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PETIÇÃO - TREINAMENTO - REVISIONAL NPJD - OK - 24.11

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DE BELÉM.
MARIA SANTANA PAIXAO ALVES, brasileira, paraense, solteira, cuidadora, portadora do RG n.º 1457065 PA, CPF n.º 378.581.492-53, residente e domiciliado na Rua Santos Dias, QD 13, nº 10, Bairro: Tapanã, CEP: 66830-060, Belém – PA, por intermédio da advogada que subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
AÇÃO DE REVISIONAL DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face da COSANPA – COMPANHIA DE SANEAMENTO DO ESTADO DO PARÁ, com CNPJ nº 04.945.341/0001-90, com sede na Av. Magalhães Barata, 1201, Sao Braz, Belém/PA, CEP 66630-040, Brasil, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos.
GRATUIDADE DA JUSTIÇA
1. DOS FATOS
A autora é consumidora do serviço de fornecimento de água prestado pela ré, sob a matrícula 4173953.
Analisando suas faturas de consumo de água, a autora percebeu que o faturamento de seu consumo de água estava sendo realizado através de consumo ESTIMADO, razão pela qual procurou a O ADVOGADO para tentar solucionar o problema.
Diante da situação, a ADVOGADO convidou a ré para uma sessão de conciliação, onde as partes acabaram por realizar um acordo extrajudicial, em 06/02/2020, negociando o parcelamento de um débito existente em nome da autora, comprometendo-se ainda a ré a realizar o aferimento do consumo de água da autora através do pagamento da tarifa mínima de 10m³, equivalente a R$ 24,90 (vinte e quatro reais e noventa centavos), visto a inexistência de hidrômetro em sua casa.
Ocorre que, a partir de maio de 2020, a ré voltou a praticar cobranças abusivas, realizando a cobrança do consumo de água da autora de forma ESTIMADA em 20m³ mensais.
Face a constatação da abusividade praticada pela Ré e o descumprimento da obrigação pactuada, vem a autora propor a presente ação a fim de que a concessionária seja obrigada a revisar os valores das suas faturas de consumo a partir de maio de 2020, para que passem a constar o consumo de 10m³, equivalentes a tarifa mínima, até que seja realizada a instalação de um hidrômetro em sua residência, para que possa ter aferido o seu consumo real.
2. DO DIREITO
2.1. DA ABUSIVIDADE DA COBRANÇA POR ESTIMATIVA
Analisando casos similares, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu ser ilegal a cobrança por estimativa, firmando entendimento que a aferição do consumo de água deve ser realizado pelo efetivamente utilizado (CONSUMO REAL) ou através de tarifa mínima. 
Mesma situação que se aplica ainda as cobranças por estimativa realizada com base na quantidade de moradores existentes no imóvel, ou ainda com base no tamanho da instalação da rede hidráulica do imóvel, onde a concessionária registra o faturamento com base no número de pontos de uso de água existentes.
Isso quer dizer que quando o consumo real de água não é medido por hidrômetro deve ser realizada a cobrança por tarifa mínima, para que não ocorra o risco de acontecer o que ocorreu no presente caso, a malfadada cobrança por estimativa, capaz de onerar em demasia o consumidor, causando ainda enriquecimento ilícito a concessionária.
