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DJULIE H M ANDRADE < de 20 semanas Abortamento, doença trofoblástica e ectópica O abortamento é muito frequente, muitas vezes a mulher nem sabe que está grávida Declaração de óbito: ≥ 20 semanas, ≥ 500g ou estatura ≥ 25 cm Cólica + sangramento em menos de 20 semanas = pensar em abortamento Conceito: interrupção < 20/22 semanas ou 500g (peso fetal) – o peso falha mais, mas é usado porque às vezes não tem certeza da IG; sempre preferir a IG! Precoce: ≤ 12 semanas Tardio: > 12 semanas Após auscultar o BC embrionário as chances de aborto diminuem bastante Espontâneo X provocado Espontâneo: acontece contra a vontade, não há indução, nem medida para provocar Provocado: que não foi espontâneo, mesmo quando é previsto em lei o Descriminalização do aborto: anencefalia (> 12 semanas), em caso de estupro (< 20 semanas) e risco à vida materna (qualquer semana da gestação – patologias graves) o O MS publicou portaria em 2020: não é vincular o atendimento à autoridade policial, mas sim, deve ser comunicada a autoridade depois do atendimento Esporádico X habitual: Esporádicos não precisa fazer investigação, principalmente se for espontâneo e precoce – a causa mais comum são as trissomias (+ comum é a do 16) (aneuploidias) Habitual: 3 ou + perdas – causas genéticas, anatômicas, endócrinas, infecciosas e imunológicas o Incompetência istmo cervical: colo incompetente, quando útero começa a pesar, o colo não segura. Com a história típica, devemos programar para fazer a cerclagem de 12 a 16 semanas, antes do colo abrir (técnica de McDonald – mais usada, mais simples, fio inabsorvível (quando tiver entrando em trabalho de parto ou 36/37 semanas, retirar o fio) Aborto tardio, colo fica curto, dilatação indolor, feto vivo/normal. Pode ter abortos cada vez mais precoces ou partos cada vez mais prematuros. o Síndrome anticorpo antifosfolipídeo (SAF): anticorpos que levam ao óbito fetal – 1 critério clínico + 1 critério laboratorial. O melhor tratamento é a combinação de AAS + heparina desde o início da gestação Colo normal, anticorpos antifosfolipídeos + (anticardiolipina, anticoagulante lúpico e anti-beta 2 glicoproteína – 1 desses + história de abortamento de repetição repete em 12 semanas), tromboses, feto morto. Apresentação clínica e conduta no abortamento Sempre que tem sangramento na GO, fazer exame especular Observar o sangramento saindo do orifício externo do colo DJULIE H M ANDRADE Tratamento do infectado: gentamicina (1,5mg/kg/dose a cada 8 horas ou 4,5mg/Kg em dose única diária) com clindamicina (900 mg de 8/8 horas) Incompleto, inevitável e infectado = intervir A conduta expectante no retido, tem uma taxa de sucesso maior se for < de 12 semanas. Se internar e já fizer o esvaziamento, o sangramento, a chance de resto e infecções Esvaziamento ≤ de 12 semanas (tem pouca formação óssea): AMIU (aspiração manual intrauterina, para útero MIUdo) – menos riscos de sinéquias, aderências ou curetagem ≥ de 12 semanas: Sem feto (incompleto): curetagem Com feto (inevitável/retido): misoprostol 800 mcg via vaginal – 4 comprimidos de 200 mcg com intervalo de 3 a 12h (dilata e promove contração uterina) e avaliar a necessidade de curetagem depois da expulsão Se o colo estiver fechado para realizar a aspiração ou curetagem, usar o misoprostol 400 mcg via vaginal de 3 a 4h antes do esvaziamento mecânico Proliferação anormal do trofoblasto Benigna: mola hidatiforme – pode ser completa ou parcial Maligna: mola invasora (+ comum), coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário Como formam as molas? Completa: o espermatozoide fecunda um óvulo SEM material genético – não há embrião, 20% de malignização e cariótipo diploide (só paterno! Pode ser 46XX ou 46YY) Parcial: 2 espermatozoides normais entrando em um óvulo normal – tecido fetal, 5% de malignização (mais bem diferenciado), cariótipo triploide Quadro clínico Sangramento de repetição (resulta da separação do tecido molar da decídua subjacente), vesículas, hiperêmese, DJULIE H M ANDRADE hipertireoidismo, aumento uterino (útero sanfona) USG: flocos de neve ou nevasca ou tempestade de neve Tratamento Esvaziamento uterino + histopatológico Preferencialmente esvaziar a vácuo aspiração Pode pensar em histerectomia em alguns casos para diminuir riscos de malignização – mulheres que tem + de 40 anos e prole definida Mesmo depois da histerectomia, tem que fazer controle de cura Controle de cura Beta-hCG: acompanhar semanal até 3 valores negativos mensal até 6 meses Zugaib considera quinzenal no lugar do semanal Cada dosagem tem que cair mais que 10% Sugere malignização: em 2 semanas ou nos dias 1, 7 e 14 3 semanas de platô ou nos dias 1, 7, 14 e 21 6 meses ainda positivo (questionável) Metástases (a mais comum é para pulmão) Se houver qualquer critério de malignização, o controle é quimioterapia. Contracepção no acompanhamento – exceto DIU! Caso a paciente queira engravidar novamente, é importante usar o ácido fólico 400 ug ao dia na pré-concepção (60 a 90 dias antes) e manter até a 12ª semana de gravidez Implantação do blastocisto fora da cavidade uterina Pode ocorrer na porção intersticial da tuba, no ovário, na cérvix, na cicatriz da cesárea e na cavidade abdominal Local + comum: trompa – região ampolar Fatores de risco Cirurgia prévia na trompa Ectópica prévia DIP Endometrioses DIU – não consideramos um método anovulatório, se o espermatozoide ‘driblar’ o DIU, pode dar uma gravidez ectópica – é mais comparando com os outros métodos Tabagismo – altera movimentos ciliares da trompa Quadro clínico Atraso menstrual, dor abdominal e sangramento vaginal Rota: choque, sinal de Blumberg e Proust (abaulamento e dor fundo de saco) USG útero vazio – bhCG > 1500/2000 Tratamento Expectante: é uma exceção – ectópica íntegra e beta-hCG declinante – seguimento com progressiva semanal do beta-hCG Medicamentoso: Obrigatório: ectópica íntegra Condições ideais: sem BCF, massa < 3,5 cm e beta-hCG < 5000 Metotrexate 50mg/m2 IM em dose única ou múltiplas fracionadas DJULIE H M ANDRADE Dosar beta-hCG no dia que aplicou o metotrexate, nos 4º e 7º dias – entre 4º e 7º dia tem que cair pelo menos 15% se não cair, teve falha se os parâmetros continuarem, pode tentar de novo Cirúrgico conservador: ectópica íntrega e desejo reprodutivo – salpingostomia laparoscopia Cirúrgico radical: ectópica rota (via de regra) – salpingectomia – o que determina se vai ser laparoscopia ou laparotomia é a estabilidade da paciente Conduta nas gestações de localização atípica (não tubária) Metotrexato em casos que o embrião não tem batimentos cardíacos Beta-hCG < 5000 dose única Beta-hCG > 5000 múltiplas doses
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