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This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418 - P 03 4 DE NO V EM BR O DE 2 0 1 1 W. E A RL SA S SE R , J R. R A CH E L S H E LT O N WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração Introdução Martha Reyes precisava respirar ar fresco. A executiva de recursos humanos de 46 anos bloqueou a tela do computador, saiu de seu escritório no terceiro andar e desceu as escadas até a recepção. Atravessou a rua em direção a um parque, onde ficou observando funcionários de empresas da região almoçando naquela tarde ensolarada, perto de São Francisco. Sorriu ao ver várias pessoas carregando sacolas com o logotipo da WrapItUp, empresa onde trabalhava. Quando Reyes foi chamada para liderar o departamento de RH da rede de restaurantes, no início de 2010, descobriu que a rotatividade de funcionários da WrapItUp era relativamente alta, a satisfação do cliente era baixa, e a receita não crescia. De imediato, sua missão era descobrir a causa do principal problema de RH (rotatividade), mas ela achava que todos os desafios enfrentados pela empresa estavam, provavelmente, relacionados, e que para resolver a questão da rotatividade seria necessário tomar medidas para solucionar os outros problemas. Com a ajuda de uma consultoria externa, Reyes desenvolveu o ShareIt, um plano de participação nos lucros que visava tornar a remuneração dos gerentes de loja mais competitiva, além de motivá-los a maximizarem os lucros de cada loja. No final de julho de 2011, o programa ShareIt encerrou um piloto de seis meses em duas lojas cuidadosamente selecionadas. Reyes havia recebido o relatório final da consultoria e precisava decidir o que recomendar aos dois fundadores da WrapItUp, que ainda atuavam como co-CEOs. A WrapItUp poderia implementar o programa em todas as lojas, realizar um teste maior, suspender o programa para fazer alguns ajustes ou abandoná-lo por completo. Histórico Shawn Jackson e Simon Sethi, que se consideram extremamente seletivos em sua alimentação, fundaram a WrapItUp em 2002, no norte da Califórnia, quando ainda estavam na pós-graduação. Frustrados com as opções gordurosas oferecidas no restaurante da faculdade, começaram a fazer e Caso LACC # 418-P03 é a versão traduzida para Português do caso # 4362 da HBS. Os casos da HBS são desenvolvidos somente como base para discussões em classe. Casos não devem servir como aprovação, fonte primária de dados ou informação, ou como ilustração de um gerenciamento eficaz ou ineficaz. Copyright © 2011 President and Fellows of Harvard College. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema de dados, usada em uma tabela de dados, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocopiada, gravada, ou qualquer outra - sem a permissão da Harvard Business School. This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418-P03 | WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração vender wraps customizados na cozinha de seu apartamento no campus, utilizando ingredientes frescos e saudáveis. Pouco tempo depois, a fila para comprar os wraps estava virando a esquina. Com essa ideia, ganharam um concurso de plano de negócios patrocinado pela universidade, e com o dinheiro do prêmio construíram um negócio em tempo integral após se formarem. O primeiro restaurante foi aberto próximo ao campus, no ano seguinte, e o negócio expandiu rapidamente, bem antes de haver uma preferência geral dos consumidores por alternativas de refeição rápida consideradas saudáveis. Um estudo do setor de restaurantes, realizado em 2011, apontou que 70% dos consumidores estavam tentando se alimentar de maneira mais saudável, e que dois terços dos operadores de restaurantes notaram que os clientes estavam consumindo opções mais saudáveis e questionando o valor nutricional das opções do cardápio. Em 2011, a WrapItUp já operava 30 restaurantes no norte e sul da Califórnia, bem como nas regiões metropolitanas de Seattle (WA), Portland (OR) e Phoenix (AZ). Muitos de seus restaurantes, mas não todos, ficavam próximos de universidades. Os fundadores imaginavam que acabariam expandindo para outras regiões, mas isso não estava em seus planos estratégicos de curto prazo. Todas