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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Jonathan Alves da Silva Oliveira RA:1821512 Estágio Supervisionado para a Licenciatura em Pedagogia Itapecerica da Serra – SP 2022 0 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Estágio Supervisionado para a Licenciatura em Pedagogia Relatório apresentado na disciplina de Estágio Supervisionado para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Estágio realizado na Fundação Julita, no município de São Paulo, SP. Tutora: Silvia Cristina Melado Itapecerica da Serra 2022 OLIVEIRA, Jonathan Alves da Silva. Estágio Supervisionado para a Licenciatura em Pedagogia. 00f. Relatório Técnico-Científico (Licenciatura em Pedagogia – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutora:. Polo Itapecerica da Serra, 2022. RESUMO O presente relatório tem como objetivo apresentar, de forma sintética, as atividades exercidas durante o estágio supervisionado para a Licenciatura em Pedagogia realizado no segundo semestre de 2021. Esse estágio foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental 1 M’BOI Mirim II, São Paulo/SP, e foram abordados tópicos da estrutura, planejamento, gestão e organização escolar no Ensino Fundamental. Palavras-Chave: gestão, estágio, atividades, planejamento, sala de aula. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.........................................................................................4 APRESENTAÇÃO DA ESCOLA ............................................................5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..........................................................7 CONCLUSÃO........................................................................................9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................12 ANEXOS……………………………………………………….13 2 INTRODUÇÃO Arrisco-me a dizer que a pedagogia foi fundamental para a minha formação como ser humano, cidadão e como homem negro em nossa sociedade, sendo um instrumento muito importante para meu desenvolvimento pessoal na vida adulta. Desde os primeiros anos no ambiente escolar, eu sentia afinidade por diferentes disciplinas entre humanas e exatas, porém, por questões didáticas eu acabei me afastando de algumas disciplinas. Sempre tive muito interesse em aprender e os exercícios me motivam cada vez mais, me divirto testando e experimentando conceitos na resolução de problemas. Em um determinado momento no ensino fundamental eu já estava sendo enviado à sala da diretora pela terceira vez, ela estava ocupada e a vice-diretora foi quem atendeu meu caso, eu havia sido enviado por estar cantando, inclusive, todas as vezes que fui parar naquela sala o motivo era esse. A vice-diretora me perguntou sobre o lugar de aluno, eu afirmei que não percebia, que quando via, o professor já estava reclamando. Por fim, ela me inscreveu em um festival de música, alguns amigos participaram também, todos nós alcançamos os primeiros lugares. Fazer estágio de gestão na EMEF M’BOI MIRIM II me levou de volta para minha experiência, sob o quão fundamental é ter pessoas que entendem a importância da educação, com uma visão humanizada, para além do que irá acontecer no âmbito do planejamento, levando em consideração a bagagem histórica e socioeconômica dos educandos, é importante e pode ser o equipamento e a metodologia de mudança a história de uma vida, porém de sua família inteira. Tive grandes oportunidades graças aos meus conhecimentos, boa parte autodidata, hoje seria impensável não valorizar a educação como ponto chave de mudança social. Minhas experiências como aluno monitor, bibliotecário e diretor da fanfarra da escola foram fundamentais para entender que existe toda uma estrutura. Foi necessário me aproximar da parte de gestão para entender as burocracias e desafios cotidianos de se gerir uma escola. Creio que minha experiência como estagiário trará uma boa atualização, além de aprofundamento. 