Nesse sentido, assim decidiu a segunda turma do STJ:
ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. Alegação genérica DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. TARIFA. COBRANÇA POR ESTIMATIVA DE CONSUMO. ILEGALIDADE. NO CASO DE INEXISTÊNCIA DE HIDRÔMETRO. COBRANÇA PELA TARIFA MÍNIMA. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Considerando que a tarifa de água deve calculada com base no consumo efetivamente medido no hidrômetro, a tarifa por estimativa de consumo é ilegal, por ensejar enriquecimento ilícito da Concessionária. 3. É da Concessionária a obrigação pela instalação do hidrômetro, a cobrança, no caso de inexistência do referido aparelho, deve ser cobrada pela tarifa mínima. Recurso especial improvido. (STJ - REsp: 1513218 RJ 2014/0336151-3, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 10/03/2015, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/03/2015)
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.280.353 - RJ (2018/0092123-1) RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA AGRAVANTE : COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE ADVOGADOS : JAYME SOARES DA ROCHA FILHO - RJ081852 LEONARDO BRUNO BRIZZANTE CUPELLO - RJ100439 DÉBORA PINTO TRANSMONTANO DIAS E OUTRO (S) - RJ180467 AGRAVADO : ADELIA MARQUES CAMPOS PROCURADOR : DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DECISÃO Trata-se de agravo manejado pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos - CEDAE contra decisão que não admitiu recurso especial, este interposto com fundamento no art. 105, III, a, da CF, desafiando acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim ementado (fl. 635): AÇÃO REVISIONAL. AGRAVO RETIDO. HONORÁRIOS DO PERITO. REDUÇÃO. CEDAE. SERVIÇO DE AGUA E ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA. SERVIÇO ESSENCIALAPLICABILIDADE DO CDC. COBRANÇA POR ESTIMATIVA. ABUSIVIDADE. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. NÃO INCIDÊNCIA DE TARIFA MÍNIMA. INSTALAÇÃO DE HIDRÔMETRO. FATURAMENTO PELO REAL CONSUMO. DANO MORAL. OCORRÊNCIA. PROVIMENTO DO AGRAVO RETIDO. DESPROVIMENTO DO RECURSO Nas razões do recurso especial, a parte agravante aponta violação aos arts. Decreto 553/76; 4º, Lei 6.528/78; 30, III e IV, da Lei 11.445/07; Decreto 7.217/2010; 11 e 12 do Decreto Federal 82.587/78. Sustenta que eventuais dificuldades no abastecimento de água poderão ocorrer por motivos alheios à responsabilidade da parte recorrente. Por outro lado, alega que não houve ilegalidade na conduta da parte agravante, pois a legislação prevê a possibilidade da suspensão dos serviços por débitos antigos ou atuais. Aduz que sendo o local dotado de rede pública de abastecimento de água é cabível a cobrança com base na tarifa mínima, ainda que não haja fornecimento do serviço. Ademais, alega que "embora o usuário tenha direito à instalação do hidrômetro, deve o mesmo, como usuário do serviço, providenciar as adaptações necessárias, e comprar o hidrômetro." (fl. 661). É o relatório. O recurso não prospera. Em relação à responsabilidade do proprietário do imóvel pela instalação do hidrômetro, o recurso não prospera, pois a sentença de primeiro grau (fls. 551/554) decidiu que compete ao consumidor realizar as obras destinadas à instalação do hidrômetro, sendo que, nesse ponto, o Tribunal a quo não alterou o referido decisum, evidenciando-se, portanto, a ausência de interesse recursal da parte agravante. Nessa linha de raciocínio, destacam-se os seguintes julgados: (REsp 1283747/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013); (AgRg no REsp 1295019/DF, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, DJe 25/5/2012). Ademais, ao manter a sentença de procedência, o Tribunal local teceu as seguintes considerações (fls. 638/639): De outro viés, no tocante a irresignação do apelante quanto à legalidade da suspensão do fornecimento de água em face ao inadimplemento do consumidor. De igual modo não deve prosperar. Conforme já pacificado no Superior Tribunal de Justiça, a inadimplência quanto aos débitos pretéritos não autoriza a suspensão do fornecimento do serviço, tendo em vista que, tal meio indireto de coerção somente se justifica em casos de inadimplemento referente ao mês de consumo, sob pena de caracterizar ameaça ou constrangimento ilegal, prática vedada pelo art. 42 da Lei 8.078/90. No que concerne a declaração de inexistência de débito também agiu com acerto a douta julgadora de primeiro grau. De acordo com o laudo pericial, ficou