as lojas ainda eram de propriedade da empresa, que não tinha planos de abrir franquias. “Existe um tamanho certo para nós, e não é ter uma loja em todas as esquinas de todas as ruas de todas as cidades”, afirmou Sethi. “Queremos manter nossa empresa em um nível gerenciável, a fim de garantir a consistência”. A empresa era privada e os cofundadores eram os acionistas majoritários. O cardápio padronizado da WrapItUp incluía uma variedade de “wraps” e saladas personalizados, além de inúmeras opções para dietas especiais, como veganos, sem glúten, sem lactose, opções crudívoras e frutas frescas de sobremesa. Apesar de os executivos terem considerado expandir o cardápio, eles queriam evitar os desafios operacionais de uma cozinha. A rede também se diferenciava por um comprometimento visível com os fornecedores locais. Desde sua criação, a WrapItUp comprava ingredientes de produtores locais sempre que possível. “Quando começamos”, recordou Jackson, “plantávamos alguns dos ingredientes no quintal do nosso prédio, e os clientes amavam. Agora não podemos mais fazer isso, mas aprendemos o valor de enfatizar os ingredientes frescos e locais”. Esta abordagem também colocou a WrapItUp à frente de seu tempo: em 2011, o setor de restaurantes listou o fornecimento local como uma de suas cinco maiores tendências, e os alimentos sem glúten e sem alérgenos ficaram entre as dez maiores tendências do setor. O frescor dos ingredientes da WrapItUp e suas opções para dietas especiais tornava seus preços um pouco mais altos que os dos concorrentes. Um wrap era vendido, em média, por US$ 10, portanto as lojas eram localizadas, principalmente, em regiões de alta renda, onde os consumidores estavam dispostos a pagar mais por qualidade e opções. Para manter o frescor e refletir o forte foco da empresa na comunidade, ao final de cada dia os gerentes doavam sobras de ingredientes para bancos de alimentos e albergues de moradores de rua. Quase dez anos após o lançamento da rede, a paixão de Jackson e Sethi em fornecer alimentos frescos e de qualidade continuava a mesma. Eles sempre compartilharam o posto de CEO e botavam a mão na massa, sendo responsáveis pela aprovação final de todas as alterações no cardápio e contratando os gerentes de loja diretamente, todos com históricos variados e, de maneira geral, com experiência no setor de alimentos ou restaurantes. Alguns tinham formação em gastronomia ou turismo, outros fizeram outros cursos, mas acabaram atuando no setor através de empregos de meio- período. Muitos dos gerentes tinham formação mínima, tendo crescido aos poucos em suas carreiras no setor de fast-food. Jackson e Sethi queriam que todos em sua equipe tivessem a mesma paixão e visão que eles próprios. 2 BRIEFCASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração | 418-P03 Desafios O estilo de liderança de Jackson e Sethi funcionava bem quando a empresa ainda era pequena e eles podiam estar presentes em todas as lojas, compartilhando seu entusiasmo e conhecimento em primeira mão com os gerentes. Com a expansão, os co-CEOs tiveram dificuldades em se distanciar das operações diárias e da tomada de decisões. Eles ainda tinham relacionamentos próximos com funcionáriosmais antigos. “Eu conheço o Shawn desde a pós-graduação, e me sinto confortável em falar diretamente com ele sempre que tenho uma dúvida ou necessidade”, disse o gerente de um restaurante em São Francisco. “Ele sempre me atende do jeito certo, nunca fico esperando por uma resposta”. A fim de manter uma imagem consistente da marca, os fundadores proibiram os restaurantes de realizarem suas próprias atividades de marketing. Especificamente, todas as atividades nas mídias sociais eram centralizadas. Em 2009, uma das lojas de Seattle lançou sua própria página no Facebook e conta no Twitter. Os donos descobriram quando o gerente da loja os adicionou nessas redes. Jackson e Sethi encerraram os trabalhos locais imediatamente, por “não atenderem às normas da marca”. A WrapItUp também teve dificuldades na área de recursos humanos. A rotatividade era alta, e o recrutamento era desorganizado. “Fazemos o melhor para que a WrapItUp seja um lugar excelente de se trabalhar, principalmente para as pessoas que