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Amanda Schell – TXXI TECNICA OPERATORIA Operações Fundamentais Intervenção cirúrgica é um conjunto de procedimentos com finalidade diagnóstica, terapêutica e estética. As operações fundamentais constituem atos cirúrgicos simples, porém permitem realização de operações complexas. As operações fundamentais são: diérese, hemostasia e síntese. É toda manobra que busca promover descontinuidade de tecidos, essa operação está presente em todo e qualquer ato operatório, podendo ser nas seguintes formas: • Incisão Realizada com um instrumento de corte; quando feita por uma lâmina fria é denominada cruenta, já quando por bisturi elétrico é incruenta. Como regra geral, as incisões devem ser realizadas da esquerda para direita e do lado distal para próxima em relação ao cirurgião. Além disso, deve ser feita de forma retilínea (fig 1A), não devendo serem feitas as formas denteadas (fig. 1B) e biselada (fig 1C). Alguns tecidos, eventualmente, faz o corte biselado, mas geralmente não é na pele. • Secção Ato de cortar com tesoura, serra, lâmina afiada, bisturi elétrico, laser, ultra-som ou microondas. • Divulsão Separação dos tecidos com pinça, tesoura, tentacânula, afastadores. • Punção Realizada por meio de instrumentos perfurantes com a finalidade de drenagem de coleção líquida, coleta de fragmentos de tecido e de líquidos orgânicos para exame diagnostico e injeção de contraste e de medicamentos. • Dilatação Busca aumentar o diâmetro de canais e orifícios, obtida pela rotura de fibras musculares ou tecido fibroso. • Serração Realizado por meio de serra, especialmente em cirurgia óssea. Para uma boa visibilidade do campo operatório é fundamental que haja uma extensão suficiente, pois isso permitirá a realização das manobras necessárias. Além disso, é essencial que haja bordas nítidas, (fig. 2), pois isso permite suturar e cicatrizar mais facilmente. Quando há ferimentos pontudos com necrose, sujeira, sempre devem ser desbridados e buscar bordas nítidas. O corte deve respeitar a anatomia regional. Primeira passa pela pele (quando possível acompanhar as linhas de força da pele, pois além de favorecer o fechamento também permite uma melhor cicatrização) seguindo para tecido celular subcutâneo, fáscia, aponeurose (seccionar na mesma direção das suas fibras) e músculo (fig 3). Sempre que possível respeitar os grandes vasos e nervos Manobra cirúrgica que tem como objetivo impedir ou coibir a hemorragia. Isso não só proporciona melhores condições técnicas, rendimento do trabalho, como também favorece a evolução normal da ferida, evita infecções e deiscência. A hemostasia pode ser temporária ou definitiva, como também preventiva ou corretiva. • Temporária Pode ser realizada no campo operatória ou a distância, também pode ser incruenta (geralmente a distância do campo) ou cruenta. (geralmente no campo operatório). Os tipos são os seguintes: Introdução Diérese Hemostasia Amanda Schell – TXXI TECNICA OPERATORIA 1. Pinçamento – mais comum; método cruento no qual usa- se uma pinça hemostática e prende a ponta do vaso; pode tornar-se, posteriormente, em definitiva por meio de ligadura, cauterização ou angiotripsia. Em quase todos casos, os instrumentos têm como característica não produzir danos na parede vascular, além de não favorecer a trombose. (Fig. 4) 2. Compressão – pode ser realizada pela pressão digital (fig. 5) ou compressa. 3. Tamponamento - usada em locais que não é possível de suturar; podendo ser feito por gases, compressas e sondass (fig. 6). 4. Garrote ou torniquete – método não-cruento; podendo ser feito com uma faixa ou tubo de borracha elástica passada em torno da raiz do membro impedindo o livre fluxo sanguíneo. 5. Ação farmacológica – uso de hipotensores por vias sistêmicas e agentes locais vasoconstrictores como a adrenalina; Em medidas drásticas pode ser usada parada circulatória, hipotermia e oclusão endovascular. • Definitiva Os métodos usados para tal são: 1. Ligadura – mais efetiva e usada; pode ser um procedimento corretivo onde há o pinçamento do vaso e ligadura ou também pode ser preventivo onde o vaso é dissecado e depois ligado. 2. Cauterização – parada do sangramento pela formação de um coágulo por meio da aplicação de agentes físicos (calor e eletricidade) ou substâncias químicas. 3. Obturação – aplicação de substâncias exógenas para ocluir a luz do vaso sangrante. Exemplo: uso de cera para obstruir os vasos de ossos. 4. Grampeamento – através do uso de grampos metálicos ou materiais absorvíveis; muito usado em cirurgia por vídeo e em locais de pequena proporção. É uma operação que aproxima as bordas de tecidos seccionados ou ressecados, com a finalidade de manter a continuidade dos tecidos e facilitar o processo de cicatrização, permitindo que forneça uma força tensil. Para realização da sutura é necessário escolher materiais resistentes às trações e tensões que se irão exercer sobre a feridas. Os critérios à serem considerados para escolher são: biocompatibilidade, força tênsil, elasticidade, local a ser suturado e grau de contaminação da ferida. Apesar de nos últimos anos terem surgidos instrumentos mecânicos para suturar a sutura manual é ainda usada de forma rotineira, não apenas pelo custo, mas