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Tema 15 - O processo de gestão de estoque do cliente pelo fornecedor Vendor Managed Inventory - VMI

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O processo de gestão de estoque 
do cliente pelo fornecedor: Vendor 
Managed Inventory (VMI)
Charlene B. S. Luz
Introdução 
O VMI (Vendor Managed Inventory) ou Estoque Gerenciado pelo Fornecedor mostra a relevân-
cia do fornecedor no controle de estoques. Nesta aula, você compreenderá como o VMI atua para 
gerar eficiência na cadeia de suprimentos. Vamos lá?
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • conhecer o processo de VMI, sua complexidade, riscos, vantagens e desvantagens; 
 • compreender as etapas de planejamento do VMI.
1 Conceitos e objetivos do VMI
O VMI foi baseado no ECR (Efficiente Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Consu-
midor). Porém, os focos desses sistemas são diferentes. No ECR, o cliente gerencia a reposição 
de estoques. Já no VMI, o fornecedor tem o papel de administrar quantidades e prazos de supri-
mento no cliente. Assim, conforme Vivaldini e Pires (2010), o objetivo principal do VMI é o forne-
cedor gerenciar os estoques do cliente. Para alcançar esse objetivo principal, existem os objetivos 
específicos, os quais são:
 • reduzir estoques: diminuir e/ou eliminar estoques;
 • manter o nível de serviços: não deixar faltar mercadorias; 
 • possibilitar a demanda puxada: o fornecimento se realiza de acordo com as necessi-
dades do cliente;
 • conhecer a demanda: o fornecedor precisa saber sobre as oscilações de compra e 
conhecer o mercado do seu cliente para atendê-lo. 
EXEMPLO
Uma empresa implantou o VMI e o fornecedor passou a gerenciar os seus esto-
ques. O nível de serviços ao cliente melhorou, pois não faltava produtos na prate-
leira. O fornecedor controla os estoques continuamente e sabe quando a demanda 
aumenta, fornecendo as quantidades adequadas. 
O VMI mantém os estoques em quantidades combinadas por contrato, com propriedade do 
cliente. Assim, o fornecedor acessa os dados do cliente referentes ao inventário e vai controlando 
por EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados) para suprir a mercadoria sempre que alcançar deter-
minada quantidade. Além disso, o fornecedor se responsabiliza pelas ordens de compra do seu 
material. (VIVALDINI E PIRES, 2010) 
Figura 1 - Parceria com fornecedor
Fonte: goodluz/Shutterstock.com.
SAIBA MAIS!
No artigo “O Sistema de Gerenciamento de Inventário pelos Fornecedores (VMI) e 
o Processo de Planejamento de Vendas e Operações”, Guenka e Rebelo mostram 
a aplicação do VMI. Leia o artigo acessando: <http://www.convibra.com.br/upload/
paper/adm/adm_1420.pdf>.
Segundo Vivaldini e Pires (2010, p. 37), “a implementação e a operacionalização do VMI só 
faz sentido se for baseada em uma relação de parceria e confiança, com efetivo compartilhamento 
de informações”. Então, o fornecedor torna-se uma extensão do setor de gestão de materiais da 
empresa. Assim, o VMI funciona com base na relação de parceria entre cliente e fornecedor, pois 
as informações são compartilhadas de forma transparente e em tempo real.
2 Exemplos de empresas que usam o processo de VMI
Empresas do mundo inteiro adotam o VMI, em função da sua eficiência. Na Alemanha e nos 
Estados Unidos, por exemplo, a maioria das empresas utilizam VMI. Já no Brasil, quase metade 
das grandes empresas adotam o sistema. Como o VMI é global, quanto mais as empresas adota-
rem esse sistema, mais estarão inseridas no mercado internacional. (ARBACHE, 2011)
Figura 2 - Abrangência do VMI
Fonte: nmedia/Shutterstock.com
O VMI pode ser utilizado em diferentes empresas para melhorar a gestão dos estoques. 
Alguns setores em que o sistema está fortemente presente são: distribuidoras, supermercados, 
livrarias, hospitais e indústrias.
