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Determinação da constante de tempo de um termômetro Christiane Lima Martins Coelho, Érika Gomes Lourenço, Luiz Augusto de Assis Física Experimental II, Turma A, 6M23 Neste experimento foi calculada a constante de tempo de um termômetro utilizando-se de dois ambientes com diferentes temperaturas e o tempo medido entre a termalização ao se mudar o termômetro do ambiente. Como as observações do tempo possuem grande flutuação a incerteza foi do tipo A e foi utilizada a distribuição-t de Student para o tratamento de dados. O valor encontrado foi de .τ = (1, 9 ± 1, 3) 𝑠 INTRODUÇÃO A capacidade térmica C de um termômetro pode ser determinada de acordo com a relação: , (1)∆𝑄 = 𝐶∆𝑇 a relação descreve ainda, a situação em que um termômetro a temperatura inicial é𝑇 1 colocado em um ambiente a temperatura e𝑇 2 ele pode ceder ou absorver calor [1]. Se considerarmos variações infinitesimais, a Equação (1) passa a ser escrita na forma . (2)𝑑𝑄 = 𝐶𝑑𝑇 No processo descrito acima a troca de calor que ocorre da diferença de ambientes não ocorre de forma instantânea [2], mas de acordo com (3)𝑑𝑄 = δ[𝑇 2 − 𝑇(𝑡)]𝑑𝑡, é a temperatura do termômetro no𝑇(𝑡) instante e uma quantidade determinada𝑡 δ proporcional à condutividade térmica da parede do vidro do termômetro. Substituindo a Equação (2) em (3), temos . (4)𝐶𝑑𝑇 = δ 𝑇 2 − 𝑇(𝑡)[ ]𝑑𝑡 É possível separar as variáveis da equação acima, fazendo (5)𝑑𝑇𝑇 2 −𝑇(𝑡)[ ] = δ𝑑𝑡 𝐶 e considerando que ,δ = 𝐶/τ (6)𝑑𝑇𝑇 2 −𝑇(𝑡)[ ] = 𝑑𝑡 τ . Integrando a Equação (6) de ambos os lados: (7)𝑙𝑛 𝑇 2 − 𝑇(𝑡)[ ] =− 𝑡τ + 𝑝 onde é uma constante que depende da𝑝 condição inicial dada no processo. Para ,𝑡 = 0 pode ser obtido e a Equação (7) se torna𝑝 (8)𝑙𝑛 𝑇 2 −𝑇(𝑡) 𝑇 2 −𝑇 1 ⎡⎢⎣ ⎤⎥⎦ =− 𝑡τ que é o modelo de medição que será utilizado neste experimento para determinar a constante de tempo de um termômetro. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Utilizados: ● Balança com resolução 1 g e distribuição triangular; ● Termômetro com resolução 1 °C e distribuição uniforme; ● Termômetro digital com resolução 0,01 °C e distribuição triangular; ● Água fria e água quente; ● Cronômetro do celular com resolução 0,01s; O experimento tem como objetivo determinar a constante de tempo de um termômetro. Primeiramente, é separada uma quantidade de água fria e uma quantidade de água quente. Os seus respectivos valores de temperatura são medidos com o termômetro digital e depois com o termômetro de álcool em vários processos de medição. O termômetro é colocado em contato com o recipiente com água fria e aguarda a sua termalização com a água até que retorne a temperatura inicial. Após esse processo o termômetro é colocado em contato com o recipiente com água quente e o tempo que a temperatura leva para chegar em uma temperatura final determinada é medido. Esse processo é repetido três vezes e é importante que o termômetro seja colocado de volta em contato com a água fria até que sua temperatura retorne ao estado inicial. Cada aluno repetiu esse processo três vezes, medindo o tempo com o cronômetro do celular, o que totalizou nove medidas. Com os dados coletados para cinco temperaturas diferentes, é feita uma regressão linear e seu resultado é comparado a Equação (8), e a constante de tempo é encontrada. Para o termômetro de álcool, que segue uma distribuição uniforme do tipo B, as incertezas tem a forma .σ 𝑇𝑎 = 1 °𝐶 3 Para o termômetro digital, cuja distribuição informada pelo fabricante é triangular têm a incerteza .