também pelos resultados obtidos quando bem feita.. Para realização de uma síntese manual são necessários os seguintes instrumentos: • Agulhas Usadas para reconstrução sendo o componente mais traumático da síntese, servindo como “guia” aos fios de sutura. Apresentam classificação conforme o ângulo interno, agrupadas em (fig. 9) 1. Curvas – ângulo igual a 180° 2. Semirretas - ângulo menor que 180° 3. Retas – ângulo igual a 0°; usadas geralmente em vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. • Fios Podem ser usados de forma isolada ou montado em agulhas. Para a escolha de um “fio ideal” é preciso não só considerar força tênsil e ser de material inerte, como também a maleabilidade e a facilidade de esterilização. Síntese Agulhas que já tem o fio montado são denominadas agulhas atraumáticas e proporcionam orifícios de entrada e de saída uniformes Amanda Schell – TXXI TECNICA OPERATORIA Os fios podem ser classificados de acordo com sua origem em: 1. Absorvíveis – os orgânicos geralmente causam maior reação inflamatória. 1.1. Categute – biológico; pode ser simples ou cromado; fácil manipulação; desencadeia reação inflamatória; usado em suturas gastrintestinais, cirurgias ginecológicas e urológicas. 1.2. Ácido Poliglicólico – sintético; multifilamentar; resistência tênsil maior que o categute; reabsorção entre 60 e 90 dias; pouca reação inflamatória; usado na sutura de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo. 1.3. Ácido Poligaláctico – sintético; absorvido em torno de 60 dias; usados em cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação do tecido celular subcutâneo. 1.4. Polidioxanona – sintético; monofilamentar; absorção lenta; resistência tênsil prolongada; usados em tendões, cápsulas articulares e fechamento da parede abdominal. 2. Não absorvíveis 2.1. Seda – fácil no manuseio, porém sua força tênsil se perde ao longo dos anos. 2.2. Algodão – multifilamentar; reação tecidual com formação de granuloma; maleável 2.3. Poliéster – sintético; multifilamentar; resistentes e duráveis; pouca reação tecidual; evitados quando há infecção no local da sutura. 2.4. Nylon – elástico; resistente à água; pode ser mono ou multifilamentar; pouca reação tecidual; os monos usados em suturas de pele. 2.5. Polipropileno – sintético; monofilamentar; pouca reação tecidual; resistência se mantempor anos; facilmente removíveis; indicados para sutura vascular e intradérmica. Há também a classificação em monofilamentares e multifilamentares. O primeiro apresenta maior memória, porém ocasiona menor lesão tecidual, além de dificultar aderência bacteriana. Já o outro é de fácil manuseio, mas permite maior aderência bacteriana. • Porta agulhas Os mais usados são o tipo pinça (Mayo e Hegar) e os que se fixam e cremalheiras colocadas no extremo dos ramos longos (Mathieus). (Fig 10) • Nós cirúrgicos Os nós tem por finalidade evitar que o fio entrelaçado se solte. Para que o nó não se afrouxe são considerados inúmeros componentes, mas um dos principais é a natureza do fio, já que sintéticos monofilamentares tendem a se afrouxar. Em geral, o nó é composto por uma primeira laçada que aperta e outra que fixa, podendo haver uma terceira em casos de tendência ao afrouxamento. Cada laçada, em geral, deve ter sentido oposto do anterior. • Ponto cirúrgico Segmento do fio compreendido entre as duas passagens pelo tecido. • Sutura É o conjunto de nó e ponto (fig. 11). Pode ser classifica em: 1. Em pontos separados – apesar de ser mais trabalhosa e demorada é uma sutura que permite menor quantidade de corpo estranho no interior do ferimento, além dos pontos serem menos isquemiantes. 1.1. Ponto simples 1.2. Ponto em “U” vertical (Donatti) - é hemostático e firme, apresenta um aspecto feio; usado em feridas complexas, períneo e escalpo. (fig. 12) 1.3. Ponto em “U” horizontal 2. Contínua – considera o nó incial e nó terminal 2.1. Chuleio Simples – bastante usado 2.2. Chuleio Ancorado 2.3. Intra-dérmico – não precisa tirar, uso de fio absorvível, melhor resultado estético (fig. 13) Em uma ferida aberta, infeccionada, a melhor opção é por um fio monofilamentar. Amanda Schell – TXXI TECNICA OPERATORIA Além do uso de fios é possível, atualmente, realizar sutura mecânica por meio grampeadores. (fig 14). Esses se adaptam ao tecido, além de promover uma síntese adequada, rápida, segura e com pouca reação tecidual. Há também a realização da síntese por meio das fitas adesivas. (fig. 15). Essas apresentam microporos que permitem a passagem das secreções, dessa forma, reduzindo a possibilidade de proliferação de germens e mantem o ferimento seco, facilitando a cicatrização. A partir do momento que cicatriz adquirir resistência é aconselhável a retirada dos pontos. Incisões menores que 4cm podem ser retirados entre o 4° e 5, já mais extensas devem aguardar o 7° ou 8° dia. No entanto, antes da retirada é preciso avaliar alguns aspectos dentre eles são: 1. Aspecto da cicatriz 2. Local da ferida 3. Direção da cicatriz 4. Ausencia de condições que interfiram na cicatrização 5. Tipo de tecido 6. Tensão ao qual tecido será submetido Nessa hora a experiencia do cirurgião conta muito para a decisão da época oportuna para retirada dos pontos.
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