compartilham da nossa visão, por isso não entendemos por que continuamos perdendo bons gerentes”, refletiu Sethi. “Não podemos continuar assim. No ano passado, utilizamos todo o nosso orçamento anual de recrutamento no primeiro trimestre, apenas tentando acompanhar o ritmo de contratações”. Reconhecendo a necessidade de receberem ajuda especializada, no início de 2010 Jackson e Sethi recrutaram a executiva de RH Martha Reyes, que trabalhava em uma renomada rede de restaurantes. Veterana do setor, Reyes começou sua carreira em restaurantes no colégio, quando trabalhou no drive- thru de um restaurante de fast-food. Após a faculdade, foi sendo promovida para diversos cargos de gerência e RH em várias empresas do setor. O dilema com o qual se deparou na WrapItUp era tanto familiar quanto singular. A WrapItUp enfrentava alguns desafios comuns do setor de hospitalidade. Era difícil para a empresa atrair e reter os melhores talentos, principalmente para cargos de gerência. Devido ao ritmo frenético dos restaurantes, nenhum cargo podia ficar vago por muito tempo, por isso os processos de contratação se pareciam mais com uma loteria apressada do que um exercício cuidadoso para encontrar a pessoa certa. Às vezes os gerentes eram promovidos dentro da própria empresa, outras contratados externamente - o que quer que pudesse preencher a vaga mais rapidamente. Desde 2006, os índices de rotatividade da WrapItUp, tanto para funcionários assalariados (gerência) quanto para aqueles que ganhavam por hora, excediam consistentemente a média do setor (vide Anexo 1), sempre gerando frustração em todos os níveis da empresa. Nas entrevistas demissionais realizadas pelo responsável de RH, “remuneração baixa” era o principal motivo citado pelos gerentes para sua saída da empresa. O modesto departamento de RH da WrapItUp não havia acompanhado o ritmo de crescimento da empresa. Os donos haviam implementado políticas de RH bastante básicas e, pode-se dizer, rudimentares. Os pagamentos eram pontuais e os registros de horário eram monitorados, mas a abordagem não era estratégica, principalmente com relação à remuneração. O pagamento dos gerentes de loja consistia em um salário semanal acrescido de um ajuste por volume, baseado nas vendas semanais do restaurante. Esses níveis de venda eram agrupados em cinco faixas, e os gerentes de todas as lojas alocados a uma mesma categoria recebiam o mesmo ajuste, independentemente de terem se encaixado em uma determinada faixa por um triz ou ficado no topo. O ajuste era calculado todo dia 1º de fevereiro, com base nas vendas semanais médias do exercício fiscal anterior, e o valor do pagamento era garantido por um ano (um restaurante não poderia mudar de faixa até o ano seguinte). “O plano HARVARD BUSINESS SCHOOL | BRIEFCASES 3 This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418-P03 | WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração existente não era baseado em incentivo”, afirmou Reyes. “Notei que várias lojas faziam apenas o suficiente para passar do limite mínimo, e o período de um ano para recálculo não permitia uma conexão muito significativa entre os resultados dos gerentes e seus pagamentos”. Dois ex-gerentes fizeram comentários típicos em suas entrevistas demissionais: “Sou vegano e adorei a missão da WrapItUp, mas eu não conseguia alimentar meus filhos com o salário que recebia. Vou ganhar muito mais em meu novo emprego, em uma rede maior”, disse um gerente associado de Oregon. “Eu comandava a loja mais rentável da minha região, mas meu pagamento certamente não aumentava, pois, a loja também era a menor e não conseguia atingir o volume de vendas necessário para um ajuste - o que quer que isso signifique”, comentou um ex-gerente de uma loja do norte da Califórnia. Reyes respondia pessoalmente a diversas entrevistas demissionais. Ela própria era cliente da WrapItUp há algum tempo, e mesmo antes de aceitar o novo cargo já notava alguns problemas: a loja mais próxima de sua casa havia mudado de gerente duas vezes nos 18 meses anteriores à sua entrada na empresa. Assim que ela aceitou o cargo, buscou dados que pudessem revelar problemas subjacentes. Ela descobriu que, há mais de dois anos, o departamento de marketing