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A artrite é um sinal clínico comum a mais de 100 doenças, cujo diagnóstico diferencial inclui: • Causas reumatológicas • Condições infecciosas • Causas neoplásicas e para neoplásica • Causas hematológicas • Causas traumáticas- Esforços, entorses, etc... A investigação inicial baseia-se na anamnese ‚exame físico. Os procedimentos laboratoriais e os métodos de imagem devem ser bem indicados, para não onerar excessiva e desnecessariamente o sistema de saúde. Prognóstico e tratamento racionais, são consequências de um diagnóstico preciso. As manifestações são caracterizadas por: • Dor • Edoma • Aumento de temperatura da articulação É necessário caracterizar se o paciente está desenvolvendo um quadro de artrite ou apenas apresenta dor articular e ainda, se a queixa é realmente articular ou se periarticular. A abordagem diagnóstica é um processo eminentemente clínico. Exames complementares oferecem uma contribuição secundária, ajudam a confirmar ou refutar hipóteses diagnósticas que são formuladas a partir de dados de anamnese do exame físico ou servem para monitorizar a terapêutica adicionam pouca informação àquelas obtidas pelo exame clínico. Na prática clínica, a quase totalidade dos diagnósticos das doenças inflamatórias de origem exógena é feita pela associação de história clínica e de exame fisico. Os exames complementares aqui, na sua quase totalidade os de imagem, visam avaliar com maior precisão a extensão do dano da doença já identificada Considerando que a história clínica responde por 70% dos acertos diagnósticos, é recomendável e fundamental que o examinador esteja atento à coleta de informações completas, observando a sistemática ou roteiro conhecido, ou seguindo outro mais abrangente, conforme a formação individual de cada um. Identificado o sintoma ou sintomas como de origem reumatológica ou osteomioarticular, procede-se ao exame objetivo da estrutura comprometida. Do conjunto formatamos as nossas presunções diagnósticas. Para a identificação de doenças de origem exógena (aquelas resultantes de vícios posturais, sobrecarga ou de deformidades estruturais), é indispensável o domínio da semiótica de cada região, segmento ou articulação comprometida. As doenças inflamatórias de origem endógena devem ser devidamente selecionadas de acordo com padrões já referidos; assim, algumas têm predomínio nas articulações centrais, e outras nas periféricas. Quando as queixas forem centrais, é fundamental inquerir objetivamente sobre dor projetada na região das sacroilíacas. As doenças inflamatórias cujo envolvimento épredominantemente centrípeto têm quase sempre comprometimento de sacroiliacas. São as espondiloartrites. Deve-se lembrar que na espondilite anquilosante o envolvimento dessas articulações é sempre simétrico. As dores que envolvem articulações periféricas podem comprometer uma ou várias articulações. As poli ou oligoartrites ocorrem em qualquer doença das referidas na Tabela a seguir: A intensidade do sintoma é maior após repouso prolongado, e não há alívio significativo com os movimentos; no entanto, aquelas com envolvimento simétrico e cumulativo de pequenas e de médias articulações são mais comuns nos pacientes com artrite reumatoide. Nos lúpus eritematoso, as dores articulares, embora podendo ou não obedecer a esse padrão evolutivo, têm intensidades maiores com proporcionalmente menor aumento de volume das juntas afetadas. Nas artrites reativas, a distribuição do comprometimento articular é aleatória, envolvendo articulações periféricas de diversos portes, preferencialmente as grandes juntas, trazendo muita impotência funcional pela intensidade da dor que produzem. A psoríase envolve as articulações de 5 maneiras diversas: 1. Forma poliarticular, simétrica e cumulativa, semelhante ao 2. envolvimento da artrite reumatoide. 3. Forma oligoarticular, especialmente de grandes articulações. 4. Forma de envolvimento central espondilítica. 5. Forma de envolvimento de interfalangeanas distais: a mais 6. típica, mas que responde apenas por 2% de todas as 7. manifestações articulares da psoríase. 