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Ferramentas e Técnicas de Coaching W B A 0 2 3 6 _ v1 .1 2/185 Ferramentas e Técnicas de Coaching Autoria: Mariella Gallo Como citar este documento: GALLO, Mariella. Ferramentas e Técnicas de Coaching. Valinhos: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Ferramentais de coaching (técnicas e teorias) 06 Assista a suas aulas 19 Unidade 2: Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas 27 Assista a suas aulas 43 Unidade 3: O coaching e as metas 51 Assista a suas aulas 66 Unidade 4: Coaching não diretivo 74 Assista a suas aulas 89 2/185 3/1853 Unidade 5: Coaching de equipe 97 Assista a suas aulas 112 Unidade 6: Coaching empresarial 120 Assista a suas aulas 133 Unidade 7: Linguagens mentais e rapport 141 Assista a suas aulas 156 Unidade 8: Teoria na prática 163 Assista a suas aulas 177 Sumário Técnicas e Ferramentas de Coaching Autoria: Mariella Gallo Como citar este documento: GALLO, Mariella. Ferramentas e Técnicas de Coaching. Valinhos: 2016. 4/185 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina, você passará por 8 temas fundamentais referentes a técnicas de co- aching. Os temas abordam desde um olhar detalhado (como construir uma meta) até temas macro (transformação do processo para atender às demandas do mercado). A técnica de coaching foi adaptada para di- versos segmentos de mercado. Estas adap- tações foram realizadas para responder às necessidades corporativas e pessoais. A velocidade com que as corporações se transformam e os impactos gerados na sociedade motivaram para que a técnica de coaching fosse dividida em segmentos. Você conhecerá, a seguir, alguns deles. São eles: Segmento dedicado para equipes, denomi- nado: coaching de equipe. Tem foco em au- xiliar uma equipe a elevar seu desempenho para conquistar um objetivo com sucesso. Segmento carreira, conhecido como: coa- ching de carreira. Com foco em auxiliar exe- cutivos e jovens em elevar a satisfação em suas carreiras. E também em como direcio- ná-las. Segmento para líderes, referenciado como: coaching de liderança. Técnica desenvolvi- da para elevar a capacidade de gerir pesso- as, passando de excelente líder técnico para líder gestor de pessoas e estratégico. Portanto, seja para um aprendizado mais detalhado ou para um olhar macro, você terá, nesta disciplina, um aprendizado só- lido e com base em literaturas de renomes mundiais. 5/185 Também será capaz de: identificar um ver- dadeiro processo de coaching; diferenciar um coach de outros profissionais (consul- tores, mentores, terapeutas e conselheiros); observar se tem afinidade com a profissão e que caminhos buscar para formar-se. E, finalmente, a maior contribuição da dis- ciplina é a descoberta do verdadeiro valor e potências do coaching, honrando, assim, essa importante ferramenta transforma- cional e que vai muito além de uma simples técnica para ser seguida passo a passo. 6/185 Unidade 1 Ferramentais de coaching (técnicas e teorias). Objetivos 1. Apresentar como a popularização da palavra na última década e meia ten- deu a deturpar o princípio do coaching. 2. Reforçar o princípio do coaching. 3. Esclarecer a denominação dos ter- mos utilizados na técnica e os papéis e responsabilidades dos envolvidos no processo. 4. Mostrar os tipos de coaching e no que estão focados, período de atendimen- tos e recursos de atendimentos. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)7/185 Introdução Por volta de 2005, o coaching no Brasil era um conceito pouco conhecido para muitos. Era necessário desprender duas horas para explicar o que era esse trabalho, que bene- fícios traria e de onde surgiu. Também era necessário explicar a metodologia no deta- lhe, demonstrar que era confiável e provar que era um excelente investimento. Ainda assim, a maioria das pessoas enxer- gava com desconfiança e, no final da expli- cação, era muito comum ouvir: – Ah! Já sei: – é uma terapia breve! Entretanto, era uma palavra conhecida entre o alto escalão de executivos (presidentes, general managers e diretores). Devido ao coaching ter nascido para aten- der ao alto escalão e com foco executivo, os investimentos destinados para tanto, em uma corporação eram elevadíssimos, tor- nando-o, por muitos anos, inacessível em níveis hierárquicos menores ou até mesmo para um investimento pessoal. Hoje em dia, há uma reversão desse cená- rio. Há uma popularização do coaching e você pode perceber que o processo ficou acessível, pois trata-se de uma metodolo- Para saber mais Existe uma Federação Internacional de Coaching – ICF, que tem credibilidade mundial. Dedica-se em buscar padrões elevados e confiáveis no que regulamenta a atividade de coaching. ICF tem foco em regulamentar códigos éticos de coaching e seus avanços, tornando-se, assim, uma rede mundial de coaches. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)8/185 gia que se utiliza de ferramentas que po- dem ser aplicadas à qualquer pessoa e em qualquer posição, sendo necessário apenas duas coisas: a primeira é que o cliente tenha um objetivo e vontade de fazer acontecer. A segunda é um coach que gere confiança, seja verdadeiro e que tenha real vontade de apoiar o aprendizado e não julgar. Se nos anos 2000 não se sabia a existência do coaching, hoje você pode perceber que vi- vemos exatamente uma situação contrária. Hoje em dia, o profissional coach investe tempo em explicar o que não é coaching. Isso porque o termo coaching virou um “jar- gão”, ou seja, uma palavra da moda e que caiu na graça de muitas profissões, como se fosse a ação de dizer ao outro como se deve fazer algo. A popularização do processo de coaching também trouxe o não entendimento da me- todologia e passou a ser confundido como aconselhamento, psicologia, consultoria, instrução e mentoria. Por esse breve histórico e confusões criadas ao longo do tempo, entre o jargão, a popu- larização e a exclusividade, o tema desta aula terá como foco: • Explicar o princípio do coaching; • Quais são os papeis, responsabilida- des e denominações do tema; e • Quais os tipos de coaching mais reco- nhecidos atualmente. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)9/185 1. Princípios do Coaching. Ao pesquisar diversas escolas nacionais e internacionais, além de literaturas sobre coaching, citamos algumas importantes e tradicionais definições sobre o princípio do coaching. São elas: Segundo Gallwey (2013, p. 9), o objetivo do coaching é “liberar o potencial de uma pes- soa para maximizar sua performance, aju- dá-la a aprender em vez de ensiná-la”. Para Withmore (2006, p. 12), “o Coaching é um comportamento gerencial que se baseia na extremidade oposta à do espetro de co- mando e controle”. Segundo Lages e O’Connor (2013, p. 5), o coaching: Para saber mais Timothy Gallwey é considerado o precursor do coaching. Escreveu o livro: The Inner Game of Tennis ou o Jogo Interior. E, por meio das técnicas que ele desenvolveu que estimulava seus alunos ao aprendizado natural, ensinou a verdadeira es- sência do coaching. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)10/185 [...] Consiste em ajudar as pessoas a mudar no sentido em que almejam e a seguir na direção desejada. O coaching apoia as pessoas em todos os níveis do processo de se tornarem aquilo que desejam e ser o melhor que podem. Você pode observar que uma das semelhanças entre as citações está no fato de que o coach (aquele que aplica o processo de coaching) terá o papel fundamental de estimular o potencial do seu cliente. Também deverá apoiá-lo nas mudanças que deseja fazer, ouvir seus medos e estimu- lá-lo a agir. Assim, o cliente poderá aprender um novo hábito. O coach, por meio do processo de coaching, auxiliará o cliente (coachee) a encontrar as suas próprias respostas. O seu papel não é dizer ao cliente o que e como fazer. O objetivo do processo é estimular o aprendizado, sem que o coach recomende o que o coachee (clienteou colaborador de uma empresa) deverá fazer. Recomendar pode limitar o aprendizado e também paralisar o cliente, que pode entender a recomendação como algo impossível de ser realizado. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)11/185 2. Processo de Coaching: Deno- minações, Papéis e Responsabi- lidades. 2.1 Denominações Primeiramente, é necessário compreender o significado de três terminologias ineren- Para saber mais John Withmore é uma referência em coaching na Inglaterra. Foi um dos primeiros coaches a adaptar a técnica desenvolvida por Gallwey, em seu livro O Jogo Inteiro do Tennis e transformar o coaching do esporte para a vida executiva/corporativa. Você pode ler sobre sua experiência no livro Coaching para Performance, Editora Qualitymark. tes ao processo de coaching, quais sejam: coach, coachee e coaching, a saber: • O coaching é o processo pelo qual o cliente passará; • O coach é o profissional que aplicará o processo de coaching; • O coachee é o cliente ou colaborador que receberá o processo de coaching. 2.2 Papéis e responsabilidades É importante compreender os papéis e res- ponsabilidades do coach e do coachee, no processo de coaching, pois essa compre- ensão eleva a possibilidade de realizar um processo bem-sucedido. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)12/185 O papel do coach é dar apoio ao coachee para que ele perceba e mude padrões que o ajudarão a alcançar uma meta. A responsa- bilidade básica do coach é fazer perguntas e não julgar. O coachee, por sua vez, contém as respos- tas. O seu papel é buscar as próprias res- postas, bem como sua responsabilidade é colocar em prática os recursos que ganhou consciência. No aspecto técnico, o coach deverá possuir as seguintes habilidades: • Criar uma aliança de confiança e ver- dade com o coachee; • Esclarecer os temas ou problemas, co- locados pelo coachee; • Entender o futuro desejado pelo coa- chee e estabelecer o foco; • Ouvir com atenção e sem julgamento; • Fazer perguntas que gerem reflexão e ação e que não sejam indutivas; • Dar luz às crenças que impulsionam e ou travam o coachee em direção a sua meta; • Buscar os recursos internos do coa- chee para que ganhe forças para agir; • Estimular o coachee a colocar em prá- tica as ações predefinidas para que obtenha o aprendizado, experimen- tando-as; • Sensibilidade para perceber as barrei- ras emocionais, comportamentais e de pensamentos. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)13/185 3. Tipos de Coaching. Os principais tipos de coaching estão co- nectados aos aspectos da profissão e aos aspectos da vida das pessoas. Na era do conhecimento, surge a necessida- de de criar tipos de processos de coaching mais específicos. São eles: • Coaching de vida: foca em aumentar a satisfação do indivíduo como um todo. Link Conheça a etimologia da palavra coaching no ar- tigo científico de Milaré e Yoshida, 2009. Disponí- vel em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v14n4/ v14n4a12>. Acesso em: 29 dez. 2016. • Coaching executivo: com foco em elevar a performance do executivo (lí- der ou gestor). • Coaching de carreira: busca auxiliar o coachee a encontrar satisfação na carreira, apoia-o nas etapas que en- volvem a gestão da carreira; • Coaching de equipe: atua para au- mentar o desenvolvimento de uma equipe para alcançar uma meta ou projeto. Cabe ainda ressaltar que o período de um processo de coaching pode variar depen- dendo do tipo. Para o coaching life (de vida), executivo e carreira, há uma média de mercado que está entre 10 e 18 horas de trabalho. Levando em consideração ses- Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)14/185 sões semanais de uma hora, entre o coach e o coachee, estima-se uma duração de 3 meses para finalizar o processo de coaching. Os encontros podem ser presenciais e/ou virtuais. As sessões virtuais ganharam nos últimos anos bastante espaço no mundo, principalmente em cidades de grande porte. Constata-se uma grande adesão ao sistema virtual pela economia de tempo e ao suces- so nessa forma de realizar o processo de coaching. É importante destacar que é pos- sível manter a qualidade do processo, no formato virtual. Apesar da variedade dos tipos de coaching, formas de entrega das sessões e do perío- do de trabalho, é importante ressaltar que o princípio do coaching prevalecerá em qualquer um dos segmentos. O coach atuará como facilitador para que ocorra um aumento do desempenho do coachee ou de uma equipe. Não julgará e não recomendará o que o coachee deverá fazer. Realizará perguntas e fará com que o cliente (coachee) ganhe recursos, e estimulando a atuação e a aquisição de aprendizado. Link Veja como o coach e um líder podem assumir o papel de facilitadores segundo uma entrevista do pai do coaching, Tim Gallwey. Disponível em: <http://www.istoedinheiro.com.br/noti- cias/negocios/20130830/perguntas-para- -tim-gallwey-criador-conceito-coaching- -autor-livro-the-inner-game/5067.shtml>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)15/185 Glossário Jargão: linguagem utilizada de forma estropiada, que está desfigurada. Julgar: ter uma opinião sobre determinado assunto, ponto de vista; expressar um parecer da si- tuação; determinar os erros. Princípio: razão que fundamenta ou baseia um conhecimento. Questão reflexão ? para 16/185 Como você observa a contratação do coach pelo merca- do? Você acredita conhecer os critérios necessários para a contratação de um coach? Sabe que tipo de coaching é o mais adequado para você? 17/185 Considerações Finais • Coaching não é um jargão. É uma metodologia séria e que libera o real po- tencial das pessoas; • Coaching é o processo pelo qual o cliente coachee passará com a ajuda do profissional coach; • O coach não diz o que e como fazer. O coachee tem as respostas. E recomen- dar pode limitar o aprendizado e paralisar o cliente; • Coach é um facilitador que estimula o aprendizado e transformação pessoal. Unidade 1 • Ferramentais de coaching (técnicas e teorias)18/185 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. LAGES, A; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Edição. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 19/185 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Ferramentais de Coaching (téc- nicas e teorias). Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 6fd6391f517b616bf6c543070ec4f09f>. Aula 1 - Tema: Ferramentais de Coaching (técni- cas e teorias). Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/85a- e339c4374963d9d1e5c30ce1f3d09>. 20/185 1. Sobre o coaching, pode-se afirmar: I – A palavra coaching significa o processo pelo qual o coachee passará. II – O processo de coaching libera o potencial das pessoas para que possam elevar a performance. III – A palavra coaching pode ser empregada para qualquer profissão que ensine o cliente a fazer algo. IV – A palavra coaching vem sendo utilizada como um jargão com a popularização do processo. V – O processo de coaching é realizado por um coach. Assinale a alternativa, contendo os itens corretos: a) Apenas os itens I, III e IV estão corretos. b) Apenas os itens I, II, III e V estão corretos. c) Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Todos os itens estão corretos. e) Apenas o item II está correto. Questão 1 21/185 2. Sobre o princípio de coaching, pode-se afirmar: I – Coaching não é uma terapia breve. II – Coaching é uma metodologia acessível e que pode ser aplicada a qualquer pessoa e em qual- quer posição profissional. III – É importanteque o cliente tenha um desejo a ser alcançado e que tenha vontade genuína em transformar-se para alcançá-lo. IIV– Coaching não é dizer ao outro o que deve fazer. V – Coaching é uma mentoria que apoia as mudanças que o cliente deseja fazer, ouve seus medos e apoia-o para que adquira um novo hábito. Assinale a alternativa, contendo os itens corretos: a) Apenas os itens I, III e IV estão corretos. b) Apenas os itens I, II, III e V estão corretos. c) Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Apenas os itens I, II, III e IV estão corretos. e) Apenas o item II, está correto. Questão 2 22/185 3. Qual o papel e responsabilidade do coachee? Circule a resposta correta. a) Buscar as respostas que estão em seu interior e responsabilizar-se por utilizar os recursos que o impulsionará a ação. b) Pedir para as pessoas dizerem o que ele deverá fazer e que o outro o ajude com tarefas. c) Pedir para que o coach defina qual objetivo ele deverá alcançar. d) Fazer o que o coach mandar. e) Perguntar sempre ao coach como deverá agir para resolver determinado problema. Questão 3 23/185 4. Qual o papel e responsabilidade do coach? Assinale a resposta correta. a) Fazer perguntas indutivas que na pergunta sinalizem a resposta que o coachee deverá esco- lher. b) Indicar ao cliente qual o caminho que deverá seguir. c) Interromper o coachee toda vez que entender que as escolhas dele são erradas. d) Ouvir com atenção e não julgar, auxiliar que o cliente tenha clareza de sua meta, fazer per- guntar que levem à reflexão e ação e apoiar o aprendizado por meio de experimentação. e) Realizar uma sessão de terapia psicológica quando o cliente se demonstrar sentimental. Questão 4 24/185 5. Qual dos tipos de coaching, apresentados a seguir, deverá ser escolhido por um colaborador que foi promovido de técnico para líder. O objetivo é elevar sua produtividade na gestão das pessoas e garantir os resultados por meio de sua liderança. a) Coaching de empreendedorismo. b) Coaching de carreira. c) Coaching de liderança. d) Coaching life (vida). e) Coaching de aposentadoria. Questão 5 25/185 Gabarito 1. Resposta: C. O item III está incorreto porque a palavra co- aching não pode ser empregada para qual- quer profissão, pois coaching é uma meto- dologia e que eleva o potencial das pessoas. O potencial é desenvolvido com as desco- bertas que o cliente faz de suas respostas. Sendo assim, ensinar o que o cliente deverá fazer ou como fazer não é do princípio do coaching. 