera porque tem 2 IgEs especificas para antígeno (ligação cruzada) prova que o paciente tem a molécula IgE Os principais sintomas são – PRURIDO Pessoas ATÓPICAS produzem altos níveis de anticorpos IgE em resposta a estímulos ambientais (Th2) enquanto NÃO ATÓPICOS (Th1) produzem aos mesmos antígenos, os anticorpos IgG e IgM Isto depende de uma propensão genética a serem Th2 Imunologia Clínica e Alergologia Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas Aula 01 – 16.10.2020 Marina Cavalcante Chini GENÉTICA DA ATOPIA A propensão para produzir IgE é influenciada pela herança de vários genes Estudos em família têm demonstrado uma clara transmissão autossômica de atopia, com uma provável herança multigênica NATUREZA DO ANTÍGENO QUE INDUZ REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE Os antígenos que despertam reações de hipersensibilidade são chamados de ALÉRGENOS São proteínas ou substâncias químicas ligadas às proteínas às quais o indivíduo esta cronicamente exposto OBS – Tem que ser proteína pois precisa de IgE, e só tem IgE se tem plasmócito que produz IgE, e isso só ocorre se tem LB que recebeu IL-4 secretada pelo LT que só enxerga antígeno proteico O INDIVIDUO ATÓPICO NÃO TEM ANTICORPOS IGE ESPECÍFICOS PRÉ EXISTENTES Para que ocorra reação atópica a um antígeno é necessária exposição repetida àquele antígeno Por isso, pacientes com alergias, principalmente alergias respiratórias, podem se beneficiar com mudança geográfica ou residência PAPÉIS DOS MASTÓCITOS, BASÓFILOS E EOSINÓFILOS NA HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA Essas células desgranulam e liberam mediadores A ativação resulta em 3 tipos de resposta biológicas – 1. Secreção dos conteúdos pré-formados dos seus grânulos 2. Síntese e secreção de mediadores lipídicos e neo formados 3. Secreção de citocinas INTRODUÇÃO exposição inicial ao antígeno sensibilização SEGUNDO CONTATO COM O ANTÍGENO FASE DE SENSIBILIZAÇÃO FASE DE PROVOCAÇÃO como funciona a reação alérgica genética da atopia natureza do antígeno que induz reação de hipersensibilidade PAPÉIS DOS MASTÓCITOS, BASÓFILOS E EOSINÓFILOS NA HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA
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