estava realizando pesquisas de satisfação do cliente pela Internet. Os dados mostravam que os clientes adoravam as opções nutricionais e o envolvimento com a comunidade, mas mencionavam grandes filas, cardápios repetitivos e baixo valor de maneira geral. “Eu não posso consumir glúten, então é difícil comer em outro lugar, mas estou cansado de ter que pedir sempre a mesma coisa”, disse um cliente de Phoenix. Os dados também mostravam que os clientes frequentes, que muitas vezes seguiam dietas especiais, queriam se sentir valorizados. Como mais de dois terços dos clientes levavam suas refeições para viagem, os restaurantes eram confusos e barulhentos, com clientes indo e vindo, dificultando vínculos. A rotatividade de gerentes também prejudicava a formação de um relacionamento de longo prazo com os clientes. “Eu como aqui pelo menos duas vezes na semana, e parece que todo dia uma pessoa diferente atende meu pedido. Portland é um lugar bem pequeno, por isso seria legal sentir que o restaurante quer fazer parte da comunidade”, disse outro cliente. A pesquisa também apontou que os clientes da WrapItUp valorizavam o comprometimento com os fornecedores locais. Apesar de ser a base da vantagem estratégica da rede, esse aspecto apresentava desafios operacionais constantes, pois exigia entregas frequentes dos fornecedores. Também deixava os restaurantes à mercê dos eventos climáticos - uma geada mais forte era capaz de deixar diversos restaurantes sem estoque de abacates durante semanas, prejudicando diversas opções do cardápio. Os gerentes das lojas costumavam lidar com essas questões conforme a situação exigisse, o que causava inconsistência nos cardápios e no atendimento. Jackson e Sethi não gostavam da ideia de variar o cardápio, independentemente do motivo. Jackson disse: “Na loja de Berkeley, o gerente ficou sem alface às duas da tarde, e acabou substituindo por espinafre. Gostei da criatividade, mas não podemos permitir que o produto seja modificado deste jeito. Isso dilui a marca”. Ao invés disso, os gerentes foram instruídos a removerem a opção afetada do cardápio até que o ingrediente faltante estivesse disponível novamente. Identificando o problema e buscando uma solução De acordo com os resultados das pesquisas de marketing e das entrevistas demissionais, Reyes concluiu que a alta rotatividade causava muitos dos problemas, e que questões de motivação e remuneração eram o motivo da rotatividade. Segundo Reyes, “o maior problema nas lojas era atrair, desenvolver e reter bons talentos. Acho que a maioria dos gerentespoderia ter sucesso, ou mesmo brilhar, se fosse mais motivada e estrategicamente remunerada. Não podemos recrutar pessoas apenas pela paixão; precisamos pagá-las pelo menos o mesmo que os concorrentes pagam, e permitir-lhes alguma liberdade”. Reyes achava que seria importante ter uma opinião externa, por isso recomendou 4 BRIEFCASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração | 418-P03 a contratação de uma empresa de consultoria para avaliar o atual regime de remuneração e ajudá-los a desenvolver uma solução. Seria a primeira vez que a empresa realizaria um estudo dessa natureza. Apesar de estarem hesitantes, Jackson e Sethi concordaram em apoiar o projeto, que demorou vários meses e revelou que a remuneração da WrapItUp era, de fato, inferior à média do setor (vide dados de duas lojas padrão em comparação às médias do setor no Anexo 2). Apesar de a porcentagem de remuneração total oferecida como salário base na WrapItUp ser similar ao padrão do setor, o componente variável divergia, tanto em quantia quanto em relação ao que era necessário para consegui- lo. Reyes e os consultores desenvolveram uma possível solução para essas questões. Ao invés da receita, o lucro seria a métrica de desempenho. Eles propuseram um programa trimestral de participação nos lucros (batizado de “ShareIt”), em que a remuneração dos gerentes de loja seria diretamente relacionada aos lucros do restaurante, não ao volume de vendas (métrica do plano antigo). Os gerentes de loja receberiam 35% dos lucros incrementais de sua loja (definidos como o lucro líquido controlável da loja menos o pagamento do aluguel). Os gerentes associados receberiam 