2. Resposta: D. Coaching é um processo que auxilia nas mudanças que o cliente deseja fazer, o co- ach ouve as dúvidas e apoia o cliente para que adquira um novo hábito. Coaching não é uma mentoria, nem terapia, não é con- sultoria, e todas esses métodos requerem outras especializações e experiências. 3. Resposta: A. O coachee, que é o cliente ou a pessoa que passará pelo processo de coaching, tem a responsabilidade de definir o que deseja al- cançar. E o coachee detém as repostas em seu interior, chegando às respostas com a ajuda das perguntas que o coach estabele- cerá. Cabe ainda ao coachee, quando toma consciência de seus recursos, responsabili- zar-se por colocá-los em prática para bus- car o alcance de sua meta. 26/185 Gabarito 4. Resposta: D. O coach tem o papel e responsabilidade de apoiar o processo de desenvolvimento do coachee por meio do estímulo de pergun- tas, saber ouvir e apoiá-lo para que se man- tenha na direção de sua meta, além de au- xiliá-lo na descoberta de seus recursos que o fortalecerão para transpassar obstáculos. 5. Resposta: C. O processo de coaching de liderança é es- pecífico para que o executivo ao ser promo- vido de técnico para líder possa ter um alto desempenho no seu novo papel que exige liderança. 27/185 Unidade 2 Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas. Objetivos 1. Entender como a era do conhecimento influenciou os líderes a obterem um pa- pel de líder coach junto a seus liderados. 2. Reconhecer em que momento o líder de- verá atuar com perguntas de coaching. 3. Saber formular perguntas para elevar a consciência dos liderados/coachees. 4. Saber quando formular perguntas com: o POR QUÊ? 5. Reconhecer perguntas fracas e indutivas. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas28/185 Introdução Um líder que está realmente comprometido em desenvolver pessoas sabe fazer pergun- tas. Também sabe observar qual a maturi- dade de seu colaborador e o momento de realizá-las. O processo de coaching pode ser realizado no trabalho, pelo próprio líder ou por líde- res pontuais que lideram um projeto e uma equipe. Quando abordamos o tema coaching no trabalho, referimo-nos à possibilidade de as pessoas realizarem o coaching em seus colegas. Isto é, independentemente da con- tratação de um coach profissional. Para isso, basta ater-se a dois pontos fundamentais. O primeiro ponto é apoiar e o segundo pon- to é fazer perguntas. Em relação ao primeiro ponto, o de apoiar, trata-se da arte de acolher o outro emocio- nalmente, ou seja, ouvir sem julgar. O ato de apoiar trará à outra parte conforto emocio- nal, estimulando a confiança em refletir e falar sobre os seus receios. Em outros ter- mos, será encorajado a expor dificuldades, alegrias e motivos que podem influenciar ou impulsioná-lo em direção ao sucesso. Já o segundo ponto trata da arte de formular questões que gerem consciência e senso de responsabilidade pela ação futura. O coaching é perfeitamente aplicado no tra- balho, assim como em outras áreas da vida (família, relacionamentos sociais e pesso- ais). O líder que dominar a arte de apoiar e de perguntar estará no caminho de compor uma equipe capaz de pensar e lidar com as emoções. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas29/185 Portanto, é possível afirmar que está no pa- pel de ser líder também o de ser coach. Você aprenderá até o final deste tema: a arte de realizar perguntas no processo de coaching; reconhecer quando e para quem formulá-las; classificar quais são os tipos de perguntas fracas e quais são as adequadas no papel de líder coach; e formular pergun- tas capazes de motivar as pessoas. Para saber mais A liderança deve estimular o autoconhecimento; confiança, comprometimento e significado. Leia mais na matéria: “Como o líder essencial transfor- ma a organização”. Disponível em: <http://hbrbr. com.br/como-o-lider-essencial-transfor- ma-a-organizacao>. Acesso em: 29 dez. 2016. Saber perguntar pode determinar o sucesso ou o fracasso. E a falta das perguntas pode contribuir para manter uma equipe atrofia- da e, até mesmo, medíocre. Link A importância do Líder Coach no contexto atual. So- ares, L. 2015. Disponível em: <http://repositorio. uniceub.br/bitstream/235/8015/1/51404539. pdf>. Acesso em: 29 dez. 2016. 1. Coaching no Trabalho. Na era industrial, o foco era a produção em grande escala e a qualidade dos produtos. O trabalho de produção ou a produtividade era definido pelas mãos dos homens. Pro- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas30/185 duzir, vender e gerar consumo era o que de- terminava o sucesso da corporação. Nesse sentido, o mais importante no perí- odo industrial eram as “mãos”. E, para que estas “mãos” produzissem na quantidade e qualidade certas, era necessária a figura de um chefe. O chefe, nesse período, repre- sentava a figura de uma pessoa que dava ordens e ditava regras, como: Faça isto! ou Faça aquilo! ou Faça do jeito que eu mandei! Faça agora e desta forma! Esses tipos de co- locação eram muito comuns e diretivos. Por outro lado, os estímulos para que as pes- soas pensassem e gerassem soluções eram quase nulos. Já na era do conhecimento, pautada pelo desenvolvimento tecnológico, o mundo fi- cou sem fronteiras e a competição mais acirrada, o que colocou à prova e desafiou a longevidade das empresas. Ao passo que muitas empresas nasceram com o advento e o sucessoda internet, outras mais tradi- cionais e que estavam no mercado há mais de 30, 40 e 80 anos fecharam suas portas. Surge, então, a necessidade em manter as empresas sustentáveis e capazes de vencer os desafios da modernidade. Nesse momen- to, as corporações passam a entender que o diferencial competitivo depende da qua- lidade dos talentos que as compõem. Reter talentos criativos e inovadores, que saibam pensar em soluções e trazer resultados, é o grande segredo de uma organização para manter a longevidade. Nesse sentido, é notável que na era do co- nhecimento a figura do “chefe” é enfraque- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas31/185 cida e substituída pela figura do “líder”. O chefe que, até então, mandava agora passa a ser o líder que estimula, o pensar e o agir. Uma das formas que o líder pode utilizar para estimular as pessoas a pensarem é por meio de perguntas. É importante destacar que a formulação de perguntas ao coachee não é uma tarefa fácil e elas devem ser ela- boradas de acordo com cada perfil. É importante que o aluno saiba que a práti- ca de formular questões em um processo de coaching é adquirida através da experiên- cia, ou seja, mediante a sua atuação como coach. No entanto, é possível adotarmos algumas técnicas que nos ajudarão a con- duzir o processo, no quesito da formulação de perguntas ao coachee. Link Leia a importância da liderança e coaching. Se- gundo artigo de Gaspar, D. 2009. Disponível em: <http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/ rcger/article/view/2601/2482>. Acesso em: 29 dez. 2016. Dessa forma, nos tópicos seguintes, você aprenderá como formular poderosas ques- tões que estimulem as pessoas a refletir e a encontrarem soluções, para atingir metas. 2. O Coachee tem as Respostas. Antes de iniciar a abordagem do tema, va- mos realizar um acordo. Toda vez que nos referir à palavra coachee, lembre-se de que estamos nos referindo ao cliente ou o lide- Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas32/185 rado, que são as pessoas que estão rece- bendo o coaching. Uma das principais diferenças da ferramenta de coaching, em relação a outras metodolo- gias (mentoria, consultoria, aconselhamen- to), é partir do princípio que o coachee terá total condições de encontrar suas próprias respostas, ou mesmo que já as possua. Em outros termos, o coachee deverá ser capaz de dar respostas de acordo com suas vivên- cias, conteúdos e experiências adquiridas. O coach ou o líder (líder coach) deve enten- de que as perguntas são o estímulo para que o coachee organize seus pensamentos e verbalize suas ideias, até gerarem clareza. A clareza facilitará a formulação das ações necessárias. É importante para o líder, ou coach, obser- var em qual estágio de maturidade o seu liderado, ou coachee, está em termos téc- nicos. Essa afirmação é importante, pois as questões a serem colocadas ao coachee de- penderão da situação e do estágio em que se encontra, frente ao projeto ou tarefa que necessita realizar. Um exemplo que pode explicar melhor essa afirmação ou falta dessa seria a reação de um colaborador novato, face aos questio- namentos do seu líder. Tal reação pode ma- nifestar-se, ou por intermédio de um senti- mento de incompetência, ou pela sensação de estar perdido. Os estágios de maturidade do liderado, ou coachee, em relação ao tipo de ação a ser adotada pelo seu líder, podem ser divididos Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas33/185 em: a) liderado tecnicamente novo na ativi- dade e b) liderado tecnicamente maduro na atividade: a) Liderado tecnicamente novo na ati- vidade: a ação do líder, nesse estágio, é dizer o que o liderado precisa fazer, acompanhar e, em alguns casos, fazer junto com ele. O líder, também, pode delegar à outra pessoa o acompanha- mento do liderado até que esteja pre- parado. É preciso ficar atento, pois a formulação de questões de coaching a um liderado nesse estágio pode cau- sar-lhe um sentimento de incapaci- dade, ou mesmo despertar inseguran- ça, irritação ou dúvidas, em relação ao seu líder. b) Liderado tecnicamente maduro na atividade: sabe o que faz, como faz e para que faz, porém tem dúvidas pon- tuais e pode sentir-se momentanea- mente inseguro. A sensação de inse- gurança pode apresentar-se quando o desafio a ser realizado parece maior que a capacidade do liderado em re- solver. A ação do líder para esse es- tágio do liderado é de líder coach, ou seja, formular perguntas para que ele possa expressar as respostas, frente às dúvidas que surgiram. Quando o lí- der pergunta e ouve, ajuda o liderado a verbalizar, bem como o ato do lide- rado em falar e ser ouvido ajuda-o a sentir apoio em seu momento de in- segurança emocional. Nesse estágio, Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas34/185 se o líder decidir dizer aos liderados, “o que” e o “como fazer” e, ainda, acom- panhar assiduamente as tarefas por esses desempenhadas, o liderado po- derá sentir-se infantilizado. Sua rea- ção poderá ser de irritação ou mesmo comprometer a sua confiança no líder. Estar certo do estágio de maturidade que seu liderado se encontra é fundamental para determinar se deverá dar a diretriz, ou se fará perguntas. Quando o líder respeita que o liderado maduro obtém as respostas, e faz-lhe perguntas, ajudará o colaborador a fortalecer-se, trará senso de responsabi- lidade e o conduzirá para a ação de forma motivada. 3. Como Construir Perguntas de Coaching. Segundo Gilbert e Chakravorty (2005, p. 51), “as respostas estão dentro das pessoas e o papel do coach é destravá-las e trazê-las para o lado de fora”. A principal função da pergunta de coa- ching é gerar no coachee o ato de pensar e a responsabilidade de atuar. Isso é possível quando o coachee toma autoconsciência, entendimento e também percepção de há- bitos que o ajudam, ou o afastam de seus objetivos. Para gerar no coachee consciência, ação e senso responsabilidade, cabe ao líder coach saber realizar perguntas poderosas. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas35/185 3.1 Como formatar as pergun- tas poderosas Primeiramente, é preciso entender quando podemos utilizar perguntas, contendo: Por quê? Como? O quê? Quem? e Quando? Um erro muito comum entre os líderes é a utilização de perguntas, com: “POR QUÊ?”. O “POR QUÊ?” geralmente induz a respos- tas que são justificativas e não respostas para ação. Link Disponível em: <http://exame.abril.com.br/re- de-de-blogs/gestao-positiva/2012/05/06/o- -poder-das-perguntas/>. Acesso em 29 dez. 2016. Exemplo de uma pergunta, adotando-se o “POR QUÊ?”: “Por que o relatório está in- completo?”. A resposta que você terá dessa pergunta provavelmente será uma justifica- tiva, como, por exemplo: “Porque o gerente estava de férias”. No entanto se você, como líder, quer obter uma ação, uma solução e gerar senso de responsabilidade, a pergunta mais apro- priada deverá iniciar com: O QUÊ? QUEM? QUANDO? ou COMO? Por exemplo: “O que você fará para obter o relatório completo?”. Ou: “Como você fará para obter as informa- ções necessárias?”. Observe a diferença entre perguntar o: “POR QUÊ?”, “O QUÊ?” e “COMO?”. O “O QUÊ?” e o “COMO?” induzem o coachee a pensar em Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas36/185 ações, buscando em seu interior, formas de atuação. Essas duas formas de iniciar uma pergunta são o primeiro passo de sua esco- lha como líder coach. Quando for fazer uma pergunta ao lidera- do, sugerimos que você pare e pense: “O que quero saber? Quero uma justificativa, ou quero uma ação que caminhe para uma solução?”. Outra função do “POR QUE?” é descobrir o valor que motivará o coachee a atingir uma meta ou adotar uma ação. Por exemplo: você pode querer descobrir o porquê é importan- te para seu coachee alcançar a meta que lhe foi estabelecida. Observe o diálogo a seguir que revela oreal valor por trás da meta. Líder: “Por que é importante para você al- cançar a meta?”. Liderado: “Para que nossa empresa tenha lucro”. Líder: “Entendo. E por que é relevante para você que a empresa tenha lucro?”. Liderado: “Ah! Porque assim garanto meu emprego”. Líder: “Hum! E garantir seu emprego é im- portante para você, Por quê?”. Liderado respira aliviado e responde: “Por- que minha família estará segura. E eu me sentirei mais tranquilo”. Podemos observar no diálogo que, ao inves- tigar o porquê, o líder aprende a reconhecer o valor que motiva o coachee a atingir uma Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas37/185 determinada meta. No caso apresentado, podemos observar que o liderado coloca o real motivo, o real valor que o faz ir em bus- ca da meta, quais sejam: segurança familiar e tranquilidade pessoal. Portanto, antes de perguntar, pense: “O que desejo abstrair do meu liderado? Quero uma justificativa? Quero saber, quais são os seus valores ou motivações? Quero saber as razões que o impedem de agir? Quero elimi- nar as barreiras que impedem o liderado de agir ou atingir as metas?”. 3.2 Perguntas de suporte Perguntas de suporte apoiam a técnica de coaching e que ajudam o coachee a organi- zar, ainda mais seus pensamentos. O coach deverá utilizá-las para provocar no coachee maior consciência e senso de responsabi- lidade, por suas ações. Podem ser citados, como exemplos de perguntas de suporte: “O que mais?”. “E se você soubesse, o que faria?”. “O que pode ter de impacto para você e ou- tras pessoas nesta decisão?”. “O que há de mais desafiador para você, so- bre isto?”. “O que você pode fazer para diminuir esta ameaça?”. Observe que as perguntas acima são per- guntas abertas e incentivam o aprofunda- mento da reflexão, ampliando a consciência de si e do entorno, bem como estabelece o foco em possíveis desafios. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas38/185 3.3 Perguntas fracas Perguntas fracas são aquelas que induzem o coachee ou são fechadas, bem como as respostas a essas são rápidas e concretas. As perguntas que induzem, ou indutivas, são aquelas que dizem o que fazer, em for- ma de pergunta. Por exemplo: “Que tal você verificar o estoque antes de dar a resposta ao cliente?”. Já as perguntas fechadas são perguntas que as respostas são objetivas. Por exemp- lo: “Você fará reunião com Pedro?”. Observe que, nesse caso, a resposta é concreta: “sim” ou “não”. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas39/185 Glossário Insegurança emocional: quando um colaborador sente que sua capacidade pode ser menor que a tarefa que deseja executar. Geralmente, pode ser percebido quando o colaborador pro- cura o líder para tirar dúvidas ou quando ele está em uma postura autocrítica e questiona a si mesmo se dará conta de realizar uma atividade. Perguntas poderosas: são as perguntas que geram no coachee a oportunidade de ampliar a percepção. Elevar a consciência e senso de responsabilidade. Perguntas indutivas: são perguntas feitas com a resposta embutia no meio dela. Para conduzir o coachee para a direção que o líder quer. Líder coach: quando o líder decide assumir o papel de coach para com o liderado. Usa a ferra- menta de coaching para estimular o liderado a elevar seu desempenho. Abstrair: extrair do colaborador o conteúdo que ele terá de mais importante. Questão reflexão ? para 40/185 No seu trabalho, você tem um chefe ou um líder? Caso assumisse um cargo de liderança, qual seria a sua forma de liderar? Você diria ao seu liderado, ou aos seus lidera- dos, o que devem fazer? Ou você os estimularia a refletir sobre como encontrar uma solução? 