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4m V0x I H wm i Vx(y, <,) Fluido Lfiaea: _ _ t \S— ^^ZPJê + W I Ruxo de momento linear ' dVx ' r % •& Fundamentosde -* r #* dp^ #* Fenômenos deTransporte Um Textopara CursosBásicos ^ g #N oonajto r r r r Fundamentosde Fenômenos de Transporte lím TearíoparaCursosBásicos ? CELSOPOHLMANNLIVI ^ DepartamentodeRecursosHídricoseMeio Ambiente <p EscolaPolitécnica p UniversidadeFederaldo Rio deJaneiro /Si* #* LTC EDITORA rfs$)\ No interessede difusãoda culturae do conhecimento,o autore oseditoresenvidaramo sm máximoesforçoparalocalizarosdetentoresdosdireitosautoraisdequalquermaterial utilizado,dispondo-seapossíveisaceitosposteriorescaso,inadvertidamente,aidentificação ^ de algumdeles tenha sido omitida. e» «^ Capa:Projetocom baseemilustraçãofornecidapeloautor /m Direitosexclusivospara a línguaportuguesa ' Copyright©2004by CelsoPohlmannLivi ^ LTC — LivrosTécnicose CientíficosEditora S.A. Travessado Ouvidor, 11 y Rio de Janeiro,RJ — CEP20040-040 m Tel.: 21-2221-9621 Fax:21-2221-3202 ^ ltc@ltceditora.com.br www.ltceditora.com.br Reservadostodososdireitos.Éproibidaaduplicação oureproduçãodestevolume,notodoouemparte, ^ sobquaisquerformasou por quaisquermeios (eletrônico,mecânico,gravação,fotocópia, 3 distribuição na Web ou outros), <<% sem permissão expressa da Editora. /^Sfc r r <p f* Para Deborah eFellipe e e \r p •r :r r e r t e e r <? <f ?> r r r t : r r r r r # PREFACIO Denomina-seFenômenosdeTransporteamatériaquecom preende o estudo de mecânicadosfluidos, detransmissãode calor e detransferênciade massa. Trata-se de uma matéria de formaçãobásicadoscursosdeengenharia.Fenômenosde TransporteconstadoconteúdoprogramáticodoExameNaci onaldeCursos(Provão)do Ministério daEducação. Verifica-se que diferentes fenômenosdifusivos da me cânicados fluidos, da transmissãode calore datransferên cia demassapodem ser descritos por ummodelomatemá tico comum, onde a diferença está nas grandezas físicas envolvidase seus respectivos coeficientes de difusão, de formaque esses assuntospassarama ser estudadosconjun tamente com o nome de Fenômenosde Transporte. Este textofoi desenvolvidoparaatenderàs necessidades de uma disciplina introdutória, com duração de um semes tre e situada nofinal dociclo básicodoscursosdeenge nharia,em que os alunos entram em contato pelaprimeira vezcom o assunto. Nestelivro, o conteúdo estáorganizado de forma a considerar,primeiro, alguns conceitos e uma formulação básica para fenômenos de transporte, com a apresentação de um modelo matemático comum que evi dencia a analogiaexistenteentre os processos difusivos unidimensionaisde transporte de momento (quantidade de movimento) linear, de calor e de massa. Após, são desen volvidos ostópicosde mecânica dosfluidos, de transferên cia de calor e de dilusãode massa. Este Iívto não esgota o assunto, tratando somente da conceituaçãobásica e do estudo dostópicosfundamentais que considero adequado para uma disciplinaintrodutória sobreFenômenosdeTransporte,destinadaa estudantes de um curso degraduaçãode engenharia. Espero que olivro sejaútil paraestudantes eprofessores.Considero,também, que os alunosdealgumashabilitaçõesdas escolasde enge nharia, tais como dos cursos deengenhariamecânica, na val e química, que necessitarão deconhecimentomais aprofundadosobre o assunto, cursarão, no cicloprofissio nal, outras disciplinas sobre mecânica dos fluidos, transfe rência de calor etransportede massa. No Capítulo1. apresento conceitosedefiniçõesfunda mentais. No Capítulo 2, apresento conceitos e umaformulação básica para fenômenos de transporte.Analiso, a partir de umaabordagemfenomenológica,processosdifusivos uni dimensionaisondeocorremfluxos demomentolinear, de calor e de massa, apresentando um modelo matemático comume mostrandoa analogiaexistenteentreessespro cessosdifusivos unidimensionaisde transferência. No Capítulo3, trato dosfundamentosda estáticados fluidos, abordandoas noçõesbásicasdo estudoda pressão e suavariaçãoem umfluido e a determinaçãodasforçasde pressãosobresuperfíciesplanas submersas. No Capítulo 4, apresento uma descrição e aclassifica ção deescoamentos. No Capítulo5, conceituovolume decontrolee desen volvo uma análise de escoamentos naformulaçãodevolu me de controle com a aplicação de três leis físicas funda mentais: princípio de conservação da massa, segunda lei de Newton para o movimento e princípio de conservação da energia. Estudo, também, a equação de Bernoullie noções básicas sobre a perda de carga em escoamentos de fluidos reais emtubulações. No Capítulo6. apresentouma introduçãoà análise di ferencial de escoamentos, em que deduzo equações dife renciaisque permitem a determinação das distribuiçõesdas grandezas intensivas emestudo.Tendoem vista que este texto sedestinaa uma disciplinaintrodutóriasobre o assun to, trato mais da modelagem matemática (formulação) dos problemase apresentosoluçõessomenteparacasossimples. No Capítulo 7, conceituo transferênciade calore carac terizo osmecanismosde condução,convecção e radiação, apresentando as equações quefornecemasdensidadesde fluxo de calor. NoCapítulo8, estudoadeterminaçãodofluxo decalor e dadistribuiçãode temperatura para casos de condução unidimensionale em regimepermanente,sem geração in ternade calor e meio com condutividadetérmicaconstan te, em sistemas com geometriasimples onde são conheci dasastemperaturasnocontorno.Estudo,também,proble masunidimensionaise em regime permanente de condu ção de calor em paredescompostascom convecção no con torno. No Capítulo 9,apresentoumaintroduçãoà condução de calorem regime transiente, onde deduzo a equação di ferencial da condução de calor. Estudo aformulaçãode VIU Prefácio problemasdeconduçãodecaloremregimenão-permanente e trato daresoluçãoda equação da difusãode caloratravés dométododeseparaçãodevariáveisparaproblemasunidi mensionais. NoCapítulo10,apresentoalgumasdefiniçõese concei tosbásicosdetransportedemassae estudoosfundamen tos daformulaçãodeproblemassimplesdadifusãomole cularcausadaporgradientesdeconcentraçãode um com ponentenumamisturabinaria,mostrandoalgunsaspectos daanalogiaexistentecomatransferênciade calorporcon dução. NoApêndice,apresento um resumo de noçõesbásicas determodinâmicae umaaplicaçãoda análiseglobaldo sis tema para a transferência de calor. Neste texto,adoto aterminologiadefluxo e de densida de defluxo, deacordocomaRegulamentaçãoMetrológica eQuadroGeraldeUnidadesdeMedida,estabelecidospelo ConselhoNacionaldeMetrologia,Normalizaçãoe Quali dadeIndustrial—CONMETRO,naResolução01/82,que estabelece as seguintesdefinições: Fluxo demassa,com unidade quilograma por segundo (kg/s), é ofluxo demassadeummaterial que,emregimeper manenteatravésdeuma superfíciedeterminada,escoaamas sade lquilograma domaterial em 1segundo; Potênciaoufluxo deenergia, com unidade watt (W), é a potênciadesenvolvidaquandoserealiza, demaneira contínua euniforme, o trabalho de 1pule em lsegundo;e Densidadedefluxo deenergia,comunidadewatt por metro quadrado (W/m2), é adensidadedeumfluxodeenergiauni forme de 1watt, atravésdeuma superfícieplana de l metro quadrado de área, perpendicular àdireçãodepropagaçãoda energia. AgradeçoaoSr.OswaldoLuizWaltzJunqueirapelacon fecçãodosdesenhose aosprofessoresEniseValentini e Gilberto Fialhopelassugestõese úteisdiscussõessobreo assunto. Riode Janeiro, julho de 2004 CelsoP. Livi ^1| "% (f ''-••^:- SUMÁRIO IP f 1 CONCEITOSEDEFINIÇÕESFUNDAMENTAIS,1 r 1.1 Introdução, 1 ip 1.2 Meio Contínuo,1 0^ 1.2.1 Limite deValidadedo Modelode Meio Contínuo,1 1.3 Massa Específicaem um Ponto, 2 <P 1.4 Volume Específico.PesoEspecífico.DensidadeRelativa,2 0& 1.5 ForçasdeCorpoedeSuperfície,3 1.6 Tensãoem um Ponto.NotaçãoIndiciai paraasComponentesdaTensão,3 ** 1.7 Fluidos.DefiniçãoePropriedades,5 f 1.7.1 DefiniçãodeFluido, 5 0b 1.7.2AlgumasPropriedadesdosFluidos,6 1.7.3 FluidosNewtonianos,6 *':"' 1.7.4Viscosidade,6 p 1.8 Módulo deElasticidadeVolumétrica.Compressibilidade,8 a 1.9 Equação de Estado para um Gás Perfeito, 9 1.10 EnergiaInterna.CapacidadeTérmicaeCalorEspecífico,10r 1.11 TensãoSuperficial.Capilaridade,10 0\ 1.12 PressãodeVapor. Ebulição.Cavitação,12 _ 1.13 Grandezas, Dimensões e Unidades, 12 * 1.14 ConsideraçõessobreaTerminologia,12 f* 1.15 Bibliografia, 13 ms 116 Problemas,13 #\ 0\ 2 CONCEITOSDE FENÔMENOSDE TRANSPORTEE ANALOGIAENTREOS PROCESSOSDIFUSIVOSUNIDIMENSIONAISDE TRANSFERÊNCIADE MOMENTOLINEAR,DE CALORE DE MASSA,15 2.1 Introdução, 15 2.2 GrandezasExtensivase Intensivas.Campos,15 2.3 Desequilíbrio Local eFluxos.Fenômenos de Transporte, 15 2.4 TransporteDifusivo de Momento Linear, 16 2.5 Transporte de Calor por Condução, 18 2.6 Transporte de Massa por Difusão Molecular, 19 2.7 Equações para asDensidadesde Fluxos de Momento Linear, de Calor e de Massa, 22 2.8 Equações da Difusão, 24 . 