EXEMPLO
Segundo Arbache (2011, p. 121), uma montadora de automóveis, com a implanta-
ção do VMI, conseguiu em nove meses baixar o custo com o estoque, e o índice de 
disponibilidade de peças ao consumidor passou de 85% para 93%.
FIQUE ATENTO!
 Empresas em diversos países utilizam o VMI, inclusive no Brasil. Negócios de qual-
quer área podem adotar esse sistema com a finalidade de aprimorar a gestão de 
estoques.
Observa-se que essas empresas atuam em nível global, tendo filiais e fornecedores em diver-
sas partes do mundo. Apesar de serem de diferentes áreas, essas empresas têm em comum a 
adoção do VMI, permitindo que o fornecedor tenha acesso às informações e gerencie o estoque. 
Se em empresas com tamanha complexidade o VMI é um sucesso, em empresas menores, tam-
bém pode ser bem-sucedido. 
3 Vantagens e desvantagens do VMI
A adoção do VMI apresenta benefícios e desvantagens dependendo do nível de integração 
da empresa entre os setores e com seus fornecedores e clientes. Quanto mais confiança houver 
entre os elementos da cadeia de suprimentos, maior será a possibilidade de o VMI ser vantajoso. 
Segundo Vivaldini e Pires (2010, p. 37), o VMI “requer uma integração significativa de informações 
e de coordenação de processos e de operações entre as empresas da cadeia de suprimentos”. 
Assim, essa integração é pré-requisito para o funcionamento do VMI. Segundo Corrêa (2010), é 
uma questão de a empresa se preparar antes de implantar o VMI e assim desfrutar de diversas 
vantagens como:
 • redução de estoque: as reposições consideram a demanda que o fornecedor visualiza 
no estoque do cliente.
 • melhoria do nível de serviço e atendimento: evita a falta de produtos ao cliente.
 • aumento do faturamento: a receita aumenta, pois os produtos são vendidos conforme 
a necessidade do cliente, sem precisar baixar o preço para vender.
 • excelência operacional: o fornecedor providencia a reposição na empresa com exce-
lência, por ter interesse em continuar vendendo. 
 • maior tempo para atividades estratégicas: segundo Corrêa (2010, p. 285), a principal 
vantagem do VMI é “focalizar-se nas suas atividades-fim, deixando a gestão de esto-
ques dos insumos a cargo do fornecedor”. 
Figura 3 - Foco na estratégia
Fonte: Dreamstime.com.
Apesar de todas essas vantagens, segundo Corrêa (2010), há algumas desvantagens refe-
rentes à adoção do VMI, tais como a falta de confiança nos fornecedores, pois há diversas causas 
como informações incompletas e falhas na comunicação. Nesses casos, a previsão da demanda 
não possui exatidão. 
FIQUE ATENTO!
 A principal vantagem do VMI é que, ao delegar a gestão de estoques ao fornecedor, 
sobra mais tempo para focar nas atividades da sua empresa. Por isso, antes de im-
plantar o VMI, a empresa precisa ter uma boa relação com fornecedor, pois a falta 
de confiança é o principal motivo de fracasso do VMI.
Continue a leitura para aprender mais sobre o VMI!
4 Risco de atuação do VMI
Alguns riscos estão associados à implantação do VMI, especialmente no que se refere ao 
contato com os fornecedores. Hara (2011, p. 104) afirma que “ao receber informações diárias de 
vendas no varejo, ele tem o compromisso de manter o estoque do varejista, fazendo o aprovisio-
namento do que é necessário.” 
Dessa forma, há o risco de o fornecedor ser desatento e não controlar a necessidade de 
material do cliente, atrasando a entrega. Há também o risco de o fornecedor ter muita demanda 
e priorizar o atendimento de determinados clientes, deixando outros sem material ou fornecendo 
quantidade inferior à necessária.