3 APRESENTAÇÃO DA ESCOLA Caracterização da Escola concluído A EMEF M’ Boi Mirim II foi criada pelo Decreto nº 50267, do dia 27/11/2008, cuja publicação ocorreu no DOC de 28/11/2008, e teve o seu início de funcionamento efetivo a partir de 18/02/2010. No ano em que foi criada, a escola estava situada em uma rua ainda inexistente, a equipe escolar era composta pela equipe gestora, a diretora, um assistente de direção e uma coordenadora pedagógica. Todos os professores foram contratados e chegaram ao início do ano letivo. Os usuários da unidade tinham muita dificuldade de acesso à escola, pois suas imediações eram ainda de barro, alguns deles utilizavam um tênis para chegar e outro na mochila para usar, por conta do barro e lama em dias chuvosos e os que se seguiam. A M’ Boi Mirim II está localizada no Jardim São Luiz, Zona Sul de São Paulo, uma região periférica na qual as famílias contam com a escola para acolher os seus filhos, sobretudo no período em que trabalham, o que faz com que os projetos que ampliam a jornada dos educandos na unidade escolar sejam muito bem vistos e aceitos pelos pais. O Jardim São Luiz é um bairro adjacente ao Capão Redondo e ao Jardim Ângela. Três bairros conhecidos como o “Triângulo da Morte”, pela violência recorde e diversas manchetes sobre assassinatos que protagonizaram nos grandes e pequenos jornais da época. Na década de 1990, a região do Jardim Ângela e Jardim São Luiz foram apontados por estudos da ONU como a região de maior exclusão social e mais violenta de São Paulo e do mundo. A partir desses estudos, iniciou-se um investimento importante do governo em políticas públicas e forte participação da sociedade civil buscando modificar as características da região. Para que este processo ocorresse, o poder público investiu na construção de grande número de equipamentos, principalmente em serviços essenciais como, escolas, 6 postos de saúde, equipamentos culturais/esportivos e segurança. Várias organizações não governamentais também se instalaram na região, como as associações de bairro que foram criadas por moradores, visando modificar uma realidade bastante difícil: a falta de perspectiva dos jovens e das famílias que nela viviam. O que se percebe atualmente é que com os vários trabalhos sociais realizados no bairro, há diferenças na comunidade; o número de assassinatos baixou e 4 a representatividade cultural da região ganhou força, mostrando que na periferia há muitos talentos a serem cultivados e uma cultura a ser continuamente desenvolvida e visibilizada para a sociedade. Nesse panorama, a EMEF M’ Boi Mirim II se insere, objetivando prestar um trabalho de excelência na contribuição para a transformação da população local. A Escola é um prédio de dois andares com infraestrutura escolar, dispõe sobre a quantidade de instalações e equipamentos, como discriminados a seguir: Secretaria; 112 Sala da direção; Sala da Coordenação; Sala de professores; SRM (Sala de Recurso Multifuncional); Banheiro de professores; 4 Banheiro de alunos (masculino e feminino); 6 banheiros adaptados para deficientes; 7 salas de aula de fundamental I 8 salas de aula de fundamental II; Elevador; Pátio/refeitório; Quadra poliesportiva coberta; Quadra poliesportiva descoberta; Campo de futebol descoberto; Parque; Estacionamento de professores e equipe gestora; Brinquedoteca; Sala de Recursos Audiovisuais; Sala de Reuniões; Laboratório de Ciências; Laboratório de Informática; Sala de Arte; Biblioteca; Sala de Apoio às Aprendizagens. Equipamentos: 18 notebooks na sala de informática, 2 (dois) computadores na sala de JEIF, 2 (dois) na SRM, 1 computador na sala da Coordenação Pedagógica, e 1 notebook. Na gestão, está 1 computador na secretária, 1 (um) na sala da direção, 2 (dois) na sala das assistentes de direção. Possui ainda 4 notebooks, destinados ao uso da equipe gestora. Há 113 ainda 4 (quatro) impressoras e 4 (quatro) máquinas copiadoras. A EMEF possui ainda 2 (duas) televisores tela plana, 4 (quatro) caixas de som, 4 (quatro) aparelhosde DVDs, 6 (seis) rádios, 2 (duas) mesas de som, 1 (uma) câmera digital, 17 ventiladores de parede, 4 (quatro) projetores fixados (sala de vídeo, sala multiuso, sala de informática e sala de leitura, (2) projetores móveis, que os professores podem levar para as salas de aula,1 (um) home theather, 1 (um) torso humano, 1 (um) esqueleto, 2 (dois) microscópios biológicos monoculares, alocados no laboratório de ciências, que também possui 4 (quatro) bancadas móveis. Tudo que foi adquirido visa a manutenção e melhoria das condições de trabalho, além de favorecer o trabalho pedagógico junto aos estudantes e o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. 