2.9 Bibliografia, 29 2.10 Problemas,29 3 FUNDAMENTOS DA ESTÁTICA DOS FLUIDOS, 31 3.1 Introdução, 31 3.2 Pressãoemum Ponto,31 Sumário 3.3 EquaçãoBásicadaEstáticadosFluidos,33 ^ 3.4 VariaçãodaPressãoemum Fluido emRepouso,34 ^ 3.5 VariaçãodaPressãoemum Fluidocom MovimentodeCorpoRígido, 36 3.6 Medidasde Pressão.Barômetrode MercúrioeManômetrodeTuboemU, 39 ^ 3.7 ForçassobreSuperfíciesPlanasSubmersas,41 ^ 3.8 EmpuxoeFlutuação,46 ^ 3.9 Bibliografia, 48 3.10 Problemas,48 ^ 4 DESCRIÇÃOECLASSIFICAÇÃODE ESCOAMENTOS,52 ^ 4.1 Introdução,52 ^ 4.2 CampodeVelocidadede Escoamento.Aceleração,52 ^ 4.3 Descrição e Classificação de Escoamentos, 53 4.4 Bibliografia, 60 ^ 4.5 Problemas,60 /% 5 INTRODUÇÃOÀANÁLISEDE ESCOAMENTOSNAFORMULAÇÃODE ' VOLUME DE CONTROLE,61 ^ 5.1 Introdução,61 5.2 Sistemae Volume de Controle,61 J 5.3 VazãoeFluxodeMassa,62 ^ 5.4 EquaçãoBásicadaFormulaçãodeVolumedeControle,64 ^ 5.5 Princípiode Conservaçãoda Massa. Equaçãoda Continuidade, 66 5.6 SegundaLei deNewtonparaoMovimentona Formulaçãode VolumedeControle.Equaçãodo ^ MomentoLinear, 70 /m 5.7 Equação do Momento Angular, 75 5.8 PrincípiodeConservaçãodaEnergianaFormulaçãodeVolumedeControle.EquaçãodaEnergia,78 ' 5.9 EquaçãodeBernoulli, 83 "^ 5.9.1 EquaçãodeBernoulli semDissipaçãodeEnergiaMecânica,83 a» 5.9.2 Pressões Estática, Dinâmicae deEstagnação(Total). Determinação daVelocidadede Escoamento comTubosde Pitot, 86 / 5.9.3 EquaçãodeBernoulli com PerdadeCarga(com Dissipaçãode EnergiaMecânica),89 "^ 5.10 NoçõesBásicassobrePerdadeCarganosEscoamentosde FluidosReaisemTubulações,93 ^ 5.11 EquaçãodeBernoulli ModificadaparaSituaçõescomBombase Turbinas,98 5.12 Bibliografia, 101 ^ 5.13 Problemas,102 r% 6 INTRODUÇÃOÀANÁLISEDIFERENCIALDE ESCOAMENTOS,112 6.1 Introdução, 112 Equação daContinuidadena Forma Diferencial, 112 6.3 EquaçãoDiferencialdo Movimentode um Fluido. Equaçõesde Navier-Stokes,113 ^ 6.4 EquaçãoDiferencialdeTransportedeCalor, 119 "^ 6.5 Formulação(ModelagemMatemática)eSoluçõesparaAlguns ProblemasSimples,122 ^ 6.6 Bibliografia, 130 * 6.7 Problemas,130 ^ 7 INTRODUÇÃOÀTRANSFERÊNCIADE CALOR,133 ^ 7.1 Introdução,133 ^ 7.2 Condução,133 /_ 7.3 Convecção, 134 ^^ 6.2 r r Sumário xi ip 7.4 Radiação,136 7.5 MecanismosCombinadosdeTransferênciadeCalor, 137 * 7.6 Bibliografia, 138 e 8 INTRODUÇÃOÀCONDUÇÃOUNIDIMENSIONALDE CALOREM f REGIMEPERMANENTE,139 P 8.1 Introdução,139 ^s 8.2 ConduçãoUnidimensionaldeCaloratravésde Paredede umaCamada,139 \^ 8.2.1 ParedePlanade umaCamada,139 x 8.2.2 ParedeCilíndricade umaCamadacomConduçãona DireçãoRadial, 142 p 8.3 ConduçãoUnidimensionaldeCalor,em RegimePermanente,atravésde ParedeCompostacom gp Convecçãono Contorno,146 8.3.1 ParedePlanaComposta,146 C 8.3.2 ParedeCilíndricaCompostacomConduçãona DireçãoRadial, 149 Ip» 8.4 Conceitode ResistênciaTérmica,151 8.5 Raio Crítico de Isolamento, 153 ^ 8.6 Bibliografia, 156 íP 8.7 Problemas,156 p 9 INTRODUÇÃOÀCONDUÇÃODE CALOREM REGIMETRANSIENTE,161 m 9.1 Introdução,161 ^ 9.2 EquaçãodaConduçãode Calor, 161 ^ 9.3 Condiçõesde ContornoeInicial paraaDifusãodeCalor, 164 p 9.3.1 Condição Inicial, 164 pv 9.3.2CondiçõesdeContorno,164 9.4 SoluçãoAnalíticade umProblemaTransienteeUnidimensionaldeDifusãode Calor 171 r 9.5 Bibliografia, 175 ^ 9.6 Problemas,175 £ 10 INTRODUÇÃOÀTRANSFERÊNCIADE MASSA,178 -^ 10.1 Introdução,178 ^ 10.2 Lei de Fick paraaDifusãoMolecularde um ComponentenumaMistura Binaria, 178 P 10.3 FluxosdeMassaemMisturasBinárias,180 gh 10.4 EquaçãoDiferencialdeTransportedeMassade umSolutonumaMistura Binaria, 181 10.5 Equação da Difusão de Massa, 185 ^ 1*0.6 Bibliografia, 188 f> 10.7 Problemas,188 - APÊNDICE: NOÇÕESBÁSICASDE TERMODINÂMICA ^ EUMA APLICAÇÃODA ANÁLISEGLOBALDO ^ SISTEMAPARAATRANSFERÊNCIADE CALOR,190 A.l Introdução, 190 « A.2 Sistemae Volume de Controle, 190 P A.3 EquilíbrioTérmico.Lei ZerodaTermodinâmica,190 A.4 Temperatura.Termômetrose Escalas, 190 A.5 Calor. Capacidade Térmica. CalorEspecífico,191 A.6 TrabalhoRealizadopor um Sistema sobre aVizinhança,192 A.7 Primeira Lei da Termodinâmica para um Sistema, 193 A.8 Primeira Lei da Termodinâmica na Formulaçãode Volumede Controle, 194 A.9 Alguns CasosParticularesdaPrimeiraLei daTermodinâmicaparaumSistema,197 M\ xii Sumário o/ ^§) A.10TeoriaCinéticadosGases,197 ^ A. 11 SegundaLei daTermodinâmica,201 ^ A. 12 UmaAplicaçãodaAnáliseGlobaldo SistemaparaaTransferênciadeCalor,202 A. 13 Bibliografia, 204 "3 ÍNDICE, 205 <3 •'.'"•'•''•••• . . .^ ^% /®) /% ^ /SI) /^ <^v f^\ f^\ f% f^ /^\ — •- SSSs <^\ f^S p LISTADESÍMBOLOS,GRANDEZASFÍSICASEIMUMãMES^m •'±~rmZ£fci&&&iÍ. :z l>:':ziiz£$ 0s 0* A área,m2 f a aceleração,rn/2 0* Bi númerode Biot C capacidadetérmica, j/C 0^ c calorespecífico, l( ^ concentração do componente A definidacomofraçãode massa calorespecíficoapressãoconstante, V „ calorespecíficoavolumeconstante,y( „ diâmetro,m coeficientededifusãomolecular(difusividadedemassa)docomponenteA na misturadecomponentesAe B, m/ densidaderelativa módulode elasticidadevolumétrica,Pa energia interna, J energia total do sistema, J energiatotal específica(por unidadede massa), j/ rugosidadeda superfície da parede de um duto, m força, N densidade defluxo de uma grandezaextensivagenérica fator de atrito aceleraçãodagravidadenasuperfíciedaTerra, g=9,81 r^2 momentoangular(quantidadedemovimentoangular), ° / cargatotalcorrespondenteàenergiamecânicadisponívelnoescoamento,m coeficientede transferênciadecalorporconvecção, /L.2 v cargacorrespondenteàenergiamecânicaque étransferidade umabombaparaumescoamento,m perda de carga num escoamento, m perda de carga distribuída, m perda de cargalocalizadaou acidental, m cargacorrespondenteàenergiamecânicaque étransferidade uraescoamentopara umaturbina,m segundo momento de área (momento de inérciade área),m4 momento de inércia,kg-m2 correnteelétrica,A /p CP Ms CV (f^* D 0S Ais 0h áPi á #> E F e 0&\ e 0$\ F 0$s f |§s f ^í\ g 0\ H áfP* H JPN h #N K #N K #> Kà #^ K.i (|P* i f* i j^P* i JR xiv Listade Símbolos,GrandezasFísicase UnidadesSI t vetor unitário na direçãox JA densidadedefluxo demassapordifusãomoleculardocomponenteA,emrelaçãoa umplanoque semove ke/comavelocidademássicamédiada mistura, ys.mi j vetor unitário na direção7 k condutividadetérmica, ^yLrr k constantede Boltzmann,k- 1,38XIO"23 j^ k vetor unitário na direção z L calordetransformaçãode fase(calorlatente), y( Le númerode Lewis M massa, kg M torque (momentode uma força), N-m m massa, kg th fluxo de massa, yi N númerode moléculas 1 / '*% NA densidadedefluxo de massado componenteAemrelaçãoaum sistemadecoordenadasfixo, y 2 /S'm za NA número deAvogadro, NA = 6.022X1023mol"1 n númerode mols 1 ri vetorunitárionormalàsuperfície ^ P momento(quantidadede movimento)linear, k8,m/ "^ Pr número de Prandtl ^ p pressão,Pa •» Q quantidadedecalor,J ^ Q vazão,m% ^ Q fluxo (taxade transferência) de calor, W *& q densidadedefluxo decalor, W/ 2 ^% R raio, m ^ fl resistênciaelétrica,íl Re número deReynolds RT resistênciatérmica, %y Ru constanteuniversaldosgases,R =8,314 V , v « 0 u /moI-K ^§ r, 0, r coordenadascilíndricas r^ raio crítico de isolamento,m I> entropia, %r S.C. superfíciede controle Sc númerode Schmidt ' T temperatura, K ^ t tempo,s /•% " energiainternaespecífica(por unidadede massa), j/ ^ V velocidade,™/s ^ V volume,m3 ^ r% rfõh /<% 0^ ListadeSímbolos,GrandezasFísicaseUnidadesSI xv p V.C. volumedecontrole f^ v volumeespecífico,mV /p W peso,N 0s W trabalho,J ^ W trabalho de cisalhamento, I x, >', z coordenadasretangulares (P (p LetrasGregas difusividadetérmica, m / grandezaextensivagenérica grandezaintensivacorrespondenteàgrandezaextensivagenéricaB pesoespecífico,^y } quocienteentreoscaloresespecíficosmolaresapressãoe avolumeconstantes eixo referencial,paraaprofundidade,contidoem umasuperfícieplanasubmersa viscosidade absoluta ou dinâmica,Pas viscosidadecinemática,m / ângulo, rad massaespecífica, y 3 concentraçãodo componenteAdefinidacomomassaespecífica, y 3 tensãosuperficial, ^vl constantedeStefan-Boltzmann,cr = 5,67X10"8W/ componente de tensão normal, Pa componente de tensão cisalhante(tangencial),Pa velocidadeangular, ra7ç a #* B f> P 0» y ÓP* y /P1 V d 0fo p rf$h Pa (P cr /p\ a Ms 0~ii MS Capítulo 1 CONCEITOSEBEPlNJÇÕESte&M$;i>f\ FUNDAMENTAIS j £ 1.1 INTRODUÇÃO No estudodeFenômenosdeTransporte,utilizaremosconceitosedefiniçõesjá estudadosnamecânicaenatermodinâ mica,masnecessitaremosdeoutrosaindanãovistos.Afinalidadedestecapítuloéreveredesenvolveralgunsconceitos f^ edefiniçõesfundamentais. r 1.2 MEIO CONTINUO ^ Amatériatem umaestruturamoleculareexiste,normalmente,em trêsestados:sólido, líquidoegasoso.Onúmerode ^ moléculasnormalmenteexistentesemumvolumemacroscópicoéenorme.Paratermosumaidéiadaordemdegrandeza 1, donúmerodepartículasenvolvidas,emcondiçõesnormaisdetemperaturaepressãoexistemcercade IO19 moléculasem umvolumede 1cm3dearatmosférico.Comessenúmerotãograndedepartículasépraticamenteimpossíveladescrição (p do comportamentomacroscópicoda matéria,como,por exemplo,oestudodo escoamentode um fluido, apartir do pn movimentoindividual desuasmoléculas. No queserefereaosproblemascomunsdeengenharia,geralmenteestamosinteressadosnocomportamentomacros- f^ cópicodevidoaosefeitosmédiosdasmoléculasexistentesno sistemaem estudo,e, sendoaabordagemmicroscópica ^ (descriçãoapartir dosmovimentosindividuaisdasmoléculas)inconveniente,necessitaremosdeum modelomaisade- quado. " No estudodanaturezaenasoluçãodosproblemasencontradosnaengenharia,emgeral,estãopresentesosprincípios |^ de idealizaçãoeaproximação,ou seja,demodelagem.Adescriçãodosfenômenosfísicoseaabordagemeasoluçãodos ^ problemaspodemseresquematizadasdaseguinteforma: f FENÔMENOFÍSICO ms (problema) f FORMULAÇÃO EMODELAGEM ^p (idealizaçãoeaproximação) ^ SOLUÇÃO DO MODELO p INTERPRETAÇÃOFÍSICA DO RESULTADO c Oconceitodemeiocontínuoéumaidealizaçãodamatéria,ou seja,éummodeloparaoestudodeseucomportamento 0b macroscópicoem que seconsideraumadistribuiçãocontínuademassa. /ift 1.2.1 LimitedeValidadedo Modelode Meio Contínuo Avalidadedo modelo de meiocontínuo depende das dimensões do sistema físicoem estudo e do número de molécu lasexistentesnovolumeconsiderado.Parailustrarmosoassunto,consideremosumrecipientefechadocontendoum gás. Apressão(forçaporunidadedeárea)exercidapelogássobreaparededo recipiente,segundoateoriacinéticadosgases. decorredafreqüênciadechoquesdesuasmoléculascontraaparede.Evacuando-seprogressivamenteogás.ou seja. reduzindo-seprogressivamenteonúmerodepartículasdentrodo recipiente,observa-sequeapressãodecresce. 2 CapítuloUm Enquantoonúmerodemoléculasfor grandeosuficienteparamanterumamédiaestatísticadefinida,apropriedade ^ pressãosofreumavariaçãocontínua.Entretanto,existeumvolumeabaixodoqualadiminuiçãononúmerodemoléculas produzumadescontinuidadeno valordapressão.Issoacontecequandoolivre percursomédiodasmoléculas,istoé,a distânciamédiapercorridapelasmoléculasentreduascolisõessucessivas,for damesmaordemdegrandezado menor ^ comprimentosignificativodosistema.Essevolume,emqueocorreessadescontinuidadenovalordeumapropriedadedo ^ sistema,determinao limite devalidadedomodelodemeiocontínuo. Omodelode meiocontínuotemvalidadesomenteparaum volumemacroscópicono qualexistaum númeromuito "1 grandedepartículas,ouseja,temcomolimite devalidadeomenorvolumedematériaquecontémumnúmerosuficiente ^ demoléculasparamanterumamédiaestatísticadefinida.Assim,aspropriedadesdeumfluido, no modelodemeiocon- _ tínuo, têmum valor definidoemcadapontodo espaço,de forma queessaspropriedadespodemserrepresentadaspor funçõescontínuasdaposiçãoe dotempo. 