constatado que que não havia hidrômetro na residência da autora, que, o serviço de água não era prestado de forma regular (já que no dia da inspeção, não havia abastecimento de água) e que a contraprestação era por estimativa. No que concerne a declaração de inexistência de débito também agiu com acerto a douta julgadora de primeiro grau. De acordo com o laudo pericial, ficou constatadoque que não havia hidrômetro na residência da autora, que, o serviço de água não era prestado de forma regular (já que no dia da inspeção, não havia abastecimento de água) e que a contraprestação era por estimativa. Certo é que, de fato a realização da cobrança por estimativa de consumo sem qualquer base fática comprovada se mostra ilegal. Nesse sentido, na linha dos precedentes deste Tribunal, o que se admite é a cobrança, quando não houver medidor ou na insuficiência deste, por tarifa mínima. Inteligência do verbete sumular n. 152, deste Tribunal de Justiça. Entretanto, em qualquer caso, indiscutível se faz a comprovação do fornecimento de água na residência, o que não ocorre na hipótese destes autos. Com isso, diante da falta de comprovação da prestação do serviço, necessária se faz a declaração de inexigibilidade dos débitos pretéritos, como, aliás, foi assim reconhecido na sentença. Como se vê, no que se refere à cobrança por estimativa dos serviços prestados ao consumidor, o entendimento adotado pelo colegiado de origem encontra amparo na jurisprudência desta Corte. A propósito, anote-se: ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. TARIFA. COBRANÇA POR ESTIMATIVA DE CONSUMO. ILEGALIDADE. NO CASO DE INEXISTÊNCIA DE HIDRÔMETRO. COBRANÇA PELA TARIFA MÍNIMA. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Considerando que a tarifa de água deve calculada com base no consumo efetivamente medido no hidrômetro, a tarifa por estimativa de consumo é ilegal, por ensejar enriquecimento ilícito da Concessionária. 3. É da Concessionária a obrigação pela instalação do hidrômetro, a cobrança, no caso de inexistência do referido aparelho, deve ser cobrada pela tarifa mínima. Recurso especial improvido. (REsp 1.513.218/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/3/2015, DJe 13/3/2015) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. FORNECIMENTO DE ÁGUA. ALEGAÇÕES GENÉRICAS DE VIOLAÇÃO AOS ARTS. 165 E 458 DO CPC. INEXISTÊNCIA DO DISPOSITIVO TIDO POR VIOLADO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. COBRANÇA POR ESTIMATIVA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de ofensa aos arts. 165 e 458 do CPC se faz de forma genérica, sem a demonstração exata dos pontos pelos quais o acórdão se fez omisso, contraditório ou obscuro. Aplica-se, na hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. No tocante à violação ao art. 18 da Lei 6.528/78, incide a Súmula 284/STF, porquanto o dispositivo não consta do aludido diploma legal. 3. O entendimento adotado pelo colegiado de origem encontra amparo na jurisprudência desta Corte, que se posicionou no sentido de que "a tarifa por estimativa de consumo é ilegal, por ensejar enriquecimento ilícito da Concessionária." (REsp 1.513.218/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/3/2015, DJe 13/3/2015). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 692.338/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 02/06/2015) Ademais, quanto à tese de que seria cabível a cobrança de tarifa mínima, melhor sorte não assiste à parte agravante, pois a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, no sentido de que não houve a comprovação do fornecimento de água na residência da parte agravada, tal como colocada a questão nas razões recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos autos, providência vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto na Súmula 7/STJ. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. Por fim, levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, impõe-se à parte recorrente o pagamento de honorários advocatícios equivalentes a 20% (vinte por cento) do valor a esse título já fixado no processo (art. 85, § 11, do novo CPC/2015). Publique-se. Brasília (DF), 23 de abril de 2018. MINISTRO SÉRGIO KUKINA Relator (STJ - AREsp: 1280353 RJ 2018/0092123-1, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de Publicação: DJ 27/04/2018)
Sobre o tema, importante a leitura do Resp nº 1166561/RJ, de relatoria do Min. Hamilton Carvalhido, julgado pela sistemática dos recursos repetitivos.