15% dos lucros; e os 50% restantes seriam pagos ao corporativo da WrapItUp. Para encorajar a retenção, os pagamentos seriam mantidos em uma conta separada, um mês após o trimestre em que fossem registrados. Qualquer funcionário que deixasse a empresa antes da data de pagamento abdicaria do pagamento do período. Em troca do maior risco assumido, os gerentes teriam maior liberdade para inovar, podendo, com algumas limitações, personalizar os cardápios e até mesmo testar suas próprias ideias de promoção. Já que o plano representava uma mudança imensa, os consultores recomendaram a realização de um piloto antes da implementação em toda a empresa. O ShareIt não exigia nenhuma mudança na jornada de trabalho da gerência, mas Reyes planejava monitorar o “antes” e o “depois” das jornadas e coletar feedbacks regulares dos primeiros participantes. A satisfação dos clientes continuaria sendo monitorada através de pesquisas pela Internet, com a inclusão de clientes ocultos; os resultados dos dois restaurantes piloto seriam acompanhados de perto. Jackson e Sethi concordaram em realizar um piloto do plano durante seis meses, em dois restaurantes de porte médio no sul da Califórnia (um em Santa Monica e o outro em Costa Mesa). Eles escolheram esses restaurantes por serem relativamente próximos à sede corporativa, mas não tão próximos a ponto de os gerentes temerem uma microgestão do pessoal do corporativo. Além disso, os gerentes dessas duas lojas eram considerados flexíveis e com alto potencial. Programa piloto O restaurante de Santa Monica, próximo ao famoso píer da cidade, foi o primeiro do sul da Califórnia, inaugurado em 2004. A gerente, Erika Whitfield, foi nomeada gerente associada após se formar na faculdade, em 2008, e promovida a gerente de loja em 2010. Whitfield era formada em marketing digital, mas pagou a faculdade com seu salário da WrapItUp, de onde ela era cliente, pois a maioria das opções do cardápio atendia suas alergias alimentares. Quando ficou difícil encontrar um emprego na área de marketing, devido à crise, ela aceitou uma promoção e ficou onde estava, e estava considerando cursar uma pós-graduação. Seu gerente associado era Carlos Colón, que havia acabado de concluir um curso de gastronomia de dois anos. Também havia concluído um estágio de um semestre em um canal de cozinha da TV a cabo. O restaurante de Costa Mesa era mais novo e um dos únicos da rede localizados dentro de um shopping. O veterano Ronald Locke trabalhava em um concorrente antes de entrar para a WrapItUp, HARVARD BUSINESS SCHOOL | BRIEFCASES 5 This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418-P03 | WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração e comandava aquela loja desde sua inauguração, em 2007. Apesar de não ter formação acadêmica, o funcionário de 37 anos havia estudado contabilidade e administração em uma faculdade comunitária. Seu gerente associado havia deixado o cargo há pouco tempo para voltar a estudar, e ele acabara de contratar Lisa Tiller como sua subordinada. Tiller já havia comandado uma pequena loja de alimentos naturais em seu estado natal, Colorado, e se mudou para a Califórnia quando seu marido, sargento da Marinha, foi transferido para lá. Ela tinha dois filhos pequenos, ambos com alergias alimentares. Reyes viajou da sede corporativa, em São Francisco, para o sul da Califórnia, a fim de explicar o programa pessoalmente. Em uma reunião de duas horas em Santa Monica, com Whitfield, Colón, Locke e Tiller, ela revisou o plano, respondeu perguntas, explicou por que eles haviam sido selecionados e ofereceu às equipes a oportunidade de não participarem do piloto. A reação dos gerentes foi mista - eles demonstraram otimismo com relação ao potencial de aumento da remuneração e à liberdade para inovar, mas estavam nervosos com o possível excesso de trabalho. “Estou aqui há algum tempo e sei gerenciar meu volume para atingir a Faixa 4. Este plano parece bastante complicado, mas se isso puder aumentar o meu salário, eu vou tentar”, afirmou Ron Locke. De qualquer forma, ambas as equipes optaram por participar. Eles tinham duas semanas antes do lançamento do piloto, e usaram esse tempo para desenvolver seus planos de crescimento dos