5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Foi extremamente importante poder fazer meu estágio de gestão na EMEF M’BOI MIRIM II, pois pude acompanhar os grandes desafios enfrentados por uma equipe extremamente capacitada e compromissada com a educação, em suas várias facetas e quaisquer significados sociais que essa palavra tenha. Através da observação e acompanhamento do trabalho da equipe gestora e com a supervisão da gestora ELENITA SANTANA DE ALMEIDA, procurei observar todos os aspectos. Rodrigues e Esteves (1993, p.41) afirmam que: A formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira, de forma coerente e integrada, respondendo às necessidades de formação sentidas pelo próprio e às do sistema educativo, resultantes das mudanças sociais e/ou do próprio sistema de ensino. A equipe gestora segue as normas e portarias do sistema educacional, visando qualidade, excelência e a manutenção formativa de seus professores e funcionários, buscando oferecer uma experiência qualitativa, se tratando de ensino e aprendizagem prazerosa. Estávamos no segundo ano da pandemia do novo Coronavírus, mas por conta da flexibilização das medidas de distanciamento social, o estágio foi realizado presencialmente. A escola funcionava com algumas aulas e atividades presenciais e outras remotamente e com atendimento aos pais, respeitando as normas da vigilância sanitária e o distanciamento social. Durante meus estágio, consegui juntar informações básicas sobre o funcionamento da equipe gestora. Foi um bom momento para observar como estava a nova dinâmica escolar, como se deu a comunicação da escola com os pais e como a equipe gestora lidou com as mudanças por meio de entrevistas e reuniões. Fui apresentado às instalações, infraestrutura e funcionários e professores pela assistente de direção Kauany e também pela diretora Elenita. Através da leitura do Projeto Político de Ensino (PPP) da escola, determinei em sua filosofia educacional que a compreensão da escola desempenha um papel importante na evolução do processo de aprendizagem de cada cidadão que consegue passar por uma instituição de ensino onde a 6 função é orientar e preparar a socialmente. Também fiquei surpreso ao presenciar determinadas decisões e afirmações nas reuniões com a DRE do Campo Limpo. Tive um certo reconhecimento, talvez com meus tempos de aluno, onde eu ouvia que a prioridade da escola era o aluno, mas parecia que tudo que ali era decidido, era feito de dentro de um escritório, sem qualquer reconhecimento do cotidiano escolar periférico. Em contrapartida, eu fui brindado com diversas ações afirmativas propostas pela equipe gestora que estavam sempre à frente das recomendações plausíveis e também das nada freirianas vindas das Diretorias Regionais de Educação. Me pareceu que sempre havia um lenitivo ou uma remediação que protegia e priorizava os alunos a cada proposta que ia contra as próprias políticas pedagógicas das quais eu tanto estudei em livros. Também foi perceptível que muito do tempo dessas reuniões eram para repetir informações e diretrizes que já estavam sendo executadas nas escolas, o que me fez refletir que alguns agentes talvez possam ter alguma resistência. Mas era impressionante como a equipe gestora estava sempre à frente nas várias vezes em que ouvia as recomendações, mudanças ou afirmações na reunião com a DRE, eu mesmo conseguia confirmar internamente que a EMEF M’BOI MIRIM II já faz tal ação. Algumas situações foram bem importantes em minhas observações, como caso de conflitos entre alunos e pais, por conta do isolamento, algumas convivências se fragilizaram. Pude ver a equipe gestora explorando a curiosidade, habilidades e disponibilidade de educandos, incentivando-os a participar de projetos, lives gastronômicas, atividades extracurriculares, fazendo com que o educando ocupe a escola não só como um instrumento de aprendizagem, mas como mediador de conflitos e acolhimento social. Muitas dessas habilidades podem ser colocadas em prática para adaptar o desempenho da gestão democrática à realidade de pandemias e ensino híbrido, que obriga todos a passarem a explorar outras formas de educação a distância. Freire e Diógenes (2020) discutem esse fenômeno: O fechamento das escolas se tratou de uma medida preventiva. No entanto, isso não significou que as escolas pararam suas atividades, diante de um mundo que estava habituado com a cibercultura, as instituições de ensino tiveram que reconhecer as tecnologias como um aliado de ensino[...] (Freire; Diógenes, 2020) 7 Acompanhei a busca ativa em todos os processos, desde funil de presença, até o contato ou tentativas de contatos, fossem eles nas distribuição de cestas básicas, retiradas e tablet, contato por whatsapp, telefone, carta e algumas vezes presencial, pois a diretora acredita que o corpo gestor tem de ser ativo na comunidade e comparecer à casa de educandos, convocar os pais não apenas para informar ou abordar um conflito, mas também para entender o cotidiano. GADOTTI (2000, p. 71) afirma que “construir o projeto pedagógico de uma escola é mantê-la