1 1.3 MASSAESPECÍFICAEM UM PONTO ^ Amassaespecíficap, definidacomoamassapor unidadedevolume,éumapropriedadequeilustrabemoconceitode i meiocontínuo.Pordefinição,considerandoomodelodemeiocontínuo,amassaespecíficaemum pontoédadapor ^ P= üm % (131) 1K AV^ÍV AV ^ onde: - 1 Am é a massacontidano volumeAV; e y ÔV éomenorvolume,emtornodoponto,quecontémum númerosuficientedemoléculasparaqueexistaumamédia ^ estatísticadefinida,ou seja, é o limite de validade do modelo de meiocontínuo. ^% Comoexemploilustrativo,consideremosamassaespecíficado aremcondiçõesnormaisdetemperaturaepressão. _ Paraumelementodevolumemacroscópico,pode-seconsiderarqueexisteum númeroconstantedemoléculas.Fazendo 1 ovolumetenderazero,comoaspartículaspossuemmovimentoaleatório,paraum elementodevolumeinfinitesimal,o ^ númerodemoléculasfica dependentedotempo,resultandoemdescontinuidadenovalordamassaespecíficaparavolu- mesmenoresqueÔV. AFigura1.1 mostraum gráficodamassaespecíficaemfunçãodovolumedoelementodevolume ' considerado,ilustrandoo limite devalidadedomodelode meiocontínuo. ^ AlV^ >AV <5V Figura 1.1 Gráficoda massaespecíficaem umponto. ^ 1.4 VOLUME ESPECIFICO.PESOESPECIFICO.DENSIDADERELATIVA Ovolumeespecíficové, pordefinição,ovolumeocupadopelaunidadedemassade umasubstância,ouseja,é oinverso da massa específica, sendo dado por v = - (1-4.1) P <*r% O peso específico'de uma substância é o seu peso por unidadedevolume,com módulodado por r = flg (1.4.2) "^s 0\ Conceitose Definições Fundamentais p Adensidaderelativadde umasubstânciaAexpressaoquocienteentreamassaespecíficadessasubstânciaAea massaespecíficade umaoutrasubstânciaB, tomadacomoreferência.Pordefinição,adensidaderelativaédadapor f* j_Pa |ps Geralmente,asubstânciade referênciaparaocasode líquidoséaáguae, paraocasodegases,éoar. Adensidade relativaindependedo sistemade unidades,poisédadapor um valor adimensional. £ 1.5 FORÇASDE CORPOEDE SUPERFÍCIE ^ De umamaneirageral,asforçaspodemserclassificadasemduascategorias: ms • forçasdecorpoou decampo;e • forçasdesuperfícieou de contato. As forçasdecorposãoaquelasquesemanifestamatravésdainteraçãocomum campoeatuamsemanecessidadede v umcontatoentreassuperfíciesdoscorpos.Exemplos: v • peso,devidoao campogravitacional; (p • forçaelétrica,devidoa umcampoelétrico;e j^ • força magnética,devidoaum campomagnético. m% Essasforçasde corposãoproporcionaisao volumeV* dos corpos.Porexemplo,opesode um corpode massame _ volumeV, commassaespecíficap, no campogravitacionalterrestrecomaceleraçãof, édadopor f> W=IJjgdm=IJjgpdV (1.5.I) 0$S m V pv As forçasdesuperfíciesãoaquelasqueatuamsobreum sistemaatravésdecontatocomafronteirado mesmo.Exem- 0£\ j* • forçasdeatrito; * • forçasdevidasàpressão;e ^ • forçasdevidasàstensõescisalhantesnosescoamentos. ^ Essasforçasdesuperfíciesãoproporcionaisàáreadasuperfíciesobreaqualatuam. e 1.6 TENSÃO EMUMPONTO.NOTAÇÃO INDICIAL PARA AS <P COMPONENTESDA TENSÃO * O conceitodetensãoenvolveumaforçadecontatoe aáreadasuperfícienaqualatua.Um elementodeáreatemorien- ^ taçãodadapelovetorunitárionormalàsuperfície.As grandezasvetoriaisnecessitamdaespecificaçãodemódulo(valor jpy numérico),dedireçãoe desentido.Considerandoum sistemareferencial,umagrandezavetorialpodeserespecificada por três componentes escalares, que são as projeções desse vetor sobre os eixoscoordenados considerados. X ConsideremosumelementodeáreaAA emtornodo pontoPsobreoqualatuaum elementodeforça AF, conforme #n émostradonaFigura 1.2. A força AF podeserdecompostaemtrêscomponentesescalaresemrelaçãoaosistemade coordenadasconsiderado.OelementodeáreaAA tambéméum vetor(temmóduloigualàáreadoelementoAA, dire- * çãonormalàsuperfícieesentidodedentroparafora do volumedelimitadopelasuperfície),deformaquetambémpode ^ serdecompostoem trêscomponentesescalaressegundooseixosdosistemadereferência.0^ Aespecificaçãodascomponentesdatensão,quetêmadimensãodeforçaporunidadedeárea,necessitadaindicação dadireçãodacomponentedaforçae,também,daindicaçãodaorientaçãodasuperfícieondeatuaatensão.Umanotação (r deduplo índiceforneceumadescriçãoconvenienteparaascomponentesdatensão,representadasporTit emqueopri- jss meiro índiceidentificaadireçãodanormalaoplanonoqualaforça atua,e osegundoíndiceforneceadireçãodacom- 'AdotamososímboloV para volumepara evitar confusãocomoutrasgrandezas,tal comocomavelocidadeV. CapítuloUm *y V* Figura1.2Elementodeárea AA de umasuperfícieondeatua umelemen to de força AF. ponentedaforçaou datensão,propriamente.Assim,ascomponentesdatensãocomanotaçãoindiciai podemserdefi nidas por T. = üm —L '> Mj-o AAf (1.6.1) Considerandoascomponentesde forçasqueatuamemplanosparalelosaosplanoscoordenadosde um sistemade coordenadasretangulares,ou seja,emelementosde áreacom normaisnasdireçõesx, yez, tem-sequeaEq. (1.6.1) forneceasnoveequaçõesescalaresquedefinemascomponentesdatensão,poisosíndicesiej podemassumirosvalores x, yez. Seosíndicesforemiguais(i = j),tem-seumacomponentedetensãonormalrepresentadapor cr.., enquantoseos índicesforemdiferentes(i =É j) tem-seumacomponentedetensãocisalhante(tangencial),representadapor r... ParaumelementodeáreaAAX, comnormalnadireçãox, sobreoqualatuamascomponentesdeforçaAFX, AFy eAF2 nasdireçõesx, yez, respectivamente,resultamumacomponentede tensãonormalo^eduascomponentesde tensão cisalhante(tangencial)t^ et„, quesãodefinidaspelasequações , AF, tr« = hm ——• AAx-0AA, AF t„ = lim - aa*-o AAr t„ = lim AF. ^*-o AA (1.6.2a) (1.6.2b) (1.6.2c) Damesmamaneira,considerandoelementosdeáreaAAy eAA., comnormaisnasdireçõesyez,respectivamente,são definidasascomponentesdetensãoo~n, r^, t^, cra, ra et^. Atensãoemum pontoéespecificadapelasnovecomponen tesda matriz T = (1.6.3) conhecidacomotensortensão,cujosímboloo~indicaascomponentesnormaiseTrepresentaascomponentescisalhantes datensão.ConsideremosoelementodevolumemostradonaFigura 1.3 paravisualizarmosascomponentesdatensão comanotaçãoindiciai, lembrandoqueessasnovecomponentespassamaatuarno mesmopontoquandoovolumedo elementodevolumetendea zero. AFigura1.3apresentaascomponentesdetensãocomsinaispositivosqueatuamsobreosplanosquetêmvetoresuni táriosnormaisàsuperfícieno sentidopositivodoseixoscoordenadosconsiderados.Deve-selembrardequeovetornormal àsuperfícietemsentidopositivodedentroparafora dovolumedelimitadopelasuperfície.Aconvençãoadotadaéaseguin te: umacomponentedetensãoépositivaseovetornormalàsuperfíciesobreaqualaforçaatuaeacomponentedatensão propriamentetêm,ambos,sentidosnadireçãopositivaou negativadoseixosdo sistemadereferência;eumacomponen tedetensãoénegativaseovetornormalàsuperfíciee acomponentedaforça queatuano planotêmsinaiscontrários. Considerandoum elemento devolumetetraédrico,comtrêsfacesorientadasaolongodos planoscoordenadosde um sistemadecoordenadasretangulares,Cauchydemonstrouquecomoconhecimentodamatriz tensão,comascompo- /% /^ /%tb #* (flP^ 0s 0!s m Conceitose Definições Fundamentais rt *S Figura 1.3 Componentes da tensão com anotaçãoindiciai. nentesrelativasàsdireçõesdoseixoscoordenados,pode-secalcularatensão,no mesmoponto,relativaaqualqueroutra direção.Considerandoumasuperfíciecujaorientaçãoédadapor um vetorunitárionormal ti expressoem termosde seusco-senosdiretoresa, becem relaçãoaoseixosde um sistemade coordenadasretangularescomvetoresunitários direcionais i, j ek, deformaque n = ai +bj + ck sendo a= n • i; b = n • j\ c = n • k e a2 + b2 + c2 = l resultaque,pelarelaçãode Cauchy,atensãonadireçãon édadapor f (w) = fn onde T é amatriz tensãoda Eq.(1.6.3). (1.6.4) (1.6.5) (1.6.6) (1.6.7) 1.7 FLUIDOS.DEFINIÇÃOEPROPRIEDADES 1.7.1 DefiniçãodeFluido Fluidoéasubstânciaquesedeformacontinuamentesobaaçãodeumatensãocisalhante(tangencial),pormenorque sejaa tensão de cisalhamentoaplicada. Os sólidoseos fluidos apresentamcomportamentosdiferentesquandosubmetidosaumatensãocisalhante.pois as forçasdecoesãointernasãorelativamentegrandesnossólidosemuito pequenasnosfluidos. Um sólido,quandosubme tido aum esforçocisalhante,resisteàforça externasofrendoumadeformaçãodefinidade um ângulo9, desdequenão seja excedido o limite deelasticidadedo material. Osfluidos, comaaplicaçãodeumatensãocisalhante,sedeformamcontínuaeindefinidamenteenquantoexistiressa dfí tensãotangencial,resultandoumataxadedeformação—-, poisoângulodedeformaçãoéfunçãodo tempo,0= d(t). no lugardeum ângulodedeformaçãocaracterísticoqueocorrenocasodossólidos.AFigura1.4ilustraadeformaçãosofrida por um sólidoe porum elementodevolumefluido causadapelaaplicaçãodeumatensãocisalhante. V̂ V VVVVVVV V 01 /TA / Sólido / vrrq—• ei i i i 777////////// Deformação9 característica IV^VVVVVVVl̂ VV '0/'^ '2 T7 / .' Elemento /.' fluido //////// 7T Taxadedeformação^ Figura1.4 Deformação de um sólido e de urr.e.e mentofluido submetidosa tensõescisaihanres 6 CAPfruLoUM ^ 1.7.2 AlgumasPropriedadesdosFluidos 2 a) Osfluidos submetidosaesforçosnormaissofremvariaçõesvolumétricasfinitas. Quandoessasvariaçõesvolumétricas _ sãomuito pequenas,considera-seos fluidos incompressíveis.Geralmente,os líquidossãoincompressíveis(desdeque 1 nãoestejamsubmetidosapressõesmuito elevadas),enquantoosgasessãocompressíveis. ^ b) Existindotensãocisalhante,ocorreescoamento,ou seja,ofluido entraemmovimento. , r. , *» c) Os fluidos semoldamàsformasdosrecipientesqueos contêm,sendoqueos líquidosocupamvolumesdefinidose f apresentamsuperfícieslivres, enquantoosgasesseexpandematéocupartodoorecipiente.Essamoldagemnoslíquidos ^ deve-seaoescoamentocausadopelaexistênciadecomponentecisalhantedo pesodoselementosdevolumedo fluido. ^ d) Paraumfluido emrepouso,atensãoéexclusivamentenormal,sendoseuvalorchamadodepressãoestáticapque, ' emumponto,éigual emqualquerdireção,ouseja, / «F- ='. =Oi. = -V <17-21> "5 EssaEq. (1.7.2.1)éumaformulaçãomatemáticado Princípiode Pascal,queseráestudadono Capítulo3, Funda- ^ mentosda EstáticadosFluidos. ^ 1.7.3 Fluidos Newtonianos ^ De umamaneirageral,os fluidos sãoclassificadoscomonewtonianosenão-newtonianos.Essaclassificaçãoconsidera ^ arelaçãoexistenteentreatensãocisalhanteaplicadaeataxadedeformaçãosofridaporumelementofluido. Tem-seum fluido newtonianoquandoatensãocisalhanteaplicadaédiretamenteproporcionalàtaxadedeformaçãosofridaporum ? elementofluido. Sãoclassificadoscomofluidos não-newtonianosaquelesnosquaisatensãocisalhanteaplicadanãoé ^ diretamenteproporcionalàtaxadedeformaçãosofridapor um elementofluido. Aáguaeoar, porexemplo,sãofluidos ^ newtonianos.Estudaremossomentefluidos newtonianos. 