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TRIBUNAL DO JURI

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO 
JURI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE X DO ESTADO Y. 
 
 
 
 
PROCESSO N° ... 
 
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADUAL 
DENUNCIADO: TICIO 
 
 
 
TICIO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe move o 
Ministério Público, vem, respeitosamente, á presença de Vossa Excelência interpor: 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
nos termos do artigo 403, §3° do Código de Processo Penal Brasileiro, pelos motivos de fato e 
de direito a seguir aduzidos: 
 
 
I- DOS FATOS 
 
 
O denunciado, de forma solidária frente a situação de gravidez de sua colega de trabalho 
Maria, lhe ofereceu ao final do expediente uma carona em seu veículo. 
No entanto, ticío, de forma imprudente e sem observar o devido dever de cuidado, ora 
que, queria chegar em casa a tempo de assistir ao jogo de seu time preferido, que seria 
transmitido naquela noite, dirigiu com velocidade excessiva, desta forma, ao fazer uma curva 
fechada, acabou perdendo o controle do veículo vindo a capotar. 
Logo em seguida, foram socorridos pelo corpo de bombeiro e encaminhados ao hospital 
mais próximo, onde ficou constatado que Maria não havia sofrido lesão, porém, a gravidez foi 
interrompida em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado 
ás fls 14 deste processo. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
 
Conforme a inicial, ticio foi denunciado pelo Ministério Público, pelo crime de aborto, 
previsto no artigo 125, do Código Penal, entretanto, com máximo respeito, o entendimento do 
MP mostra-se claramente equivocado. 
Compreende-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só cabe a tipificação 
no referido crime quando há dolo que significa vontade e consciência do agente em atingir o 
resultado, o que resta claro que não é o caso em tela. 
Logo, se não houve vontade e consciência do agente em dar cabo ao prosseguimento do 
feito, não há o que se falar na denuncia da exordial, tendo em vista que este crime não é possível 
na modalidade culposa, desse modo considera-se fato atípico, afetando negativamente a 
denuncia do MP, na forma do art. 415, III, do CPP 
 
 
III- DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer: 
a) A absolvição sumaria do réu com base no artigo 415, III, do Código de Processo Penal 
Brasileiro. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
LOCAL, 14 de fevereiro de 2017 
ADVOGADO 
OAB/UF N° XXXXXX

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