em constante estado de reflexão e elaboração numa esclarecida recorrência às questões relevantes de interesse comum e, historicamente, requeridos”. Além da concepção de democracia em uma gestão, a qualidade de educação deve ser uma diretriz prioritária. Não há maneira de se construir um vínculo e de se organizar o currículo escolar baseado na realidade e com objetivo crucial de um compromisso com a proposta pedagógica se não for através de uma gestão democrática, humana e com foco na qualidade de aprendizagem. CONCLUSÃO A prática do estágio me surpreendeu de forma extremamente positiva. Fiquei encantado com a forma como a gestão pode atuar e todos os benefícios quando essas ações são bem pensadas e aplicadas de forma estratégica, pude vislumbrar em como aplicar as disciplinas cursadas. Pude verificar também os obstáculos e dificuldades que a equipe gestora se depara durante o período letivo, ainda mais no contexto de pandemia: dificuldades de comunicação com famílias, “agenda apertada” de horas-aula presencial e remota, equipe docente adoecendo, educandos passando por diversas situações agravadas pela pandemia e a flexibilidade da gestão diante de inúmeras situações que se apresentam na classe, na escola e na comunidade, com foco no objetivo de que o aprendizado deve ser democrático e é um direito de todos. Foi extremamente importante poder fazer meu estágio de gestão na EMEF M’BOI MIRIM II, pois pude acompanhar os grandes desafios enfrentados por uma equipe que sabia exatamente o que fazer e quando não, consultavam os outros agentes escolares, pois praticam 8 um sistema democrático e entendem que todos os agentes são imprescindíveis para o funcionamento de uma escola que atenda as demandas cotidianas, ainda mais num momento como o da pandemia do novo coronavírus. Ficou evidente que uma equipe heterogênea é importante, porém desde que todas as pessoas compreendam o viés educacional. Acompanhei reuniões da DRE, reuniões internas e alguns encontros com pais, percebi que a gestão vai além do seu escopo, existe uma humanização e vontade de fazer, que vai além dos portões da escola, pude acompanhar de encaixe de educando com problemas de convivência decorrente do tempode restrição social em atividades em outros horários à movimentação para arrecadar roupas e dinheiro para uma comunidade onde um barraco acabou incendiado. Decerto o estágio foi muito importante para a minha formação como educador. Aprendi muito durante essa experiência junta à gestão da escola, pude ver profissionais que fazem um trabalho pela educação e para a comunidade de forma muito enérgica, com princípios e vieses voltados para o que deveria ser a educação em todo o país. Participei de algumas reuniões e abordagens com a equipe de gestão, percebi o quanto o currículo escolar é baseado em alguns documentos para a sua construção. São eles a LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação) e a indispensável BNCC (Base Nacional Comum Curricular) são documentos obrigatórios para a construção do currículo. É unânime a utilização desses documentos para a organização curricular. Pude presenciar a gestão colocando em prática e seguindo esses documentos como diretriz para uma gestão escolar democrática, humana e comprometida com a educação e a aprendizagem. Foi fácil de entender e reconhecer quando me deparei com as ações afirmativas executadas na EMEF M´BOI MIRIM II, uma inspiração e sem dúvida uma experiência que afirma várias concepções que tenho em relação a como deve ou pelo menos deveria ser uma gestão escolar humana, democrática e que tem compromisso com a educação, para além do que acontece dentro do espaço físico. (LÜCK, 2009) 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/1996. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2018. RODRIGUES, A. e ESTEVES, M. A análise de necessidades na formação de professores. Porto: Porto Editora, 1993 ARAÚJO, E. J.; LARA, G.S; SOUZA, M. N. O. Gestão escolar: enfrentando os desafios cotidianos em escolas públicas. A importância da participação da família nas ações da escola. Editora CRV. Curitiba, 2009. p. 43. GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009. LUCK, Heloisa. A gestão participativa na escola. Valores, objetivos, princípios e dimensões da participação. 11 ed– Petrópolis, R.J: 2013, p. 51. BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br (Links para um site externo)Links para um site externo>. Acesso em: 15 novembro. 2021 10 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ ANEXOS 11 12
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