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. FORNECIMENTO DE ÁGUA. TARIFA MÍNIMA MULTIPLICADA PELO NÚMERO DE UNIDADES AUTÔNOMAS (ECONOMIAS). EXISTÊNCIA DE ÚNICO HIDRÔMETRO NO CONDOMÍNIO. 1. A cobrança pelo fornecimento de água aos condomínios em que o consumo total de água é medido por único hidrômetro deve se dar pelo consumo real aferido. 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou já entendimento de não ser lícita a cobrança de tarifa de água no valor do consumo mínimo multiplicado pelo número de economias existentes no imóvel, quando houver único hidrômetro no local. 3. Recurso especial improvido. Acórdão sujeito ao procedimento do artigo 543-C do Código de Processo Civil. (STJ - REsp: 1166561 RJ 2009/0224998-4, Relator: Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Data de Julgamento: 25/08/2010, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 05/10/2010)
Com o mesmo entendimento, outros Tribunais julgam o tema também reconhecendo a ilegalidade das cobranças por estimativa:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. COBRANÇA POR ESTIMATIVA DE TARIFA. ILEGALIDADE. CONSUMO DE ÁGUA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES PAGOS A MAIOR. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 42 DO CDC. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. TARIFA. COBRANÇA POR ESTIMATIVA DE CONSUMO. ILEGALIDADE. NO CASO DE INEXISTÊNCIA DE HIDRÔMETRO. COBRANÇA PELA TARIFA MÍNIMA. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Considerando que a tarifa de água deve calculada com base no consumo efetivamente medido no hidrômetro, a tarifa por estimativa de consumo é ilegal, por ensejar Enriquecimento ilícito da Concessionária. 3. É da Concessionária a obrigação pela instalação do hidrômetro, a cobrança, no caso de inexistência do referido aparelho, deve ser cobrada pela tarifa mínima. Recurso especial improvido.(REsp 1.513.218/RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Tuma, julgado em 10/3/2015, DJe 13/3/2015). (TJ-SC - RI: 08161790320138240090 Capital - Norte da Ilha 0816179-03.2013.8.24.0090, Relator: Cláudio Eduardo Regis de Figueiredo e Silva, Data de Julgamento: 15/03/2018, Primeira Turma de Recursos - Capital)
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SANEPAR. COBRANÇA DE DUAS TAXAS DE SANEAMENTO BÁSICO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE AUTORA. RELAÇÃO DE CONSUMO. INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO. COBRANÇA INDEVIDA. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE DUAS TAXAS QUANDO HÁ SOMENTE UM HIDRÔMETRO. PLEITO DE DEVOLUÇÃO EM DOBRO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 42 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SITUAÇÃO QUE ULTRAPASSA O MERO DISSABOR COTIDIANO. VALOR QUE DEVE SER FIXADO DE ACORDO SENTENÇA REFORMADA. Recurso conhecido e provido. Ante o exposto, esta 3ª Turma Recursal - DM92 resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de VALDEMAR REZENDE DUTRA DO AMARAL, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito - Provimento nos exatos termos do voto. (TJPR - 0001296-62.2016.8.16.0103 - Lapa - Rel.: null - J. 10.11.2017)
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. COBRANÇA DE TAXA MÍNIMA MULTIPLICADA PELO NÚMERO DE UNIDADES. CONDOMÍNIO QUE TEM APENAS UM HIDRÔMETRO. COBRANÇA DEVE SE DAR PELO CONSUMOREAL AFERIDO. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. DANOS MATERIAIS DEVIDOS. MANTIDOS. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Recurso conhecido e desprovido. Ante o exposto, esta 3ª Turma Recursal - DM92 resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao recurso de COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANA SANEPAR, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito Não-Provimento nos exatos termos do voto. (TJPR - 0002782-09.2017.8.16.0019 - Ponta Grossa - Rel.: FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO - J. 10.11.2017)
