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1 Lahyse Oliveira 2021.1 Lúpus Eritematoso Sistêmico Introdução É uma doença inflamatória crônica de etiologia auto-imune que acomete diversos órgãos e sistemas que apresenta períodos de exacerbação e remissão. Acomete principalmente mulheres jovens. Etiopatogenia • Etiologia desconhecida • Fatores genéticos: o mais importa é o HLA DR1 • Pacientes com predisposição, podem ter gatilhos ambientais, dentre esses temos: o Lupus induzido por drogas, que surge com o uso dessas medicações: hidralazina (anti-hipertensivo), isonizida (tratamento TB),carbamazepina (neuroléptico), procainamida (antiarrítmico) e o rifiximabe (imunobiológico). o Agentes infecciosos o Drogas o Radiação ultravioleta o Tabaco o Hormonal: forte relação com os hormônios femininos, principalmente na menacme. Costuma piorar durante a gestação. Fisiopatologia Os pacientes com doença autoimune têm uma perda da autotolerância (não reconhecimento de proteínas antigênicas pelo sistema de defesa, não havendo formação de anticorpos contra si mesmo). No LES, existe uma tendencia alteração do apoptose celular, assim quando os pacientes são expostos os gatilhos ambientais, esse defeito na apoptose se manifesta. Ao formar o corpúsculo apoptótico, ele deveria ser degradado pelos neutrófilos e macrófagos, mas no caso da LES, esses macrófagos e neutrófilos são ineficientes. Dessa forma, como não há degradação dos restos celulares da morte celular programada (apoptose), esses restos celulares funcionam como antígenos e são apresentadas as células dendríticas que ativam uma grande quantidade de anticorpos, originando o início do processo inflamatório da doença. 2 Lahyse Oliveira 2021.2 Os anticorpos são fruto da perda da regulação do sistema imunológicos, sendo formados contra as células do organismo, prinicipalemtne contra os antígenos especificos que estão no nucleo, o que é chamado de FAN (fator antinucleo). Manifestações clínicas: GERAIS (41-77%): Febre, fadiga, anorexia, perda de peso e mialgias. Comum nas primeiras manifestações da doença. PELE: Lupus cutâneo (80%): A maioria das lesões do lúpus são fotosenssiveis. Três apresentações clínicas: Aguda, Subaguda e Crônica. Não é uma escala evolutiva. • Aguda: muito inflamatório. Característico o Rash Malar, já que é uma região muito exposta ao sol, com preservação do suco nasolabial (o diferencia para a rosácea). Pode acontecer também no colo e nas mãos. 3 Lahyse Oliveira 2021.2 • Subagudo: processo inflamatório com forma anelar e lesões psoriaseformes (placas descamativas que lembram a psoríase). Fotossenssíveis. Pode coexistir com as lesões agudas. • Crônicas: aspecto cicatricial. A lesão mais frequente é o lúpus discóide. Lesão no couro cabelo impede o crescimento do folículo piloso, causando alopecia. Outras apresentações: lucus tumidus (infiltração) e paniculite lupica/lúpus profundo (inflamação do subcutânea que suga a pele). 4 Lahyse Oliveira 2021.2 MUSCULO ESQUELÉTICO: Articulações (90%): em geral, artralgia, poliarticular, periferica e simétrica - manifestações semelhantes à da artrite reumatoide. • Artrite: não erosiva e não deformante. o Artropatia de Jacould: afrouxamento dos ligamentos o que deixa a mão desforme, porém sem erosão o que é diferente da artrite reumatoide. • Músculos: Mialgia/ fraqueza muscular. o É diferente de miosite: processo inflamatório no musculo, com queixa de fraqueza muscular. RENAIS (40-74%): Clinicamente o paciente queixa-se de edema com hipertensão arterial alta. Nesses casos, a proteinúria está alta (>0,5g), hematúria com urina espumosa, oligúria. Pode evoluir com insuficiência renal grave. O paciente também pode chegar com síndrome urêmica (IRA grave) e necessitar de dialise. ENVOLVIMENTO CARDÍACO (< 10%): O envolvimento do miocárdio não é comum, mas eles podem cursar com: • Miocardite • Endocardite de Libman-Sacks: lesão inflamatória da válvula pelo (LES) • Doença arterial coronariana: Atualmente doença coronariana (IAM) é o que mais mata pacientes com lúpus. Poder de dois