8. Forma mutilante. É importante registrar que a doença de pele precede o aparecimento da articular em aproximadamente 25% das vezes, e que em somente 2% as articulações podem ser envolvidas antes da lesão cutânea. Comprometimento ungueal em torno de 66%, tenossinovite e entesite devem ser procurados ativamente em pacientes com diagnóstico presuntivo de artropatia psoriásica e ajudam na definição deste. O reumatismo palindrômico deve ser presumido quando a história clínica fornecer informações de oligoartrites intermitentes de resolução espontânea e que não deixam sequelas. Evolutivamente, esse quadro pode desaparecer espontaneamente ou transformar-se em uma AR, especialmente quando o intervalo entre os episódios estiver diminuindo. As miopatias inflamatórias evoluem de forma indolente e a fraqueza muscular de músculos de cintura, especialmente a pélvica, pode ser percebida somente após uma redução substantiva. É, portanto, importante ficar atento para queixas de mal-estar, astenia e de fraqueza geral, inquirindo especificamente sobre dificuldade de pentear cabelos, de subir escadas e de levantar-se de uma cadeira. Na prática clínica, os diagnósticos das doenças musculares inflamatórias sofrem um retardo de pelo menos 3 meses. Cada padrão de comprometimento pode ser sugestivo de uma doença; a poliartrite simétrica e cumulativa, de pequenas e de médias articulações, é conceituada como síndrome reumatoide e, quando assim caracterizada, pode ajudar significativamente no diagnóstico da doença subjacente: artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reativa (Are), artropatia psoriásica (AP)... Uma monoartrite de repetição, muito dolorosa, em junta dos membros inferiores em paciente do sexo masculino pode ser sugestiva de artropatia microcristalina, sendo a gota o seu estereótipo: monoartrite intermitente na mesma junta, com redução progressiva do intervalo de tempo entre um episódio e outro. A doença mista do tecido conjuntivo (DMTC), bem como a esclerose sistêmica (ES), em suas fases inflamatórias iniciais têm semelhanças na aparência das mãos: aumento de volume do dorso e dedos em fuso ou com aspecto de salsicha, quase sempre associado a fenômeno de Raynaud. Ao evoluir, a ES assume características próprias. A doença de Behçet tem sintomas prevalentes em mucosas, especialmente a oral. Consideram-se pelo menos três episódios intermitentes de úlceras orais por ano como uma manifestação indicativa da doença. São úlceras rasas e muito dolorosas. O examinador deve estar atento para a presença de dor sobreposta a uma doença inflamatória diagnosticada, e que em torno de 20% dos casos pode ter outra origem. Na artrite reumatoide a associação de sintomas dolorosos dos pacientes que têm distúrbios de percepção da dor pode mudar os valores do DAS. Por outro lado, é preciso identificar distúrbio de humor, especialmente depressão, alterações do sono, da memória e outros distúrbios cognitivos em pacientes que têm doenças sistêmicas, e que podem interferir na avaliação da atividade destas. Quando presente, a dor da doença inicial nestes pacientes pode ter sido substituída ou estar associada à dor de origem central. Por dor de origem central entende-se a dor multifocal, associada à fadiga, distúrbios de sono e de memória. Devem merecer atenção especial na prática clínica os pacientes que são encaminhados, ou procuram o ambulatório por causa de doenças com manifestações sistêmicas, em particular febre, emagrecimento e comprometimento do estado geral. Torna-se fundamental um interrogatório dirigido para a febre, na intenção de clinicamentediferenciar a natureza infecciosa ou não dela. As febres das doenças infecciosas, quando a infecção é aguda, são elevadas, vêm acompanhadas de calafrios e também de um sinal de localização: pele, pulmão ou algum outro órgão. Habitualmente não oferecem dificuldade diagnóstica. As febres intermitentes, de até 38,5°C, que na maioria das vezes diminuem espontaneamente, trazendo pouca alteração no estado geral do paciente, podem ter origem em doenças infecciosas crônicas: doenças granulomatosas (tuberculose, micoses), abscesso, tumores sólidos ou de origem hematológica, doenças reumatológicas e outras menos comuns, como sarcoidose, amiloidose e algumas viroses. É recomendável uma análise minuciosa da história, do exame clínico para definir um roteiro de investigação. Assim, é fundamental que o examinador organize antes de qualquer complementação diagnóstica o conjunto de sintomas e de sinais que configurem uma síndrome a partir do que torna-se mais fácil e objetiva a solicitação dos exames necessários. Qualquer que seja a doença neste contexto sintomático, ela raramente sofrerá modificações substantivas e rápidas no seu comportamento evolutivo que exijam rapidez na