AGRAVO. ÁGUA. SERVIÇO BÁSICO. DIVERSAS ECONOMIAS. HIDRÔMETRO ÚNICO. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência no sentido de que é ilegal a tarifa de água em condomínio dotado de único hidrômetro correspondente à multiplicação da tarifa mínima pelo número de economias ou unidade consumidoras sem levar em conta o consumo real. Resp 1.166.561. 2. O modelo tarifário da CORSAN para imóvel com um hidrômetro que serve a mais de uma economia não se enquadra no aludido julgado, porquanto não se cuida de tarifa presumida, apurada pela multiplicação da tarifa mínima pelo número de economias. Trata-se de tarifa resultante de consumo medido mais o chamado serviço básico, o qual não se confunde com a tarifa mínima. Recurso provido. Relator vencido. (Agravo Nº 70053924056, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Julgado em 16/05/2013) (TJ-RS - AGV: 70053924056 RS, Relator: Maria Isabel de Azevedo Souza, Data de Julgamento: 16/05/2013, Vigésima Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 22/05/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. FORNECIMENTO DE ÁGUA. TARIFA MÍNIMA. HIDRÔMETRO ÚNICO. COBRANÇA MULTIPLICADA PELO NÚMERO DE UNIDADES. ILICITUDE. 1. Não é lícita a cobrança de tarifa de água no valor do consumo mínimo multiplicado pelo número de economias existentes no imóvel, quando houver único hidrômetro no local. Orientação do Superior Tribunal de Justiça. 2. Hipótese em que restou comprovado nos autos a verossimilhança do direito alegado e a urgência da tutela pretendida. Preenchidos os requisitos caracterizadores da antecipação de tutela concedida pelo juízo a quo, a teor do que disciplina o art. 273 do CPC. RECURSO DESPROVIDO, POR MAIORIA. (Agravo de Instrumento Nº 70058148958, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sergio Luiz Grassi Beck, Julgado em 11/06/2014) (TJ-RS - AI: 70058148958 RS, Relator: Sergio Luiz Grassi Beck, Data de Julgamento: 11/06/2014, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 03/07/2014)
Portanto, resta pacífico ser ilegal a cobrança de consumo de água por estimativa realizada acima da tarifa mínima, quando inexistente o hidrômetro. Seja a estimativa realizada através da análise do número de usuários, número de pontos de água servida ou ainda pela multiplicação do número de economias.
Em vista dos fatos e argumentos expostos acima é possível verificar que existe cobrança abusiva feita pela COSANPA em face da autora, visto que a Ré realiza a cobrança de seu consumo de água por estimativa, acima da tarifa mínima, de forma progressiva, sem a utilização de hidrômetro.
2.2. DA REVISÃO DAS CONTAS DE CONSUMO DE ÁGUA DA AUTORA
Face a abusividade acima demonstrada, a qual encontra óbice nos dispositivos legais dos artigos 6º, IV e 39, inciso V, do Código de defesa do consumidor, devem as faturas de consumo de água da autora serem revistas para o valor equivalente a tarifa mínima, como podemos ver no próprio teor das normas citadas, abaixo transcritas
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
[...]
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;”
2.3. DA INVERSÃO DO ONUS DA PROVA
Uma vez que estamos diante de uma relação consumerista, deve ao caso serem aplicadas as disposições do CDC, no caso, especialmente o disposto no art. 6º, VIII.
O referido artigo diz que é direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, uma vez que ele é a parte mais vulnerável da relação. Dessa forma, para instrumentalizar esse direito, o juiz deve, baseado nas regras ordinárias de experiências, incumbir o ônus da prova ao fornecedor, de forma que equilibre a relação jurídica consumidor-fornecedor.
O critério expresso no referido artigo diz respeito a: a) alegação verossímil por parte do consumidor ou b) for ele hipossuficiente. Esses são o lastro probatório mínimo que deverá ser apresentado pelo consumidor.
Pois bem, em relação à verossimilhança exigida como critério da inversão do ônus da prova, a Autora apresenta suas faturas de consumo de água de diversos meses, a as quais registram que houve desrespeito lei por parte do fornecedor, bem como compromisso assinado por representante da ré comprometendo-se a realizar a cobrança através de tarifa mínima.
Assim, para o adequado deslinde do feito, faz-se necessária a aplicação da inversão do ônus da prova ao presente caso, cabendo à Ré se desincumbir do ônus de provar a legalidade da cobrança realizada.
2.4. DOS DANOS MORAIS
Em consonância, portanto, de todo o exposto aqui, pretende ainda a autora a reparação dos danos morais suportados, de modo que seja compensada pelos prejuízos que lhe foram e estão sendo causados, com grande nível de aborrecimento, estresse e perda de tempo útil para solução do problema tanto na forma administrativa, como agora na via judicial.
Outrossim, o dano moral decorre do próprio ato ilícito praticado pela ré: cobrança de valores abusivos.
Excelência, se a autora não consumiu a água que lhe é cobrada, por qual razão o mesmo foi cobrado? Inexiste qualquer fundamentação que ampare a cobrança realizada a autora, tampouco motivos para a ré não resolver a questão administrativamente.