tipos: o Aterosclerótica: mais frequente, e evolução gradual. o Vasculítica: quadro agudo que pode levar a uma obstrução da artéria por inflamação. O envolvimento do pericárdio é o mais comum, da seguinte maneira: • Pericardite: inflamação do pericárdio que aumenta a concentração de liquido local, o que causa um derrame pericárdico. Cursam com os seguintes sintomas: Dor torácica, dispnéia, sinais de ICC. PULMÃO: O envolvimento da pleura pode causar sintomas de: dor torácica, geralmente ventilatório dependente, tosse, dispneia, hemoptoicos. Além do envolvimento da pleural, pode ter envolvimento inflamatório dos alvéolos, que pode levar o paciente a óbito. • Pleurite: derrame pleural • Pneumonite • Fibrose pulmonar • Hemorragia alveolar ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS: pode comprometer o SNC e o SNP: • Meningite asséptica: processo inflamatório na meninge sem infecção. 5 Lahyse Oliveira 2021.2 • AVC • Cefaléia: cafaleia diferente do habitual – surge do nada, tornando-se diária, com mudança do tipo, intensa e não melhora com medicação habitual. • Distúrbios de movimentos - coreia • Mielite transversa • Convulsões • Delirium • Transtornos de humor ou de ansiedade • Disfunção cognitiva e psicose HEMATOLÓGICAS: traíde: aneumia, leucopenia e plaquetopenia. • Anemia: Doença crônica e Hemolítica (<15%) • Leucopenia, neutropenia (mais as custas) e/ou linfopenia • Plaquetopenia • O paciente pode causar com aplasia medular • Linfadenopatia (40%) VASCULARES: • Fenômeno de Raynaud (trifásico): extremidade fria, cianótica e vermelha. o Existe o raynaud não patologia em que essa hipereatividade acontece no frio. • Vasculite palmar • Úlceras digitais COMPROMETIMENTO ABDOMINAL: não é comum. O paciente cursa com dor abdominal, hepatomegalia e esplenomegalia (mais comum). Pode ter: • Pancreatite • peritonite asséptica • vasculite abdominal CONDIÇÕES ASSOCIADAS: • Outras doenças auto-imunes • Síndrome de Sjögren • Lúpus induzido por drogas: hidralazina, isonizida,carbamazepina, procainamida, anti TNF • Lúpus neonatal: presença dos anticorpos nos bebês nos primeiros três meses. • Síndrome antifosfolípide GRAVIDEZ: • Lupus neonatal: o anticorpo anti-ssa passa da mãe para o bebê. Pode acontecer em qualquer órgão, mas é mais comum na pele. O grande problema do lúpus 6 Lahyse Oliveira 2021.2 neonatal é quando um desses sintomas atinge o coração, causando uma inflamação do nó sinusal causando um bloqueio de ramo/ bloqueio cardíaco congênito. Por isso, paciente gestante ou que pensa em gravidar, solicitar anti-SSA. Risco de parto prematuro. o Quando o bloqueio é parcial, o tratamento é feito com corticoides dexametasona ou betametasona, que passam pela barreira placentária. o Depois de três meses, os anticorpos, assim como as proteínas irão desaparecer. • SD AC antifosfolipide: o anticorpo antifosfolipide se liga a célula endotelial do vaso, causando uma reação inflamatório e formação do trombo no local. O paciente que tem LES pode ter esse anticorpo fosfolípide, mas o problema é quando ela engravidar, podendo ter perda gestacional, eventos trombóticos (arterial ou venoso), complicações na gravidez e plaquetopenia. o A perda da gestação acontece porque os microtrombos podem acontecer nos vasos que vão para a placenta. o Tratar-se o previne-se o evento trombótico com plexane. o Exames para confirmar o diagnóstico: Anticardiolipina e Anticoagulante lúpico Critérios classificatórios • rash malar • rash discóide • fotossensibilidade • úlceras orais • artrite • serosite: pleurite/pericardite • nefrite • alt. neurológica: convulsão/psicose • alt.hematológica: anemia, leuco↓, plaq↓ • alt imunológicas:Anti Sm, Anti DNA, anticardiolipina • FAN Exames laboratoriais Exames gerais para atividade da doença: VHS e PCR (avaliar atividade da doença), Hemograma (avaliar anemia e plaquetopenia sem manifestação clínica), sumário de urina (busca de inflamação no rim). Além desses, faz se os exames dos órgãos que estão envolvidos na doença do paciente. Exames complementares: ANTICORPOS ANTINUCLEARES (FAN): junção do anticorpo do paciente com a cultura de células (Hep2). Se o paciente tiver anticorpo ele irá reagir, o que será visualizado por imunofluorescência no microscópio. • As células hep2 são o oriundas de câncer de laringe, já que no câncer há muita mitose com divisão celular, isso expõem os antígenos aos anticorpos que o paciente teoricamente tem. • Fígado de camundongo 7 Lahyse Oliveira 2021.2 Quando esse resultado da positivo, ele apresentará uma titulação e o padrão. • Títulos: A titulação é encontrada com a diluição da solução do anticorpo em soro, e é feita até o momento em que não se encontra mais anticorpos. Podem ser: 1/40, 1/80, 1/160, 1/640. Quanto maior esse denominador, maior a quantidade de anticorpos. o Quando o paciente tem o FAN e não tem a doença, a dosagem desses anticorpos é baixa. • Padrões: é o local onde os anticorpos estão distribuídos. Pode ser: nucleares, nucleolares, citoplasmáticos e do aparelho mitótico. Além desse padrão, qual o formato do anticorpo: Pontilhado fino, pontilhado grosso, homogêneo o O LES tem como característica o padrão nucelar e homogêneo/pontilhado grosso. o Pontilhado fino → população saudável. A partir do resultado, sabermos que o paciente tem autoanticorpos, mas não sabemos qual ele tem, por isso podemos solicitar. AUTO ANTICORPOS: • Anti SM: específico LES, por isso é excelente para ajudar a diferenciar se o paciente realmente tem LES ou ele tem outra condição com um FAN positivo (15% da população pode ter FAN positivo). • Anti DNA (dupla hélice): relacionado com doença renal. • Anti DNA (hélice simples): induzido por drogas. • Anti SSA: lupus neonatal • Anti SSB: lupus subagudo/cutaneo • Anti RNP: doença mista – quando o paciente tem sintomas de duas doenças (LES e AR, LES e ES...) Exames específicos: • Rim: proteinúria 24h, ureia, creatinina • Pulmão, RX, TC tórax • Coração: Rx, ecocardiograma, ECG • SNC: TC, RM de crânio, liquor • Abdomen: TGO, TGP, amilase, US abdome, TC abdome Tratamento medicamentoso CORTICOSTERÓIDES: Dose depende do órgão envolvido. Em geral órgãos nobres recebem doses maiores, então nesse caso pode se fazer uma dose oral alta ou uma dose baixa (PD 20-40mg) com pulsoterapia/IV com metilpredinisolona. Cuidado, efeitos colaterais: HAS, 8 Lahyse Oliveira 2021.2 dislipidemia, DM, eletrólitos, osteoporose, obesidade. Reduzir o corticoide à medida que a melhora do quadro. ANTIMALÁRICOS É a Hidroxicloroquina. Usar em todos os casos. Age em órgãos específicos, como mãos e pele. Contudo, ela é indicada para todos os casos pois trabalhos a longo prazo demonstram que ao analisar a mortalidade de progressão do lúpus, pacientes que usavam antimaláricos tem menos chance de ir para óbito, porque aparentemente a cloroquina tem uma ação protetiva na formação da placa de ateroma. IMUNOSSUPRESSORES: MTX (pele e articulação), azatioprina, ciclosporina, Ciclosfamida, micofenolato mofetil. Quando há o envolvimento de órgão nobre, utiliza CE em altas doses (1-2mg/Kg/dia) e Imunossupressores (ciclofosfamida). Em casos graves: • Plasmaferese, • Imunoglobulina • Imunobiológicos: devem ser os que agem na célula B. Rituximabe, belimumabe. o Utiliza-se os diferentes da AR, porque a imunidade dela é celular e a LES é imunidade humoral mediada pelo linfócito B. • Transplante autólogo de MO Riscos potenciais • Depressão e ansiedade • Infecções oportunistas • Osteoporose • Doença cardiovascular precoce Tratamento das possíveis complicações: • Anti-hipertensivos • Hipolipemiantes • Antibiótico • Diálise • Transplante renal • Tratamento das co-morbidades Outras medidas • Suporte psicológico • Grupos de apoio (ABRALES, Superando LES) • Fotoproteção (> 50FPS) • Orientações dietéticas • Condicionamento físico • Contracepção: cuidado com o uso, pois paciente com LES tem risco de trombose, então não se utiliza ACO que contenha estrógeno, só pode a minipílula • Reabilitação 9 Lahyse Oliveira 2021.2 Fatores prognóstico • Raça (pior em não brancos) • Sexo (controverso - pior em homens?) • Idade (pior em crianças e mais jovens) • Fatores sócio-econômicos • Quando a doença começa com o comprometimentos renais e neurológico, tem um pior prognóstico Referências bibliográficas • Emilia Inoue Sato. