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Amenorreia AMENORREIA PRIMÁRIA Ausência de menstruação em > 16 anos com caracteres sexuais secundários > 14 anos sem caracteres sexuais secundários Desenvolvimento da gônada Nos dois primeiros messes de gestação, os dois sexos se desenvolvem de maneira idêntica. As gôna- das indiferenciadas se desenvolvem em testículos ou ovários a partir da 8ª semana. GENE SRY, no cromossomo Y: determina o desen- volvimento dos testículos. Sem cromossomo Y: desenvolvimento dos ovários. Desenvolvimento da genitália interna DUCTOS DE MÜLLER: originam as tubas uterinas, útero e 2/3 superiores da vagina. • Se desenvolve na ausência de testosterona e de fator inibitório. DUCTOS DE WOLFF: originam o epidídimo, vaso deferente, vesícula seminal e ducto ejaculatório. • Testosterona estimula o desenvolvimento dos ductos de Wolff em genitália externa masculina. A partir da formação dos testículos, vai sendo produzida testosterona e fator inibitório mülleriano (hormônio antimülleriano). O FIM age nos ductos de Müller inibindo a formação da genitália interna ��. Desenvolvimento da genitália externa Masculina: pela di-hidrotestosterona. Feminina: depende dos hormônios fetais ovarianos. Se houver ação de andrógenos ➜ genitália ambígua. Menina que na vida intraútero teve hiperplasia con- gênita da suprarrenal: produção suprafisiológica de androgênios pelas adrenais. Faz virilização e nasce com ambiguidade genital. Gene SRY ➼ testículo ➼ testosterona e FIM ➼ re- gressão dos ductos de Müller ➼ diferenciação dos ductos de Wolff. Sem testosterona e FIM ➼ ductos de Müller progri- dem para formar a genitália interna feminina. Genitália masculina: presença de T e FIM. Genitália feminina: ausência de T e FIM. Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários Quem determina é o estrogênio ovariano: • Pilificação de padrão feminino. • Aumento das mamas. Estrogênios periféricos agem aqui também. • Alargamento da bacia. • Acúmulo de tecido adiposo. Adolescência: GnRH em pulsos começa a estimular a hipófise. Hipófise estimula secreção de FSH e LH, que irão agir nos folículos primordiais, que come- çam a se diferenciar e produzir os estrogênios. De- mora de 1 a 2 anos para se alcançar uma maturidade plena depois da primeira menstruação. Aí começa a ter regularidade na menstruação. Síndrome de Kallmann É um hipogonadismo hipogonadotrófico ➼ de- ficiência de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), com anosmia e hiposmia. A paciente tem genitália feminina, ovários e útero, porém não de- senvolve caracteres sexuais 2ários. Dependendo da produção de GnRH, pode haver alguns caracteres. Síndrome de Turner (XO) É uma disgenesia gonadal. A paciente é XO, en- tão os ovários desenvolvem (não tem FIM), porém esses ovários são em fita, disfuncionantes. A paci- ente tem genitália interna e externa femininas. • O problema é que são glândulas pouco funcio- nantes (ovários em fita). • Caracteres sexuais 2ários pouco desenvolvidos. Maria Eduarda Consideramos como amenorreia primaria a paciente que nunca menstruou aos 13 anos, na ausência de caracteres sexuais secundários, ou aos 15 anos, na presença dos caracteres sexuais secundários (FEBRASGO) Maria Eduarda Considera-se o desenvolvimento de caracteres secundários a partir do estadio M2 de Taner. Primeiro telarca Depois pubarca Por último menarca Maria Eduarda Também chamados de ductos paramesonéfricos. Maria Eduarda Também chamados de ductos mesonéfricos. Maria Eduarda Hormônio antimulleriano: regressão dos ductos de Muller. Testosterona: diferenciação dos ductos de Wolff em genitália interna masculina. Di-hidrotestosterona: desenvolvimento da genitália externa masculina. Maria Eduarda Se desenvolve quando não há ação da di-hidrotestosterona. A 5-alfa-redutase transforma testosterona em DHT. �A hiperplasia adrenal congênita é a principal causa de genitália ambígua na mulher. Tem falta de 21-hidroxilase, levando a um aumento de 17OH progesterona e androgênios. Simula a SOP; / Maria Eduarda Pode haver cegueira para cores. Maria Eduarda Disgenesia gonadal pura = XX Síndrome de Morris É uma insensibilidade aos