Em decorrência deste incidente a autora experimentou e experimenta situação desagradável e que não pode ser caracterizada como mero abalo do dia a dia. A empresa atualmente está agindo com manifesta negligência e evidente descaso com a autora.
Sem dúvidas, merece prosperar o direito básico da autora de ser indenizada pelos danos sofridos, em face da conduta negligente da ré.
Portanto, requer que Vossa Excelência se digne a julgar procedente a ação para condenar a ré à reparação dos danos morais sofridos pela autora, indicando como quantum indenizatório o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), numerário esse que deve ser atualizado monetariamente (INPC) e sofrer incidência de juros de 1% ao mês a contar do evento danoso, qual seja a cobrança indevida.
2.5. DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
Conforme visto, a autora vem há meses sendo cobrada de forma abusiva, situação que vem onerando demasiadamente sua fatura de consumo de água, o que pode lhe ocasionar sérios prejuízos materiais e morais.
Destaca-se que a autora é pessoa de baixa renda, e como a maioria dos brasileiros não possuem poupança, vivendo no limite de sua renda mensal, razão pela qual a manutenção das cobranças abusivas podem acarretar grave dano, especialmente com o corte do fornecimento de água e a negativação de seu nome em cadastro de maus pagadores.
Desta forma, restando demonstrados os requisitos da tutela de urgência, probabilidade do direito e perigo da demora, necessária a concessão de tutela emergencial.
Ademais, não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, uma vez que, sendo julgado improcedente a presente demanda, não será contabilizado à ré nenhum prejuízo considerável.
Diante do exposto, requer que seja concedida tutela de urgência para:
· Determinar a suspensão da cobrança das faturas de consumo de água emitidas a partir do mês de maio de 2020 que possuam cobrança por ESTIMATIVA, acima da tarifa mínima, da Matrícula de nº 4173953;
· Determinar que a ré se abstenha de realizar cobrança doconsumo de água da autora por ESTIMATIVA, devendo fazê-lo pela tarifa mínima até que seja instalado um hidrômetro em seu imóvel;
· Determinar que a ré se abstenha de realizar a inscrição do nome da autora em cadastro de maus pagadores em razão das faturas de consumo de água ora contestadas;
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1) Seja concedida a gratuidade de justiça, eis que a Autora se declara pobre na forma da legislação pátria;
2) A citação da Ré, para que seus representantes legais, querendo, possam responder a presente ação, sob pena de revelia;
3) Determinar a inversão do ônus da prova, em razão da verossimilhança da alegação e da nítida hipossuficiência da autora, para que a parte Ré demostre a legalidade de consumo de água da autora por estimativa;
4) determinar a exibição pela ré das faturas de consumo de água da autora referente aos últimos 10 anos anteriores a propositura da presente demanda, juntamente com o extrato dos valores pagos;
5) Deferir a tutela provisória de urgência para:
•	Determinar a suspensão da cobrança das faturas de consumo de água emitidas a partir do mês de maio de 2020, que possuam cobrança por ESTIMATIVA, acima da tarifa mínima, da Matrícula de nº 4173953;
•	Determinar que a ré se abstenha de realizar cobrança do consumo de água da autora por ESTIMATIVA, devendo fazê-lo pela tarifa mínima até que seja instalado um hidrômetro em seu imóvel;
•	Determinar que a ré se abstenha de realizar a inscrição do nome da autora em cadastro de maus pagadores em razão das faturas de consumo de água ora contestadas;
6) Ao final, julgar totalmente procedente a presente ação para:
6.1. REVISAR todas as faturas de consumo de água da autora referente aos últimos 10 anos que tenham sido cobradas por ESTIMATIVA acima da tarifa mínima para o valor da tarifa mínima, devendo a ré devolver em dobro os valores cobrados a maior;
6.2. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
6.3. confirma a tutela antecipada acima requerida;
7) Que seja a ré condenada ao pagamento das custas e honorários advocatícios, arbitrados em 20% (dez por cento) do valor da causa, 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente provas documentais já acostadas ou que se anexe aos autos a posteriori, oitiva do autor e de testemunhas, ficando desde já especificado estas provas, para produção durante a instrução.
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Nestes termos,
Espera deferimento.
Belém, 10 de setembro de 2020.