41/185 Considerações Finais • As perguntas devem gerar consciência, ampliar a percepção do tema, focar em gerar ações e responsabilidade pelas escolhas; • Perguntas poderosas ampliam a consciência e geralmente iniciam com: O quê? Como? Quem? Quando?; • Perguntas que induzem o coachee às respostas que você quer ouvir, limitando-o para que possa desenvolver o pensamento, a reflexão; • Perguntas fracas são perguntas fechadas. De respostas concretas: sim ou não; certo ou errado; • Perguntas que utilizam o “POR QUÊ?” sugerem justificativas, análises ou identificar os motivadores. Unidade 2 • Coaching em situação de trabalho e perguntas poderosas42/185 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. GILBERT, A.; CHAKRAVORTY. I. Go mad about coaching. Great Britain: CHS, 2005. LAGES, A.; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Edição. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 43/185 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Coaching em situação de traba- lho e perguntas poderosas. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 4628f117a80b4b3a15dee4f5d8eebbce>. Aula 2 - Tema: Coaching em situação de traba- lho e perguntas poderosas. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e79d9d9f4fd725c44428ac98ffaeb3a3>. 44/185 1. O gerente de qualidade chama o supervisor de qualidade e informa que precisam elevar os resultados de qualidade. O gerente começa a dizer ao lide- rado como quer que ele faça para elevar o resultado. Diz que produtos devem ser analisados, qual a quantidade de amostragem que devem ser checadas, como observar o manuseio da linha de produção, que tipo de negociação de compra de matéria-prima quer que seja feita e, por fim, impõe o prazo ao supervisor de qualidade que já trabalha há mais de 3 anos nessa função e há 5 anos nessa mesma empresa. Após analisar o contexto acima, indique a qual Era que o texto acima se refere: a) Era da Troca b) Era da Caça c) Era do Conhecimento d) Era Agrícola e) Era Industrial Questão 1 45/185 2. O liderado é um estagiário. Entrou na empresa há aproximadamente 2 meses. Sente muita empolgação para trabalhar, contudo possui pouca ex- periência técnica e muitas dúvidas do que fazer e como fazer as coisas. Len- do o contexto acima, qual a alternativa que indica como o líder deverá atuar com esse liderado? Questão 2 a) O líder deverá delegar a tarefa para ele. b) O líder deverá desafiá-lo. c) O líder deverá fazer junto com ele as tarefas até que o mesmo aprenda. d) O líder deverá fazer várias perguntas abertas para que o estagiário resolva como fazer. e) O líder deverá dizer qual a meta e deixar que o estagiário resolva sozinho como dará o resul- tado. 46/185 3. O líder tem um liderado que tecnicamente tem muita experiência. E o lí- der quer ajudá-lo a elevar o desempenho para que o liderado possa atingir o objetivo daquele ano. Para isso, o líder deverá conduzir conversas que ge- rem consciência, senso de responsabilidade e ações. Questão 3 Que tipo de pergunta é a mais indicada para essa situação? a) Por que você quer trabalhar? b) Você vai informar as pessoas sobre seu projeto, não é? c) Seu objetivo é bom? Sim ou não? d) Você gosta ou não gosta de seu objetivo? e) O que você pode fazer para alcançar seu objetivo? 47/185 4. O líder percebe que seu liderado anda sem motivação para cumprir seu trabalho. O liderado está apenas cumprindo com o básico de sua rotina. O líder não percebe brilho no olhar do liderado. Já conversou com o liderado e não há nenhum problema pessoal ou profissional que possa estar gerando essa sensação de falta de motivação. Que tipo de pergunta o líder deverá fa- zer para que o liderado encontre o motivo pelo qual valerá apena conduzir seu trabalho com motivação? Questão 4 a) Você gosta de seu trabalho? b) O que está acontecendo que seu desempenho é baixo ultimamente? c) Você está procurando emprego?d) Há algo chateando você? e) Por que é importante para você acordar todos os dias e vir trabalhar? Por que é realmente relevante para você o seu trabalho? 48/185 5. Qual o tipo de pergunta que o líder coach deve utilizar se quer elevar o desempenho de seus liderados? Questão 5 a) Pergunta indutiva. b) Pergunta fraca. c) Pergunta fechada. d) Pergunta aberta/poderosa. e) Pergunta de terapia. 49/185 Gabarito 1. Resposta: E. A Era Industrial é reconhecida por uma lide- rança que dizia a seus colaboradores o que fazer e como. Os prazos e ações eram deter- minados do líder para o liderado. Um man- dava e o outro obedecia. 2. Resposta: C. Quando o liderado é novo na função técni- ca, o líder deverá ensiná-lo e fazer junto às tarefas, até que ele aprenda e sinta-se con- fiante de seguir sem o suporte. 3. Resposta: E. Essa é uma pergunta aberta, gerando a pos- sibilidade de o liderado ampliar a percep- ção da situação, tomar consciência do que precisará fazer para alcançar o resultado e também se precisará de ajuda e de quem. As respostas A, B, C e D são perguntas indu- tivas, fechadas e de respostas “sim ou não”; “gosto ou não gosto”. Esse tipo de pergun- ta fechada não estimula o liderado a pensar em soluções. Portanto, são perguntas fracas e ineficazes. 4. Resposta: E. Quando o líder quer descobrir junto do lide- rado o fator motivacional para um trabalho. Ou o que pode motivar o liderado em seu trabalho. Ou ainda descobrir o que ele valo- riza, então as perguntas devem iniciar com por que, pois indica os valores que movem o 50/185 Gabarito liderado a querer alcanças algo, denotando a real importância. 5. Resposta: D. O líder no papel de coach deverá utilizar perguntas que gerem consciência, autor- responsabilidade e ação. Para isso, utili- zam-se perguntas abertas e ou mais co- nhecidas como perguntas poderosas no contexto de coaching. 51/185 Unidade 3 O coaching e as metas. Objetivos 1. Compreender que a meta não deve ser uma obrigação e sim deverá ser defi- nida por meio de um desejo. 2. Aprender que a meta é composta por um conjunto de itens: clareza, tempo e espaço, vontade e responsabilidade. 3. Demonstrar perguntas que auxiliam na construção de uma meta detalha- da e positiva. Unidade 3 • O coaching e as metas52/185 Introdução Nietzsche (1844-1900, https://pensador. uol.com.br › autores › Friedrich Nietzsche) tem uma frase que diz: “muitos são os obs- tinados que se empenham no caminho que escolheram, poucos os que se empenham no objetivo”. Esta citação de Nietzsche (1844-1900) in- dica exatamente a importância que definir um propósito para alcançar um objetivo têm no processo de coaching. A primeira etapa, ao pensar em um obje- tivo, é definir o propósito. Buscar entender que tipo de mudança ou condição desejo alcançar. Ter clareza da imagem que se de- seja alcançar motiva a ação. E o motivo dá sentido ao caminho que será planejado pelo coachee. Portanto, na citação de Nietzsche, podemos interpretar que muitos percorrem caminhos de forma competitiva, árdua e somasse a isso, que não sabem para que estão traba- lhando tanto, pois investem tempo em fa- zer coisas que não os levará à lugar algum e pelo simples fato de não parar para enten- der: qual objetivo querem alcançar e o por- quê. Para saber mais Segundo o Dicio (dicionário online de português), a palavra objetivo significa: propósito; o que se pretende alcançar, realizar ou obter. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/objetivo/>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 3 • O coaching e as metas53/185 Neste tema, “O coaching e a meta”, você irá aprender os seguintes itens: como obter uma boa meta, como construí-la, quem é o responsável por alcançá-la, a importância de definir tempo e meta positiva. Aproveito para desafiá-lo a pensar: O que você quer alcançar daqui a 10 anos? Para saber mais Quer saber mais sobre o filosofo alemão Friedrich Nietzsche? Ele já defendia o conceito de dar novos sentido as coisas e valores. Além do desenvolvi- mento da personalidade. Leia o link a seguir. Dis- ponível em: <http://educarparacrescer.abril. com.br/aprendizagem/friedrich-nietzs- che-403370.shtml>. Acesso em: 29 dez. 2016. 1. Meta Positiva. Ao pensar em uma meta, reflita no seu de- sejo. O que realmente quer alcançar? A meta pode ser tanto um desejo de curtís- simo prazo como de longo prazo. O impor- tante inicialmente é entender o que você realmente busca como ponto de chegada (ser alcançado). Por exemplo: “Perguntei a José: ‘O que você quer alcançar daqui a 5 anos na sua área profissional?’ José respondeu: ‘Quero alcan- çar o cargo de gerente executivo do banco’”. Unidade 3 • O coaching e as metas54/185 Outro aspecto relevante para a definição de uma meta é que ela seja positiva. Uma boa parcela das pessoas geralmente tem difi- culdade em pensar no que querem, alme- jam ou desejam alcançar. As pessoas geralmente sabem responder o que não querem. O fato das pessoas sa- berem o que não querem ajudará o coach a Link Um tipo clássico de construção de meta no coa- ching é a meta SMART. Disponível em: <http:// exame.abril.com.br/negocios/dino/noti- cias/metas-smart-sao-o-primeiro-passo- -para-definir-objetivos.shtml>. Acesso em: 1 jan. 2017. buscar o que elas querem. É atribuição do líder coach e ou coach auxiliar o coachee a transformar o que ele não quer naquilo que ele quer. A meta ao ser definida de forma positiva ga- nha sentido e força e, também, eleva a von- tade do coachee em agir para alcançá-la. Isto porque ganha um sentido positivo. Veja um exemplo de como transformar uma meta negativa em uma meta positiva. Coach: “O que você deseja alcançar na sua vida profissional?”. Coachee: “Ah! Não quero ser empregado”. Coach: “Entendo. Se você não quer ser em- pregado... significa que quer...?”. Coachee: “Humm! Quero ser empreende- dor”. Unidade 3 • O coaching e as metas55/185 Perceba que no diálogo acima o coach não diz ao coachee o que ele quer ou deveria querer. O coach apenas pergunta de uma forma que o cliente possa transformar a meta negativa “não ser empregado” em uma meta positiva “ser empreendedor”. 2. Responsabilidade da Meta. Deve-se levar em consideração que, ao construir uma meta, ela deverá pertencer ao coachee. O coachee refletirá e descobri- rá a sua própria meta. O coach terá o papel de estimular o cliente a pensar, a criar e elaborar sobre qual a meta que deseja alcançar. O coach jamais poderá definir, recomendar, insinuar ou aconselhar qual a meta do coachee. Os principais riscos do coach definir a meta do cliente são: • Inibir o real propósito (o desejo laten- te) do coachee; • Recomendar algo que fique impossível para o cérebro do coachee executar; Link O poder de pensar positivo ativa hormônios e re- gistros saudáveis em nosso corpo e mente. Dis- ponível em: <http://super.abril.com.br/histo- ria/pensamento-positivo>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 3 • O coaching e as metas56/185 • Sugerir algo muito simples de alcan- çar (na interpretação do coachee) e que perca a graça para ele mover-se em direção ao objetivo. A meta deverá ter um propósito para o coa- chee e ele deverá sentir que está motivado e apto para executá-la. A responsabilidade para com o alcance da meta pertence ao coachee. Cabe observar que um erro comum ao construir a meta é de terceirizar o objetivo. Terceirizar o obje- tivo é dizer que o objetivo a ser alcançado dependerá da atitude dos outros e não da atitude do coachee. Por exemplo: o coachee responde que o que ele quer é que sua equipe seja comprometida. Observe que o resultado da meta, “o com- prometimento”, dependerá da equipe. A equipe precisará desenvolver este compor- tamento, e não o coachee. Portanto, não é uma meta que dependa exclusivamente do coachee para ser alcançada. Como se pode transformar a meta mencio- nada em uma meta que o resultado per- tença exclusivamente do coachee? Criando uma meta que dependadas ações dele. O exemplo a seguir mostrará uma meta que o resultado depende das ações exclusivas do coachee. Coachee: “Eu quero aprender a habilidade de dar feedback para as pessoas da minha equipe”. Unidade 3 • O coaching e as metas57/185 Observe que aprender a dar feedback para as pessoas da equipe dele é uma ação e um resultado que dependem exclusivamente do coachee. E dar os feedbacks necessários po- derá ou não ajudar a comprometer a equipe. Link Conheça uma forma clássica de dar feedback. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/ carreira/noticias/as-8-regras-de-ouro-do- -feedback>. Acesso em: 29 dez. 2016. 3. Clareza da Meta. O desejo que o coachee quer alcançar preci- sa ser fácil de entender, claro de se pronun- ciar e motivador. A meta deverá ser clara. Há duas ferramentas para estimular o co- achee na construção de metas claras. São elas: a) Habilidade de imaginar; e b) Transformar palavras concretas em ações. Ambas incentivam o cliente a trabalhar no detalhe. O detalhe, nesse caso, fará a dife- rença para que a mente entenda exatamen- te o que deseja alcançar. 3.1 Habilidade de imaginar O recurso de incentivar o coachee a imagi- nar é poderoso. Quando a mente consegue visualizar, sentir, ouvir o que deseja, é como se imprimisse no cérebro a realidade. O co- Unidade 3 • O coaching e as metas58/185 ach pode fazer as seguintes perguntas para utilizar este recurso. Coach: “O que você quer para daqui a 5 anos?”. Coachee: “Quero preparar-me para uma posição gerencial”. Coach: “Imagine que você está 5 anos à frente. O que você vê que demonstra que você alcançou a sua meta? O que você sen- te? Que trilha sonora você ouve ou o que você escuta?”. 3.1.2 Transformar palavras con- cretas em ações Transformar palavras concretas em ações é conhecido no coaching como desconstru- ção de palavras ou palavras grávidas. Leia o exemplo a seguir, que pergunta realizar para desconstruir uma palavra concreta e obter o detalhe da ação que a representa: Coach: “O que você quer para daqui a 5 anos?”. Coachee: “Quero preparar-me para uma posição gerencial”. Coach: “Descreva para mim. Uma posição gerencial para você é fazer o quê?”. Coachee: “É fazer a gestão das pessoas”. Coach: “Fale mais sobre isso. Fale mais so- bre isso. O que você fará que demonstrará a gestão de pessoas?”. Coachee: “Eu farei reuniões semanais; con- versarei com os liderados sobre os resul- Unidade 3 • O coaching e as metas59/185 tados; direi no que precisam desenvolver- -se...”. Perceba no exemplo acima que incentivar o coachee a expressar, detalhadamente, as ações a serem adotadas quando atingir a meta, o auxiliará a construir uma imagem do objetivo. O detalhamento funciona como um radar para a mente que captará as oportunidades que se apresentarem dentro do que foi ima- ginado anteriormente. Questão para reflexão Quantas vezes você construiu sua meta com base nos detalhes? 4. Tempo e Espaço. Uma meta bem construída possui tempo e espaço considerados. Refiro-me a crono- logia: datas, horários e espaço de tempo. Pode ser tanto ações que iniciam no minuto seguinte como ações espaçadas por perío- dos e até anos. O coachee deverá ser incen- tivado a determinar em que ano, mês e data quer ter seu objetivo alcançado. Unidade 3 • O coaching e as metas60/185 5. Impactos Quando o coachee define o seu objetivo, é importante ajudá-lo a refletir sobre os ga- nhos, benefícios e impactos que esse desejo trará para ele e para as pessoas ao redor. As perguntas que o incentivarão a refletir sobre esse aspecto são para checar: Para saber mais Organizar como atingir a meta pode exigir que- brar a meta em “miniações”, e cada ação terá um tempo para ser conquistada. Essa é uma forma produtiva de alcançar seu objetivo principal. Veja um exemplo prático no link: <http://stat.necat. incubadora.ufsc.br/index.php/IJIE/article/ view/1585/pdf> • Se o desejo é algo que trará benefí- cios, • Se manterá um impacto positivo para ele e para o meio em que convive. Refletir sobre os impactos também auxilia a antever se há a necessidade de trabalhar para diminuir uma possível ameaça. Alguns exemplos de perguntas para obser- var os impactos de uma meta desejada pelo coachee podem ser colocadas: • Quais são os ganhos de alcançar essa meta? • Quem mais se beneficiará com isto? • Quais serão os impactos positivos e Unidade 3 • O coaching e as metas61/185 negativos, na sua busca pela meta? • Que impactos positivos e negativos buscar esta meta trará para as pesso- as ao seu redor? Refletir sobre os benefícios e os malefícios do objetivo a ser alcançado é mais uma for- ma de ampliar a consciência do coachee para os impactos e para que ele formule ações para superar obstáculos que possam surgir. Podemos concluir que criar uma meta é fun- damental no processo de coaching. Note que o objetivo ou a meta norteará todo o trabalho entre o coach e o coachee. A meta é uma forma de ter um motivo para ampliar a consciência, atuar em direção do que quer alcançar e buscar desenvolver habilidades para que seu objetivo seja possível de obter. Unidade 3 • O coaching e as metas62/185 Glossário Desconstrução de palavra: linguagem utilizada no coaching para determinar que uma única palavra pode ter vários significados e que precisa ser “desconstruída” para revelar qual ação é atribuída a essa palavra. Feedback: palavra americana que significa retorno. No ambiente corporativo, significa dar um elogio ou uma recomendação de melhora, sobre algo que foi realizado de forma positiva ou ne- gativo. Meta: ponto de chegada. Determinar o que se quer alcançar. Questão reflexão ? para 63/185 O que você quer alcançar nos prazos de 1, 3 e 5 anos? Qual o impacto que esses objetivos terão em sua vida e nas pessoas ao seu redor? 