investigação proposta. É também fundamental tomar as medidas semióticas, mesmo as cruentas, no momento certo, para evitar retardo no diagnóstico conclusivo. O paciente deve ser examinado por completo e diariamente, e o objetivo é verificar pequenas mudanças no comportamento evolutivo dos sinais, dos exames complementares, às vezes suficientes para identificar a doença ou acrescentar uma nova conduta na investigação desta. O objetivo fundamental do método clínico, e reconhecer padrões que permitam situar o processo de doença em uma determinada apresentação típica de doença reumática específica, além de orientar o reconhecimento de diagnósticos diferenciais e ainda, estimar a extensão da doença e de seu impacto físico, funcional e emocional. Além das manifestações articulares alguns pacientes podem apresentar manifestações sistêmicas ,como: • Febre • Mialgia • Pleurite • Pericardite O que exige uma avaliação completa da história e um exame físico adequado, para o reconhecimento dos diferentes diagnósticos de artrite. As artrites podem ter início agudo, com pico de intensidade sendo atingido em horas , porém ainda são consideradas agudas se tiverem duração até 6 semanas, acima de 6 semanas ,define-se como artrite crônica, esta característica é muito importante no diagnóstico e na classificação de uma doença articular. As possibilidades de identificação de um processo inflamatório articular variam de acordo com o padrão de envolvimento articular. A história e o exame clínico, devem levar em conta o número de articulações envolvidas, se há acometimento axial e se este é agudo ou não, ainda deve-se averiguar se existe acometimento sistêmico. MONOARTRITE: REQUER AVALIAÇÃO IMEDIATA POIS NESTE CASO, A POSSIBILIDADE DE ARTRITE SÉPTICA É UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL MAIS IMPORTANTE AO MESMO TEMPO QUE A DEMORA DO DIAGNÓSTICO PODE LEVAR A COMPLICAÇÕES SEVERAS COMO PERDA ARTICULAR DE EVOLUÇÃO RÁPIDA OU SEPSE. Nas monoartrites é importante averiguar o curso e a duração dos sintomas, embora os pacientes possam apresentar dificuldades em estabelecer o momento exato do início da artrite A retirada de líquido sinovial por punção articular deve ser realizada em pacientes com monoartrite e é obrigatória na suspeita de infecção. O processo inflamatório monoarticular agudo, deve ser investigado principalmente em relação ao processo infeccioso bacteriano, pois a demora diagnóstica leva à disfunção e incapacidade funcional em poucas semanas. Poliartrites: O envolvimento de mais de 4 articulações é definido como poliartrite, pode se apresentar em doenças inflamatórias e não inflamatórias. Mais recentemente o quadro articular das arboviroses tem ganhado destaque. Enquanto dengue e zika se apresentam com artralgia inflamatória. Chikungunya tem caracteristicamente poliartrite e entesite associadas à rigidez difusa, em um quadro de início agudo, mas que pode se tornar crônica. Enquanto no quadro agudo o tratamento é feito com analgésicos, no quadro crônico pode haver a necessidade do emprego de medicações modificadoras do curso da doença. Os distúrbios inflamatórios podem ser identificados por algum dos elementos cardinais da inflamação: Dor, Rubor, Calor ou Tumefação (tumor). Podem estar presentes sintomas sistêmicos ( febre, fadiga, erupção cutânea, perda ponderal), e ainda podem apresentar evidência laboratorial de inflamação velocidade de hemossedimentação de 1ª hora elevada, proteína C reativa elevada, trombocitose, anemia de doença crônica ou hipoalbuminemia. Os distúrbios músculos esqueléticos crônicos, podem estar acompanhados de rigidez articular. A rigidez prolongada, superior a 60 minutos, que melhora com a atividade, geralmente está relacionada com processo inflamatório como artrite reumatoide ou polimialgia reumática. Em contrapartida, a rigidez intermitente (fenómeno gel) é mais atribuída a doenças como osteoartrite tem duração abreviada (menor que uma hora e frequentemente inferior menor que 30 minutos piorando com a atividade. A fadiga pode acompanhar a inflamação, porém há que se ter cautela, uma vez que pode também advir de causas como fibromialgia, dor crônica, sono não reparador, depressão desnutrição, anemia, insuficiência cardíaca, endocrinopatia como diabetes, por exemplo. Distúrbios não inflamatórios podem estar relacionados com traumatismos ( laceração do manguito rotador) ‚ uso inadequado e repetitivo, degeneração , reparo ineficaz ( osteoartrite), processos