1.7.4 Viscosidade ^ Aviscosidadeé apropriedadeassociadaàresistênciaqueofluido ofereceàdeformaçãoporcisalhamento.De outra maneira,pode-sedizerqueaviscosidadecorrespondeaoatrito internonos fluidos devido,basicamente,às interações ^ intermoleculares, sendo, em geral, função da temperatura. /» Consideremosumelementofluido infinitesimal, situadoentreduasplacasplanasparalelasdegrandesdimensões, quesofreumadeformaçãonointervalodetempodt, conformeémostradonaFigura1.5. l AplacasuperiorestáemmovimentocomvelocidadeconstantedVx, enquantoaplacainferiorpermaneceemrepouso. ^ Osfluidos reais(viscosos)apresentamapropriedadedeaderênciaàssuperfíciessólidascomasquaisestãoemcontato, deforma queumapelículadeespessurainfinitesimaldefluido fica aderidanasplacas. ' EstásendoaplicadaumaforçadFx constantesobreaplacasuperior,quepossuiumasuperfíciedeáreadA emcontato ^ comofluido comnormalnadireçãoy, demaneiraqueatensãocisalhanteaplicadaaoelementofluido édadapor _ r =lim^V O-7-4-1) ^~- ^ AA-0 AA *% e tem-se que ^ [taxadedeformação _̂ dd ,.-..« ^ do elementofluido) dt a% dL avxI' •! -^-» dFx Elementofluido • no instante t f dd / de /^ Elementofluido no instante r + dt~~J\ dy n^í / ///////// X i / / 7F77r /r î r^b Figura 1.5 Deformaçãode umelementofluido infinitesimalsob a açãode tensãocisalhante. /esh 0^\ CoNCErroseDefiniçõesFundamentais 7 Da definiçãodefluido newtoniano,tem-sequeatensãodecisalhamentoédiretamenteproporcionalàtaxadedefor mação,ou seja,dd ^^ (1.7.4.3) Devidoàpropriedadedeaderênciadosfluidos reaisàssuperfíciessólidascomasquaisestãoemcontato,tem-seque ^ avelocidadedeescoamentojuntodaplacasuperiorédVx, enquantoofluido juntodaplacainferior estáemrepouso,de f* formaqueexisteumadeterminadadistribuição(perfil) develocidadedeescoamentodofluido entreasduasplacas.Como g^ émaisconvenientetrabalharcomgradientede velocidadede escoamentodo quecom taxade deformaçãode um ele mentofluido, vamosmostrar,aseguir,queataxadedeformaçãoéigual aogradientedevelocidadeexistenteno escoa is mento. 0s ConsideremosaFigura 1.5.A distânciadL édadapor ^ dL = dVxdt (1.7.4.4) #* O ângulodedeformaçãosorridono intervalodetempodt éd$, deforma quetambémtem-se f" dL = dyig(d6) (1.7.4.5) (P mascomoparapequenosângulospode-seconsiderarqueatangentedo ânguloépraticamenteigual aoângulo,resulta <P dL=dydd (1.7.4.6) IP Assim, tem-seque <P dVJt =dydd (1.7.4.7) X de forma que • de dvx r i=^r <L7A8) /Ps ouseja,ataxadedeformaçãosofridapeloelementofluido é igual aogradientedevelocidadedeescoamento. v Assim, parafluidos newtonianosa tensãocisalhanteaplicadaé diretamenteproporcionalà taxadedeformaçãodo 0\ elementofluido ouaogradientedevelocidadedeescoamento,epode-seexpressarque ^ r = »*> (1749) (f^ que, emtermosdogradientedevelocidadedeescoamento,podeserescritacomo f dV e T-—""ít (17A10) ^ ondeocoeficientedeproporcionalidade/x éaviscosidadeabsolutaoudinâmica do fluido. EssaEq. (1.7.4.10)éconhecida (P* comoaLei deNewtonpara aViscosidade.Osinalnegativoédevidoaofato dequeotransportedemomentolinearatravés 0^ do fluido, nadireçãoy, ocorreno sentidocontrárioaogradientedevelocidadedeescoamentoe dequeatensãocisalhan tecorrespondeà densidade defluxo de momentolinear,conformeseráexplicadomais detalhadamente na seçãoTrans- (P* porte Difusivo de Momento Linear, no Capítulo2. 0\ Osfluidos reaispossuemviscosidade,emmaiorou menorintensidade,deforma que, quando emescoamentocom gradientesdevelocidade,apresentamfenômenosde atritoviscoso.A viscosidadeé causada fundamentalmentepela co- v esão intermolecular e pela transferência de momento linear através do fluido. |P* Oslíquidossemoldamaosrecipientesqueoscontêm,devidoaoescoamentocausadopelaexistênciadecomponentes -^ cisalhantesdo pesodeseuselementosdevolume.Aviscosidadeé apropriedadedo fluido quedeterminaavelocidade " desseprocessodemoldagem.Verifica-sequeaáguasemoldarapidamenteaum recipiente,enquantooprocessode ^ moldagemdaglicerinaaum recipienteémuitomaislento,poisaviscosidadedaglicerinaémuitomaiordoqueadaágua, 0ib ou seja,aglicerinaoferece umaresistênciamaioràdeformaçãoporcisalhamento. No escoamentolaminar,o fluido escoa emlâminasparalelase o atritoviscosocausa tensões cisalhantes entre essas C^ camadasdo fluido emmovimento.Deve-seobservarquesomenteocorremanifestaçãodeatritoviscoso,numescoamen- #s to,quando há deslocamentorelativoentre as partículasfluidas,ou seja,quando existegradiente de velocidadena direção transversalaomovimentodo fluido, que correspondea umataxade deformaçãodos elementos de volumedofluido. fàk CapítuloUm • Aviscosidadedependedatemperatura,everificam-seefeitosopostossobreaviscosidadedegasesede líquidosem ^ funçãodavariaçãodatemperatura.Emgeral,nosgasesacoesãointermolecularédesprezível,resultandono fato deque ^ atensãocisalhanteentreduascamadasdo fluido emescoamentoédevidaàtransferênciademomentolinearentreessas camadas.No escoamentolaminar,omovimentodo fluido ocorreemlâminasparalelas.Devidoaomovimentomolecular > caótico resultatransferênciade moléculasnadireçãotransversalao escoamentoentrecamadascomvelocidadesdife- ^ rentesouseja,ocorretransferênciademomentolinearentreascamadas,decorrentedascolisõesintermoleculares.Essa atividademolecularaumentacomoacréscimodetemperatura,deformaqueaviscosidadeaumentacomatemperatura nosgases. 1,1-Nos líquidos,asdistânciasintermoleculareseaintensidadedosmovimentosdasmoléculassaomuito menoresque ^ nosgases,deformaqueatransferênciademomentolinearentreascamadas,devidoaosmovimentosmoleculares,pode serdesprezada.Assim, as tensõescisalhanteseaviscosidadedependemprincipalmenteda intensidadedasforçasde 1 coesãointermolecularquediminuemcomoacréscimodetemperatura,demaneiraqueaviscosidadedoslíquidosdimi- ^ nui com oaumentoda temperatura. /% Emváriasequaçõesdamecânicadosfluidos, apareceoquocienteentreaviscosidadeabsolutaoudinâmicaeamassa > específicado fluido, sendoconvenienteadefiniçãode umaoutrapropriedadechamadadeviscosidadecinemáticavdo ^ fluido, dadapor ^ v = £ (1.7.4.11) * p /^\ As dimensõeseunidadesdeviscosidadepodemserdeterminadasapartir da Eq. (1.7.4.10),resultandono Sistema ^ Internacional de Unidades (SI): . *% T _dV/dy_ = ' F/A ' dV/dy^ lf-l[li]= —— = -^f- =MLr2L-2L-HL = ML-H ^ •% ^8h , , , unidadede t _ N/m2 _ N-s _ D unidadede p, = ——. ,..... . —r ; vz-s, unidadede(dV/dy) m/s m2 H = m M = ML-lrlM-lü = üf pj ^ , . . unidadede p. Pa •s ,, / unidadede v = —-—: = 1—— —m /s unidadede p kg/m3 ^ 1.8 MÓDULO DEELASTICIDADEVOLUMÉTRICA. ^ COMPRESSIBILIDADE ^ Geralmente,quandoseaplicapressãosobreum fluido elesofreumareduçãovolumétrica,equandoseretiraapressão J> aplicadaeleseexpande.Acompressibilidadedeum fluido estárelacionadaàreduçãovolumétricadecorrenteparauma ^ dadavariaçãodepressão.Na maioriadassituações,um líquidopodeserconsideradoum fluido incompressível(quenão sofrevariaçõesdemassaespecífica);entretanto,quandoexistemvariaçõesmuito elevadasou bruscasdepressãoacom pressibilidadetorna-sesignificativa. / Usualmente,acompressibilidadedeumlíquidoédadapeloseumódulodeelasticidadevolumétrica£.Consideremos ^ um volumeVdeum líquido; seapressãoaplicadaaumentaemdp, resultaumadiminuiçãodevolume(-dV), deforma queomódulodeelasticidadevolumétricaédefinidopor ' £=_^L • (1.8.1) ^ Omódulodeelasticidadevolumétrica£éexpressoem unidadesdepressão,poisotermo(íiV)/V éadimensional. "*> 1-^ f (p\ Conceitose DefiniçõesFundamentais Exemplo1.1 Análisedacompressibilidadedaáguatconsiderandoumasituaçãoemqueéaplicadaumavariaçãodepressãode umaatmosfera*ou.seja,dp = 101,3kPàsobreumvolumedè um metrocúbicodeágua* Paraaáguana temperaturade 25°C,tem-sequeE=2,22 X IO9 Pa,de forma queavariaçãode volumeédad£ dV = ——£ = -45,6 XIO"6 m3 « — por E 22000 f* Assim,aaplicaçãodeumavariaçãodepressãodeumaatmosfera(101,3kPa)sobreaáguacausaumareduçãoemseu a volumede apenasumaparteem22000,de forma queaconsideraçãode um líquido comoaáguaserincompressívelé uma aproximação bem razoável. r 1.9 EQUAÇÃODE ESTADOPARAUM GÁSPERFEITO mb Na termodinâmica,asvariáveisusualmenteutilizadasparadescreverum sistemasãoapressãop, ovolumeVeatempe- raturaT. Em muitassituaçõeséconvenientetrabalharcomovolumeespecíficov(ou comamassaespecíficap) no lugar f^ do volumetotal V. EssastrêsvariáveisdeestadoV(ouvoup), peTnãosãoindependentese,geralmente,umavariação (p em umadastrêsalteraasdemais.Umarelaçãoanalíticaentreessasvariáveiséchamadadeequaçãode estado. _ Um gásperfeito,emquenãoexistemforçasde interaçãointermoleculardeorigemeletromagnética,com interações somenteatravésdecolisõesentreasmoléculas,podeserdefinidocomoumasubstânciaquesatisfazàlei dosgasesper- ^ feitos ou ideais,quepodeserexpressaatravésdaequaçãodeestado pv = RT (1.9.1) onde: p é a pressão absoluta; v é ovolumeespecífico; fiéa constante do gás; e T é atemperaturaabsoluta. Comoovolumeespecíficoédefinidocomooinversoda massaespecífica,aequaçãode estadode um gásperfeito pode ser escrita como £ =RT (1.9.2) P onde p é a massaespecífica. Não existeumgásperfeito;entretanto,osgasesreaissubmetidosapressõesbastanteabaixodapressãocrítica c a temperaturasbemacimadatemperaturacrítica,ouseja,distantesdafase líquida,geralmentepodemserconsiderados gases perfeitos ou ideais. A Eq. (1.9.2) também pode serexpressadaseguinteforma: pV = mRT (1.9.3i onde: Vé ovolumeocupadopelogás;e m é a massa do gás. Aunidadedaconstantedo gásRpodeserdeterminadadaequaçãodeestado,sendoque.no SI, tem-seapressãocm pascal,amassaespecíficaem quilogramaspor metrocúbicoe atemperaturaem kelvin, deforma que N-m3 _ N •m _ J unidadede R = m2 • kg• K kg •K kg • K Aequaçãodeestadodeumgásperfeitotambémpodeserescritaemtermosmolares.Ummol éaquantidadedematéria deum