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Prof. Dra Ludmila Noskoski Salazar FACULDADE SANTO ÂNGELO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMAS DE AUTOCONTROLES APPCC e PPHO Segurança de Alimentos = Alimentos sem Perigos à Saúde do Consumidor O QUE SÃO ESSES PERIGOS ? Perigos biológicos: são provocados por microrganismos que não podemos ver a olho nu, mas que são os principais contaminantes nos alimentos. ONDE ESTÃO OS MICROORGANISMOS? Perigos biológicos Alta – são as resultantes de contaminações por microorganismos ou suas toxinas com quadro clínico muito grave. Exemplo: toxinas de Clostridium botulinum, Salmonella typhi,... Média – são as patologias resultantes da contaminação por microrganismos de patogenicidade moderada, mas com possibilidade de disseminação extensa. Exemplos: E. coli, Salmonela spp,... Baixa – patologias resultantes da contaminação por microrganismos de patogenicidade moderada e com disseminação restrita. Perigos físicos: são provocados por materiais que podem machucar, como prego, pedaços de plástico, de vidro e de ossos, espinha de peixe e outros materiais. São exemplos de perigos físicos: pedaços de metal que se soltam de equipamentos, pedaços de vidro que caem de lâmpadas ou objetos de vidro que se quebram. Perigos físicos Alta – representados por materiais como pedras, vidros, agulhas, metais e objetos pontiagudos ou cortantes que causem risco de vida ao consumidor. Baixa – representados por materiais estranhos que normalmente não causam injúrias ou danos à integridade física do consumidor, como sujidades, leves e pesadas ( terra, areia, serragem). Perigos químicos: são provocados por desinfetantes, produtos para matar ratos, inseticidas e outros venenos. Sobras de desinfetantes e detergentes nos equipamentos e utensílios (enxágüe mal feito), troca de produtos, reaproveitamento de embalagens de produtos tóxicos e identificação incorreta nos produtos também representam perigos químicos para os alimentos. Perigos químicos Alta – contaminações dos alimentos por substâncias químicas proibidas (agrotóxicos), certos metais, como o mercúrio, ou aditivos químicosque podem provocar casos de alergias severas ou intoxicações quando em quantidades elevadas. Baixa – substâncias químicas permitidas no alimento que podem causar reações moderadas, como alergias leves e passageiras. Ex. uso inadequado de aditivos , como os sulfitos. http://www.beefpoint.com.br http://www.beefpoint.com.br/ Manga e Mamão (para exportação) Palmito em Conserva Laticínios Hortaliças Café, Castanha e Amendoim Impactos dos Perigos na Comercialização dos Alimentos Agravos leves/médios Agravos severos Morte Perda de clientes Divulgação pela mídia Prejuízo por perda do produto Custos hospitalares Custos com processos, multas e indenizações Fechamento da empresa Conseqüências dos Perigos em Alimentos O QUE É O APPCC??? O primeiro reconhecimento do sistema APPCC, ocorreu em 1985, pela Academia Nacional dos EUA, em resposta à solicitação das agências de controle e fiscalização dos alimentos. No Brasil, apartir de 1991, o Governo Federal juntamente com a iniciativa privada vem desenvolvendo ações para implantação, em caráter experimental, do Sistema APPCC. 23 OBJETIVOS O objetivo deste Manual é fornecer às indústrias sob Inspeção Federal as diretrizes básicas para apresentação, implantação, manutenção e verificação do Plano de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle -APPCC, assegurando que os produtos: a) sejam elaborados sem perigos à Saúde Pública; b) tenham padrões uniformes de identidade e qualidade; c) atendam às legislações nacionais e internacionais sob os aspectos sanitários de qualidade e de integridade econômica; d) sejam elaborados sem perdas de matérias-primas; e) sejam mais competitivos nos mercados nacional e internacional. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO. GABINETE DO MINISTRO PORTARIA N° 46, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998 APPCC • É um sistema de procedimentos que tem por objetivos IDENTIFICAR, AVALIAR e CONTROLAR os perigos para a saúde do consumidor e caracterizar os pontos de controles considerados críticos para assegurar a inocuidade dos alimentos. 