neoplásicos ( sinovite vilonodular pigmentada) tumores benignos (osteoma osteóide) ,deformidade congênita ou adquirida, ou sindromes de amplificação da dor como a fibromialgia Os distúrbios não inflamatórios costumam ser caracterizados por dor sem tumefação sinovial ou calor, ausência de características inflamatórias ou sistêmicas, pesquisa laboratorial normal e fenômenos géis(rigidez articular breve) diurnas, ao invés da rigidez matinal. Entre os diagnósticos diferenciais existem alguns tipos de envolvimento articular que promovem dor e aumento de volume, sem desenvolver processo inflamatório articular (não inflamatório) • Artrites não inflamatórias • Artrite traumática • Necrose asséptica • Tumores • Discrasias sanguineas • Anormalidades mecânicas • Doenças metabólicas O PROCESSO DE DOENÇA ESTÁ LOCALIZADO PRIMARIAMENTE NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO? Dor nas estruturas musculoesqueléticas, não significa que o processo de doença se localiza ali, infecções como endocardite, hepatite C crônica, malignidade (leucemia ou linfomas), desordens endócrinas como hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo são exemplos de doenças que cursam com dor osteomioarticular, além disso queixas reumáticas localizadas podem ter origem fora do sistema musculoesquelético, como dor no ombro causada por tumor pleural (Pancoast), abcesso subfrênico pneumonia basal ou ainda um aneurisma aórtico abdominal ,causando dor lombar. Quais os dados epidemiológicos do paciente? idade do paciente pode situá-lo em maior ou menor probabilidade de apresentar, por exemplo febre reumática( mais prevalente entre 5-15 anos, sendo excepcional surto no adulto), idade avançada como risco para osteoartrite, osteoporose, ou doenças por depósitos de cristais de pirofosfato de cálcio(condrocalcinose). Gota e espondilite anquilosante são mais frequente em indivíduos do sexo masculino, ao passo que Lúpus sistêmico, osteoporose ou esclerose múltipla são mais observados em mulheres, raça branca mais associada com osteoporose, enquanto anemia falciforme é mais prevalente em pacientes deraça negra. O processo reumático é articular, periarticular ou não articular. Dores de origem muscular ou originadas de sítios periarticulares podem frequentemente mimetizar processos genuinamente articulares. Bursite anserina pode simular desordens articulares em joelho, tenossinovite de De Quervain pode aparentar enfermidade do punho, etc. Manobras propedêuticas específicas são capazes de distinguir desordens articulares de processos periarticulares. Algumas condições, como fibromialgia não respeitam topografia articular ou periartricular. E artrite ou apenas artralgia ? Artralgia é dor em uma ou mais articulações, artrite, por sua vez exibe fenômenos inflamatórios ( calor, rubor, aumento de volume articular e prejuízo funcional). Qual o modo de instalação do processo articular ? Atentar para a forma de início do quadro clínico: foi súbito? (fraturas,rupturas de ligamentos), ocorreu em horas ou dias? (artrite infecciosa, artrites microcristalinas), apareceu de forma insidiosa, arrastada, envolvendo semanas, meses? (artrite reumatoide, infecções crônicas(tuberculose, blastomicose) neuropatia de Charcot. Qual a duração da artrite? Artrites com duração de menos de seis semanas são ditas agudas, de um modo geral são auto limitadas (artrites virais, artrites microcristalinas), as artrites com duração maior que seis semanas são consideradas crônicas como por exemplo: artrite reumatoide, espondiloartrites, virais como Chicungunya, reativas. Quantas articulações estão acometidas ? Quando envolve apenas uma articulação é considerada monoarticular ou monoartrite, mais e uma e menos de quadro: oligoarticular ou pauciarticular e mais de quatro poliarticular. Artrites monoarticulares: Infecciosa bacteriana, tuberculosa e fúngica, também frequentemente, as microcristalinas. Oligoarticular é a forma comum de apresentação das espondiloartrites, Poliartrites são comuns nas apresentações da artrite reumatoide e de artrites virais. O padrão de distribuição da artrite é simétrico ou assimétrico? Simetria ou assimetria a sugere uma pista para sua etiologia: artrite reumatoide, osteoartrite erosiva e artrites virais exibem apresentação simétrica, espondiloartrites, gota tofácea crônica, tendem a apresentar-se de maneira assimétrica. Qual a topografia das articulações inflamadas? Classificadas em axial, periférica