sistemacontendotantasentidadeselementaresquantosforem osátomosexistentesem0,012quilogramadecar- 10 CapítuloUm bono 12. Sené onúmerode mols existentesno volumeV, amassado gásédadaporm= nM, ondeMéamassa ^ moleculardogás,deformaqueaEq. (1.9.3)podeserexpressacomo ^ pV = nMRT (1.9.4) /^ Paraos gasesquesecomportamcomoperfeitos,oprodutoMR éumaconstante,representadapor Ra, chamadade ^ constanteuniversaldosgases,de forma queRu = MR, resultando ^ pV =nRuT (1-9.5) ^ Aconstanteuniversaldosgasesno SI édadapor m^ R»= 8,314-f- 1 moi * l\> /*% 1.10 ENERGIAINTERNA.CAPACIDADETÉRMICAE ^ CALORESPECÍFICO ^ Aenergiainternadeumsistemaéumafunçãodoestadotermodinâmicoeinclui aenergiadeatividadetérmica(cinética) "^ desuasmoléculase,também,aenergiadasinteraçõesintermoleculares.nosistema.Geralmente,aenergiainternade umasubstânciaéfunçãodatemperaturae dapressão,sendoque,paraum gásperfeito,pode-seconsiderarqueelade pendesomentedatemperatura.Em geral,trata-secomvariaçõesdaenergiainternaentredoisestadostérmicos.. ^ Denomina-secapacidadetérmica Cde um corpooquocienteentreaquantidadedecalorfornecidaaocorppeocor^ ^ respondenteacréscimodetemperatura.NoSI,aunidadedecapacidadetérmicaéjouleporkelvin (J/K). Calor específicocdeumasubstânciaé aquantidadedecalorquedeveserfornecidaparaumaunidadedemassapara 'j aumentara suatemperaturaem umgrau. No SI, aunidadedecalorespecíficoé jouleporquilogramae porkelvin /m (J/kg•K). Paradefinir completamentecalorespecífico,deve-seespecificarascondiçõessegundoasquaisocalorétrans- ferido para o sistema. ' Define-secalor específicoavolume constantecv deumasubstânciacomoaquantidadedecalorrecebidoporunidade ^ de massa e por unidade de temperatura quando o volumedo sistema permanece constante, ou seja, — 1ÍS&] ^ =- ã?L <li0l) 2cv = —m Define-secalor específicoapressãoconstantec de uma substânciacomoa quantidade de calor recebido por unidade de massa e por unidade de temperatura quando a pressão do sistema permanece constante, ou seja, mUTL (1.10.2) /r*^\ *% NasEqs.(1.10.1)e(1.10.2),aquantidadeinfinitesimaldecalorfoi simbolizadapor ÔQ enãopordQ, paralembrar ^ queQnãoéfunçaüJustado,ouseja,queocalorQdependedatrajetória,ouseja,do processotermodinâmico. ^ Nos gases,os efeitos decompressibilidadesãosignificativos,e é importante fazerdistinção entre o calor específicoa volumeconstante cve o calorespecíficoa pressãoconstantec . Oslíquidos,em geral,apresentamvariaçõesdesprezíveis / devolumeespecífico.Paraoslíquidos,geralmentepode-seconsiderarqueo calorespecíficoavolumeconstanteéprati- *% camente igualao calor específicoa pressãoconstante. _ 1.11 TENSÃOSUPERFICIAL.CAPILARIDADE ^ Observa-sequeasuperfícielivre deum líquidoassemelha-seaumapelículaesticada,demaneiraqueexistetensãoatu- ^ ando no planoda superfície. Issopode serevidenciadoatravésdas seguintesexperiênciassimples:enchendo, cuidadosa mente,um copocomágua,pode-setê-laacimadaborda,observandoque apelículasuperficialdaágua,que securva 1 acimadabordadocopo,nãoadeixaderramar;colocando,cuidadosamente,um pequenoobjetometálico(umapequena <^ agulha,porexemplo)nasuperfíciedaáguaemrepouso,pode-severificarqueele ésustentadopelapelículasuperficial; eobserva-se,também,quealgunsinsetospodemandarsobreaáguasemafundar,poisapelículasuperficialos sustenta. ' Pode-seexplicara formaçãodessa películada seguinteforma. Asmoléculasda camadasuperficialencontram-seem ^ condiçõesdiferentesdasoutraslocalizadasno interior da massalíquida. No interior, as moléculasestãocercadaspor ^ (P (P ^ #N 0&S 0&b Conceitos eDefiniçõesFundamentais 11 todosos ladosporoutraspartículasidênticas,sendo,assim,atraídasigualmenteemtodasasdireçõesporsuasvizinhas, enquantoasmoléculasqueseencontramnasuperfícietêmpartículasvizinhasiguaisaelassomentedo ladodedentrodó líquido. Dessaforma, resultaque, na superfícielivre de um líquido, praticamentenãoexistemforçasqueatraemas moléculasparafora do líquido. Assim,asmoléculaslocalizadasnasuperfícielivre sofremumaforça de atraçãode fora paradentrodo líquido, resultandoem umapelículacomefeitode tensãoao longodo planodasuperfície. Agrandezafísicaassociadaaesseefeitoéatensãosuperficial, representadaporcr. Considerandoumalinha traçadana superfícielivre, atensãosuperficialpodeserdefinidacomoaforçaporunidadedecomprimentoqueatuaperpendicular menteaessalinhaeno planodasuperfície.No SI, aunidadede tensãosuperficialéN/m. Atensãosuperficialdecorre dasforçasdecoesãointermolecular,deformaqueeladiminui comoaumentodatemperatura.Atensãosuperficialde pende,também,do fluido queestásobreasuperfícielivre, sendo,geralmente,tabeladaparaocasodeseroarofluido sobreolíquido. Porcausadatensãosuperficial,asuperfícielivre deum líquido tendesempreasecontrair,demaneiraquesuaárea sejaamenorpossível.Essaéarazãopelaqualasgotasdeumlíquidosãoesféricas,poisestaéageometriaqueapresenta menoráreade superfícieparaigual volume.Outrosefeitosda tensãosuperficialsãooaumentoda pressãodentrode gotasedentrodejatosde líquidoscompequenodiâmetro,eaagregaçãodematerialgranularúmido. Capilaridade éonomedadoao fenômenodeum líquidoseelevarnumtubocapilarqueestáparcialmenteimersono líquido.Aelevaçãocapilardependedatensãosuperficialedarelaçãoentreaadesãolíquido-sólidoeacoesãodo líquido. Um líquidoquemolhaosólido(ângulodecontatod< tt/2, conformeoesquemadaFigura1.6),temumaadesãomaior queacoesãoe,nessecaso,observa-sequeemfunçãodatensãosuperficialolíquidosobedentrodeum tubocapilarque estáparcialmenteimersonolíquido.Aforçadetensãosuperficialatuaaolongodacircunferênciainternadotuboetem adireçãodadapeloângulodecontatodentreolíquidoe osólido,conformeémostradonaFigura 1.6. e \ fe •-t/C/C/Ot^C/CxCt/t/C T h •> 1/C/C^t-ft/CytXC/tyOl Figura1.6 Efeito decapilaridadepara o caso deum líquidoquemolhao sólido. Paralíquidosque não molham osólido, como omercúrio,a tensãosuperficialcausa umrebaixamentodomenisco num tubocapilar.Pode-secalculara altura que olíquidosobenum tubo capilarparasituaçõesem que sãoconhecidoso ângulode contato entre o líquidoe o sólidoe a tensãosuperficial. Exemplo1.2 Determinea alturahacimado níveldoreservatórioem que a águase elevanum tubo capilarde vidrocomdiâmetro internod = 2 mm, conforme é mostrado na Figura 1.6. Considerando que, para o casoágua-vidro,o ângulo de contato$ é praticamente nulo, o problema resulta em um equilíbriodeforças,na direção vertical,entre asforçasde peso e de tensãosuperficial: yh = cnrd 4 yd Para a água natemperaturade 20°C, sendoa = 0,074 N/m ey = 9810 N/m3, resulta h = 0,015 m = 1,5cm 12 CapítuloUm "' 1.12 PRESSÃO DE VAPOR.EBULIÇÃO.CAVITAÇÃO ^ Oslíquidossevaporizamdevidoàatividademolecularinternaquecausaaemissãodemoléculasatravésdasuperfície livre. Asmoléculasdevaporsobreasuperfícielivre exercemumapressãoparcial,chamadadepressãodevapor. A inten- / sidadedomovimentodasmoléculasdepende da temperatura,deformaque a pressãode vaporaumenta como acréscimo ^% detemperatura.Define-secomopressãodevaporsaturadoapressãodevaporparaa qualocorreumequilíbriona troca de moléculas entre o líquido e o vapor. ' Aebuliçãoconsistenaformaçãodebolhasdevapornointeriordolíquido. Essasbolhasdevapor,que possuemmassa ^ específicamenorqueadolíquido,sedeslocamparaasuperfícielivre produzindoaturbulênciacaracterísticadoprocesso ^ deebulição.Aebuliçãode um líquidodepende da temperaturae tambémda pressãoà qual ele está submetido.Observa- se que um líquidoentra em ebuliçãoa uma temperaturamaisbaixaquando submetidoa uma pressão menor. / Nosescoamentosde líquidos,,emfunçãodé-algúrha^doridiçõesdinâmicas*podemocorrerpressõesmenoresquea ^ pressãode vapor do líquido, resultando naformaçãode bolhasdevapor.Cavitaçãoé o nome dado a esse fenômeno de formaçãode bolhasdevaporemcertasregiõesdo escoamentodeum líquido emfunçãodealgumascondiçõesdinâmi- ^ cas.Essasbolhasdevaporgeralmentesedeslocameacabamcolapsandoquandoatingemregiõesdoescoamentoondea ^ pressãoémaiorqueapressãodevapor.: •"• 'V•'••'"-•.••-• •: •VC. t.':; c >H' >•• ;t ^ Aocorrênciadecavitaçãoprejudicaofuncionamentodealgumasmáquinashidráulicas,taiscomobombaseturbinas, podendoafetartambémodesempenhodoshélicesdenaviosesubmarinos.Essefenômenodecavitaçãopodedanificar^ oscomponentesdessesequipamentos,alémdeintroduzirvibraçõesindesejadasnosistema.Osdanoscausadosàssuper- <% fíciessólidasqueestãoemcontatocomoescoamento,associadosàcavitação,relacionam-secomoprocessodeimplosão dasbolhasdevaporqueprovocapulsosdepressãoque,aoatingiremasparedes,retiramdasmesmaspequenaspartículas ' de materialsólido. s% 1.13 GRANDEZAS,DIMENSÕESEUNIDADES *» OSistemaInternacionaldeUnidades(SI) foi adotadooficialmenteno país,deformaque,nestetexto,usaremossomente ^ oSI. Apresentaremosaseguir,resumidamente,oSistemaInternacionaldeUnidadescomasgrandezasdebaseusuaisna ^ área de Fenômenosde Transporte. CadagrandezafísicatemumadimensãoeumaunidadeSI. As grandezasfísicaspodemserclassificadasemdoisgru- pos:grandezasdebase(fundamentais)egrandezasderivadas.As grandezasdebasesãoaquelasparaasquaisseestabe- ^ lecemunidadesdemedidaarbitrárias,enquantoasgrandezasderivadassãoaquelascujasunidadessãoexpressasemfunção m dasunidadesdasgrandezasdebase.Sempreéimportantelembrarquequalquerequaçãoquerelacionagrandezasfísicas deveserdimensionalmentehomogênea,ou seja,cadatermonaequaçãodeveterasmesmasdimensões. ^ Em FenômenosdeTransporteusualmentesetratacomasseguintesgrandezasedimensõesfundamentais:massaM, ^) comprimentoL, tempotetemperaturaT. No SI, aunidadede massaéoquilograma(kg), aunidadedecomprimentoé ^ ometro (m), aunidadede tempoéosegundo(s) eaunidadede temperaturaéokelvin (K). Aforça éumagrandeza * derivada,sendoasuaunidadeonewton(N), definidoatravésdasegundalei de Newtonparaomovimentocomo ^ lN =lfc 2 s2 ^ Dasegundalei deNewtonparaomovimento,quepodeserescritacomo ^ obtém-sequeadimensãodagrandezaforçaédadapor ^ [F] = [ma] = MLr2 ^ F= 1.14 CONSIDERAÇÕESSOBREATERMINOLOGIA ""* Verifica-sequeos livros detextonaáreadeFenômenosdeTransporteapresentamumaterminologianão-uniformee. em ~ algunscasos,em desacordocomaregulamentaçãometrológicabrasileira. Nestetexto,utilizamosumaterminologiaseguindoaregulamentaçãometrológicabrasileira.Consideremosatransfe- "^) rênciademassaedecalor(energia).SegundooQuadroGeralde Unidadesde Medida,anexoàResoluçãodo Conselho *t f^ #* IP* 0\ CONCETTOSEDEFINIÇÕESFUNDAMENTAIS 13 Nacionalde Metrologia,NormalizaçãoeQualidadeIndustrial- CONMETROn.