26 Garantia da Qualidade BPF PPHO APPCC BPF (Portaria 368/1997) São regras que ajudam a reduzir, prevenir e evitar os perigos nos alimentos. Quando aplicadas aos processos e produtos asseguram que estes cheguem aos consumidores livres de contaminação Com segurança PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO APPCC IMPLANTAR AS B.P.F.: Isso irá simplificar e viabilizar o Plano APPCC, assegurando sua integridade e eficiência, com o objetivo de garantir a segurança dos alimentos. Boas Práticas são regras que, quando praticadas, ajudam a reduzir e evitar esses perigos. O que contemplar nas BPF? • Projetos de prédios e instalações • Limpeza e conservação (instalações, pisos, paredes, tratamentos do lixo) • Potabilidade da água • Recebimento de matérias-primas e estocagem • Qualidade da matéria-prima e ingredientes • Higiene pessoal • Controle integrado de pragas O que contemplar nas BPF? • Manutenção preventiva dos equipamentos • Limpeza e sanificação dos equipamentos e utensílios • Procedimentos sobre reclamações dos consumidores – registro • Garantia e controle de qualidade • Treinamento periódico para funcionários com integração à empresa 31 APPCC O sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle é um método que é embasado na aplicação de princípios técnicos e científicos de prevenção, que tem por finalidade garantir a eficiência dos processos de produção, manipulação, transporte, distribuição e consumo dos alimentos (FIGUEIREDO, COSTA NETO 2001). 32 O APPCC divide-se em: Perigo Físico: • Materiais que podem machucar o consumidor. • Pregos, pedaços de plásticos, parafusos, vidros. Perigo Biológico: • Microrganismos que contaminam os alimentos pela má higiene individual e do local de trabalho. • Clostridium, Salmonella, Escherichia coli Perigo Químico: • Provocados por desinfetantes, inseticidas, reuso de embalagem de produto tóxico. • Detergentes, aditivos químicos, sulfitos. 33 7 Princípios do APPCC • 1 - Análise de perigos e medidas preventivas • 2 - Identificação dos pontos críticos de controle; • 3 - Estabelecimento dos limites críticos; • 4 - Estabelecimento dos procedimentos de monitoração; • 5 - Estabelecimento de ações corretivas; • 6 - Estabelecimento dos procedimentos de verificação; • 7 - Estabelecimento dos procedimentos de registros. • ANÁLISE DE PERIGOS: consiste na identificação e avaliação de perigos potenciais, de natureza física, química e biológica, que representam riscos à saúde do consumidor. • MEDIDA DE CONTROLE (medida preventiva): qualquer ação ou atividade que pode ser usada para prevenir, eliminar ou reduzir um perigo à saúde do consumidor. CONCEITOS IMPORTANTES • CONTROLAR (verbo): gerenciar as ações de operação para mantê-las de acordo com os limites pré-estabelecidos (controlar um processo). • CONTROLE (substantivo): o estado no qual os procedimentos corretos estão sendo aplicados e a etapa ou processo está de acordo com os limites pré-estabelecidos (o processo está sob controle). • CRITÉRIO: requisito no qual é baseada a tomada de decisão ou julgamento. • ETAPA: operação ou estágio de um processo produtivo ou de um produto, desde a produção primária até o consumo. • LIMITE CRÍTICO: valores ou atributos máximos e/ou mínimos estabelecidos para cada critério e que, quando não atendidos, significam impossibilidade de garantia da segurança do alimento. • LIMITE DE SEGURANÇA: valores ou atributos próximos aos limites críticos que são adotados como medida de segurança para reduzir a possibilidade de os mesmos não serem atendidos. • MONITOR: indivíduo que conduz a monitorização. • MONITORIZAÇÃO ( monitoração): seqüência planejada de observações ou mensuração devidamenteregistradas que permitem avaliar se um perigo está sob controle. • AÇÃO CORRETIVA: procedimentos ou ações a serem tomados quando se constata que um critério encontra-se fora dos limites estabelecidos. • PERIGO: contaminante de natureza química, física ou biológica, ou constituinte do alimento que pode causar dano à saúde ou à integridade do consumidor. Também podemos considerar aspectos de qualidade, fraude econômica e deteriorações. • PERIGO SIGNIFICATIVO: perigo de ocorrência possível e/ou com potencial para resultar em risco inaceitável à saúde do consumidor. • PLANO APPCC: documento elaborado para um produto ou processo, com uma seqüência lógica, onde constam todas as etapas e justificativas para sua estruturação. • PONTO DE CONTROLE (PC): são os procedimentos de pré- requisitos – são as Boas Práticas de Fabricação e os Procedimentos Padrões de Higiene Operacional. • PONTO CRÍTICO DE CONTROLE (PCC): qualquer ponto, etapa ou procedimento no qual se aplicam medidas de controle (preventivas) para manter um perigo significativo sob controle, com o objetivo de eliminar, prevenir ou reduzir os riscos à saúde do consumidor. Classif. dos Perigos Aval. da severidade Medidas Preventivas 1. Recepção e classificação dos