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Tecnologia dos produtos de origem animal II 11 de março de 2022 • As mudanças que ocorrem são bioquímicas, sendo o glicogênio um dos principais responsáveis por esse processo • O bem estar e a qualidade da carne são influenciados pelo animal, sua sanidade, sua nutrição, o manejo que recebe, o ambiente que se encontra, e a insensibilização e fatores post mortem • É necessário abater o animal para obter o alimento para carnívoros e onívoros Pontos importantes • Músculos dos animais não se transformam em carne imediatamente após o abate • Musculo passa por muitas mudanças físicas e bioquímicas • As mudanças que ocorrem são responsáveis pelas características finais do produto O que é musculo? É classificado entre musculo esquelético, cardíaco e liso Músculo esquelético: presente nos músculos dos membros, se caracteriza por realizar contração forte, rápida, descontínua e voluntaria Músculo cardíaco: presente no coração, realiza contração forte, rápida, contínua e involuntária Músculo estriado: presente nos intestinos, caracteriza-se por contrações fracas, lentas e involuntárias O que é carne? Entende-se por carne de açougue as massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária. Composição O sarcômero é a menor fibra muscular Rigor mortis: última contração muscular realizada → Tipos de fibras musculares: • Fibra vermelha: metabolismo glicolítico baixo, metabolismo oxidativo alto, concentração de mioglobina alta e concentração de glicogênio é baixa + glicogênio + água - mitocôndria - ATP (rigor mortis se instala mais rápido) - mioglobina Metaboliza carboidratos • Fibra branca: metabolismo glicótico alto, metabolismo oxidativo baixo, concentração de mioglobina baixa, concentração de glicogênio alta - glicogênio - água + mitocôndrias + ATP + mioglobina Metaboliza carboidratos, proteínas e gorduras Conversão do músculo em carne Introdução Músculo esquelético Tecnologia dos produtos de origem animal II 11 de março de 2022 • Fibra mista Organização histológica Membrana citoplasmática = sarcolema Citoplasma = sarcoplasma (exceto nas miofribrinas) Retículo endoplasmático = sarcoplasmático Actina = filamento fino Miosina = filamento grosso • Quem regula a ligação da actina e miosina são as troponinas C, I e T e tropomiosinas Miosina: enzma mecanoquímica ou proteína motora = transforma ATP em movimento • Ao perder sangue, o corpo detecta essa falta e inicia a busca por homeostase, liberando ATP para compensar essa perda • Respostas hormonais (drenalina, noradrenalina, cortisol) e fisiológicas, como desidratação, variação da composição sanguínea, consuma da reserva energética (glicogênio), catabolismo de gordura e proteína • Aumentando a concentração de insulina, o cortisol vai ser liberado, aumentando a concentração de lactato em função da glicogenólise e a glicogênese no fígado aumentando o consumo de glicogênio – Ciclo de Cori • Na situação de estresse ou morte ocorre liberação de ácido lático no músculo • Abate: após a sangria, as células musculares realizam fermentação lática quando estão em atividade intensa e com déficit de oxigênio • Aumento de ácido lático + hidrólise do ATP → queda do pH muscular (desejado) → queda O2, queda ATP, queda temperatura corporal → disfunção celular + aumento da concentração de cálcio → contração com mais ATP • Última contração com ATP → formação de actomiosina → rigor mortis → endurecimento do músculo Contração muscular, intensa e irreversível, que ocorre com a exaustão das reservas de energia do musculo 1. Pré rigor: produção de ácido lático e quedra de pH 2. Rigor mortis: produção irreversível de actomiosina 3. Resolução do rigor: degradação da actomiosina Fatores que influenciam a queda: • Acúmulo de ácido lático • Quebra do ATP em ADP → Esse processo acontece até a depleção do glicogênio muscular ou pH muscular se torna tão baixo que as enzimas glicolíticas se tornam inativas → A taxa de declínio e a extensão da queda são variáveis, sendo vários os fatores que interferem com esse processo → No Brasil, os frigoríficos só exportam carne com pH < 5,8, avaliado diretamente no M. longíssimos thoracis (contrafilé), 24 horas post mortem PSE: palid, soft and exsudative → pálida, macia e exsudativa Iniciando a conversão Queda de pH Tecnologia dos produtos de origem animal II 11 de março de 2022 DFD: dark, firm and dry → escura, firma e seca O pH influencia: • Validade comercial ou tempo de prateleira • Cor • Capacidade de retenção da água • Maciez • Qualidade • Textura Rigor mortis + redução da elsaticidade → Resolução do rigor mortis → maturação enzimática • Processo enzimático (proteases): o Calpaínas: maior atuação + Linha Z + citoplasma o Catepsinas: menor atuação – actina e miosina – lisossomos • Calpastatinas: inibidoras e calpaínas – a quatidade de calpastatinas depende de genética, sendo que as raças zebuínas tem maior teor de calpastatina Maturação: permitir que as catepsinas e calpaína atuem por mais tempo, formando carne mais macia • A proporção entre calpastatina e calpaína ↓ Calpastatina ↑ atividade da calapína ↑ degradação da linha Z ↑ Maciez Funcionamento dessas enzimas: Caatepsinas → pH < 6 → degradam actina, miosina e colágeno Calpaínas → concentração de cálcio → geram monômeros de actina e miosina • O cálcio ativa a calpaína e o pH baixo ativa a calpastatina, resultando na degradação dos componentes estruturais da célula, gerando o amaciamento da carne • São inibidas pelas calpastatinas Resfriamento: • 2-7ºC por 24-48h • Redução da desnaturação proteica • Redução da proliferação de microrganismos • A gordura traz proteção à carcaça durante o resfriamento • Encurtamento do sarcômero pelo frio (cold shortening) ou pelo calor (heat shortening) pode resultar da manutenção errônea da temperatura no frigorífico, sendo a temperatura ideal 15-20ºC Carne PSE: • Estresse agudo imediatamente antes do abate • Levam a um acumulo de lactato que, juntamente com a temperatura alta do musculo, provocam um estado em que a carne libera água, torna-se flácida com uma coloração amena Carne DSD: • Estresse crônico ou prolongado, como longas viagens em situações de pouco conforto • Esgotam reservas de glicogênio, impedindo que o pH decline. Dessa forma, o musculo passa a reter mais água (seco), ficando estruturado (firme) e de coloração escura tanto pela menor refração de luz quanto pela maior ação enzimática, com o gasto periférico do oxigênio Resolução do rigor mortis Tecnologia dos produtos de origem animal II 11 de março de 2022 • Bovinos, ovinos, suínos e aves Como o pH influencia a cor? • Carnes são vistas como claras pois a carne apresenta maior índice de reflexão da luz, e vice-versa no caso de escuras • O pH alto influencia a água a ligar-se a proteína, deixando ela mais escura Abate emergencial: insensibilização e sangria são realizadas no curral, para evitar o estresse da locomoção. Isso gera uma carne de baixíssima qualidade e vai para processamento de farinha de carne e ossos (alimentação animal) • A vocalização do animal durante o abate pode ser um fator estressante para animais que estão aos arredores • Existe um tipo de abate religioso que não utilizam insensibilização antes da sangria, causando dor ao animal Bem estar animal
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