64/185 Considerações Finais • A primeira etapa ao pensar em um objetivo é definir o propósito. Meta sem propósito é alcançar um lugar vazio; • Meta é válida quando o resultado depende de suas ações e não depende de outros; • Metas devem ser claras. Os detalhes são necessários para torná-la alcançável. • É importante estabelecer prazos em uma meta. Saber quando quer concluí- -la é uma forma de incentivar a reflexão, acerca das ações a serem tomadas e em quanto tempo; • Analise os ganhos, os benefícios e os impactos, ao alcançar o objetivo ou a meta estabelecida, tanto de modo particular (na sua vida) ou coletiva (as pessoas ao seu redor). Unidade 3 • O coaching e as metas65/185 Referências GALLWEY, T. O Jogo Interior do Tenis. São Paulo: Textonovo, 2013. LAGES, A.; O’CONNOR, J. Como o coaching funciona. O Guia essencial para a história e prática do coaching eficaz. 2. Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 66/185 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: O coaching e as metas. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/8e2aff7eea4d219277fbc8e411cea076>. Aula 3 - Tema: O coaching e as metas. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ dcf1c5d7168167b4b793e4269857db23>. 67/185 1. Sobre meta, qual alternativa, contempla todas as afirmações corretas? I – Meta é o ponto que o coachee deseja alcançar. II – Meta deverá estar associada a um motivador/um desejo. III – Meta sem um propósito é uma meta vazia. IV – Os detalhes na definição de uma meta são irrelevantes e atrapalham. V – A meta deverá ser definida e estipulada pelo coach. a) Os itens I, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, II, III, IV e V estão corretos. d) Os itens II, III e V estão corretos. e) O item IV está correto. Questão 1 68/185 2. Levando em conta a leitura deste tema, qual alternativa contemplatodos os itens para a construção de uma meta? I – Definição do desejo. O que quer alcançar? II – Escrever de forma clara o objetivo. III – Indicar as pessoas que deverão realizar a meta pelo coachee. IV – Determinar em quanto tempo quer alcançar o objetivo. V – Checar se o objetivo que o coachee quer alcançar poderá impactar a vida dele de forma po- sitiva e negativa. a) Os itens I, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, II, IV e V estão corretos. d) Os itens II, III e V estão corretos. e) Todos os itens estão corretos. Questão 2 69/185 3. Indique qual alternativa contempla todas as questões que o coach deverá utilizar para auxiliar o coachee a imaginar a meta no detalhe? I – O que você vê quando alcançar a meta? II – Quais são seus pontos fortes, hoje? III – Qual trilha sonora estará tocando? IV – O que você ouve quando alcançar a meta? V – O que você sente quando alcançar a meta? a) Os itens I, II, IV e V estão corretos. b) Os itens I, II e III estão corretos. c) Os itens I, III, IV e V estão corretos. d) Os itens II e V estão corretos. e) Todos os itens estão corretos. Questão 3 70/185 4. Quando o coach pergunta ao coachee “o que ele quer alcançar, profissio- nalmente, em 5 anos?” e o coachee responde: “que não quer ser um lidera- do”, o que se pode afirmar tecnicamente sobre a resposta do coachee? a) O coachee respondeu o desejo da meta de forma negativa. b) Que o coachee é um estagiário. c) Que a pergunta do coach está malfeita. d) Que o coach precisa decidir o que o cliente será em 5 anos. e) O coach precisa perguntar os impactos de não ser liderado. Questão 4 71/185 5. Quando o Coach pergunta ao Coachee: “Que impactos alcançar esta meta terá em sua vida e na vida das pessoas ao seu redor”? o coach está ajudando o cliente a refletir sobre qual item abaixo? a) Clareza da meta. b) Definir o propósito da meta. c) Definir tempo. d) Entender em qual espaço ocorrerá o objetivo e) Refletir sobre os impactos positivo e negativo da meta. Questão 5 72/185 Gabarito 1. Resposta: B. Itens IV e V estão incorretas porque a Meta sempre será definida e escolhida pelo coa- chee. Detalhar a meta a torna uma imagem concreta para a mente e move o coachee a planejar os passos para alcançá-la. 2. Resposta: C. Levando em conta a leitura desse tema, a resposta que contém todos os itens que compõem a construção de uma meta é al- ternativa C. Meta pertence ao coachee e de- verá ser construída de forma que dependa apenas dele o alcance do resultado. 3. Resposta: C. As perguntas que auxiliam o coachee a ima- ginar no detalhe o que deseja são referentes aos sentidos de ver, ouvir e sentir. 4. Resposta: A. Segundo a técnica de coaching, o coachee respondeu ao desejo da meta de forma nega- tiva. Sendo assim, o coach deverá, por meio de perguntas, auxiliar o coachee a transfor- mar a meta em uma afirmação positiva. 5. Resposta: E. Refletir sobre os impactos positivo e ne- gativo da meta é uma parte importante da construção da meta para que o coachee 73/185 Gabarito entenda se o desejo dele é benéfico e não causará grandes danos ele e/ou as pessoas à sua volta. 74/185 Unidade 4 Coaching não diretivo. Objetivos 1. Abrir a mente para a possibilidade de confiar na capacidade do outro resol- ver as questões. 2. Entender a importância do aprendiza- do natural. 3. O que é coaching não diretivo, ou aprender a aprender. 4. Conhecer os 3 princípios do: apren- der a aprender: consciência, escolha e confiança. Unidade 4 • Coaching não diretivo75/185 Introdução O coaching não diretivo surge na década de 1970, com o precursor do coaching, Ti- mothy Gallwey. Ele era um instrutor de tênis e desenvolveu uma forma de seus alunos aprenderem sem a necessidade de ensina- -lhes instruções técnicas. Para T. Gallwey, todo ser humano tem ca- pacidade de aprender de forma natural. Ou seja, o aprendizado pode ser livre, constru- ído por meio da tentativa, por meio de ob- servar os erros, aprender com eles e prati- car novamente. Enfim, é possível construir o aprendizado com base em vivenciar uma experiência. O aprendizado se dá por meio de praticar, refletir o que aprendeu ao praticar (os erros e acertos) e definir o que deseja fazer para desempenhar ainda melhor no que estiver se propondo. Este formato do aprender por meio de praticar, observar e definir onde quer desempenhar mais é denominado “processo não diretivo”. Gallwey denominou “processo não diretivo” de “Aprender a aprender” e entende ainda que aprender pode ser uma fonte de prazer quando não há julgamento, quando o clien- te escolhe o que quer aprender e quando define as ações pelas quais irá praticar. O Tema 4, “Coaching não diretivo”, ou me- lhor, “aprender a aprender”, terá como base a fonte que o criou, que são os conceitos de Tim Gallwey. Ao final da leitura, você terá uma importante visão do que é, e como uti- lizá-lo como líder/coach na prática. Unidade 4 • Coaching não diretivo76/185 Também reconhecerá os 3 princípios que formam a essência do “aprender a apren- der” e terá exemplos práticos ligados à lide- rança. 1. Afinal, o que é: Aprender a Aprender? Quando um cliente procura um coach, ge- ralmente ele quer sanar um problema, quer Para saber mais Timothy Gallwey era instrutor de jogadores de tê- nis e lecionava em Harvard. E foi por meio do ques- tionamento da forma como os alunos aprendiam a jogar tênis que observou que todo o ser humano tem a capacidade do aprendizado natural. um conselho que o ajude, ou uma fórmula pronta para resolver a questão dele. A experiência como coach nos ensinou que, quando o cliente expõe o problema para o coach, há dois caminhos a seguir: um ca- minho é ensinar o coachee, dando-lhe ins- truções do que fazer, e o outro caminho é apoiá-lo para que ele aprenda por meio de sua própria reflexão, tentativas, observação de resultados e escolhas de novas práticas. Veja a diferença entre ensinar versus apoiar a aprender, no exemplo descrito a seguir, sobre quando éramos bebês e aprendemos a andar. Imagine uma criança aprendendo a andar. Pode-se dizer que o andar foi um aprendi- zado natural porque foi adquirido por meio da tentativa e erro e não por meio de ins- Unidade 4 • Coaching não diretivo77/185 truções dos pais. Os pais não lhe deram instruções de como fazer, não ensinaram, não deram uma aula para explicar ao bebê que deveria levantar uma perna e depois a outra. Nem, tampouco, explicaram que, se inclinasse um pouco seu tronco para fren- te, poderia ter impulso para ir em frente. O bebê simplesmente aprendeu naturalmen- te com base na própria experiência. O papel dos pais no aprendizado do bebê andar geralmente é o de apoio ao apren- dizado. O apoio para aprender pode ser observado quando os pais procuram ba- ter palmas, dar um sorriso e segurar-lhe as mãos para que a cada desequilíbrio e queda o bebê siga em frente com sua descoberta. O exemplo acima foi descrito para ajudar a entender a diferença entre ensinar e apren- der. Quando alguém ensina, dá a direção ou instrução, espera-se que o outro siga o que foi explicado. Porém, quando há o apoio para que se aprenda, dá-se espaço para que o aprendizado ocorra naturalmente por meio de tentativas e erros. A mesma coisa ocorre na relação do coa- ch com o cliente e do líder com o Liderado. Quando o coachee vem com um problema, pode-se escolher ensinar dando as instru- ções e direção ou pode-se apoiá-lo para que ele aprenda naturalmente: por meio de praticar, refletir (erros e acertos) e escolher novas tentativas. Unidade 4 • Coaching não diretivo78/185 Quando o coach escolhe apoiar o aprendiza- do ele ouve, faz perguntas para que o clien- te reflita e encontre suas respostas e ainda o estimula para que coloque em prática a decisão que escolheu seguir. O coach está apoiando o cliente no aprendizado natural. Sendo assim, coaching não diretivo ou “aprender a aprender” é apoiare dar espa- Link Confira no site oficial da Melhor RH, revista oficial da ABRH Brasil, o artigo “O Pai da Matéria”, im- portância do líder no papel de desenvolver pesso- as, segundo Tim Gallwey. Disponível em: <http:// www.revistamelhor.com.br/o-pai-da-mate- ria/>. Acesso em: 29 dez. 2016. ço para o aprendizado natural de cada pes- soa e acreditar que, assim como aprender a andar, as pessoas são capazes de aprender qualquer coisa por meio da vivência da ex- periência em si. Para saber mais Ter consciência no processo de aprender a apren- der é ter clareza da realidade e da escolha do que quer-se praticar. E o coach auxilia o coachee a ter consciência, por meio de perguntas que provo- cam reflexões. Unidade 4 • Coaching não diretivo79/185 2. Os Princípios do Coaching não Diretivo. Os princípios do coaching não diretivo ou aprender a aprender têm como base três pilares: cons- ciência, confiança e escolha. A união desses elementos gera o aprendizado natural e eleva o de- sempenho. Segundo Tim Gawlley (2013, p. 24): [...] a base do aprendizado pode ser resumida em 3 palavras: consciência, confiança e escolha. Consciência dizia respeito a conhecer a situação atu- al com clareza. Escolha relacionava-se com mover-se em direção desejada no futuro. E confiança nos próprios recursos internos de alguém era o elo essencial que permitia esse movimento. Como o líder pode aplicar os princípios consciência, confiança e escolha na sua equipe? Primeiramente, o exemplo a seguir utilizará o elemento consciência, que, segundo Gallwey, diz respeito “a conhecer uma situação com clareza”. Unidade 4 • Coaching não diretivo80/185 Quando o liderado ou cliente vem com algu- ma questão para ser resolvida, geralmente ele está ansioso. Como a ansiedade toma conta da mente dele naquele momento, a tendência é que a performance seja menor. Colocar o liderado para observar um deta- lhe é importante, pois, ao colocar foco em um ponto, a mente fica concentrada nele e, com isso, a distrai do estado de ansiedade inicial. Por exemplo: imagine que você é um líder de um supervisor que está ansioso porque deve dar feedback negativo para um membro da equipe dele. A mente desse supervisor está ansiosa porque fica ocupada com os se- guintes pensamentos: “eu não sou bom em dar feedback!; “o outro vai brigar!; “odeio briga”! Esse estado de pensamento faz com que o desempenho dele em dar feedback caia. Peça ao supervisor que, ao dar o feedback negativo, observe qual o tom de voz ele em- prega (alto, baixo, melindroso ou agressivo). Ao pedir que o supervisor observe um as- pecto específico, distrairá a mente dele, dos pensamentos que geram a ansiedade. Ob- servar o tom de voz, por exemplo, enquanto ele dá um feedback, dá algo interessante para a mente observar e não se distrair com outras questões que geraram a ansiedade inicialmente. Conforme o liderado pratica a ação suge- rida e torna-se mais confiante, dê mais um detalhe para ele observar e aumente o de- safio. Exemplo: peça que ele perceba que postura física ele utiliza durante a fala; de- Unidade 4 • Coaching não diretivo81/185 pois que ouça o tom de voz do outro. Essas observações colocam foco em variáveis que contribuem para o aprendizado e mudam o padrão de ansiedade. Segundo princípio, como utilizar a con- fiança O coach/líder tem uma tarefa importante quanto à confiança. Necessita levar o lide- rado a acreditar nele mesmo e adquirir con- fiança. A forma de elevar a confiança do li- derado é que o coach/líder precise confiar no liderado e não no resultado. Em outros termos, é preciso que o líder confie na habi- lidade do liderado e não no desempenho. Também não se deve julgar e deve-se man- ter um ambiente seguro contra julgamen- tos, pois o julgamento faz parecer tudo mais difícil, tentativa de correção e isso incentiva a que o liderado tenha dúvida da capacidade dele. Portanto, livrá-lo do jul- gamento tornará mais fácil que ele encon- tre as habilidades necessárias para solu- cionar questões. Um exemplo: para incentivar a confiança de um liderado que precisa resolver uma ques- tão no trabalho e que tem os conhecimen- tos necessários para solucioná-lo, mas, por estar com baixa confiança pessoal e auto- crítica elevada, recorre a você, líder, para dar a resposta de como ele deve solucionar a questão do trabalho. Quando se vivencia essa situação, geral- mente o liderado recorre ao líder, dizendo que não sabe como resolver a questão. Seu papel como líder para que ele fique mais au- Unidade 4 • Coaching não diretivo82/185 toconfiante é fazer as perguntas que gerem no liderado a oportunidade de pensar e dar as respostas. O fato de o liderado respon- dê-las dará a ele a oportunidade de mostrar o quanto sabe enquanto ordena os pensa- mentos. Para isso, ao ouvir do liderado: não sei o que fazer para solucionar “X”, o líder deve per- guntar: “E se você tivesse a solução? O que seria?”. “E se você tivesse esse saber?”. “E, se você fosse bom, o que você faria?”. Perceba que as questões acima, ao serem respondidas pelo liderado, devolvem a ele a opção de confiar em si mesmo porque ele dar-se-á conta de que as respostas estão com ele. E que não necessita que o líder tra- ga sempre as soluções para os problemas, podendo ele confiar em si e nas suas res- postas. Link Veja como executivas lidam com a confiança. Dis- ponível em: <http://vocesa.uol.com.br/noti- cias/carreira/como-a-inseguranca-faz-mu- lheres-sabotarem-a-propria-carreira.pht- ml#.WApfI-vA2rU>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 4 • Coaching não diretivo83/185 Terceiro princípio, a escolha O coach/líder, além de apoiar o liderado para que tenha consciência de uma situa- ção e para que pense em um conjunto de possibilidades ou soluções para uma ques- tão, deverá incentivá-lo também a que tome as próprias decisões. Quando o lide- rado escolhe qual opção utilizará, que ca- minho traçará, ou qual solução quer dar a um problema e trabalha para isto, ele eleva a autoconfiança. Portanto, quem deve es- Para saber mais Escolhas no processo de coaching não diretivo é quando o coach por meio de perguntas auxilia o liderado a ter clareza do que quer alcançar e fazer a escolha. colher que decisão tomar sobre um assunto é o liderado. Note que os três princípios – consciência, confiança e escolhas – são complemen- tares, estão interligados e apoiam um ao outro no processo de aprender a aprender, pois, quando o liderado observa com maior clareza uma situação, poderá aumentar as possibilidades de soluções e praticará o que escolher. Os três elementos reforçam a au- toconfiança, pois a arte de dar respostas, criar soluções e colocá-las em prática ele- vam a sensação de capacidade de criar e re- alizar. Sendo assim, como coach/líder, o seu papel é tornar o liderado cada dia mais con- fiante para que ele possa ver as coisas com clareza e, desse modo, fazer escolhas. Unidade 4 • Coaching não diretivo84/185 Link Lei como confiar é diferente de controlar. Dispo- nível em: <http://vocesa.uol.com.br/noticias/ entrevistas/a-importancia-da-confianca- -para-as-empresas.phtml#.WApeAevA2rU>. Acesso em: 29 dez. 2016. Para saber mais As escolhas no processo de coaching não diretivo ocorrem quando o coach, por meio de perguntas, auxilia o liderado a ter clareza do que quer alcan- çar e fazer a escolha. Unidade 4 • Coaching não diretivo85/185 Glossário Ensinar: ato de compartilhar o conhecimento, experiência e ou técnica. Aprender: ato de descobrir por meio da experimentação. Coaching não diretivo: na linguagem da essência do coaching, é o aprender a aprender. Cada ser humano tem a capacidade do aprendizado natural. Questão reflexão ? para 86/185 Você é um líder que confia na habilidade de seu liderado em resolver problemas ou é um líder que diz o que o li- derado “deve ou não deve fazer” para resolvê-lo? 87/185 Considerações Finais • Aprender a aprender é uma técnica do coaching não diretivo.Consiste em desenvolver o liderado por meio do aprendizado natural. O líder estimula o liderado a pensar, ter autoconfiança e aprender com as experiências; • O liderado escolhe o que quer experimentar e amadurece com o aprendizado; • Ensinar a aprender é um estilo de liderança em que o líder ensina o que o liderado deverá ou não deverá fazer; • O coaching não diretivo é conhecido como aprender a aprender; • O precursor do coaching é Timothy Gallwey. Ele acredita que todo ser hu- mano tem a capacidade de aprender naturalmente; • Os princípios do coaching não diretivo são 3: consciência, confiança e esco- lher. Unidade 4 • Coaching não diretivo88/185 Referências DOWNEY, M. Coaching Eficaz. São Paulo: Cengage Learning, 2010. GALLWEY, Thimothy W. The Inner Game – A essência do jogo interior. São Paulo: New Book, 2013. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 89/185 Assista a suas aulas Aula 4 - Tema: Coaching não diretivo. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/7ead94fa5f5e1feca6730df31bc866c0>. Aula 4 - Tema: Coaching não diretivo. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e118166a8a965b4ef2e587e6ceb72dfe>. 90/185 1. O líder ouve o problema do liderado e tem vontade de dizer o que ele deveria fazer. Porém, confia na capacidade do liderado pensar em soluções e escolhe apoiá-lo. Apoia-o fazendo perguntas, ouvindo e dando o tempo para que o liderado colete seu aprendizado. Essa escolha do líder de não in- terferir pertence a qual tipo de coaching? a) Coaching diretivo. b) Coaching não diretivo. c) Coaching de vida. d) Coaching de empreendedorismo. e) Coaching de carreira. Questão 1 91/185 2. Imagine que o liderado está ansioso e diz ao líder que não fará uma determinada palestra porque não saberá responder a todas as perguntas que por ventura a plateia deseje perguntar. Ainda complementa dizen- do: [...] que é a primeira vez que haverá mais de 100 pessoas para ouvi-lo e que tem medo de esquecer as coisas que vem preparando faz meses. Quais dos três princípios o líder deverá utilizar para livrar o liderado desta mente ansiosa? a) Consciência. b) Confiança. c) Escolhas. d) Dizer que ele está liberado. e) Pedir que ele delegue para outro. Questão 2 92/185 3. O líder convidou um liderado pleno para ser o responsável por condu- zir uma negociação comercial com um cliente de maior porte. O liderado fica feliz, porém começa a autocriticar-se. E questiona com o líder se acha mesmo que ele é a pessoa certa. Acredita que ele não vai saber o que fa- zer. Qual dos princípios abaixo o líder deverá escolher para lidar com a situação acima? a) Escolha. b) Consciência. c) Confiança. d) Dar conselhos. e) Trocar de colaborador. Questão 3 93/185 4. O liderado tem uma questão para resolver e pede ao líder a resposta do que fazer e como. O líder, por sua vez, percebe que o liderado está apenas limitando as possibilidades e decide ajudá-lo a ampliar as opções por meio de perguntas. E depois diz ao liderado: a partir daqui não posso ajudá-lo. Tenho certeza de que você escolherá o que fazer. Qual dos princípios o líder está utilizando? a) Valor. b) Direção. c) Escolha. d) Julgamento. e) Deflagrar. Questão 4 94/185 5. Imagine que o líder ensina o que e como o liderado deverá fazer e ainda fica cobrando que o liderado de o resultado rapidamente. O liderado devi- do a este estilo de liderança do líder sobre ele passa a apresentar um esta- do de autocrítica, desconfia de si próprio e o desempenho cai. De acordo com a descrição acima, qual o estilo de liderança que o líder escolheu? a) Coaching não diretivo. b) Aprender a aprender. c) Ensinar a aprender. d) Coaching de negócios. e) Coaching business. Questão 5 95/185 Gabarito 1. Resposta: B. Quando o líder escolhe incentivar o liderado a tomar consciência da realidade, fazer suas próprias escolhas e incentivá-lo a prender pela experiência. O líder está utilizando a técnica de coaching não diretivo. 2. Resposta: A. Ao observar que o liderado está ansioso e que a mente está cheia de observações que o deixam inseguro, o líder deve escolher atuar com o princípio de consciência, auxiliando o liderado a ter clareza da realidade e livran- do-o de uma mente ansiosa, para que possa depois realizar escolhas com mais clareza. 3. Resposta: C. Quando um liderado diz que não sabe o que deve fazer. E você coach/líder observa que este é um autojulgamento, ou seja, ele está se autocriticando. Pergunte: “E se você ti- vesse esse saber?”. 4. Resposta: C. Os liderados gostam de perguntar aos líde- res o que devem fazer. Como o líder não quis dar a resposta, ele transfere ao liderado a escolha do que fazer e elevará o comprome- timento dele. 96/185 Gabarito 5. Resposta: C. O líder escolheu o estilo ensinar a aprender. Esse é o estilo utilizado quando o líder diz ao liderado como e o que fazer, acredita que está ensinando e, por isso, será mais rápi- do o aprender. Porém, limita a oportunida- de do liderado desenvolver-se pelo próprio aprendizado. 97/185 Unidade 5 Coaching de equipe. Objetivos 1. Aprender a diferença entre o coaching individual, de grupo e de equipe. 2. Reconhecer o verdadeiro papel do co- ach no coaching de equipe. 3. Demonstrar os inúmeros benefícios do coaching de equipe. 4. Compreender como é um processo clássico de coaching de equipe. Unidade 5 • Coaching de equipe98/185 Introdução Até pouco tempo atrás, as organizações trabalhavam com equipes fixas. As equipes eram formadas e permaneciam trabalhan- do juntas por muitos anos. Os profissionais permaneciam mais tempo numa mesma corporação, unidade de negócios e depar- tamentos. Essa estabilidade dava aos líde- res tempo para desenvolver a equipe. Esse cenário mudou. O mundo dos negó- cios está acelerado. As decisões são toma- das em minutos e surgem vários projetos ao mesmo tempo. Além disso, há necessidade de ter líderes de projetos, e as pessoas mu- dam de empregos e empresas rapidamente. As equipes precisaram adaptar-se a esta re- alidade com a mesma velocidade, pois nada garante que, no próximo projeto, participa- rão as mesmas pessoas e o mesmo líder. Devido a esse cenário, o coaching de equipe ganhou espaço, pois surgiu a oportunidade de auxiliar as equipes (que são montadas e desmontadas a cada projeto) a passarem por suas etapas de desenvolvimento com rapidez. As equipes, ao serem formadas, passam por etapas até as pessoas que as integram con- seguirem trabalhar bem juntas. Essas eta- pas são: formação, integração, produtivi- dade e fechamento de um projeto. O coach por meio de facilitação auxiliará para que a equipe passe pelos diversos estágios com maior rapidez. Unidade 5 • Coaching de equipe99/185 1. Diferença de Formato de Coa- ching de Equipe, Grupo e Indivi- dual. Há três formatos de entrega de coaching. É importante conhecê-los, para escolher o mais adequado, quando surgir a necessida- de. Os três formatos de entrega são deno- minados como: • Coaching individual • Coaching de grupo • Coaching de equipe 1.1 Coaching individual É um formato “um para um”. Envolve o coa- ch e o coachee exclusivamente. Ambos têm encontros periódicos de aproximadamente 1 hora, semanal e confidencial. Trabalham juntos para desenvolverem uma competên- cia e alcançarem um resultado esperado. 1.2 Coaching de grupo É um formato desenvolvido para atender um grupo de pessoas, ao mesmo tempo e com objetivos diferentes. Esse grupo é guiado pelo coach. Na maioria das vezes, cada pes- soa do grupo desenvolverá competências individuais e cada uma buscará algum tipo de meta. O coaching de grupo atende um grupo médio de 20-25 pessoas ou mais, no mesmo lugar e ao mesmo tempo. Unidade 5 • Coachingde equipe100/185 1.3 Coaching de equipe É um formato aplicado para um conjunto de pessoas que tem um objetivo comum. Que- rem, em conjunto, desenvolver uma compe- tência que eleve a performance da equipe e que os auxilie a atingir o resultado desejado mais rápido. Para garantir uma maior eficá- cia, é realizado em equipes pequenas. Entre 4 e 15 pessoas. Ao saber a diferença entre os três formatos, o líder poderá entender o que quer contra- tar e ou como quer conduzir a evolução de sua equipe. Caso o líder deseje que um projeto especí- fico ganhe velocidade, poderá contratar um coaching de equipe. Caso o líder queira que cada pessoa de sua equipe se desenvolva em uma competência específica e indepen- dente de um projeto comum, poderá con- tratar tanto um coaching de grupo quanto individual. 2. O Que é Coaching de Equipe? O coaching de equipe tem por objetivo au- xiliar uma equipe a trabalhar em conjun- to com alto desempenho e desenvolver as Link Veja mais sobre equipes e grupos de trabalho nas organizações. Disponível em: <http://www. portaleducacao.com.br/psicologia/arti- gos/15662/equipes-e-grupos-de-trabalho>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 5 • Coaching de equipe101/185 competências necessárias para alcançar uma meta. Vale entender que toda equipe passa por etapas relevantes para trabalhar de forma coesa e produtiva. As etapas de trabalho que uma equipe normalmente passa são as de formação, produtividade e fechamento. Na etapa de formação, a equipe trabalha de forma apaixonada e estimulada. Na etapa de produtividade, há um momen- to delicado, em que começa a disputa pelo poder, competição e determinação de pa- péis e responsabilidades. Essa é uma etapa em que afloram os conflitos e os estímulos passam por altos e baixos. Na etapa de fechamento, geralmente, a equipe trabalha de forma mais unida, po- rém o estado de ânimo demonstra certa baixa, em função de quererem permanecer juntos. O processo de coaching de equipe tem como principal objetivo acelerar cada etapa do trabalho em equipe, para que o resulta- do final seja alcançado, e principalmente, alcançado com alto desempenho. Também contribui para que a equipe cresça em com- petência comportamental, emocional, inte- gração, produtividade e resultado. Para saber mais Conheça as fases de formação de uma equipe exemplificada a seguir. Disponível em: <https:// www.infoq.com/br/articles/equipes-alto- -desempenho-p1>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 5 • Coaching de equipe102/185 2.1 Qual o papel do coach no coaching de equipe O papel do coach no coaching de equipe é de proporcionar que, de forma consciente, o time realize a atividade acordada e tenha uma evolução no desempenho como equi- pe. O coach pode inclusive, colocar sua ex- periência, partilhar ensinamentos e conhe- cimentos. Segundo Jennifer J. Britton (2010, p. 7), o coach tem as seguintes responsabilidades quando conduz um coaching de equipe e ou um coaching de grupo: • Descobrir, clarificar e alinhar o que o cliente quer conseguir; • Encorajar o cliente a fazer sua própria descoberta; • Proporcionar que o cliente gere suas próprias soluções e estratégias e • Auxiliar o cliente a criar sua autores- ponsabilidade e ações. O coach na situação de condução de equipe e ou grupo terá uma atuação híbrida. Isso significa que ora atuará como coach, ora como facilitador, ora como treinador. Também proporcionará que a equipe tome consciência de qual ponto deverá desenvol- ver para trabalhar bem em conjunto. E esti- mulará que cada membro da equipe descu- bra seu ponto fraco para desenvolvê-lo. Unidade 5 • Coaching de equipe103/185 Quando a equipe trabalha o GAP, e, soma- do a isso, cada indivíduo também trabalha seu ponto de melhoria, há uma colaboração para o sucesso. O sucesso, além de ser me- dido pelo resultado da meta, também será medido pela qualidade de integração e pro- dutividade da equipe. Para saber mais Jennifer J. Britton é Coach, Treinadora e autora. De- dica-se a pesquisar, desenvolver ferramentas, me- todologias e recursos para que coaches possam oferecer excelentes treinamentos de coaching de equipe e coaching de grupo. 3. Benefícios do Coaching de Equipe. Quando conversamos com os gerentes de diversas organizações e perguntamos qual a maior dificuldade nos dias de hoje, geral- mente respondem que eles têm dificulda- de de equilibrar o desenvolvimento de sua equipe com gerenciar que as atividades do trabalho sejam realizadas e com qualidade. Essa dificuldade tão comum, citada por eles, abriu um espaço para que o coaching de equipe ganhasse força nas organizações, seja para que o gerente aprenda uma ferra- menta de gerenciamento ou para contra- tar um coach para conduzir o coaching de equipe. Unidade 5 • Coaching de equipe104/185 Afinal, o coaching de equipe proporciona entre inúmeros benefícios que a equipe se desenvolva em termos de competência e, ao mesmo tempo, entregue as tarefas para cumprir a meta. Abaixo cito os principais benefícios do coa- ching de equipe. São eles: • Elevar a confiança entre os indivíduos; • Equipe trabalha motivada; • Acelerar atitude e proatividade; • Ampliar as possibilidades e a confian- ça de que é possível; • Unificar o propósito e o objetivo; • Elevar a qualidade das relações inter- pessoais e transpor barreiras hierár- quicas; • Desenvolver habilidades e competên- cias coletivas e individuais. Link Veja uma forma de inspirar e realizar um fecha- mento de um projeto realizado por uma equipe. Disponível em: <https://endeavor.org.br/co- mo-inspirar-minha-equipe/>. Acesso em: 29 dez. 2016. 4. Processo de Coaching de Equi- pe. O coaching de equipe segue os princípios do processo de coaching individual. Esse processo é formado basicamente por: de- terminar um objetivo, entender os recursos existentes e os recursos necessários para se Unidade 5 • Coaching de equipe105/185 desenvolver, obter consciências dos obstá- culos e como amenizá-los e criar um plano de ação para alcançar o objetivo. Para saber mais O método GROW é o modelo clássico de coaching. E muitos líderes o utilizam para motivar a equipe. É um acrônimo do idioma inglês: Gol (objetivo); Reality (realidade atual); Options (opções estra- tégicas); Will (o que será feito). A seguir, detalhamos um processo clássico de coaching de equipe; I. Determinar a meta; II. Consciência dos valores e da mis- são que os une; III. Obter clareza dos impactos positi- vos e negativos de alcançar a meta; IV. Conhecer as fortalezas (habilida- des, competências e conhecimen- tos) desta equipe; V. Conhecer os GAPs desta equipe; VI. Traçar um plano de ação para al- cançar a meta; VII. Traçar um plano de ação para de- senvolver o GAP da equipe; VIII. Determinar quais recursos serão necessários; IX. Determinar os responsáveis pelas atividades; X. Reconhecer os obstáculos e como minimizá-los; Unidade 5 • Coaching de equipe106/185 XI. Traçar um plano para minimizar os obstáculos; XII. Determinar pontos de verificação, alinhamento e funcionamento das ações colocadas em prática; XIII. Combinar periodicidade das reuni- ões. O processo citado acima gera a possibili- dade de encaminhar a equipe para um pro- pósito motivador, clareza da meta pela qual será responsável, os impactos que ela gera- rá para a corporação, quais pontos positivos os impulsionará e consciência do que deve- rão desenvolver como equipe para serem bem-sucedidos. Link Veja mais uma técnica para motivar a equipe e como aplica-la para um grupo de 6 pessoas. Dis- ponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/ noticias/2-tecnicas-para-motivar-sua-equi- pe>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 5 • Coaching de equipe107/185 Glossário GAP: linguagem utilizada no coaching para determinar que há uma lacuna. Por exemplo: entre o que o coachee consegue entregar na função atual e o que a empresa deseja que o coachee alcance, há uma lacuna que deverá ser desenvolvida. Outro exemplo:o líder quer que o subordi- nado receba bem seu feedback. Porém, o líder nunca deu esta informação ao subordinado. Isto demonstra que há uma lacuna na comunicação do líder e que ele precisará desenvolver a habi- lidade de dar feedback. Consciência: colocar atenção em um ponto que deverá ser desenvolvido, apendido e ou apri- morado. Pode ser também colocar foco em utilizar uma habilidade impulsionadora para alcan- çar um estado desejado. Trazer à tona um aprendizado ou competência. Time: equipe que trabalha junta para alcançar uma meta, desenvolver um projeto e ou cons- truir um objetivo. Questão reflexão ? para 108/185 Quais os impactos econômicos que uma organização poderá obter em um projeto que será conduzido por uma equipe desalinhada e não integrada? 109/185 Considerações Finais (1/2) • As organizações enfrentam inúmeros desafios que exigem soluções cada vez mais rápidas e com multiplicidade de equipes; • Cada vez menos uma equipe é fixa. Equipes são montadas, desmontadas e transformadas de acordo com os projetos e desafios da organização; • O coaching de equipe tem como principal função acelerar a integração, pro- dutividade e o alcance de resultados de uma equipe; • O coach que atua com coaching de equipe terá um papel híbrido, ora como coach, ora como facilitador, ora como treinador; • O coach que atua como coach de equipe pode partilhar sua experiência, dar sugestões e ensinar; • O coach de equipe desenvolve a equipe para que juntos tragam um resulta- do de alto desempenho; 110/185 • O coaching de grupo desafia um conjunto de pessoas a alcançarem as suas metas individuais. Também estimula o desenvolvimento da competência de cada indivíduo. Considerações Finais (2/2) Unidade 5 • Coaching de equipe111/185 Referências BRITTON, J. Effective Group Coaching. Nova Iorque: Wiley, 2010. COCKERHAN, G. Group Coaching. Indiana: IUniverse, 2011. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 112/185 Assista a suas aulas Aula 5 - Tema: Coaching de equipe. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f8e231fa4eb1ec94d309a1350c86b5f8>. Aula 5 - Tema: Coaching de equipe. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ fb266b6427c9f6d8b278c0135610aa0d>. 