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da UNIFESP: Reumatologiasegunda edição • Bonfá, Eloísa S. D. Oliveira; Yoshinari, Natalino Hajime. Reumatologia Para o Clínico - 2ª Ed.2011 • CARVALHO, Marco Antônio P; BÉRTOLO, Manoel Barros; LANNA, Cristina Costa Duarte.Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento. 4. ed. 2014. • IMBODEN, John; HELLMANN, Daviid B; STONE, John H. Current - Reumatologia - Diagnóstico eTratamento. 3. ed. 2014. 10 Lahyse Oliveira 2021.2 Esclerose Sistêmica É um subtipo da esclerodermia. Doença inflamatória, crônica do tecido conectivo, caracterizada por fibrose da pele e outros órgãos. Etiologia autoimune. Apresenta fatores genéticos envolvidos e principais gatilho são fatores ocupacionais (sílica, polivinil, resinas), Fatores hormonais, Medicamentos e Prótese mamária? • Síndrome asia; pacientes que a partir de corpos estranhos, como a prótese desenvolvem doenças inflamatórias/autoimunes. Epidemiologia Mais frequente no sexo feminino: 3-8: 1. Embora seja menos comum, a doença é mais agressiva no sexo masculino. Maior incidência: 30-50 anos. Pouco frequente em crianças, mas costumam mais benigna nesses caos. Fisiopatologia Resposta humoral. Apresenta dois grandes momentos, que são responsáveis por 90% das manifestações: a fibrose e o envolvimento vascular. O início do processo inflamatório tem como alvo a ativação de células endoteliais e fibroblastos. A ativação de fibroblastos causa a formação de colágeno em grande quantidade de forma desorganizada, o que leva progressivamente a fibrose. A ativação das células endoteliais causa a formação de microcoágulos, pela ativação da endotelina 1 e das plaquetas, que levam ao dano vascular com a diminuição da luz. Além da presença dos trombos, o próprio vaso passa pelo processo de fibrose, com redução progressiva da luz tanto pela oclusão vascular, quanto pela fibrose. A oclusão vascular é chamada de vasculopatia obliterante, na qual há uma redução do fluxo e hipoxia e ativação ainda mais de fibroblastos. Apresentações clínicas FORMA LOCALIZADA: A doença é localizada na pele. É a forma mais comum da criança, costuma ter uma evolução benigna. A gravidade costuma ser associada ao local onde está o processo de fibrose. • Forma linear: chamada de golpe de sabre quando acontece na face, mas pode acontecer em qualquer lugar da pele. 11 Lahyse Oliveira 2021.2 • Morfeia: placas FORMA GENERALIZADA/ESCLEROSE SISTÊMICA: envolvimento de outros órgãos além da pele. Duas formas: • Forma difusa: envolvimento da pele de forma difusa. Se envolver tronco, já é difusa. Além de envolver a pele de forma mais grave, ainda abrange determinados órgãos. • Forma limitada: envolvimento de extremidades e face. o Síndrome de CREST: alterações clinicas frequentes na forma limitada da esclerose sistêmica. C: calcinose. R: fenomeno de Raynauld. E: comprometimento esofágico. S: esclerodactilia. T: telangctasia. Manifestações clínicas: • Pele: o Fase edematosa: Edema difuso, depressível: mãos e pés com progressão centrípeta.Edema nas mãos é chamada de puff hands. o Fase indurativa; Redução do edema e endurecimento progressivo da pele. 12 Lahyse Oliveira 2021.2 o Fase atrófica: não há mais edema, só o endurecimento e espessamento cutâneo acentuado. Apresenta: Microstomia (diminuição da abertura da boca), perda do sulco labial, afilamento do nariz, Retrações tendíneas, Contraturas em flexão e Mão em garra esclerodérmica. Alterações na pigmentação da pele, chamadas de lesão sal e pimenta (hipocromica e hipercromicas). o Calcinose: acúmulo de cálcio no subcutâneo. o Telangectasias: aranhas vasculares • Vascular: o Raynauld: diminuição do fluxo sanguíneo para as extremidades decorrente hiper-reatividade ao frio que evolui com os seguintes aspectos: branco → roxo → vermelho (ao mesmo tem). É o evento vascular mais característico o Úlceras cutâneas o Úlceras digitais • Musculo esquelético o Mialgia o Artralgia o Artrite: não erosiva o Deformidades pelo envolvimento cutâneo e dos tendões, em decorrente da perda da elasticidade da pele. ▪ Esclerodactilia: fibrose que acontece nos dedos. • Gastrointestinal o Envolvimento de todo o trato digestivo. 