° 12, de 12 deoutubrode 1988 têm- se as seguintes definições: Fluxo de massa,comaunidadequilogramaporsegundo(kg/s),éofluxo de massade um material que,em regime per manenteatravésde uma superfíciedeterminada, escoaamassade 1quilograma do material em 1segundo; Fluxodeenergiaoupotência,comaunidadewatt (VV), éapotênciadesenvolvidaquandoserealiza, demaneira contínua euniforme, otrabalho de 1joide em l segundo; Densidadedefluxo deenergia,comaunidadewatt por metroquadrado(W/m2),éadensidadede umfluxo deenergia unifortne de l watt, atravésde uma superfícieplana de l metro quadrado de área, perpendicularàdireçãode propagaçãoda energia. Nestetexto, trataremoscomtransferênciadealgumasgrandezasfísicas,taiscomodemassa,dequantidadedemovi mento(momento)linearedecalor,ou seja,trataremoscomfluxos edensidadesde fluxo dessasgrandezas.,... Assim,deacordocomaregulamentaçãometrológicabrasileira,nosfenômenosdetransferênciaqueestudaremosneste> texto, fluxo de umagrandezaéaquantidadedessagrandezaqueétransferidapor unidadede tempoatravésde umasu perfícieperpendicularàdireçãode propagaçãodagrandeza,enquantoadensidadede fluxo de umagrandezaéofluxo dessagrandezapor unidade de área. 1.15 BIBLIOGRAFIA BENNETT,C. O. &MYERS,J.E. Fenômenosde Transporte. McGraw-Hill doBrasil, SãoPaulo,1978. FOX, R. VV. & MCDONALD, A. T. Introdução àMecânicados Fluidos. GuanabaraKoogan,Rio deJaneiro,1988. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO EQUALIDADE INDUSTRIAL- INMETRO. Quadro Geral de Unidades de Medida.1989. SHAMES, I. H. Mecânicados Fluidos. EditoraEdgardBlücher,SãoPaulo,1973. SISSOM,L. E.&PITTS, D.R. Fenômenosde Transporte. GuanabaraDois, Rio deJaneiro,1979. STREETER,V. L. & WYLIE, E. B.Mecânicados Fluidos. McGraw-Hill doBrasil, São Paulo. 1982. TIMOSHENKO, S.P.History ofStrength ofMaterials. McGraw-Hill BookCompany,1953. VENNARD, J.K. & STREET,R. L. Elementosde Mecânicados Fluidos. GuanabaraDois, Rio deJaneiro,1978. VVELTY, J.R.; VVICKS, C.E. & WILSON, R. E. FundamentaisofMomentum, Heat and MassTransfer. JohnVViley, 1976. 1.16 PROBLEMAS 1.1 Oslíquidose osgasessãofluidos, masapresentam característicasdiferentes.Descrevaaspropriedadesquedi ferenciamosgasesdoslíquidos. 1.2Determineasdimensõesdasviscosidadesabsoluta(di nâmica)e cinemática. 1.3 AFigurpJ 7 mostra o esquema de um escoamento de águaentre duas placasplanashorizontaisde grandesdimen sões e separadas por uma distânciad pequena. A placa in ferior permaneceemrepouso,enquanto a placasuperior vx = 1 m/s está em movimento com velocidadeVx constante,de forma que resulta umadistribuiçãolinear de velocidade de esco amento da água. Sendo aviscosidadeda águafjL = 0,001 Pa • s,determine: a) o gradiente de velocidade de escoamento; e b) a tensão de cisalhamento na placa superior. Resp.:a) —i- =200s"1 dy b) t„ = -0,2 Pa 1.4 Considere a Figura 1.7 do problema anterior. Se. no lugarda água, existe um óleo e se é necessária uma tensão cisalhantede 40 Pa para que a velocidade da placa perma neçaconstante,determinea viscosidadedinâmicadesse óleo. Resp.:/xóleo = 0,2 Pa • s 1.5 A Figura 1.8 mostra umesquemada distribuição de velocidade para umescoamentolaminar de um fluido newtoniano,totalmentedesenvolvido,num duto de seção circular de diâmetroconstante,dada por VÁr)=Vw -(;)' u CapítuloUm onde: Vmáx é avelocidademáximadoperfil (distribuição),que ocorre nocentroda seção, e Réo raio internodo duto. Sendofi a viscosidade dinâmica do fluido, determine: a) adistribuiçãode tensõesdecisalhamentoTn noesco amento;e b)aforçaporunidadedecomprimentoqueoescoamento exercesobre a parede do duto. Resp,a)T„=M fi2 b).íi =4*p.V„ *>z Figura1.8 1.6 A Figura 1.9 mostra um esquema de um escoamento laminar,totalmentedesenvolvidoe emregimepermanen te,deum fluido newtoniano,entreduasplacasparalelase estacionárias,degrandesdimensõese separadasde uma distânciah pequena.A distribuiçãodevelocidadede esco amento é dada por vx(y) = vm m Determineaforçacisalhante,porunidadedeárea,exerci dapeloescoamentosobreaplacasuperior. WWWW Figura1.9 1.7Considerandoque omódulodeelasticidadevolumétri ca da água é E = 2,22 XIO9 Pa, determine avariaçãode pressãonecessáriaparareduzirovolumeda águaem 0,1%. Resp.:Ap = 2,22 X IO6 Pa 1.8 Mostreque o módulodeelasticidadevolumétricaE, ex pressoemfunçãodavariaçãodamassaespecífica,édadopor E=-4- dp- P 1.9Considereoar,aoníveldomar,compressãop = 101,3 kPaetemperaturaT = 20°C. SendoR„ = 287- ' m determineamassaespecíficado ar. Resp.:^ =1,2^- nv kg-K' 1.10Determineapressãode 2 kgde ar que estãoconfina dosnumrecipientefechadocomvolumeiguala160litros, N-mà temperaturade 25°C, considerandoR„ = 287 Resp.:p=1069 kPa kg-K S$K ^Q\ /% J <*% ^% s®b fv%b /^\ ^b < r~——— v Capítulo2 > CONCEITOS DEFENÔMENOSDETRANSPORTEE ANALOGIA ENTREOS PROCESSOSDIFUSIVOS UNIDIMENSIONAIS DE TRANSFERÊNCIADE MOMENTO LINEAR, DE CALOR E DE MASSA 2.1 INTRODUÇÃO Nestecapítulo,conceituaremoseapresentaremosumaformulaçãobásicaparaFenômenosdeTransporte.Vamoscon ceituareanalisar,apartir de uma abordagemfenomenológica,processosunidimensionaisem queocorremfluxos de momentolinear (escoamentolaminarde um fluido), de energia(conduçãode calor) ede massa(difusãomolecular), apresentandoummodelocomumemostrandoaanalogiaexistenteentreessestrêsfenômenosunidimensionaisdetrans ferênciadifusiva. 2.2 GRANDEZAS EXTENSIVAS E INTENSIVAS. CAMPOS \ , Na análisede umasituaçãofísica, geralmentecentramosnossaatençãoem umadeterminadaporçãode matériaque ~; C denominamossistema.Devemosescolher,adequadamente,grandezasobserváveis,quesãoaspropriedadesadotadaspara • ,: a descriçãodo comportamento do sistema. Grandezasextensivassãoaquelasquedependemdo volumeou da massa,ou seja,sãopropriedadesdo sistemacomo . . um todo. Exemplosde grandezasextensivas:massa,momento(quantidadede movimento)lineareenergia. V^—t- Grandezas intensivas sãoaquelasdefinidasemum pontoeque nãodependemdo volume ou da massado sistema. Exemplosdegrandezasintensivas:massaespecífica,concentração,velocidadeetemperatura.Em muitassituações,elas \ possuemvaloresdiferentesempontosdistintosdo sistema,de forma queoconceitodecampoémuito útil. Campo é umadistribuiçãocontínuadeuma grandezaintensivaquepodeserdescritaporfunçõesdecoordenadas espaciaisedo tempo.Em outraspalavras,campoéumarepresentaçãoda regiãoedo valor dapropriedadeintensivaem cadapontoda região.Seagrandezaintensivaéum escalar,tem-seum campoescalar.Exemplos:campode temperatura numaplacaecampodeconcentraçãode umsolutonumasolução.Seagrandezaintensivaé umvetor, tem-seumcampo vetorial. Exemplos:campo de aceleraçãogravitacionale campo develocidadede escoamento de umfluido. O gradiente de umagrandezaintensivafornecea taxa devariaçãomáximadessagrandezaemrelaçãoà distância.# Considerandoum campodetemperaturadescritoporT = T(.x, y,z),tem-seque ogradientedetemperatura,representa do por grãd T ou VT, é dado por r vT-fi +fj +fÉ dx dy dz que fornece a taxa de variação máxima da temperatura com a distância. 2.3 DESEQUILÍBRIOLOCAL EFLUXOS. FENÔMENOS DE TRANSPORTE Quando o gradienteé nulo navizinhançade um ponto,existeequilíbrio local na distribuiçãodagrandezaintensiva,isto é, ocampoé uniformeem tornodo pontoconsiderado.Se, navizinhançade umponto,o gradienteé diferentedezero. existe um desequilíbrio local na distribuição da grandeza intensiva, ou seja, o campo é não-uniforme. Observa-senanaturezaque,geralmente,aexistênciadedesequilíbriolocal nadistribuiçãode umagrandezaintensivacausa• umfluxo dagrandezaextensivacorrespondente.Essesfluxos consistememtransferênciadegrandezasextensivas,cujatendên 0 ciaérestabeleceroequilíbrionasdistribuiçõesdasgrandezasintensivascorrespondentes.Aáreadaciênciaqueestudaosfenô menosnosquaisocorremfluxos quetendemauniformizaroscamposéchamadadeFenômenosde Transporte. 16 CapítuloDois Nestetexto quesedestinaacursosbásicos,vamosestudarsomenteos fundamentosdo transportedifusivo de mo mentolinear decaloredemassa.Naspróximasseções,vamoscaracterizaressesfenômenosde transferênciaparapro cessosunidimensionaiseapresentar,apartirdeumaabordagemfenomenológica,ummodelocomumeasequaçõesbásicas quedescrevemessesfenômenosdifusivosunidimensionais,apresentandoaanalogiaexistenteentreeles. 7WC* ~"/l <"'&&& ???& z<C. im?' r?.£ 2.4 TRANSPORTEDIFUSIVODE MOMENTOLINEAR Osfluidos reaispossuemviscosidade,emmaioroumenorgrau,deformaqueaexistênciadegradientesdevelocidadede escoamentocria tensõescisalhantesquecausamfenômenosde transferênciade momentolinearnosescoamentosde fluidos Consideremosum processounidimensionalqueocorreparaum escoamentolaminar(no qualomovimentodo fluido sepassacomoseofluido fosseconstituídode lâminasparalelasquedeslizamumasemrelaçãoàsoutras)deum fluido newtonianolocalizadoentreduasplacashorizontaisparalelas,degrandesdimensões,separadasporumadistancia pequenad, conformeémostradonoesquemadaFigura2.1. Fluido Perfil develocidade nula ///;>;;;;/;;;;;;; VQx /;;//;/;//;;;;;;/> Fluido r ////////Jt//////// 0 ////>//////////// ~* * V0x vox ////////J//////// (a) Inicialmente, as duas placas estãoestacionáriase o fluido em repouso (b) Instante de tempo í = 0, placasuperiorcolocada em movimentocom velocidadeVI (c) Para t > 0, desenvolvimento doperfil develocidadeVJy, t) em regimetransiente (d) Parat:» 0, distribuição de velocidadeestabelecidaem regime permanente Figura2.1 Desenvolvimentodadistribuiçãodevelocidadedeescoamentoparaumfluido localizadoentreduasplacasplanasdegrandes dimensões,separadasporumadistânciadpequena,apósaplacasuperiorsercolocadaemmovimento. /Wfa <fàb '̂ CoNCErrosdeFenômenosdeTransporteeAnalogiaentreosProcessosDifusivosUnidimensionais 17 p Inicialmente,asplacaseofluido estãoemrepouso.No instantede tempot =0, aplacasuperiorécolocadaem movimentoaumavelocidadeconstanteV0x, permanecendoaplacainferior estacionaria.Devidoàpropriedadede aderênciadosfluidosviscososàssuperfíciessólidascomasquaisestãoemcontato,verifica-sequeaslâminasmuito