113/185 1. Imagine que você é presidente de uma empresa e tem como objetivo re- duzir em 1 ano 25% dos custos operacionais. Solicita aos líderes das áreas que juntos elaborem um plano para alcançar esta redução. E coloca mais um desafio: eles não podem incluir na redução de custos à demissão de pesso- as. Para que este conjunto de subordinados possa dar o melhor resultado e cumprir com o prazo, qual o formato de coaching correto a ser contratado? a) Coaching individual. b) Coaching de carreira. c) Coaching de grupo. d) Coaching de liderança. e) Coaching de equipe. Questão 1 114/185 2. Imagine que você é um engenheiro que acaba de assumir quatro lide- rados e percebeu que você tem dificuldade em delegar tarefas e fazer o acompanhamento para que elas sejam cumpridas. Qual das opções abai- xo é o tipo de coaching que você deverá contratar para desenvolver esta competência? Questão 2 a) Coaching de empreendedorismo. b) Coaching de carreira. c) Coaching de vida. d) Coaching individual. e) Coaching de equipe. 115/185 3. Imagine que você é gerente de RH e cuida exatamente de comporta- mento organizacional, cultura, valores e desenvolvimento profissional da empresa. Fez um levantamento e observou que tem um grupo de gesto- res de primeira linha que apresentam diferentes competências a serem desenvolvidas. Porém, a empresa não tem orçamento para contratar um coaching individual para cada um. E quer lhes proporcionar que se de- senvolvam ao mesmo tempo. Qual a opção correta de contratação de co- aching para a situação citada acima? Questão 3 a) Coaching individual. b) Coaching de carreira c) Coaching de grupo. d) Coaching de vida. e) Coaching de equipe. 116/185 4. Referente ao coaching de equipe, é correto afirmar que o coaching de equipe tem foco em: Questão 4 a) Incentivar o coachee a trabalhar individualmente; b) Deixar o coach livre para dizer o que fazer; c) Acelerar resultados, integrar e gerar produtividade de uma equipe; d) Eliminar fofocas e descasos entre duas pessoas; e) Perdoar os outros e dizer a eles o que fazem de errado. 117/185 5. Qual a quantidade de pessoas que devem participar de um coaching de equipe? Questão 5 a) 4 até 15. b) 20 até 30. c) 30 até 40. d) 40 até 50. e) Mais de 100. 118/185 Gabarito 1. Resposta: A. A contratação correta para a situação apre- sentada é o coaching de equipe. O presi- dente formou uma equipe para realizar uma meta em conjunto. A meta está clara e há um prazo para que juntos tragam o plano de ação. Ao contratar um coach para conduzir a equipe, auxiliará esta equipe a passar pe- las etapas de trabalharem juntos com maior velocidade, ganhando integração, produti- vidade e resultados. 2. Resposta: D. O tipo de coaching que você deverá con- tratar para desenvolver uma competência individual profissional é o coaching indi- vidual. Quando o profissional entende que há uma competência, habilidade e atitude que deseja desenvolver, deverá procurar um processo de coaching individual, um a um, entre coach e coachee. 3. Resposta: C. O gerente de RH na situação apresentada deverá contratar um coaching de grupo. Quando você tem um conjunto de pessoas que tem competências e metas diferentes e quer que se desenvolvam no mesmo perío- do de tempo e a um custo mais acessível, o melhor processo a ser contratado é o coa- ching de grupo. 119/185 Gabarito 4. Resposta: C. O coaching de equipe tem foco em acelerar resultados, integrar e gerar produtividade de uma equipe. 5. Resposta: A. O coaching de equipe deve ser aplicado em equipes pequenas que iniciam no mínimo de quatro e no máximo de 15 pessoas. 120/185 Unidade 6 Coaching empresarial. Objetivos 1. Compreender a diferença entre coa- ching empresarial e um processo de coaching clássico. 2. Entender as etapas que envolvem um coaching empresarial. 3. Conhecer um leque de perguntas que pertencem ao coaching empresarial. Unidade 6 • Coaching empresarial121/185 Introdução O coaching empresarial é também conheci- do como coaching business, e, independen- te da nomenclatura escolhida, o foco desse processo de coaching é atuar para ajudar os executivos que trabalham em uma organi- zação. Os executivos que atuam nas organizações podem estar com necessidades de desen- volvimento diferentes, que envolvem desde a etapa inicial de aprender como é ser líder pela primeira vez, até a reflexão de como gerir o negócio ou um grupo empresarial. Auxiliar os executivos em cada uma dessas etapas para que possam desempenhar me- lhor o papel e resultados é uma prática do coaching empresarial. As etapas pelo qual um executivo de uma corporação pode ser submetido são: pri- meiro a de liderar a si mesmo, depois a da primeira liderança de pessoas, em seguida líder de líderes (líder de gerentes), depois lí- der de negócio, seguindo para líder executi- vo e finalizando como líder de um grupo. Para saber mais Entenda as diferentes necessidades que os líderes apresentam em cada etapa profissional. Disponí- vel em: <http://dspace.insper.edu.br/xmlui/ bitstream/handle/11224/1333/Joao%20Ga- briel%20Machado%20Matos_Trabalho.pdf?- sequence=1>. Acesso em: 6 dez. 2016. Os líderes que se encontram na etapa de li- derar o negócio, liderança executiva e lide- rança de um grupo empresarial geralmente são auxiliados por um coach especializado Unidade 6 • Coaching empresarial122/185 em coaching empresarial, porque os aspec- tos que são abordados neste processo são reflexões ligadas à estratégiada corpora- ção como, por exemplo: refletir se a empresa está com o grupo de profissionais necessá- rios; os produtos certos e os recursos sufi- cientes. E tudo isso para que possa alcançar a meta e o futuro desejado. Os assuntos pensados no processo de co- aching empresarial envolvem reflexões li- gadas à organização e, durante esse tema, vamos conhecer possíveis questões ligadas a ela. 1. O Método Coaching Empresa- rial. O executivo que contrata um coaching em- presarial geralmente será remetido a um processo que irá além do processo de co- aching clássico. No coaching clássico, ge- ralmente os assuntos abordados são rela- Para saber mais Compreenda o coaching como um processo no desenvolvimento organizacional, segundo A.L. Garcia (2011), a partir da página 41. Disponí- vel em: <http://repositorio.pucrs.br/dspace/ bitstream/10923/4804/1/000436869-Tex- to%2bCompleto-0.pdf>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 6 • Coaching empresarial123/185 cionados ao indivíduo: seus pontos fortes, pontos fracos, valores pessoais e profissio- nais, os objetivos que deseja e como fará para alcançá-los. Já no coaching empre- sarial, as questões refere-se ao negócio: O que o executivo quer especificamente para o negócio? Qual a nova direção que deseja para o negócio? Quais são as preocupações e/ou dificuldades do negócio? Quais valores, princípios e cultura representam o negócio? Entre outras questões. O método utilizado para o processo de coa- ching empresarial passa por três etapas bá- sicas: avaliação, fundamentação e meta. Avaliação A avaliação é uma etapa do processo que se refere ao levantamento de dados. Cabe ao coach auxiliar o cliente a tomar consciên- cia do momento que a empresa está viven- ciando. Para ajudá-lo a ordenar e mapear o momento atual da empresa, o coach geral- mente realiza perguntas que geram contex- tualização do cenário. Veja alguns exemplos de perguntas para etapa de avaliação: a) O que está acontecendo na empresa? b) O que causa a situação atual? c) O que você (executivo) quer que acon- teça na organização? d) Do que a empresa obtém hoje o que é importante manter? e) Como você (executivo) descreve a fase de vida que a empresa está? Unidade 6 • Coaching empresarial124/185 Observe que as perguntas de avaliação são formatadas para levantar o contexto da em- presa e o que gerou o pedido de coaching empresarial. Após esse levantamento, o coach segue para uma etapa de auxiliar o cliente a levantar uma estrutura de apoio que será a fundamentação que dará base para trabalhar as mudanças necessárias. 1.1 Fundamentação A fundamentação é a etapa de construir a base para apoiar a mudança. Nessa etapa, o coach auxiliará o cliente a: identificar o que motiva a empresa; gerar confiança na capa- cidade de realizar; entender o que dá vida à empresa e que sem este elemento deixaria de existir. Algumas perguntas que o coach pode realizar nesta etapa são: a) Em um futuro desejado, o que teria significado para a empresa? b) Em um futuro desejado, o que deixaria esta organização engajada? c) Quais os princípios que guiarão os comportamentos das pessoas desta organização? d) Qual o propósito desta empresa? E de que forma este propósito engajará as pessoas que nela trabalham? e) Qual a visão de futuro desta organiza- ção? f) Que tipo de produtos e serviços esta organização oferecerá? Observe que essas perguntas criam um es- tado de visão de futuro e que servirá como Unidade 6 • Coaching empresarial125/185 base motivacional para depois implemen- tar mudanças. Aqui é oferecido ao cliente acessar recursos nobres (princípios, valores, propósito e comportamentos) que o esti- mulam a vislumbrar possibilidades. Essa visualização de possibilidades dará a estru- tura base para iniciar em seguida a constru- ção de uma meta. Link Leia sobre a importância de se criar uma visão de futuro nos negócios. Segundo, LJ Filion - Revista de Administração de Empresas, 1991 - SciELO Bra- sil. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/ S0034-75901991000300006>. Acesso em: 29 dez. 2016. 1.3 Meta A meta é uma etapa importante e, seguida da fundamentação, eleva a motivação do cliente, pois será construída após o estabe- lecimento de um propósito, de uma visão. Uma meta sem propósito é um objetivo va- zio, ou seja, que não gera satisfação e pode ser confundido com obrigação. Porém, uma meta atrelada a uma razão importante, a um “para que”, engaja as pessoas porque tem um significado e uma identificação. A meta ajuda a criar uma estrutura, um pla- no de ação e a viabilização da Visão de futu- ro definida na etapa de fundamentação. Al- gumas sugestões de perguntas que o coach pode utilizar nesta etapa: Unidade 6 • Coaching empresarial126/185 a) Qual a sua grande visão para esta or- ganização? b) Como vai saber que a empresa alcan- çou a meta? c) Que resultados dependem de você (executivo) para que a meta seja al- cançada? d) Para quando quer que a meta seja al- cançada? e) Quem estará envolvido com esta meta? E quem fará o quê? f) Como poderá preservar as coisas boas que há atualmente e alcançar a meta desejada? g) Quais serão os ganhos e as perdas de alcançar esta meta? h) O que precisará ser modificado para alcançar a meta? i) O que fará para alcançar a meta? j) Que comportamentos serão necessá- rios para alcançar esta meta? k) Quais serão as evidências que de- monstrarão que estão progredindo em relação à meta? l) Que recursos serão necessários? (en- tenda por recursos: tempo? finanças? pessoas? infraestrutura? tecnologia? conhecimento?) Ao incentivar o cliente na construção da meta, o coach provoca no cliente questões que podem ir além de uma simples constru- ção de objetivo, pois levantam-se alterna- Unidade 6 • Coaching empresarial127/185 tivas de pensar se há a equipe adequada, como é a resposta à colaboração, observar os impactos positivos e negativos que en- volvem alcançar a meta. Essa etapa pode levar dias e o mais importante é que, ao fi- nal dela, a sensação do cliente é de que ele está pronto para pôr a mão na massa para iniciar a transformação necessária na orga- nização. O método citado acima é um possível exem- plo de coaching empresarial. Existem mui- tos outros métodos no mercado e que tam- bém podem abordar questões mais asso- ciadas ao papel do líder na organização ou as atitudes e competências que ele deverá exercer em cada etapa da carreira. O mais importante é entender que o coaching em- presarial está direcionado para o desempe- nho da organização e que estimular o prin- cipal executivo a pensar na visão de futuro da empresa e nas condições que serão ne- cessárias criar para que isto se realize é um dos desafios desse processo. Aqui, você teve a oportunidade de conhe- cer mais a fundo as perguntas técnicas e lembrando-o de que são apenas sugestões ligadas às etapas de um processo. E que o processo em si é logo e pode ser espaçado porque podem chegar a 1 ano e periodici- dade mensal, ao invés de semanal, como geralmente ocorre no processo de coaching tradicional (profissional, vida e liderança). Unidade 6 • Coaching empresarial128/185 Para saber mais Leia o case que demonstra os resultados do co- aching organizacional aplicado em uma empresa de bebidas. Disponível em: <http://ojs.fsg.br/ index.php/global/article/view/1504/1360>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 6 • Coaching empresarial129/185 Glossário Recursos: linguagem utilizada no coaching para colocar atenção nos recursos humanos, nos recursos tecnológicos, recursos financeiros, recurso tempo e recurso conhecimento. Fundamentação: é a segunda etapa do processo de coaching empresarial, em que é necessário construir uma base sólida de informações para depois definir possíveis mudanças. Quando a fundamentação forma um alicerce sólido, as mudanças ocorrem e são sustentáveis. Líder executivo: geralmente denominado nas grandes empresas como gerente executivo e também pode estar na posição de lideraroutros líderes. Líder do grupo: referente a um líder que está na posição de liderar a organização. Questão reflexão ? para 130/185 No seu momento atual de carreira, você precisa refletir mais sobre como direcionar melhor a empresa ou você precisa refletir mais sobre competências ligadas a ges- tão de pessoas? 131/185 Considerações Finais • Coaching empresarial é um processo para auxiliar o executivo de alto esca- lão hierárquico a refletir sobre a empresa; • Geralmente o coaching empresarial é contratado por um líder de grupo, lí- der de negócios e por líder executivo; • O método de coaching empresarial apresentado neste tema envolve três etapas básica: avaliação, fundamentação e meta. Unidade 6 • Coaching empresarial132/185 Referências BRITTON, J. Effective Group Coaching. Nova Iorque: Wiley, 2010. COCKERHAN, G. Group Coaching. Indiana: IUniverse, 2011. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 133/185 Assista a suas aulas Aula 6 - Tema: Coaching empresarial. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f83b863e4260b7260b0ed57d01d84f6e>. Aula 6 - Tema: Coaching empresarial. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e174b18830f08625f2bcfa1b6b3a44f3>. 134/185 1. Quando um líder do grupo precisa contrata um coach para auxiliá-lo a re- fletir sobre o futuro da organização, qual o processo de coaching é o correto contratar? Questão 1 a) Coaching empresarial. b) Coaching de carreira. c) Coaching de vida. d) Coaching de liderança. e) Coaching de equipe. 135/185 2. Assinale a alternativa que contém todas as etapas da metodologia de coaching empresarial e que constam na leitura fundamental: Questão 2 a) Alicerce, coleta de dados e obstáculos. b) Meta, fundamentação e crenças limitantes. c) Avaliação, metas e feedbacks. d) Avaliação, fundamentação e metas. e) Contrato, perguntas e plano de ação. 136/185 3. Um colaborador foi promovido e assume pela primeira vez a liderança de pessoas. Qual o processo de coaching correto a ser contratado para ele desempenhar melhor seu novo papel de líder? Questão 3 a) Coaching de liderança. b) Coaching de carreira c) Coaching de empreendedorismo. d) Coaching de vida. e) Coaching de empresarial. 137/185 4. Em qual etapa do processo de coaching empresarial se constrói um pla- no de ação para um determinado objetivo? Questão 4 a) Avaliação. b) Meta. c) Fundamentação. d) Coleta de dados sobre a empresa. e) Depois de três meses de processo de coaching. 138/185 5. “Identificar o que motiva a empresa; gerar confiança na capacidade de realizar; entender o que dá vida a empresa e que sem este elemento a mesma deixaria de existir.” A qual etapa pertence essa afirmação? Questão 5 a) Avaliação b) Aliança c) Meta d) Feedback e) Fundamentação. 139/185 Gabarito 1. Resposta: A. A contratação correta para a situação apre- sentada é o coaching de empresarial por- que o líder de um grupo é uma posição hie- rárquica alta e, principalmente, porque ele quer refletir sobre o futuro da organização. 2. Resposta: D. As etapas do processo de coaching empre- sarial apresentado nesta leitura fundamen- tal envolve três etapas: avaliação, funda- mentação e meta. 3. Resposta: A. Quando um funcionário torna-se líder pela primeira vez, o processo de coaching que pode auxiliá-lo a desempenhar bem o novo papel de líder é o coaching de liderança. 4. Resposta: B. A etapa meta é a que propõe a construção de um plano de ação para um objetivo. Ou seja, após o cliente determinar um objetivo, o correto é fazer o plano de ação. 5. Resposta: E. Identificar os motivadores, o que dá vida e energia à empresa, é possível na etapa de fundamentação, pois o cliente nesta etapa terá a oportunidade de refletir quais são os valores, cultura, princípios, fortalezas da or- ganização. E, sobre essa base de tomada de consciência, ele terá condições de fortale- 140/185 Gabarito cer-se para fazer as mudanças que possam ser necessárias. 141/185 Unidade 7 Linguagens mentais e rapport. Objetivos 1. Aprender a importância do rapport nas relações humanas. 2. Conhecer a técnica de rapport. 3. O que é linguagem mental e como utilizá-la para elevar o sucesso da co- municação com as pessoas. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport142/185 Introdução Dentre as inúmeras habilidades que um co- ach deve exercer, está a habilidade de ge- rar empatia junto ao cliente para construir uma relação de confiança. A confiança é a base principal do contrato de relaciona- mento estabelecido entre coach e coachee, pois por meio dela nasce a possibilidade de se dizer todas as verdades, feedbacks e de se observar o real sentimento que o cliente possa apresentar durante um diálogo. Entender como construir esse estado de confiança na relação coach e coachee é de- terminante para o sucesso do processo de coaching, já que proporcionará um estado de abertura do cliente para com o coach. Ou seja, o coachee se sentirá compreendido, apoiado e, ao mesmo tempo, confiante de falar tudo o que entenda que possa contri- buir para o avanço proposto. Soma-se ainda neste tema a possibilidade de aprender a técnica de rapport e de lin- guagens mentais que são habilidades de linguagens sociais necessárias a todos para desenvolverem uma melhor comunicação e relacionamentos interpessoais saudáveis. Atualmente, um dos maiores desafios nas relações humanas é a capacidade de co- municar de forma assertiva e o sucesso dos executivos depende cada vez mais dessa capacidade. Muitas vezes, a comunicação é ineficiente pela incapacidade de o execu- tivo entender que cada pessoa possui um modelo de aprendizagem e de entendimen- to de uma situação. Ao não se lembrar dis- so, o executivo envia mensagens faladas ou escritas como se o outro tivesse a mesma forma de compreender que ele. Portanto, é Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport143/185 necessário o executivo colocar-se primei- ro no lugar do outro antes de determinar uma comunicação. O ruído na comunicação também está ligado à falta de sensibilidade de perceber como o outro receberá melhor a mensagem se por meio de escrita, fala ou sentidos. Geralmente, cada um comunica da forma que é natural para si. Porém, a comunica- ção de sucesso ocorre justamente quando há compreensão da forma que o outro en- tende a mensagem e assim obtém-se mais sucessos nas relações interpessoais. Este tema abordará duas ferramentas mui- to utilizadas no coaching e que proporcio- nam também na relação de liderança um resultado elevado no sucesso da comunica- ção e relação interpessoal. As ferramentas que serão abordadas a seguir são: rapport e linguagens mentais. O rapport é uma téc- nica que ensina as pessoas a colocar-se no lugar do outro e a gerar empatia na relação, elevando o grau de confiança e persuasão. As linguagens mentais são uma técnica co- nhecida pela denominação: programação neurolinguística (PNL), que nesta leitura fundamental será abordada pelo aspecto de observar as formas com que cada pessoa prefere aprender e a comunicar-se. O do- mínio dessas diferenças, percepções do ou- tro e a rápida adequação da fala do emissor para a preferência do receptor possibilita o melhor entendimento da mensagem a ser passada e eleva o relacionamento interpes- soal. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport144/185 1. Rapport. A ferramenta rapport tem como objetivo gerar empatia e confiança nas relações hu- manas. Uma das formas de conseguir esses dois efeitos (empatia e confiança) é quando um indivíduo durante o processo de comu- nicação se coloca no lugar do outro. Atua verdadeiramente para compreender o que é importante para o outro, qual o sentimento envolvido e que palavras são empregadas com relevância.A técnica em si é bastante simples e o desa- fio está em praticar as etapas de persuasão que consistem em: a) Escuta ativa; b) Demonstrar interesse genuíno no que o outro quer contar; c) Observar os gestos físico do outro; d) Devolver ao outro um resumo do que você compreendeu; e) Sincronizar o seu tom de voz e gestos com o tom de voz e gestos do outro; f) Compreender a perspectiva do outro antes de colocar a sua perspectiva so- bre um determinado fato. Os itens citados na técnica de rapport tra- balham simultaneamente durante a prática da comunicação e raramente são utilizados de forma independente. O conjunto do uso desses elementos é o que provoca empatia e persuasão, o que faz com que o outro sinta que ele é importante, portanto, passa a de- positar confiança, abrindo-se para dialogar de forma mais profunda e verdadeira. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport145/185 Quando uma pessoa procura o líder para fa- lar é porque tem algo importante (no ponto de vista dela) para dizer. Se, ao ouvi-la, o lí- der julgar, durante o diálogo, que o que ele tem a fazer é mais importante do que o que o outro tem a dizer, o líder não estará de- monstrando interesse genuíno no assunto. O corpo, gestos e até expressões verbais de- monstrarão pressa, distração ou distância no pensamento, e isso fará com que o outro, sinta-se desprestigiado, menos importan- te, portanto, rompe o estado de confiança e empatia, elevando o risco de a comunica- ção ter ruídos, falta de entendimento mú- tuo e baixa assertividade. Um erro muito comum que muitos líderes cometem e que quebra qualquer relação de empatia e que afasta a boa comunicação é, por exemplo, receber as pessoas em sua sala e pedir que falem enquanto eles digitam e leem e-mails no computador. Ao fazer isso, o líder está transmitindo tudo o que é con- trário à empatia/rapport: • Transmite por meio do não verbal (fi- sicamente) que está muito ocupado; Para saber mais V. B dos Anjos Fernandes, explica a partir da p. 21 a técnica Rapport. Disponível em: <http://www. avm.edu.br/docpdf/monografias_publica- das/K216966.pdf>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport146/185 • O que você tem a dizer é menos inte- ressante do que o que ele tem para fa- zer; • Que não há interesse genuíno em ou- vi-lo; • Que ele não está disposto a observar seus sentimentos sobre o tema em questão; • Muita vulnerabilidade para errar na interpretação e na resposta; • E que pode esquecer o que foi dito e até acordado. Sendo assim, quando o líder escolhe seguir lendo os e-mails durante um diálogo ao es- colher olhar para o outro genuinamente, o líder está causando uma distância na rela- ção interpessoal e na relação de confiança. Para saber mais Rapport é uma palavra de origem francesa e cor- retamente se escreve rapporter, que significa “trazer de volta”. 2. Linguagens Mentais. O estudo das linguagens mentais é tam- bém conhecido como programação neuro- linguística (PNL). É um tema muito amplo, complexo e exigiria um curso inteiro para abordá-lo em profundidade. Portanto, nes- ta leitura fundamental, será explorado pela perspectiva de que cada pessoa tem uma experiência de vida e que essas experiên- cias geraram uma forma de preferência de aprendizado que pode ser pela via visual, ou auditiva ou dos sentidos. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport147/185 O texto também abordará como a mente de cada pessoa prefere receber as informações para que possam compreendê-las adequa- damente e possam ser eficientes nas toma- das de decisões e respostas. Há três formas de preferência de compre- ensão de uma informação: uma é pelo meio visual, outra é pelo meio auditivo e, por úl- timo, e tão importante quanto as demais utilizando os sentidos (ex.: tato, olfato...). Explicaremos cada uma delas logo a seguir. Na relação coach cliente, garante-se ainda mais resultados quando o coach identifica um padrão de preferência de comunicação e aprendizado do coachee, e isso proporcio- na ao coach adaptar a linguagem para que o cliente absorva ainda mais a mensagem, ou seja, o aprendizado. Para saber mais PNL significa programação neurolinguística e nasceu na Califórnia por causa de Richard Ban- dler, um filósofo e psicólogo, e John Grinder, um profissional da linguística. 2.1 Três estilos básicos de prefe- rência de aprendizado e comu- nicação, segundo a PNL (pro- gramação neurolinguística) Como a técnica PNL consiste em observar e adaptar inúmeros elementos como alguns exemplos: tom de voz, gestual, escolha de falas afirmativas, modelos e crenças men- tais, neste texto iremos reconhecer três es- tilos de preferência de aprendizado e comu- Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport148/185 nicação que as pessoas possuem. São eles: sinestésico, visual e auditivo. Saber a diferença dos três e identificá-los em nós mesmos e nos outros eleva a sua capacidade de adaptar a comunicação para o receptor da mensagem entende-la. Geral- mente, o emissor de uma mensagem comu- nica-se da forma que é natural para ele e ra- ramente reflete se o receptor da mensagem recebe a mensagem e a absorve no mesmo modelo. Quando entendemos que existem modelos de absorção de informações dife- rentes, podemos escolher qual utilizar para que o receptor a entenda melhor e, assim, elevar as chances de eliminar ruídos de co- municação e obter mais sucesso no enten- dimento. 2.1.1 Estilo sinestésico Esse estilo tem como preferência utilizar os cinco sentidos no processo de comuni- cação. Geralmente, é possível reconhecer pessoas com preferência na linguagem si- nestésica porque gostam de tocar com as mãos a outra pessoa enquanto falam e uti- lizam adjetivos ligados aos sentidos, como, por exemplo: “... esta planilha está linda”; “... seu cabelo está com um visual quente”; “... há algo naquela fala que não cheira bem...”. Além disso, são pessoas que, para comuni- ca-se, têm a necessidade de utilizar o tato e geralmente seguram a outra pessoa pelas mãos, no braço, tocam a outra pessoa no ombro ou a abraçam. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport149/185 Reparar nesses dois itens ajudará você a co- municar-se com o outro na mesma sintonia. Se ao perceber que o receptor tem preferên- cia pela linguagem sinestésica, você pode aproximar-se fisicamente da pessoa e tocar o seu braço, buscar incluir palavras que re- metam aos sentidos, e isso gerará empatia, rapport, e ainda elevará as chances de as- sertividade na comunicação. Link “Design para os sentidos e o insólito mundo da sinestesia”, de Frederico Braida e Vera Lúcia Noji- ma. Disponível em: <http://www.ufjf.br/frede- rico_braida/files/2011/02/2010_FREDERI- CO-BRAIDA-VII_PAINEL_II_ENC_NAC_SIM- POSIO.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2017. 2.1.2 Estilo visual A pessoa que demonstra tendência de co- municar-se melhor pela estrutura visu- al geralmente demonstra essa preferên- cia utilizando-se da descrição de imagens. Desenha para explicar o que está tentando verbalizar e utiliza frases como: “Veja bem!”; “Olha isto!”, “Veja que, o que estou queren- do dizer é...”, “Venha cá ver tal coisa...”, “Eu vi isto e aquilo...” Portanto, quando o emissor perceber que há esta preferência de linguagem pelo re- ceptor, deve adaptar a comunicação para desenhos, esquemas, escrita, cores, e utili- zar frases que incluam a palavra: “Ver”. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport150/185 2.1.3 Estilo auditivo O estilo auditivo é possível de reconhecer pela característica de que ele descreve o que ouviu e inclui na fala os sons. Geralmente repete frases de músicas, sabe descrever o som que existia no ambiente na hora de um diálogo e sua preferência na fala será por utilizar frases como: “Ouvi dizer...”; “Ousa isto...”, “Ouve só isto...”.; “A frase que fula- no utilizou foi”; “ O que fulano falou foi...”; “O fato é que fulano disse...”. Enfim, as refe- rências serão auditivas nas descrições desta pessoa. Qual a importância, afinal, de reconhecer osestilos e preferências de comunicação de cada um? Ao entender que existem prefe- rências, o coach/líder pode adaptar a comu- nicação para a preferência do outro e elevar, desse modo, as chances para as mensagens serem entendidas. Se o executivo tem um estilo sinestésico e deseja dar uma mensagem a um visual, é mais assertivo descrever o que quer ver, in- clusive, se possível, desenhar, apresentar gráficos e figuras. Já se o executivo quer comunicar-se com uma pessoa cujo estilo é sinestésico, é me- lhor aproximar-se fisicamente do outro, to- car no braço do outro e utilizar frases como: “será muito harmonioso se...”; “nossa que lindo...”; “parece que isto cheira bem...”. E, ao comunicar-se com alguém que tem preferência auditiva, é importante descre- ver o que será importante ouvir, que sons Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport151/185 estarão envolvidos no momento em que o objetivo for alcançado, perguntar o que o outro ouviu. E incluir nisso frases como: “Quer ouvir uma coisa...”; - “Vou contar-lhe sobre...”; “Ouça isso...”. Utilizar esses modelos e adaptar a fala para quem irá recebê-la é uma prática que pode elevar o sucesso na comunicação e ajuda a trazer maior velocidade de respostas asser- tivas por parte do receptor, pois diminui os retrabalhos por falta de entendimento. So- ma-se, ainda, que adaptar a linguagem a preferência do receptor também é uma for- ma de exercitar o rapport e gerar empatia na relação interpessoal. Link Ver sobre cultura psicológica, a abordagem da PNL (programação neurolinguística) na sociedade atual e seus benefícios, p. 531, segundo o estudo de S. Benelli. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/estpsi/v26n4/12.pdf> (<http://dx.doi. org/10.1590/S0103-166X2009000400012>) Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport152/185 Glossário Escuta ativa: é uma linguagem utilizada no processo de coaching para explicar que devemos ouvir de forma ativa, ou seja, compreender que palavras são importantes para o outro, qual o significado do que o outro está colocando, que emoções o outro demonstra e como estão co- nectadas com a fala. Ao ouvir de forma ativa, há uma troca, um diálogo genuíno, pois o recep- tor da mensagem pode devolver ao emissor da mensagem um resumo do que ouviu e checar se compreendeu corretamente. Linguagem não verbal: esse termo é utilizado quando queremos expressar que o corpo, por meio de seus gestos, movimentos e expressões faciais, mãos e postura física, transmite uma série de expressões. Exemplo: uma cara de braveza, olhos saltados, boca fechada e olhar fuzi- lante, demonstram claramente ao outro o sentimento de fúria e independe dá expressão física ser seguida de uma fala. Ou seja, o corpo “fala” pelos gestos. Espelhamento: na linguagem de coaching, é observar os movimentos físicos, tom de voz e pre- ferência de linguagem do outro e utilizar da mesma preferência durante um diálogo para gerar empatia. Questão reflexão ? para 153/185 Qual o seu estilo de comunicação? E qual é o estilo que predomina com as pessoas ao seu redor? 154/185 Considerações Finais • Rapport e linguagens mentais são ferramentas que ajudam na arte de co- municação; • Rapport é basicamente colocar-se no lugar do outro, fazendo um espelha- mento de ações; • Empatia é estar genuinamente disposto a ouvir e considerar que o que o ou- tro tem para dizer é importante; • Linguagens mentais envolvem reconhecer o estilo de preferência de lingua- gem e comunicação do outro; • Os três estilos de preferências de comunicação são: visual, auditivo e sines- tésico; • Quanto mais o líder/coach adaptarem a comunicação para o estilo de pre- ferência de quem a recebe, maior a efetividade do entendimento da mensa- gem. Unidade 7 • Linguagens mentais e rapport155/185 Referências BRITTON, J. Effective Group Coaching. Nova Iorque: Wiley, 2010. COCKERHAN, G. Group Coaching. Indiana: IUniverse, 2011. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 156/185 Assista a suas aulas Aula 7 - Tema: Linguagens mentais e rapport. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ cab3c41ded54c1d7e98dd914e17c1f11>. Aula 7 - Tema: Linguagens mentais e rapport. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/01adaee1e41b516711cc1bfb51990650>. 157/185 1. Qual a importância da ferramenta rapport nas relações humanas? Indique a alternativa correta: Questão 1 a) Acelera a reunião de staff. b) Reduz a jornada de trabalho. c) Elimina o turnover. d) Cria empatia nas relações interpessoais e eleva a relação de confiança. e) Cria conflitos e faz com que as pessoas deixem de dar resultados. 158/185 2. De acordo com a leitura fundamental, indique a alternativa correta que explica o que é empatia: Questão 2 a) Alicerce da relação interpessoal. b) Forma de coletar dados. c) A capacidade de colocar-se no lugar do outro. d) Dizer ao outro o que fazer. e) Sorrir quando o outro estiver contando um problema. 159/185 3. Quais são os 3 estilos de comunicação que as pessoas preferem utilizar segundo a PNL (programação neurolinguística)? Indique a alternativa cor- reta: Questão 3 a) Planejar, narrar e liderar. b) Sinestésico, visual e auditivo. c) Visual, falar e ouvir. d) Tocar, acolher e dizer os sentimentos. e) Ouvir, ver e ler. 160/185 4. Qual resposta abaixo indica que uma pessoa prefere o estilo de comu- nicação visual? Questão 4 a) Amo esta planilha! b) Ousa o que este líder acaba de falar sobre a planilha! c) Essa planilha é chata! d) Essa planilha que o líder mostrou é quente! e) Viu o que este líder mostrou na planilha? 161/185 5. Qual resposta a seguir indica que uma pessoa prefere o estilo de comu- nicação auditivo? Questão 5 a) Escuta aqui: este resultado que você acaba de apresentar está ótimo! b) Veja: este resultado é importante. c) Sinto que este resultado é muito relevante. d) Olha que importante este resultado. e) O resultado deste trabalho foi forte. 162/185 Gabarito 1. Resposta: D. A ferramenta RAPPORT é importante para gerar empatia entre as pessoas e elevar a relação de confiança. 2. Resposta: C. Empatia é a capacidade de um indivíduo de colocar-se no lugar do outro e, para isso, é necessário ouvir genuinamente (com real interesse). 