animais** biológico alto Manejo sanitário de criação químico médio Manejo nutricional * 2. Lavagem externa dos suínos biológico alto Utilizar água tratada e hiperclorada* 3. Insensibilização físico médio Regular intensidade do choque * 4. Sangria biológico baixo Usar 2 facas, ter pia e higienizador * 5. Escaldagem biológico médio Regular emperatura da água, ter água Químico baixo hiperclorada e higiene da Físico alta escaldadeira ou túnel para escaldagem* 6. Depilagem físico baixo Regular Depiladora biológico médio Remover constantemente as cerdas* químico baixo 7. Toalete físico baixo Higienização de Facas, utilizar pias biológico baixo para lavagem das mãos, higienizador químico baixo e regular o chamuscamento * 8. Pré-evisceração biológico alto Não perfurar alça intestinal e outros órgãos* 9. Evisceração propriamente dita biológico alto Não perfurar alça intestinal * Físico médio Higienização das facas 10. Serragem Físico médio Higienização da máquina de serrar *biológico médio químico médio 11. Inspeção Treinar a equipe e utilizar pia e higienizador * 12. Toalete físico baixo Higienização de Facas, presença de pias e higienizador * biológico baixo químico baixo 13. Lavagem das carcaças biológico médio Água limpa e hiperclorada, com pressão *químico baixo físico alta Classif. dos Perigos Aval. da severidade Medidas Preventivas 14. Resfriamento de carcaças** biológico Alto Limpar trilhos com presença de graxa químico baixo Controle de Temperatura da câmara * químico alto 15. Desossa biológico baixo Instalar Central de Higienização, manter a sala climatizada com temperatura de 10 a 12ºC* químico baixo Químico baixo 16. Embalagem e rotulagem físico baixo Evitar poeira * biológico médio 17. Congelamento ** físico médio Cuidar embalagens rasgadas químico médio Controlar temperatura na hora de saída * Biológico médio 18. Expedição Controle da temperatura do caminhão* 19. Transporte Controle na geração de frio Controle da temperatura do caminhão Verificação do funcionamento da geração de frio do próprio caminhão * • Pré - operacional • compreendem os procedimentos de limpeza e sanitização realizados antes do início das operações. • Operacional • os procedimentos descritos, implementados e monitorizados de limpeza ou de limpeza + sanitização das instalações, equipamentos e utensílios de trabalho, visando estabelecer a forma rotineira e padronizada pelo qual o estabelecimento mantém a higiene de todo o ambiente industrial durante as operações. – como por exemplo: retirada de resíduos do piso, limpeza de calhas, higienização de tábuas de corte, higienização de bacias, etc. Procedimento Padrão de Higiene Operacional –PPHO Circular nº 176/05 – MAPA/DIPOA = IN 2017 Sanitização: Limpeza + Desinfecção Sanitização Carboidratos Gordura Proteína Minerais Microrganismos PATOGÊNICOS Atenção para contaminação cruzada e resíduos de ingredientes (exemplo: amido, proteína texturizada de soja e farinha de trigo presença de BIOFILMES? = PPHO esta falhando!!! Ralos – todo sábado aplicação direta de quaternário puro Fonte: Google (2018) Ác. peracético intercalando com quaternário de amônia Biofilmes Bacterianos Os microrganismos depositam-se e interagem nas superfícies; Iniciam o crescimento; Formam uma massa de bactérias aglomeradas por um gel (matriz de exopolissacarídeos), com função de proteção e reserva de nutrientes; Ao se liberarem do biofilme, os microrganismos podem contaminar os alimentos. Movimento de um biofilme de Staphylococcus aureus Microrganismos Deteriorantes: ► Qualquer alteração na aparência, odor, sabor decorrentes da atividade metabólica dos microrganismos O tipo de deterioração depende: - tipo de alimento - microrganismo envolvido (bactérias entéricas raramente deterioram frutos) - número de microrganismos presentes Fácil higienização Estável a várias temperaturas de processamento Resistência a agentes oxidantes (Hipoclorito de sódio, ácido peracético, iodóforo) Resistência a corrosão Aço inoxidável Referência: “Sinks of stainless clean best, beat bacteria”. Dr. John T. Holah - NiDI Reprint Series. Superfícies de pias contaminadas e depois da lavagem. Aço inoxidável Aço esmaltado Resina mineral Policarbonato PRINCIPAIS SETORES • Indústria da carne • Indústria do vinho • Indústria de laticínios • Indústria de bebidas • Águas Minerais • Indústria de massas alimentícias • Vegetais em conservas • Cozinhas industriais • Aplicações domésticas • Água potável INDÚSTRIA DA CARNE INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
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