f delgadasde fluido em contatodiretocom asplacasadquiremassuasvelocidades,de maneiraque,no instantede r tempot - 0, alâminasuperiordo fluido semovecomvelocidadeVfc, enquantoorestodo fluido aindapermanece em repouso. If Parat> 0, observa-sequeorestantedo fluido entraprogressivamenteem movimento,ou seja,adquiremomento ^ linearnadireçãox. Ofluido adjacenteàlâminasuperiorrecebemomentolinearprovenientedaplacasuperiore,porsua vez tambémtransferemomentolinearnadireçãoxparaoutracamadae,assim,sucessivamente,ocorreumatransferên- f ciademomentolineardecamadaemcamada.Comoaplacainferiorealâminadefluido emcontatocomaplacaperma- ^ necemestacionárias,verifica-sequeavelocidadede escoamentode cadacamadaéprogressivamentemenor,de cima ^ parabaixo,atésernula. Dessaforma, desenvolve-se,duranteum certointervalode tempo,umadistribuição(perfil) de velocidadedeescoamentoVx(y, t) emregimetransiente,ou seja,dependentedo tempo. f"• Apósessecertointervalodetempo,paraí 55>0, observa-seoestabelecimentode um perfil develocidadedeescoa- ^ mentoVJy) emregimepermanenteque,paraessecasocomgeometriaplana,élinear. Assim,observa-seum transportede momentolinear na direçãox, queocorretransversalmenteao escoamento,ou seja,nadireçãoy,decimaparabaixo,causadopelastensõescisalhantest, existentesentreascamadasde fluido nesse f* escoamentolaminar. Nesseprocesso,há umafasedependentedo tempona qual Vx = Vx (y, t), de forma quealei de gpt Newtonparaaviscosidade(Eq. (1.7.4.10))fica escritacomo r • dvx ^ T-=~flly~ (2A1) ^ EssaEq. (2.4.1) relacionaatensãocisalhantecomogradientedevelocidadeexistentenumescoamentolaminarde gpt um fluido newtoniano.Osinalnegativoédevidoaofato dequeofluxo demomentolinearocorrenosentidocontrárioao gradiente de velocidade de escoamento. #^ Atensãocisalhantet^ podeserinterpretadacomoadensidadedefluxo demomentolinear.Dasegundalei deNewton a para omovimentotem-seque P ^ d(mVx) e Fx=^r (2A2) (p ouseja,aforçaéigualàtaxadevariaçãodemomentolinearemrelaçãoaotempo.Atensãodecisalhamentor édefinida como t = hm —f- (2.4.3) de forma queatensãocisalhantet^ forneceaquantidadedemomentolinearnadireçãoxquecruzaumasuperfície,na direçãoy, porunidadedetempoeporunidadedeárea,istoé,atensãodecisalhamentorepresentaadensidadedefluxo de momentolinear,de maneiraque ambas têm asmesmasdimensões: [temio]Jf2Si]=M!£L =ML-H-> Lárea J lr momentolinear MLt'1 , „ . , = ML~lr2 ps LáreaxtemP° J LH m\ Assim,aexistênciadegradientedevelocidadedeescoamentocausaumtransportedifusivo demomentolinearatra- vésdo fluido, nadireçãotransversalaoescoamento.Consideremosasituaçãoderegimepermanenteesquematizadana ^ . Figura2.1,naqualofluido estáemmovimentonadireçãox,emescoamentolaminar,comumadistribuiçãodevelocida- |p> de Vx(y). Além do movimentomacroscópicona direçãox, tem-seo movimentoaleatóriodasmoléculas,deforma que 0* resultaumatransferênciade moléculasentreascamadas.Cadamoléculatransportaseumomentolinearna direção\ correspondenteàcamadadeorigem,demaneiraqueresultaumfluxo demomentolinearnadireçãox transversalmente ao escoamento (na direçãoy) em função do gradientedevelocidade—-*-. Esse processodecorrente domovimentomo- (P1 dy 1 lecularaleatórioéchamadodedifusivo, enquantoomovimentomacroscópicodofluido costumaserdenominadoconvectivo. jbn fjy 18 CapítuloDois C rV 2.5 TRANSPORTEDE CALOR POR CONDUÇÃO Calorpodeserdefinidocomoaformadeenergiaqueétransferidaemfunçãodeumadiferençadetemperatura.Atrans ferênciade calorpodeocorrerpor distintosmecanismos:jCimdiiç^âg2..cqQvecçãoeradiação.Aconduçãosecaracteriza quandootransportedecalorocorreemum ráéioestacionário,sólidooufluido, causadõpêlaexistênciadegradientede temperatura. Aconvecçãoacontecenosfluidosesecaracterizapelatransferênciadecalorpelomovimentodemassafluida. Aradi açãosecaracterizapor umatransferênciadecalorentredoiscorpospelasradiaçõestérmicasemitidasporsuassuperfí cies. Estudaremos somente a condução de calor. Consideremosum processounidimensionaldeconduçãodecalorqueocorreatravésdeumaplacaplanadegrandes dimensõeseespessuradpequena,constituídadeum materialsólidohomogêneo,conformeémostradonoesquemada Figura 2.2. Placa Placa y • p r~~ / Placa ) ) i i A -)—• (a) Inicialmente,a placapossui temperaturauniformeTQ (b) No instante de tempo t = 0, asuperfíciesuperioradquire temperaturaT,,enquantoa inferior é mantidacom temperaturaTQ, ambas constantes (c) Parat > 0, desenvolvimento de perfilde temperatura emregimetransiente (d) Para t»0, estabelecimento de um perfilde temperatura emregimepermanente Figura2.2 Desenvolvimento do perfildetemperaturaem uma placa plana degrandesdimensõese espessurad pequena,constituídade um material sólidohomogêneo, colocada entre dois reservatóriostérmicos com temperaturasTx e T0 constantes. /9b /^b ^b <^% /Cr£k r CoNCErrosdeFenômenosdeTransporteeAnalogiaentreosProcessosDifusivosUnidimensionais 19 p p Inicialmente,aplacatodaestácomtemperaturauniformeT0. No instantedetempot=0, coloca-seaplacaentredois reservatóriostérmicos(quemantêmtemperaturasconstantes,apesardeestaremrecebendoou cedendocalor),resultan doqueasuperfíciesuperiordaplacaadquireumatemperaturaT,, enquantoasuperfícieinferiorémantidaàtémperatu- <p ra T0. Verifica-sequeorestoda placaaindapermanececomtemperaturaT0 no instantede tempot = 0. p Parat> 0, duranteumdeterminadointervaledetempoobserva-seodesenvolvimentodeumadistribuiçãodetempe- * raturaT(y, t) emregimetransiente,ou seja,dependentedo tempo,que,paraessecasounidimensional,éfunçãodeyet <P somente. p Apósessedeterminadointervalode tempo,para t » 0, verifica-seum regimepermanenteestabelecido,ou seja,in- ps variantecomotempo,resultando,paraessageometriaplana,um perfil linearde temperaturaT{y). ^_ Observa-se,experimentalmente,queadensidadedefluxo decalorporconduçãoédiretamenteproporcionalaogradi- T entede temperatura,de forma que,paraessecasounidimensional,emquehá umafasedependentedo temponaqual m* T = T(y, t), tem-se p* ps JP» onde: dT1, =~^ (2.5.1) qy é adensidadedefluxo decalorpor conduçãonadireçãoy; -r- é ogradientedetemperaturanadireçãoy; e k é ocoeficientedeproporcionalidadeconhecidocomocondutividadetérmicadomaterial. Osinalnegativona Eq. (2.5.1)édevidoao fato deofluxo decalorserno sentidocontrárioaogradientedetempera tura. AEq. (2.5.1)éumaexpressãounidimensionaldaequaçãode Fourier para aconduçãodecalor que,paraum casogeral tridimensional,pode ser escrita como q = -kVT (2.5.2) O mecanismodeconduçãode calorconsisteem umatransferênciadeenergiatérmica,atravésde ummeiomaterial, daregiãodemaiortemperaturaparaaregiãodemenortemperaturadevidoàexistênciadegradientedetemperatura.A temperaturapodeserinterpretadacomoumamedidamacroscópicadaatividadetérmicamolecularem umasubstância, deforma que aconduçãodecalorconsisteemumatransferênciadeenergiatérmicaentre aspartículas,sendoque as maisenergéticascedempartede suaenergiaàsmoléculasvizinhasquepossuemenergiamenor. Assim,aexistênciade gradientede temperaturacausa umfluxo de calorporcondução,cuja tendência érestabelecer o equilíbriono campo de temperatura. 2.6 TRANSPORTEDE MASSAPORDIFUSÃOMOLECULAR A transferênejade massaocorrepelosmecanismosdeconvecçãoedifusão.O mododeconvecçãosecaracterizapor um transporte de massa causado pelo movimentodo meio, comoacontece, por exemplo, na dissolução de um torrãode açú car na água contida em um copo quando se cria um escoamento mexendocom uma colher. O mecanismo de difusão se caracterizapela transferênciade massapelomovimentomoleculardevidoàexistênciade um gradientedeconcentração de uma substância. Na situação em que se tem um torrãode açúcar num copo com água em repouso observa-sea disso lução relativamente lenta do mesmo,enquantoexistir gradiente deconcentraçãode açúcar na água. Estudaremos so mente os fundamentos do transporte de massa pordifusãomolecular. Nesta seção, vamosapresentar a lei de Fick para a difusão em uma mistura (ou solução) binaria (de dois componen tes), que descreve a transferência de massa de um componente denominadoA através de uma mistura (ou solução) de componentesA e B, devido à existência de um gradiente de concentração da espécie A. A grandezaintensivaconcentração pode ser definidadeváriasmaneiras.Consideremos uma mistura binariade com ponentesAe 6, sendoVovolumedamistura,mA amassadocomponenteA emB amassadocomponenteB,deforma que a massatotalda misturadevolume\fém = mA + mB. Umamaneiradeexpressarconcentraçãoéatravésdadefinição de massaespecífica,feita no itemMassaEspecíficaemum Ponto, no Capítulo 1,como P um TT7 (2.6.1) AV~5V A,\/ 20 CapítuloDois onde: Am é a massacontidano elementodevolumeAV; e t ÔV é omenorvolume,emtornode umponto,ondeexisteumamédiaestatísticadefinida. «a Assim,paraamisturabinariaconsiderada,tem-seque ^ concentraçãodo componenteA: pA — lim A (2.6.2) ^ AV-*5V A V ^ concentraçãodo componenteB: p% = lim B (2.6.3) /% AV—»5V A V ,r i . i. AwA 4- AtnB ,~ , „x / massaespecíficada mistura: p = lim — \l.bA) r AV-.6V AV ^ resultandoem ^ P=Pa +Pb (2-6-5) ^ As concentraçõesdoscomponentesAeB tambémpodemserdefinidascomoumafraçãodemassa,daseguintefor- ^ = £*- (2.6.6) 1>cA = P cs =SL (2.6.7) ^ P "*% Consideremosumprocessounidimensionaldetransferênciadeágua,pordifusãomolecular,atravésdeumaplaca ^ planadecerâmica,homogênea,degrandesdimensõeseespessuradpequena,conformeémostradonoesquemada Fi- ^ gura 2.3. ' Inicialmente,a placadecerâmicatemsuassuperfíciesemcontatocomarseco,demaneiraqueexisteumadistribui- ^ çãonuladeconcentraçãodeáguanacerâmica. ^ Noinstantedetempoí = 0coloca-seáguasobreaplaca,deformaqueacerâmicajuntoàsuperfíciesuperiorpassaa apresentarumaconcentraçãocAQ deágua.O restantedacerâmicaaindaapresentaconcentraçãonulade água,nesse ins- / tante detempot = 0,poisasuperfícieinferior daplacadecerâmicaémantidasecacomaincidênciade umjatode ar *% seco. Paraí > 0,duranteumdeterminadointervalodetempo,observa-seodesenvolvimentode umadistribuiçãodecon- ' centraçãodeáguacA(y, t), emregimetransiente,naplacadecerâmica. ^ Apósessedeterminadointervalodetempo,parat » 0 fica estabelecidoumregimepermanente,resultandoumperfil ^ deconcentraçãodeáguacA(y) queélinearparaessageometriadosistema. Verifica-se,experimentalmente,queadensidadedefluxo