3. Resposta: B. Os três estilos de preferência de comuni- cação utilizados pelas pessoas, segundo a PNL (Programação Neuro Linguística), são: Visual, Auditivo e Sinestésico. 4. Resposta: E. O estilo visual ao falar geralmente pronun- cia frases que incluem a palavra “ver” na fra- se. Como por exemplo: Veja isto!; Olha o que fulano disse!; Venha ver este recado (mesmo que o recado seja uma gravação em um ce- lular). 5. Resposta: A. O estilo auditivo ao expressar-se geralmente pronuncia a palavra “Ouvir” na frase. Como, por exemplo: “Ouça isto!”; “Escute isto...”; “Deixa eu falar o que esse líder acabou de mostrar!”; “O que o ele falou no recado é o seguinte...” (porém, o recado foi escrito). 163/185 Unidade 8 Teoria na prática. Objetivos 1. Compreender os erros mais comuns que um coa- ch comete na prática. 2. Observar que na prática o coach autojulga-se, e isso causa risco na relação com o cliente. 3. Mostrar que é comum receber clientes para o pro- cesso que não sabem que meta querem atingir. 4. Exemplificar situações de mudança de meta du- rante o processo de coaching. 5. Entender a importância de realizar um contrato formal com o cliente para que o processo inicie de forma bem-sucedida. Unidade 8 • Teoria na prática164/185 Introdução Foram apresentadas até o Tema 7 diversas ferramentas e teorias sobre coaching, como: tipos de coaching (executivo, liderança, carreira e vida); ferramentas de linguagens mentais, perguntas poderosas, a importân- cia do não julgamento,entre outros itens. No Tema 8, será abordada a questão do que é mito e o que é verdade nos processos de coaching e também dicas relacionadas à vi- vência da teoria na prática. Quando é possível compreender o que é mito sobre o processo de coaching, há a oportunidade de garantir a qualidade sobre aquilo o que se busca, seja como coach, seja como cliente. O coach, quando entende o que é verdade sobre o processo de coaching, garante ho- nestidade na relação de negociação entre fornecedor e comprador; demonstra inte- gridade na entrega do processo, pois evita prometer coisas que não são relacionadas ao processo coaching, e o mais importan- te: gera credibilidade para o resultado do cliente e para o mercado. Link Veja os excelentes resultados práticos que os executivos tiveram ao passar pelo processo de coaching, segundo P. Diana e D. Granados. Dis- ponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/han- dle/10183/102294>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 8 • Teoria na prática165/185 O cliente, quando conhece os mitos sobre coaching, pode proteger-se de ser enganado por fal- sas promessas e obterá o olhar necessário para a contratação sabendo as perguntas que deverá realizar para identificar a experiência do profissional, além de ter a chance de evitar a compra de serviços de consultoria, mentoria e aconselhamento no lugar de coaching. Para saber mais Leia no artigo a seguir o que na prática significa: mentoring, coaching, counsuling. SILVA, Car- los Roberto Ernesto da. Orientação Profissional, mentoring, coaching e counseling: algumas sin- gularidades e similaridades em práticas. Rev. bras. orientac. prof., São Paulo, v. 11, n. 2, p. 299- 309, dez. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S1679-33902010000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 nov. 2016. 1. O que pode dar Errado no Processo de Coaching. Vários coaches relatam que a maior dificuldade quando iniciam suas carreiras está relacionada ao julgamento e autojulgamento. Colocar-se na posição de receptor da mensagem sem julgar o outro como certo ou errado é um grande desafio. E, também, é um desafio igual e tão importante quanto o não julgar-se na atuação como profissional de coach. Unidade 8 • Teoria na prática166/185 Quando o coach está iniciando a sua car- reira, é muito comum, durante o atendi- mento, que se questionem inúmeras coisas, por exemplo: “Será que eu estou fazendo a pergunta certa?”; “será que falei o que não deveria?”; “qual ferramenta utilizo agora?”; “será que o cliente gostou?”. O fato de o co- ach fazer esse autoquestionamento duran- te o atendimento ao cliente é um autojulga- mento, e os impactos são: sentir ansiedade e queda do prestar atenção ao que o cliente está verbalizando no momento. Quanto mais o coach buscar serenar a men- te para colocar-se em conexão e empatia com o cliente, maior será a escuta ativa e, com isso, melhor serão as perguntas e o processo em si. Outra questão ligada a julgamento é quan- do o coach julga o cliente. Quando o coach comete o erro de julgar o que o cliente acaba de pensar, falar ou deduzir, o relacionamen- to com o cliente é afetado negativamente. Ocorre uma quebra na empatia e isto rom- pe a relação de confiança. O coachee sente o julgamento como se ele estivesse sendo avaliado como sendo uma pessoa certa ou errada, boa ou ruim e inteligente ou burra. Para saber mais 86% dos executivos (diretores e VP´s) de empre- sas globais consideram a capacidade de conexão como uma das características mais efetivas de um processo. Fonte: Consulting Psychology Journal, 2003. Unidade 8 • Teoria na prática167/185 Portanto, um dos maiores cuidados que o coach deve observar em sua performance é que justamente esteja aberto a ouvir o que o cliente tem para trazer e respeitar o que o mesmo tem para partilhar, além de en- tender que cada cliente têm uma vivência, uma experiência de vida e que é isto que proporcionará as respostas dele. Portan- to, cada cliente dá o melhor de si de acordo com o universo de vivência dele e que não são iguais as experiências do coach e muito menos podem ser julgadas como experiên- cias melhores e ou piores. 2. Meta. Outro mito sobre o coaching está relacio- nado com a meta do cliente. As pessoas acham que já devem vir para o coaching com uma meta clara ou acreditam que a meta é Link Observe as 5 variáveis indispensáveis para o su- cesso de um coach. RISSO, Divino Lozetti; ZANET- TI, Elizabeth. O talento profissional com ênfase na ferramenta coaching no ambiente empresa- rial. Organização Sistêmica, v. 6, n. 3 2014. Dis- ponível em: <http://www.uninter.com/web/ revistaorganizacaosistemica/index.php/or- ganizacaoSistemica/article/view/293/162>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 8 • Teoria na prática168/185 imutável. A verdade é que a meta pode ser construída durante o processo de coaching e/ou pode ser alterada. As perguntas mais comuns referentes ao tema “meta” são: O cliente deve entrar no processo de coaching só se ele souber qual meta quer atingir? A meta é mantida pelo cliente do começo ao fim do processo? A experiência no Brasil mostra que uma grande maioria dos clientes entra no pro- cesso de coaching com uma ideia de qual objetivo quer alcançar, porém, conforme o processo desenrola, o cliente reformula a meta e, muitas vezes, escolhe uma nova de- cisão. Isso ocorre porque o cliente é estimu- lado a pensar de uma forma mais ampla e completa sobre os aspectos que envolvem a vida dele. Por exemplo: é estimulado a ava- liar seus vários papéis, como os de pai, ma- rido, profissional, amigo, além da relação com aspectos financeiros, lazer, saúde, co- nhecimento e espiritualidade. Ao observar cada uma dessas partes que compõem a vida de uma pessoa, o cliente tem a oportunidade de rever a satisfação que ele tem em relação às áreas da vida e pode dar-se conta que a meta inicial deve ser postergada, pois terá mais satisfação na vida se direcionar foco para elevar a perfor- mance em outro aspecto e que, até o mo- mento, ele não havia percebido que estava escasso de cuidado. Por exemplo: o cliente busca o processo de coaching para definir o que precisa estudar, como desenvolvimento de carreira, e descobre durante as reflexões que está cansado mentalmente e precisa de Unidade 8 • Teoria na prática169/185 lazer para relaxar por um período significa- tivo (um ano aproximadamente). Se ele opta por seguir a primeira meta – estudar um MBA no próximo ano –, estaria contribuindo para elevar o stress e o MBA não seria produtivo. Portanto, redirecionar o objetivo para elevar a área do lazer com descanso, viagens, leituras não técnicas, jantares, encontrar os amigos, trará a ele oportunidade de elevar a energia, qualida- de de vida e, depois de um período de abas- tecimento de lazer, poderá rever a meta de elevar o conhecimento para dar continuida- de nas questões ligadas à carreira. Portanto, a verdade sobre meta é que há clientes que sabem o que querem como meta de curto, médio e longo prazo, há clientes que não sabem o que querem e, por isso, procuram um coach para ajudá-los a pensar e construir um objetivo e há os que imaginam que sabem o que querem e que durante o processo, ao refletir melhor, mu- dam de decisão. O papel do coach é apoiar e ajudá-los a refletir para que possam cons- truir uma meta sólida e clara. 3. Contrato. Não é necessário estabelecer um contrato com o cliente. Essa afirmação é um risco. O contrato de coaching estabelece o acordo de convivência, deveres e responsabilida- des do coach e do coachee. A verdade é que, por meio do contrato, há uma formalização de responsabilidades e Unidade 8 • Teoria na prática170/185 de planejamento logístico. Um contrato da relação coach coachee aborda como esco- po os seguintes pontos: • Qual o tipo de processo de coaching o cliente está contratando (vida, carrei- ra, executivo, liderança ou outro); • Tempo de duração do processo;• Local, datas e horários dos encontros; • Valor financeiro e formas de paga- mento; • Deveres e responsabilidades do coach e do coachee. Obter desde o início esses itens claros res- paldam o coach em termos de lidar com can- celamentos do cliente, com prolongamento do tempo de atendimento devido a alguns clientes faltarem na sessão e comunicarem sobre a hora que não comparecerão e com a responsabilidade do coach sobre o que compete fazer durante o processo. Para o coachee, o contrato garante que ele entenda o que está comprando, o que pode Para saber mais Mito e verdade em relação ao tempo do processo de coaching. Mito – Coaching leva muito tempo. Verdade – Coaching é estilo de conversa estrutu- rada. In: DI STEFANO, R. O líder Coach: líder crian- do Líderes. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. Unidade 8 • Teoria na prática171/185 ou não esperar do profissional e do processo em si. Além de proporcionar uma programa- ção prévia de tempo e também de entender a responsabilidade em atuar para obter os resultados esperados. A formalização de um contrato deixará cla- ro que o coach não irá dizer ao cliente o que ele deve fazer e como para solucionar suas dúvidas e também demonstra para o clien- te que, para ele obter sucesso no processo, terá de dedicar tempo, praticar e dedicar-se as tarefas que forem acordadas. Portanto, o contrato é fundamental não apenas como proforma, mas também como conscientização de responsabilidades de ambas as partes. Link Conheça mais a fundo o código de conduta e éti- ca do coaching segundo pesquisa de Molitzas, v 3, n. 2 2014. Disponível em: <http://perio- dicos.unisanta.br/index.php/hum/article/ view/329/361>. Acesso em: 29 dez. 2016. Unidade 8 • Teoria na prática172/185 Glossário Conexão: estado de conexão entre o coach e coachee, ou seja, quanto consegue-se gerar uma sensação de ligação entre os dois e como é mantida a relação de confiança e confidencialidade. É manter-se em um estado de presença onde nada exercerá distração a ponto de atrapalhar o momento. Ou seja, o foco está em manter a ligação com o cliente. Contrato: documento formal físico em que constam os itens relacionados a tempo de atendi- mento, local, datas, políticas de cancelamento, postergações de sessões, mudanças de metas, confidencialidade, serviço contratado e formas de pagamentos. Mitos e verdades: a expressão está na forma de linguagem de abordar o certo e o errado sobre coaching, o que funciona e o que não funciona. Questão reflexão ? para 173/185 E, agora, você se sente mais preparado para passar con- tratar um processo de coaching? Que perguntas você faria se fosse contratar um processo de coaching para ter certeza que está comprando o serviço certo? 174/185 Considerações Finais (1/2) • O autojulgamento é quando o coach questiona a sua própria capacidade de atuar com o processo de coaching e isso prejudica o andamento da sessão devido à mente ficar ansiosa; • Quanto mais o coach questiona a si mesmo sobre o que deveria fazer duran- te o atendimento, coloca menos atenção no coachee; • Julgar as ideias e a fala do cliente é um dos maiores erros que um coach pode cometer. Pois cada pessoa tem sua própria experiência de vida e as respos- tas possuem como base o que cada um tem para oferecer; • O cliente não deve ser julgado como se é uma pessoa boa ou ruim, inteli- gente ou não, capaz ou incapaz, certa ou errada; • Meta pode mudar durante o processo de coaching; • Há clientes que não sabem a meta ao procurar um coach e é possível cons- truí-la durante o processo de coaching; 175/185 • Há clientes que sabem a meta que querem alcançar e a mantêm até o final do processo; • Estabelecer um contrato com o cliente deixará transparente as questões li- gadas à logística, política de cancelamento e papéis e responsabilidades do coach e do coachee. Considerações Finais (2/2) Unidade 8 • Teoria na prática176/185 Referências BRITTON, J. Effective Group Coaching. Nova Iorque: Wiley, 2010. COCKERHAN, G. Group Coaching. Indiana: IUniverse, 2011. WITHMORE, J. Coaching para performance. Aprimorando pessoas, desempenhos e resultados. Competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 177/185 Assista a suas aulas Aula 8 - Tema: Teoria na prática. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ a5d22b8f593e6de92c2884248db2c7df>. Aula 8 - Tema: Teoria na prática. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ c8fb84237813854c8617d2e58850964a>. 178/185 1. Qual a importância do contrato no processo de coaching? Indique a alter- nativa correta. a) Alinhar expectativas do presidente da empresa. b) Reduzir os riscos do mercado de coaching. c) Estabelecer o acordo de convivência, deveres e responsabilidades do coach e do coachee. d) Criar uma forma de o cliente fazer as tarefas que o coach indicar. e) Criar empatia e eliminar conflitos nas relações interpessoais. Questão 1 179/185 2. De acordo com a leitura fundamental, indique a alternativa correta que contenha os principais itens de um contrato de coaching: Questão 2 a) Alicerce da relação interpessoal. b) Data e horário. c) A capacidade técnica de cada um. d) Logística do encontros, direitos e deveres de cada um, políticas de cancelamentos e formas de pagamentos. e) Descrição do problema a ser tratado. 180/185 3. De acordo com a leitura sobre a “Meta”, é verdadeiro afirmar que: Questão 3 a) O coach planeja e cria a meta para o cliente sentir-se mais satisfeito com a vida; b) Há clientes que sabem o que querem atingir como metas, há clientes que não sabem e que- rem ajuda para refletir sobre este tema; c) O cliente é obrigado a saber qual meta quer trabalhar antes de procurar um coach; d) O coach não deve atender alguém que não sabe a meta que quer alcançar; e) O cliente está proibido de mudar a meta no meio do processo. 181/185 4. Qual resposta a seguir indica as consequências de um coach que se au- tojulga durante o atendimento a um cliente? Questão 4 a) Distrai a mente com o autojulgamento, eleva a ansiedade e há queda no prestar atenção a fala do cliente. b) Não há impactos na atuação. c) O cliente gosta desta vulnerabilidade do coach e o ajuda. d) O processo fica melhor, pois o autojulgamento ajuda o coach a perguntar melhor. e) O coachee espera o coach estudar para depois formalizar a pergunta nova durante a sessão. 182/185 5. Quais os impactos de um coach, julgar o que o cliente verbaliza durante a sessão? Questão 5 a) O cliente se sente empoderado. b) O cliente passa a confiar ainda mais no coach. c) O cliente fica confiante de que sabe tudo. d) O cliente passa a adorar o coach como sendo a pessoa que vai ajudá-lo com todas as respos- tas. e) O cliente pode sentir que está sendo avaliado como uma pessoa boa ou ruim, certa ou errada e isto rompe a relação de confiança. 183/185 Gabarito 1. Resposta: C. O contrato formal é importante para esta- belecer um acordo que represente as res- ponsabilidades e deveres de cada um dos envolvidos no processo de coaching, ali- nhando, assim, as expectativas. 2. Resposta: D. Os principais temas que o contrato de pro- cesso de coaching deverá conter são: logís- tica dos encontros (horário, local e datas), direitos e deveres tanto do coachee quanto do coach, serviço contratado (tipo de coa- ching), política de cancelamento. 3. Resposta: B. Sobre a definição da meta no processo de co- aching, é verdadeiro afirmar que há clientes que procuram o processo de coaching sem saber o que querem alcançar como meta, há clientes que sabem o que querem e ainda há aqueles que iniciam o coaching com uma meta e a alteram no decorrer do processo. 4. Resposta: A. Quando o coach durante o atendimento de coaching fica autojulgando-se, a mente fica distraída com os pensamentos do coach e perde o foco de prestar atenção no queo cliente está falando. A mente ocupada pelo autojulgamento gera ansiedade no coach e a performance do atendimento cai. 184/185 Gabarito 5. Resposta: E. Quando o coach julga as respostas e/ou as histórias de um cliente, ele provoca o rom- pimento da relação de confiança, pois o cliente sente-se avaliado como se fosse uma pessoa certa ou errada, boa ou ruim, inteligente ou menos inteligente. O coach deve respeitar as experiências de vida de cada cliente.