lucros. Erika Whitfield, de Santa Monica, imediatamente criou uma página no Facebook e uma conta no Twitter para seu restaurante, convidando os clientes a “curtirem” ou “seguirem” para saberem das ofertas especiais e novidades no cardápio. Ela também criou um programa de fidelidade chamado RepeatIt, e tentou expandir o negócio de catering da loja, visitando escritórios da região no horário de almoço e oferecendo cupons de desconto para assistentes administrativos e planejadores de evento. Para reduzir o tempo de espera dos clientes, ela passou a receber pedidos por mensagem de texto. Ela começou a desenvolver um sistema de pedidos online, mas logo se deu conta de que a iniciativa era complexa demais para apenas uma loja. Carlos Colón usou seus contatos para convencer dois famosos chefs de TV a realizarem eventos especiais, como assinaturas de livros, em sua loja; também desenvolveu três opções exclusivas para o cardápio, inclusive uma salada Dungeness de caranguejo, oferecida por um curto período a um preço especial. As novas estratégias de redes sociais de Whitfield seriam o veículo de promoção desses eventos especiais. Com seus recentes cursos em contabilidade e ampla experiência em restaurantes, Ron Locke, da loja de Costa Mesa, achava que o aumento de sua rentabilidade dependia da redução de custos. Ele renegociou os termos de compra com dois fornecedores locais. Para reduzir os custos de trabalho por hora e benefícios de sua equipe, desenvolveu um plano de contratação para preencher uma vaga. Para garantir cobertura nos principais turnos, ele e Lisa Tiller às vezes faziam os sanduíches, anotavam os pedidos e lavavam os equipamentos. Para reduzir o desperdício, distribuía utensíliose condimentos no balcão de atendimento, ao invés de colocá-los na área de alimentação para que o próprio cliente se servisse. Tiller usou seu conhecimento de alimentos naturais para encontrar ingredientes substitutos mais baratos para algumas opções do cardápio, como kimchi no lugar de algas no wrap de salmão, por exemplo. Durante o piloto, ambas as equipes de gerência acabaram trabalhando muito mais tempo do que antes. Em sua primeira reunião com Martha Reyes, Whitfield, da loja de Santa Monica, afirmou: “Estou trabalhando 70 horas por semana, comparadas a 50 anteriormente, mas não me importo. Estou muito mais envolvida, pois tenho mais liberdade para construir nosso negócio, e estamos vendo os resultados - o lucro do mês passado subiu mais de 4% em relação ao ano anterior”. Tiller, da loja de Costa Mesa, relatou um aumento similar nas horas de trabalho, mas teve algumas dificuldades com isso: “Desde que o piloto começou, chego em casa depois das oito da noite todos os dias. Meu marido está na base 6 BRIEFCASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração | 418-P03 militar, por isso meus gastos com cuidadores para as crianças aumentaram significativamente. Não posso fazer isto para sempre. Mas estou disposta a segurar a onda e ver se vale a pena”. Apesar de os gerentes concordarem que o plano reduziria a rotatividade na gerência, não estavam certos de que reduziria a rotatividade do resto da equipe. “Ainda não podemos pagá-los o suficiente para segurá-los. Se pagarmos, nossas margens diminuirão e, consequentemente, nossos pagamentos também”, afirmou Ron Locke. Durante o teste de seis meses, ambas as lojas aumentaram seus lucros consistentemente, conforme demonstrado nos Anexos 3a and 3b. Essa melhora no desempenho significou que a remuneração total de todos os gerentes também aumentou significativamente (vide Anexo 2). Os resultados das pesquisas de satisfação eram mistos (vide Anexo 4). Os gerentes tiveram uma última reunião com Reyes em julho de 2011, logo antes do encerramento do teste de seis meses do ShareIt. Os quatro gerentes estavam felizes com o aumento de sua remuneração, mas não sabiam se conseguiriam manter a inovação e longas horas de trabalho após o fim do período de teste. Reyes agradeceu seu feedback e tinha as mesmas preocupações. Ela reconheceu que essas duas equipes de gerência haviam sido escolhidas por conta de sua resiliência, e se perguntou se todos os gerentes da WrapItUp se adaptariam tão bem a essa nova combinação de liberdade