5 Etapas do planejamento do VMI
O VMI faz sentido em duas situações principais: “quando o fornecedor tem mais foco ou 
mais informações sobre a demanda do que o cliente” (CORRÊA, 2010, p. 284). Essa consciência 
da importância do fornecedor para o negócio é premissa para o planejamento da implementação 
do VMI. Além dessa questão de confiança no fornecedor, deve existir compromisso dos líderes 
para motivar a equipe para que a mudança com o VMI seja encarada de forma positiva. Assim, os 
colaboradores terão adesão à ideia e não esconderão informações do fornecedor. 
SAIBA MAIS!
O artigo “A aplicação do VMI a um modelo de gestão integrada de estoques”, de 
Perales, Lima e Mitzcun (2008), mostra como o VMI pode ser implementado. 
Você pode acessá-lo em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_stp_069_492_12221.pdf>.
Alguns passos são importantes para a implementação do VMI ser mais do que um sistema 
novo na empresa. O VMI deve ser encarado como a solução que aproxima a empresa de seus for-
necedores e clientes. Assim, ao planejar a implementação do VMI, deve-se considerar itens como: 
 • apoio: obter aceitação de todos envolvidos, principalmente dos colaboradores;
 • transparência na comunicação: empresa e fornecedor devem estipular em contrato 
detalhes sobre o nível de estoque a ser mantido, a quantidade a ser reposta, por exemplo. 
As responsabilidades de cada parte também precisam ser definidas para evitar conflitos;
 • preparação para implementação: tomar o cuidado de planejar a interface dos sistemas 
das empresas para o VMI funcionar bem;
Figura 4: Interface
Fonte: Shutterstock.com. 
 • fazer testes: é de vital importância testar o funcionamento do sistema antes de imple-
mentá-lo para corrigir possíveis falhas antes da sua implementação;
 • fornecer histórico: o fornecedor precisa ter o histórico da demanda da empresa o mais 
completo possível. Assim, ele terá uma base de dados para prever o comportamento 
da demanda. 
FIQUE ATENTO!
 O planejamento da implantação do VMI precisa considerar a confiança no forne-
cedor e aceitação dos colaboradores. Assim, os principais passos para planejar 
a sua implementação são: apoio dos envolvidos, transparência na comunicação, 
preparação para implementação, testes e histórico para o fornecedor ter um ponto 
de partida na gestão de estoques.
Agora, você já sabe o quanto o VMI fortalece a relação entre empresa, fornecedor e cliente, 
através da gestão de estoques!
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender conceitos e objetivos do VMI;
 • identificou as vantagens e desvantagens do VMI;
 • compreendeu as etapas do planejamento do VMI.
Referências
ARBACHE, Fernando (org). Gestão de logística, distribuição e trade marketing. 4. ed. Rio de 
Janeiro: FGV, 2011.
CORRÊA, Henrique Luiz. Gestão de Redes de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. 
GUENKA, Fábio; REBELO, Luiza Maria Bessa. O Sistema de Gerenciamento de Inventário pelos 
Fornecedores (VMI) e o Processo de Planejamento de Vendas e Operações. VII Convibra Admi-
nistração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração. Disponível em: <http://www.convibra.
com.br/upload/paper/adm/adm_1420.pdf>. Acesso em: 30 out. 2017.
HARA, Celso Minoro. Logística: Armazenagem, distribuição e trade marketing.4. ed. São Paulo: 
Editora Alínea, 2011. 
JULIANELLI, Leonardo. Colaboração externa no planejamento da demanda. Disponível em: 
<http://www.ilos.com.br/web/colaboracao-externa-no-planejamento-da-demanda-uma-realidade-
-ainda-distante-para-a-maioria-das-empresas-brasileiras/>. Ilos, 29 dez. 2015, Acesso 11 out. 2017
PERALES, Wattson José Saenz; LIMA, Gustavo Martins de; MITZCUN, Gabriel Brito. Aplicação do 
VMI a um modelo de gestão integrada de estoques em um órgão público. XXVIII Encontro Nacio-
nal de Engenharia de Produção, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, out. 2008. Disponível em: <http://www.
abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_stp_069_492_12221.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2017. 
VIVALDINI, Mauro; PIRES, Sílvio. Operadores Logísticos: Integrando operações em cadeia de 
suprimentos. São Paulo: Atlas: 2010.