σ 𝑇𝑑 = 0,01 º𝐶 6 A incerteza para os tempos medidos será do𝑡 tipo A, mas para um número suficientemente grande de repetições a incerteza do tipo A dada pelo desvio padrão da medida [3] precisa ser corrigida por um fatorσ 𝑡 = σ/ 𝑛 t’, que vêm da distribuição-t de Student, com graus de liberdade [4]. O fator tν = 𝑛 − 1 aqui é chamado de para não ser confundido𝑡' com o tempo . Dessa forma, o resultado da𝑡 medição será escrito como ,𝑡 = 𝑡 𝑚 ± 𝑡'. σ 𝑡( )𝑠 onde é a média de t.𝑡 𝑚 = 𝑛=1 9 ∑ 𝑡 𝑛 /𝑛 Para o cálculo da constante de tempo τ , a Equação (8) foi comparada à equação da reta de regressão linear, , de onde𝑦 = 𝐴 + 𝐵𝑥 temos, ,𝐵 =− 1τ e portanto, sua incerteza é do tipo C, ,𝐴 = 0 e cuja incerteza𝑥 = 𝑡 𝑦 = 𝑙𝑛 𝑇 2 −𝑇(𝑡) 𝑇 2 −𝑇 1 ⎡⎢⎣ ⎤⎥⎦ também é do tipo C. A regressão linear calculada foi do tipo ponderada, devido a heterogeneidade das incertezas para a variável dependente. RESULTADOS As temperaturas inicial e final fixas são respectivamente: ºC e𝑇 1 = 10, 0500 ± 0, 0041 ºC. As𝑇 2 = 80, 1200 ± 0, 0041 temperaturas escolhidas T(t) foram de 40 a 80ºC com intervalo de 10 ºC, ou seja 5 temperaturas com incerteza de 0,58 ºC. O± termômetro foi colocado na balança e sua massa foi de: g.𝑚 = 83, 00 ± 0, 41 A regressão linear para os dados do experimento estão na Tabela I. As incertezas relativas foram analisadas para a definição de qual variável seria considerada dependente e independente. Dessa forma, a variável independente foi o tempo medido e a variável dependente é o ln da razão entre as temperaturas. A regressão linear tem a equação da reta valendo .𝑦 =− 0, 54𝑥 − 0, 34 Com os valores de e sendo𝐴 𝐵 𝐴 = (− 0, 34 ± 0, 83) 𝐵 = (− 0, 54 ± 0, 38)1/𝑠 A constante de tempo do termômetro é .τ = (1, 9 ± 1, 3) 𝑠 DISCUSSÃO Neste experimento houve a adição de um ajuste no tratamento de dados do tipo A, as medidas de tempo com o cronômetro. A distribuição-t de Student foi utilizada para atualizar a estimativa das incertezas. Com esse ajuste e com a propagação de erro feita para o cálculo do ln da fração das temperaturas, foi realizada uma regressão linear ponderada [4] e foi possível determinar a constante de tempo do termômetro, . Aτ = (1, 9 ± 1, 3) 𝑠 incerteza foi da mesma ordem do valor obtido, o que demonstra que mesmo com o ajuste, ainda há erro considerável no cálculo. CONCLUSÃO O uso de materiais com maior precisão em suas medidas acarretaria na melhoria dos resultados, pois a resolução e o tempo de reação humano afeta diretamente a incerteza da medida como é possível ver nas equações que descrevem as mesmas. REFERÊNCIAS [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentals of physics. John Wiley and Sons, 2013. [2] Nussenzveig, H. M. Curso de Física Básica, Vol 2. Editora Edgard Blucher. 2002. [3] Mendes, A.; Rosário, P. P. Metrologia e Incerteza de Medição - Conceitos e Aplicações. [4] Morettin, P. A.; Bussab, W. Estatística básica. Editora Saraiva, 2017. 8 ed. ANEXO Figura I - Dados referentes à primeira etapa do experimento. Reta de regressão linear com equação .𝑦 = (− 0, 54 ± 0, 38)𝑥 + (− 0, 34 ± 0, 83) TABELA I - Dados da primeira parte do experimento e suas respectivas incertezas. (s)𝑡 ± ∆𝑡 ln [(T2 - T(t))/(T2-T1)] ± Δln [(T2 - T(t))/(T2-T1)] 0, 390 ± 0, 043 − 0, 55762 ± 0, 00013 0, 980 ± 0, 040 − 0, 84431 ± 0, 00017 1, 600 ± 0, 037 − 1, 24780 ± 0, 00026 2, 410 ± 0, 071 − 1, 93500 ± 0, 00053 3, 840 ± 0, 060 − 6, 370 ± 0, 048
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