androgênios. O ca- riótipo é XY, então tem testículo. Produz testoste- rona e FIM, mas há insensibilidade → ducto de Wolf não se desenvolve, mas o ducto de Muller não se de- senvolve também, porque há FIM. • Com testículo, genitália externa feminina. • Sem epidídimo, sem ducto deferente, sem ová- rios, sem tuba uterina, sem útero. • Sem caracteres sexuais secundários (um pouco de mama pelo estrogênio periférico). Síndrome de Swyer Disgenesia gonadal XY. Y leva à produção de testículo. O testículo, aqui, funciona mal, não produz nem FIM nem testosterona. • Com testículo. • Sem T: genitália externa não é masculina. • Sem FIM: genitália interna feminina. • Genitália externa feminina. • Caracteres secundários não desenvolvem. Síndrome de Rokitansky Menina XX, então desenvolve ovário. O defeito da síndrome é que os ductos de Muller, mesmo sem FIM, não se desenvolvem. • Sem genitália interna: agenesia do útero, colo, tu- bas e 1/3 superior da vagina. • Tem caracteres sexuais secundários (tem ovário). • Genitália externa feminina. Síndrome de Savage Insensibilidade dos folículos ovarianos às go- nadotrofinas. • Tem genitália interna normal. • Tem ovário. • Tem genitália externa normal. • Sem caracteres sexuais secundários. Investigação da amenorreia primária A maioria das amenorreias primárias é por fa- lência ovariana precoce, geralmente causada por disgenesia gonadais. 14 anos sem desenvolvimento puberal: FSH e LH. Elevados ➜ hipogonadismo hipergonadotrófico ➜ falência ovariana precoce. Solicitar cariótipo para buscar disgenesia gonadal. Níveis baixos ➜ hipogonadismo hipogonadotrófi- co. Problema está ou na hipófise ou no hipotálamo. Tem que fazer teste do GnRH. A principal causa é o hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático. Teste do GnRH +: causa hipotalâmica. Exercício fí- sico, anorexia/bulimia, hiperprolactinemia, hipoti- reoidismo, síndrome de Kallmann. Teste do GnRH -: causa hipofisária. Adenoma, cra- niofaringioma, sela túrcica vazia. 16 anos com desenvolvimento puberal: examinar hímen imperfurado e septo vaginal transverso (dor em BV, dismenorreia, mastalgia 1x por mês, sem menstruação). Tratamento com himenotomia. Maria Eduarda / Maria Eduarda Síndrome dos testículos feminilizantes Maria Eduarda Não tem pelos. Maria Eduarda Disgenesia gonadal Maria Eduarda Pode haver variantes com útero rudimentar Maria Eduarda Testes diagnósticos = roteiro das amenorreias secundarias Maria Eduarda A principal causa de amenorreia primária sem desenvolvimento sexual secundário com elevação das gonadotrofinas é a disgenesia gonadal. Hímen pérvio: 1. Teste da progesterona. Se positivo, anovulação. Se negativo, USG abdominal (pode não ter útero). 2. USG abdominal: sem útero ➜ síndrome de Morris (XY) e síndrome de Rokitansky (XX) ➜ cariótipo. Hímen imperfurado É um quadro de criptomenorreia (há fluxo menstrual, mas sem extravasar), com dor pélvica cí- clica e às vezes aumento do volume abdominal. AMENORREIA SECUNÁRIA Ausência de menstruação em 6 meses em mulheres com ciclos irregulares 3 meses em mulheres com ciclos regulares A principal causa de amenorreia secundária é gestação. Idade: menopausa? DUM/atividade sexual: gestação? Contracepção: emendando cartelas, uso de acetato de medroxiprogesterona (demora para voltar a ter ciclos ovulatórios regulares após a suspensão)? Dieta, atividade física: causa de amenorreia hipo- talâmica. Estresse. Hiperandrogenismo. Investigação 1º DE TUDO: investigar gestação (solicitar β-HCG), hipotireoidismo (TSH) e hiperprolactinemia. Causas de hiperprolactinemia: tumores de SNC (prolactinomas), hipotireoidismo, estresse, meto- clopramida (plasil), risperidona, ACO, clorproma-zina, haloperidol, tumor que bloqueie liberação de dopamina (dopamina inibe liberação de prolactina). Os tumores hipofisários mais comuns são os prolactinomas. Na presença de hiperprolactinemia, deve ser solicitada RNM de sela túrcica. O hipotireoidismo primário provoca maior libe- ração de TRH, que acaba estimulando o aumento de prolactina. Causas fisiológicas de hiperprolactinemia: anestesia, estresse, sono, pós-parto, lactação, gestação, esti- mulação da papila