demassapordifusãomolecularédiretamenteproporcional ' aogradientedeconcentração.Assim,paraum processounidimensional,genérico,dedifusãomoleculardocomponente ^ AnumamisturabinariadecomponentesAeB, quetemumafasedependentedo temponaqualcA = cA{y, t), tem-se ^ j — r» "Pa ^}A.y--L>M— (2.6.8) y dy ou onde: r _ n d(pcA) ^ h--~DAB~dy~ <2-6'9> ^ L.,éadensidadedefluxo demassapordifusãomoleculardo componenteA atravésdamisturanadireçãoy; "^ dpA d{pcA) , ^ -r— ou —-— é o gradiente deconcentraçãodo componenteA na mistura; e ' °J dy ^ DÁB é ocoeficientededifusãomolecularoudifusividadedemassadocomponenteA namisturadecomponentesAeB. — **% /^ p p p 0^ (fpN JP* p\ ms 0\ jp^ ConceitosdeFenômenosdeTransporteeAnalogiaentreosProcessosDifusivosUnidimensionais 21 As Eqs. (2.6.8)e(2 6.9) sãoexpressõesunidimensionaisda lei de Fick para adifusão molecular do componenteA numamisturabinariadecomponentesAefi, quepodeserescritanumaformavetorialcomo ou h = ~DAB VpA (2.6.10) ]A=-DABf(pcA) (2.6.11) Osinal negativonessasequaçõesqueexpressamalei de Fick paraadifusãoédevidoao fato de ofluxo de massa ocorrernosentidocontrárioaogradientedeconcentração,ouseja,adifusãomolecularocorredaregiãodemaiorconcen traçãoparaaregiãodemenorconcentração.Omecanismodetransferênciademassapordifusãoseoriginano movimen to moleculare, comono casodegases,porexemplo,comoaprobabilidadede umamoléculasedirigir emqualquerdire çãoéamesma,resultaum fluxo líquido do componenteconsideradoda regiãode maiorconcentraçãoparaaregiãode menorconcentração.Os fluxos de massapor difusãomolecularsãomedidosem relaçãoaum referencialquese move comavelocidademássicamédiada misturaqueserádefinidano Capítulo10. Ar seco Cerâmica Perfil nulo de concentraçãode água Ar seco °/*0 Água Cerâmica Ar seco * Ar seco Ar seco (a)Inicialmente,a placade cerâmica apresenta um perfil nulo deconcentraçãodeágua (b) i\o instantede tempot = 0. coloca-seáguasobreasuperfície superiorda placade cerâmica ic) Parat > 0. desenvolvimento da distribuiçãode concentração de águaC\{y. t) em regimetransiente •d) Para t >• 0.estabelecimento de um perfil de concentração de água cK{y) em regime permanente Figura2.3 Desenvolvimentodadistribuiçãodeconcentraçãodeáguaemumaplacaplanadecerâmica,degrandesdimensõeseespess; d pequena, após ser colocadaentreágua e ar seco. 22 CapítuloDois Assim,aexistênciade um gradientedeconcentraçãodeum componentenumamistura(solução)causaum fluxo de ^ massapor difusãomoleculardessecomponenteatravésda mistura(solução). /^ 2.7 EQUAÇÕESPARAASDENSIDADESDE FLUXOSDE MOMENTO ^ LINEAR,DE CALOR E DEMASSA ^ Nasseçõesanterioresdescrevemosprocessosunidimensionaisdetransferênciadifusivademomentolinear,decalorede ^ massa,tendoapresentadoasseguintesequações: ^ a) Transferênciadifusivade momento linear r —M^ <2--<> 2 A viscosidadecinemáticafoi definidacomo ? „«ü (2.7.2) P deforma que podemosexpressara Eq. (2.7.1) como r ~,M (2.7.3) dy AtensãodecisalhamentoT)rv podeserinterpretadacomoadensidadedefluxo demomentolinearnadireçãoy, sendo aviscosidadecinemáticavacorrespondentedifusividade. ^ b) Transferênciade calor por condução *% r)Tq=-k^- (2.7.4) ^ Define-sea difusividadetérmicaa como t^b a = (2.7.5) ^ onde: ^ feéacondutividadetérmicado material; 1 pé amassaespecíficadomaterial;e ^ cp é ocalorespecíficoapressãoconstantedomaterial. Com adifusividadetérmica, a Eq. (2.7.4) pode ser escrita da seguinte forma ^,=-0!—-£— (2./.6) <?y O produtocpT representaaenergiainternaespecífica,deforma que a Eq.(2.7.6)podeser escritacomo ^ ondeeé aenergiainternaespecífica,ouseja,aenergiainternaporunidadedemassa. ; c) Transferência de massa por difusão molecular ^ i - n ^ ^jA.y -~UAB~T~ (2.7.8» ^ <7}' ^% Dadefiniçãode concentração,numamistura,pode-seexpressara concentraçãodocomponenteAcomopcx. result.in- 7 do que aEq. (2.7.8)podeserescritacomo ^ r _ n d(pcA)Ja.>--L>ab d (2.7.S»i 0* p p\ ps ps p\ p* •0^. CoNCErrosdeFenômenosdeTransporteeAnalogiaentreosProcessosDifusivosUnidimensionais 23 ondeDAB éocoeficientededifusãomolecularouadifusividadedemassado componenteAnamisturadecomponentes Nessesprocessosde transferênciapor difusão,observa-sequeaexistênciade desequilíbriona distribuiçãode uma grandezaintensiva,ou seja,aocorrênciadegradientedagrandezaintensiva,causaum fluxo dagrandezaextensivacorres pondente. As densidadesdefluxos demomentolinear,decaloredemassasãorepresentadasmatematicamenteporequaçõesdo tipo /x=-C dip/3) dy (2.7.10) sendo que: fy é adensidadede fluxo dagrandezaextensivanadireçãoy; — éogradientedagrandezaintensivacorrespondente,quecriaa"força motriz" causadorado processodifusivo; e C é umaconstantedeproporcionalidadechamadadecoeficientededifusãooudifusividade. Tem-sequepéamassaespecíficado meioeagrandezaintensiva/3 éagrandezaextensivacorrespondenteporunida dedemassa,deforma queoprodutop/3é agrandezaextensivapor unidadedevolume. Oquadroaseguirapresentaasequaçõesparaasdensidadesde fluxos referentesaosprocessosunidimensionaisde transporte difusivode momento linear, de calor e de massa. Grandeza extensivatransferida Equaçãopara a densidadede fluxo da grandezaextensiva Característicasdo processoconsiderado momentolinear ^ _ dVx d(pVx) T--^dy=-V dy escoamentolaminarincompressível calor _._jl«*T_ d(pcpT) _ d(pe) dy dy dy meio estacionáriocom calor específico e massa específicaconstantes massa U, uAB ^ ü,b ^ mistura binaria emrepouso, de componentesA e fi, com massa específica p constante A densidadedefluxo dagrandezaextensivaé proporcionalaogradientedagrandezaintensivacorrespondente.Os processosunidimensionaisde transferênciadifusiva demomentolinear, de calor e de massa sãodecorrentesdos movi mentosmolecularese secaracterizampelatendênciaaoequilíbrio dasdistribuiçõesdasgrandezasintensivas.Têm-se mecanismossemelhantes,nessesprocessosdetransportepordifusãomolecular,em que osgradientesdasgrandezas intensivascriam"forçasmotrizes"quecausamosfluxos dasgrandezasextensivascorrespondentes.Essestrêsfenômenos difusivosunidimensionaispodemserdescritosporummodelomatemáticocomum.ÉinteressantecompararasEqs.(2.7.3). (2.7.7)e (2.7.9)coma Eq. (2.7.10).Observeque adiferençaentreessasequaçõesestásomentenasgrandezasfísicas envolvidase nosrespectivoscoeficientesdedifusão. As difusividadestérmica,demassae demomentolinear(viscosidadecinemática)possuemamesmadimensãodadapor [p) = [a) = [DAB) = L2r> (2.7.11) e, no SistemaInternacional,têm a unidade metroquadradoporsegundo(m2/s). Comoessasdifusividadespossuemamesmadimensão,resultaquequalquerquocienteentreduasdelasseráum pa râmetroadimensionalque éconvenientenaanálisedesituaçõesem que osdois fenômenosdetransferênciaocorrem simultaneamente. 24 CapítuloDois Quando,nosistemaemestudo,ocorremtransferênciassimultâneasdemomentolinearedecalor,tem-seoparâmetro adimensionalchamadodenúmerodePrandtl,representadoporPr,definidopor a k (2.7.12) OnúmerodePrandtlindicaaintensidaderelativaentreosprocessosdetransportedifusivodemomentolinearedecalor. Paraosgases,onúmerodePrandtlépróximodaunidade.Paraoutrosfluidos,elevariamuito, tendo,geralmente,valores elevadosparaóleosviscososemuito baixosparametaislíquidos. Quandoocorremtransferênciassimultâneasdemomentolinearede massa,apareceoparâmetroadimensionalcha madodenúmerodeSchmidt,representadoporSc,definidopor Sc ^ -±- Le = a D, pcpD,A6 n «n (27I3)F>ab PDab O númerodeSchmidtindicaa intensidaderelativaentreosprocessosdetransportedifusivo demomentolineare de massa. Quando,nosistemaemestudo,ocorremtransferênciassimultâneasdecalore demassa,surgeoparâmetroadimen sionalchamadode númerodeLewis, representadopor Le,definidopor (2.7.14) O número deLewis indica a intensidaderelativaentre osprocessosde transportedifusivo de calor e de massa. Osprocessossimultâneosdetransferênciadifusivasãoditossimilaresquandooquocienteentre suasdifusividadesé igual a um(unidade),deforma que asgrandezasenvolvidassãotransportadascoma mesmaintensidaderelativa. 2.8 EQUAÇÕESDA DIFUSÃO Nos itensTransporteDifusivodeMomentoLinear, TransportedeCalor porConduçãoeTransportedeMassaporDifusão Molecular, realizamosum breveestudode fenômenosunidimensionaisde transferênciadifusiva de momentoline ar, de calor e de massa. Na fasedependentedo tempo desses processos ocorremfluxos das grandezas extensivas na direção y através de um elemento de volume, com uma taxa de variação da grandeza extensiva dentro do elemento. Considerando os princípios de conservação, pode-se expressaro seguinte balanço para uma grandeza extensiva ge nérica: ( fluxoda grandeza ^ extensivaqueentra no elementode volume, fluxo dagrandeza extensivaquesai do elemento devolume> ''taxa de variaçãoda> grandezaextensiva d̂entrodo elemento (2.8.1) ConsideremosoelementodevolumemostradonaFigura2.4,atravésdoqualocorremfluxos de umagrandezaexten sivagenérica, naJ:..,,V> y, sendo que: fé a densidade defluxo dagrandezaextensivagenérica;e G é agrandezaextensivagenéricapor unidadedevolume. Estãoocorrendoasdensidadesde flaxos difusivosf\y ef\y+Syno sentidonegativodo eixoy, atravésdasfacessituadas nascoordenadasyey + Ay, respectivamente,causandoumataxadevariaçãodagrandezaextensivadentro do elemento, de formaque o balançoexpressopela Eq. (2.8.1) fica sendo dG-(/U)AxAz=-(A)AxAz+^L A*AyAz dt (2.8.2) Dividindo pelovolumeAxAyAz, rearranjandoos termosefazendoo limitequando ovolumedo elemento tende azero, obtém-se lim j\y+ly f\y Ay dG dt (2.8.3) íl% /*%b ^1 /% /A &$b *% fi%b /*% p P* 0^ ps 0s pK 0S ps ps 0&S 0ê> p\ ps 0b r ConceitosdeFenômenosdeTransporteeAnalogiaentreosProcessosDifusivosUnidimensionais 25 Considerando a definição de derivada, tem-se Figura2.4 Esquemadasdensidadesde fluxos de uma grandezaextensivagenéricaatravésde um elemento de volume. d£=dG dy dt (2.8.4) Substituindo/pelasdensidadesdefluxos dadaspelasEqs.(2.7.3),(2.7.6)e(2.7.9)e Gpelarespectivagrandezaex tensiva por unidade de volume, resulta: a) Paramomentolinear: ou d dy d(pVx) r By dt d dy ' d(pVt)' _ d(pVx) dt ílta dlVx _ 1 dV, Para os casos ondev e psãoconstantes,resulta dy2 v dt (2.8.5) (2.8.6) (2.8.7)
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