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PRINCIPAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS – AVES BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS - doença altamente contagiosa das galinhas (Gallus gallus domesticus), foi descrita pela primeira vez nos EUA, em 1931. Na década de 60, o vírus já havia sido notificado em quase todo o mundo. - aumento da mortalidade, perdas em desempenho produtivo, queda quantitativa e qualitativa na produção de ovos, infertilidade. - esse vírus pertence ao gênero Coronavirus, família coronaviridae e ordem Nidovirales. O gênero coronaviridae é separado em três grupos, sendo o IBV (grupo 3) exclusivo de aves.As mudanças ativas e constante do vírus (diferentes climas, hospedeiros, ambientes) implica em maior adaptação ao hospedeiro (resistência) e sobrevivência longa do vírus. Isso leva à mudanças na patogenicidade e à emergencia de novos patógenos virais. • ETIOLOGIA: RNA – a glicoproteína S contém epítopos que desempenham importante papel na entrada do vírus na célula hospedeira. A capacidade de mutação e recombinação do IBV (infectious bronchitis virus) contribui para o aparecimento de uma grande variedade de sorotipos de IBV. • EPIDEMIOLOGIA: as diferentes cepas do vírus têm tropismo (distribuição mundial) variado e amplo para os tecidos, ocasionando manifestações clinicas variadas. Aves de todas as idades estão susceptíveis e a transmissão é horizontal, ou seja, através de contato direto. Por este motivo, é necessário manter cautela com sêmen e ovos de aves infectadas. • PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS: este vírus afeta primeiramente o trato respiratório, que é o sítio de replicação viral. O período de incubação da IBV é de 18 a 36 horas, dependendo da dose e via de inoculação. Podem ser encontradas lesoes no trato respiratório, reprodutivo, urinário e digestivo, tanto em poedeiras, como em reprodutoras e aves de corte. A replicação viral ocorre em células epiteliais, em células secretoras de muco e células epiteliais dos pulmões e sacos aéreos (estase dos cílios traqueais). Não há sinais clínicos patognomônico, ou seja, que possibilitem um diagnóstico assertivo e imediato. Os mais frequentes são dispnéia, tosse e descarga nasal. Pode ocorrer infecção no oviduto, levando à falha na síntese das proteínas do albúmen (magno), falha da produção da casca do ovo (útero) ou produção de ovos com clara aquosa e casca mole. • DIAGNÓSTICO: consiste, preferencialmente, no isolamento e identificação do agente viral, associado à sorologia (ELISA). Na forma respiratória clássica, os anticorpos começam a aparecer no soro dos animais infectados uma semana após a infecção. O teste de ELISA serve também para monitoramento sorológico de resposta vacinal (imunização) para inspecionar os desafios de campo. Pode ser coletado também amostras da mucosa traqueal e dos pulmões uma semana após infecção. Para outras formas de IBV, coletar material referente ao tecido acometido (rins, oviduto, tonsilas cecais do TGI ou tecidos do proventrículo). Pode-se realizar o isolamento e identificação, inoculando macerado de órgãos em cavidade alantóide de ovos (specific pathogens free – SPF), com idade entre 9 e 11 dias de incubação. Procede-se ao exame do embrião na procura de alterações morfológicas neste, como nanismo, deposito de urato nos rins e mortalidade embrionária. As técnicas de RT-PCR são comumente utilizadas para identificação fenotípica dos isolados. • PREVENÇÃO E CONTROLE: deve-se realizar a higienização das instalações e equipamentos com detergentes e desinfetantes, realizar vazio sanitário após notificação, uniformizar idade das aves nas granjas permitindo a vacinação geral. Utilizam-se vacinas vivas, que são aplicadas em pintinhos logo após a eclosão, através de nebulização ou gota ocular. CORIZA INFECCIOSA DAS GALINHAS - doença respiratória aguda das galinhas, causada pela bactéria Avibacterium paragallinarum. Ocorre em poedeiras da avicultura industrial e comumente em poedeiras da avicultura familiar. Causa perdas econômicas e redução na produção de ovos entre 10 a 40%, devido ao retardo do crescimento em aves jovens. • ETIOLOGIA: causado pela bactéria Avibacterium paragallinarum, da família Pasteurellaceae, bacilo curto, gram negativo, imóvel. • EPIDEMIOLOGIA: distribuído mundialmente, com maior importância em regiões de climas temperados e tropicais. Possui maior impacto econômico devido a surtos ocorridos em países em desenvolvimento, potencializados por fatores como estresse e pela presença de outros patógenos concomitantes. Não possui importância em saúde pública. • PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS: as bactérias se aderem firmemente ao epitélio da mucosa ciliada do trato respiratório superior das aves, em especial o traqueal. Causam desintegração e descamação destes epitélio (cavidade nasal, seios nasais, traqueia) e modificações responsáveis pelos sintomas obstrutivos das vias respiratórias superiores. Este processo tem inicio a partir da 20ª hora pós-inoculação intranasal. O período de incubação é característico por possuir curta duração (24 a 48 horas). As galinhas hospedeiras naturais deste patógeno, não tendo predileção por idade. Porém, o curso da doenca em poedeiras ou aves adultas é maior do que se comparado à aves jovens. Esta doenca é mais comumente observada no outono e inverno. Os sinais clínicos mais comuns são secreção nasal, edema facial, conjuntivite, anorexia e diarreia. A hiporexia e hipodipsia retarda o crescimento das aves jovens e reduz a produção de ovos nas poedeiras. A doenca pode ter uma apresentação diversificada quando associada com outros patógenos (Mycoplasma gallisepticum, M. sinoviae e/ou agentes virais) e por fatores de estresse. As alterações macroscópicas que podemos observar são inflamação catarral aguda das membranas mucosas dos seios e da cavidade nasal. Frequentemente ocorrem conjuntivite catarral e edema subcutâneo da face e da crista. Na forma crônica, os seios paranasais estão distendidos e preenchidos por exsudato caseoso • DIAGNÓSTICO: consiste no isolamento da bactéria, considerado importante pois pôde- se realizar o antibiograma e determinar o uso consciente e eficaz de antibióticos, desfavorecendo a resistência bacteriana. Também pode-se realizar analise histopatológica de materiais e tecidos. • PREVENÇÃO E CONTROLE: bom manejo sanitário e medidas de biosseguridade, isolar lotérica infectados ou recuperados da infecção, realizar vazio sanitário de no mínimo 1 semana (ideal – 2 a 3 semanas) e realizar prevenção através de vacinação. • TRATAMENTO: antibióticos (após 5 a 7 dias de tratamento, os sinais clínicos desaparecem quase que por completo). Deve-se atentar para a carência da droga no organismo dos animais de postura comercial (consumo humano).
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