mamária, coito. Beta-HCG negativo, TSH e prolactina normais: Teste da progesterona. AMP 10 mg/dia por 5 a 10 dias. • Se a paciente menstruar, é falta de progesterona. A paciente tem a fase proliferativa, mas não se- creta progesterona (sem a queda de proges-te- rona, não menstrua). Se a paciente não menstrua porque falta progesterona, é porque ela não está ovulando (ciclos anovulatórios). Teste da progesterona negativo Teste de estrogênio com progestogênio: 1,25 mg/dia de estrogênio conjugado por 21 dias, depois AMP 10 mg/dia nos últimos 5 dias. Mimetiza o ciclo menstrual fisiológico. Teste do E + P positivo: paciente não produz nem E nem P = hipogonadismo. Causa pode ser ovariana, hipofisária ou hipotalâmica = dosar FSH e LH (nor- mal até 20). Teste do E + P negativo: o endométrio está normal, fez todo o ciclo dele. Deve haver alguma coisa ana- tômica obstruindo a saída da menstruação. Causas anatômicas: geralmente mulheres subme- tidas a curetagem uterina (faz sinéquias uterinas = síndrome de Asherman). Tratamento com histeros- copia. Quando o teste do E + P é positivo: falha ovariana, falha hipofisária ou falha hipotalâmica. Dosar FSH: • FSH ⇧: hipogonadismo hipergonadotrófico. O problema está no ovário (falência ovariana). An- tes dos 40 anos: falência ovariana precoce. • FSH ⇩: hipogonadismo hipogonadotrófico. Causa é central (hipófise ou hipotálamo). • FSH normal = rastrear tumor SNC. Maria Eduarda Medcurso = 6 meses ou 3 ciclos. Maria Eduarda Após 90 dias ou 9 ciclos completos Maria Eduarda Hipotireoidismo: aumento de TRH, que aumenta a prolactina. Hipertireoidismo também pode causar amenorreia secundária, porém menos frequentemente. O nível de T3 e T4 elevado aumenta a conversão periférica de androstenediona e testosterona em estrona e estradiol -> feedback negativo sobre FSH. Maria Eduarda Aumento de prolactina faz com que se eleve dopamina. A dopamina altera a secreção de GnRH. Maria Eduarda Gestação, hipotireoidismo, cirrose, DRC, radioterapia, estimulação, estresse Maria Eduarda TRATAMENTO DOS PROLACTINOMAS: estimular a liberação de dopamina -> cabergolina e bromocriptina (agonistas dopaminérgicos). Maria Eduarda Amitriptilina HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO Teste do GnRH: dosa FSH/LH, faz pulso de GnRH e dosa FSH/LH (considera aumento de 20%). • Se FSH/LH não aumentarem: problema hipofisá- rio. Pode ser adenoma, síndrome de Sheehan. • Se FSH/H aumentarem: falta GnRH = problema hipotalâmico. Exercício físico extenuante (sero- tonina bloqueia os pulsos de GnRH), anore- xia/bulimia, hiperprolactinemia, doença de Cus- hing, acromegalia, hipotireoidismo (TSH alto blo- queia GnRH). FALÊNCIA OVARIANA PRECOCE – conduta • Principal causa é genética. A disgenesia gonadal mais comum é a Síndrome de Turner (45, XO). Geralmente a paciente tem um pouco de produ- ção de estrogênio na adolescência e depois entra logo em amenorreia. Solicitar cariótipo. Em al- guns casos, não há estigmas da doença. • Tabagismo é outra causa de falência ovariana precoce. • Radioterapia/quimioterapia. Estigmas da Síndrome de Turner Baixa estatura. Pescoço alado. Micrognatia. Implantação baixa das orelhas. Perda auditiva neurossensorial. Tórax quadrado. Ovário em fita. Hipertelorismo mamário: mamilos muito afastados. Coarctação da aorta. Rim em ferradura. Baixa implantação do cabelo. Encurtamento do 4º e 5º metacarpos. Bem caracte- rístico. Tratamento da amenorreia na síndrome de Turner: tem que fazer reposição hormonal (estrogênio é fundamental para saúde óssea, integridade do epi- télio vaginal, evitar fogachos). PROLACTINOMAS Microprolactinomas: < 10 mm. Acometem mais fre- quentemente o sexo feminino. A regressão tumoral ocorre com agonistas dopaminérgicos. Macroprolactinomas: são tumores > 10 mm. Inicial- mente o tratamento é clínico. Na ausência de res- posta, cirurgia transesfenoidal. 2/3 regride com o tratamento clínico. Disgensesia: Turner é a mais comum. Pode haver disgenesia com Y, que é a síndrome de Swyer Tumor mais comum em paciente com disgenesia gonadal que não retirou gônadas: disgerminoma. Amenorreia
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