e periférica e axial, a topografia do processo se observa em relação ao eixo da coluna vertebral (axial), assim: As espondiloartrites podem se apresentar na forma axial, periférica ou envolvendo as duas topografias; já a artrite reumatoide a febre reumática, ou as artrites microcristalinas ocorrem em articulações periféricas. Estão presentes “padroes-guia” que possam surgeries a etiologia Combinações de achados propedêuticos são muito sugestivas de uma desordem reumática específica, por exemplo a pedagra (artrite aguda da primeira articulação metatarsofalangeana) aponta fortemente para a possibilidade de gota , artrite das interfalangeanas distais sugere artrite psoriásica, especialmente se acompanhada de onicólise, edema crônico, fusiforme de articulações interfalangeanas proximais lembra artrite reumatoide, presença de nódulos de Herberden e Bouchard aponta para a probabilidade de osteoartrite. Qual é a sequencia do comprometimento articular ? Distinguimos três formas de acometimento: Aditivo: as articulações são acometidas seguidamente, sem a resolução do processo inflamatório da articulação previamente atingida. (artrite reumatoide ou osteoartrite, p.ex.) Migratório: o processo inflamatório cessa em uma articulação e se inicia em outra (febre reumática, artrite gonocócica) Intermitente: a doença evolui em crises e no período intercrítico ocorre remissão dos sintomas (artrites microcristalinas, reumatismo palindrômico) Estão presentes fatos clínicos de doença sistêmica? Artrite no contexto de doença febril aguda, multissistêmica com rápida evolução sugere possibilidade de lúpus sistêmico, vasculites ou processos infecciosos. Fraqueza muscular faz lembrar miopatias inflamatórias ou doenças reumáticas que cursem com miopatia periférica. Pus estéril em câmara inferior do olho sugere doença de Behçet ou espondiloartrites Púrpura petequial palpável em membros inferiores faz lembrar vasculites. Existem antecedentes patológicos ou comorbidades relevantes Diarréia infecciosa precedendo um quadro de oligoartrite sugere artrite reativa, um diagnóstico de psoríase vulgar, se associa com artrite psoriásica, doença inflamatória intestinal pode estar presente nas espondiloartrites um diagnóstico de neoplasia pode sugerir dor por metástase óssea. Há dados de história famílias ou fatores ambientais importantes Muitas das doenças reumáticas tem predisposição genética. As espondiloartrites se associam a presença de HLA B27, uma história de Lúpus materno pode ser fundamental no diagnóstico de lúpus neonatal outras doenças podem apresentar prevalência familiar como gota, artrite reumatoide, osteoartrite. Fatores ambientais importantes como comportamento ( tabagismo, alcoolismo, comportamento sexual,) exposição ocupacional, viagens, infecções virais ou bacterianas em pacientes ou familiares devem ser investigados. A caracterização de padrões na abordagem diagnóstica dos processos reumáticos, objetiva apenas uma orientação prática que permita organizar as várias possibilidades diagnósticas subjacentes. Não se deve limitar o raciocínio a uma regra estanque . Uma doença pode exibir diversos padrões à exemplo da artrite psoriásica ou das artrites microcristalinas, por outro lado duas doenças podem compartilhar o mesmo padrão clínico como artrite séptica e artrite microcristalina (monoartrite aguda). Ainda, uma doença pode se apresentar de maneira pouco habitual, extravagante, como visto na artrite séptica poliarticular, contudo o conhecimento do comportamento habitual das doenças reumáticas pode poupar tempo, esforço e consumo de recursos na sua abordagem diagnóstica. As estruturas articulares são : sinóvia, líquido sinovial, cartilagem, ligamentos intra-articulares, cápsula articular e osso justa articular. As estruturas periarticulares são: ligamentos extra articulares de apoio, os tendões, as bursas(bolsas), os músculos , as fáscias, os ossos e a pele suprajacente. Apesar das queixas articulares serem atribuídas com frequência as articulações, são os tecidos extra articulares os mais frequentemente responsáveis por estes sintomas. Os distúrbios articulares podem ser caracterizados por dor profunda e difusa ,dor ou amplitude de movimento limitada, durante a movimentação passiva e ativa, bem como tumefação ( causada por proliferação sinovial, derrame articular ou hipertrofia óssea), crepitação, instabilidade, bloqueio ou deformidade.
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