13 Lahyse Oliveira 2021.2 o Esôfago: 90% dos casos de ES. Há uma diminuição da motilidade, evoluindo com DRGE: Dispepsia, Disfagia e Regurgitação. A medida que a doença avança, o paciente pode ter fibrose no esôfago, o que reduz a sua luz. • Rim o Envolvimento vascular (não atinge glomerico) o Doença renal hipertensiva: envolvendo da artéria renal que diminui sua luz por fibrose. o Hipertensão maligna: aumento rápido pressórico com uma perda da função renal o que era chamado de crise renal esclerodérmica. o Já foi a principal causa de morte da ES, mas com os IECA, houve uma redução na mortalidade desses pacientes. • Pulmão: o Atualmente principal causa de morte, por dois motivos: ▪ Hipertensão pulmonar: acontece mais na forma limitada, particularmente aqueles que tem síndrome de CREST. Reduz da luz por fibrose na artéria pulmonar. ▪ Fibrose pulmonar: acontece mais na forma difusa. Inicialmente há um processo intersticial celular inflamatório que depois culmina com a formação de tecido fibrótico. o Clinicamente, ambos se manifestam com dispneia e tosse seca. Em uma fase mais inflamatório pode ter secreção amarelada e sangramento. SINE ESCLERODERMA: envolvimento de outros órgãos, sem envolver a pele. SÍNDROME DE SUPERPOSIÇÃO: associação de doenças (esclero e lúpus, AR e esclero etc) Exames laboratoriais • FAN: 90% dos casos de ES. Padrão: centromérico (forma limitada). • Anti topoisomerase I: Anti SCL 70 (forma difusa). • Anti rNA polimerase (doença renal) • Monitorização: função renal, VHS, PCR • Capilaroscopia: é um microscópio que avalia o leito vascular periungueal. Exame pouco solicitado por ser pouco acessível. Seria pedido quando o paciente não se sabe porque o paciente tem o fenômeno de Raynauld, pois ele não apresenta outras queixas. 14 Lahyse Oliveira 2021.2 • Tc tórax: avalia o processo inflamatório no pulmão, padrão do vidro fosco. • Ecocardiograma • Espirometria: função pulmonar • Esofagograma: redução da luz do esôfago. Não é pedido para todo mundo, geralmente trata-se com um prosinetico quando se iniciam as queixas de motilidade. Quando há disfagia, não consegue engolir a comida, regugitação, é quando se pede esse exame. 15 Lahyse Oliveira 2021.2 Tratamento • Pele: o Fase edematosa: corticoide. Não muda a possibilidade de evoluir com fibrose. o Fase mais tardia: vit E, xilocaína venosa (pouco comprovado) • Doença vascular: AAS, clopidogrel, sidenafil, bloq canal Ca (aumentar o lumen do vaso) • Hipertensão pulmonar: vasodilatador (bosentana) • Doença intersticial pulmonar: o imunossupressão: ciclofosfamida, MMF, tocilizumabe – inibidor de IL-6(?) – fase inflamatória o anti fibrótico: nintedanibe - fase fibrotica • Crise renal: IECA Prognóstico Sobrevida: • 60 - 70% em 5 anos • 40 a 50% em 10 anos. Fatores de mal prognóstico: • sexo masculino, raça negra • acometimento cutâneo difuso • acometimento visceral (fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar, miocardioesclerose, crise renal esclerodérmica) 16 Lahyse Oliveira 2021.2 Prática Remota Caso clínico JMA, enfermeira 38 anos. Q.P: FAN positivo. Sem qualquer sintoma clínico. 2 gestações sem complicações. Nega dças crônicas. Exame físico sem alterações. AN regente: nuclear. Pontilhado fino denso. Título 1/160 Conduta Caso 2 JRS, 52 nãos masculino, policial aposentado. QP: mãos arroxeadas há 10 meses. Após investigação com reumatologista fez uso e predinisona e metotrexate com boa melhora, porém uso irregular. Acompanhamento com hematologista por aumento de gamaglobulinas. Piora progressiva da cianose evoluindo com dor associada. Internado para investigação. D:• iasculite• Mieloma múltplo• medicamentos: iasodilatadores, antcoagulação, cortcide,metotrexate• Quimioterapia• Desbridamento e amputação digital