e pressão. Pontos finais de decisão Martha Reyes deixou o parque e voltou para seu escritório, retornando à tarefa do momento: preparar recomendações detalhadas para os co-CEOs, Jackson e Sethi. Ela sabia que muita coisa estava em jogo, desde o bem-estar financeiro dos gerentes até sua própria reputação como nova executiva. Apesar de Jackson e Sethi serem responsáveis por tomar a decisão final, ela queria oferecer um raciocínio sólido e completo para sua sugestão. Ela notou que o programa havia alcançado as metas propostas: a rentabilidade dos restaurantes aumentou, assim como a remuneração dos gerentes. Mas ela ainda não estava convencida de que o ShareIt era unicamente responsável pelos resultados. Será que esses dois restaurantes poderiam ter melhorado até mesmo sem o programa? As pontuações de atendimento ao cliente eram variadas. Ela se perguntou se o ShareIt havia encorajado a combinação certa de comportamentos, e se ele funcionaria com todos os gerentes da rede ou apenas um grupo seleto dos mais empreendedores. Mais uma vez, Reyes avaliou suas alternativas: manter o programa exatamente como estava e implementá-lo em todas as lojas, obter informações adicionais através de um teste maior, interromper o programa temporariamente para modificá-lo, ou abandoná-lo e tentar algo diferente. Essa não seria uma recomendação fácil de se fazer. HARVARD BUSINESS SCHOOL | BRIEFCASES 7 This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418-P03 | WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração Anexo 1 Índices de rotatividade do setor de restaurantes 2006 2008 2010 Por salário Por hora Por salário Por hora Por salário Por hora Restaurantes de serviço completo (Todos) 40% 92% 37% 89% 33% 71% Restaurantes de serviço completo (de propriedade da empresa) 55% 80% 50% 91% 33% 92% Restaurantes de serviço completo (empresa privada) 50% 91% 33% 88% 27% 67% Restaurantes de serviço completo (Ticket médio US$ 10 a US$ 14,99) 40% 91% 50% 89% 25% 69% Restaurantes de serviço limitado (Todos) 52% 107% 33% 113% 33% 71% Restaurantes de serviço limitado (de propriedade da empresa) 50% 75% 33% 141% 33% 92% Restaurantes de serviço limitado (empresa privada) – 99% 33% 94% 27% 67% Restaurantes de serviço limitado (Ticket médio US$ 6,50/US$ 7,50+) – 94% – 82% 25% 69% WrapItUp 54% 102% 44% 150% 41% 90% Fonte: Associação Nacional de Restaurantes dos EUA e Deloitte Anexo 2 Remuneração de gerentes WrapItUp (loja de 1,5 mil pés quadrados) vs. média do setor Garantido Semanalmente Salário Base Pagamento Semanal Adicionala Pagamento Semanal Total Pagamento Anual Total Gerente de Loja, Ambas as Lojas (antes do ShareIt) US$ 675 US$ 225 US$ 900 US$ 46.800 Gerente de Loja, Santa Monica (durante o ShareIt) US$ 675 US$ 1.013 US$ 1.688 US$ 87.776 Gerente de Loja, Costa Mesa (durante o ShareIt) US$ 675 US$ 878 US$ 1.553 US$ 80.756 Média do setor US$ 825 US$ 275 US$ 1.100 US$ 57.200 Gerente Associado, Ambas as Lojas (antes do ShareIt) US$ 506 US$ 169 US$ 675 US$ 35.100 Gerente Associado, Santa Monica (durante o ShareIt) US$ 500 US$ 440 US$ 940 US$ 48.880 Gerente Associado, Costa Mesa (durante o ShareIt) US$ 500 US$ 325 US$ 825 US$ 42.900 Média do setor US$ 638 US$ 213 US$ 851 US$ 44.252 a Antes do ShareIt, o pagamento variável semanal da WrapItUp era garantido e baseado em volume; a média do setor era um pagamento por incentivo, baseado em métricas quantificadas. Após o ShareIt, este valor é a distribuição de lucros. 8 BRIEFCASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração | 418-P03 Anexo 3a Demonstração de resultados - tamanho comum—Loja de Santa Monica Antes do ShareIt 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês Resultado Vendas varejo 100 100 100 100 100 100 Despesas Salários dos gerentes 9,1 9,8 11,7 11,4 7,8 9,0 Salários da equipe 15,1 14,3 14,9 13,8 14,1 14,4 Benefícios 2,6 3,0 2,9 4,1 3,1 1,6 Despesas trabalhistas totais 26,8 27,1 29,5 29,3 25,0 25,0 Ingredientes 29,4 30,1 31,1 30,0 30,5 30,2 Talheres/Papel 1,8 1,2 1,4 1,2 2,0 1,4 Controláveis (incl. Marketing). 1,5 1,4 1,1 2,0 2,1 1,8 Serviços públicos 1,9 2,8 2,3 2,3 1,8 2,1 Despesas variáveis totais 34,6 35,5 35,9 35,5 36,4 35,5 Lucro controlável 38.6 37,4 34,6 35,2 38,6 39,5 Despesas fixas 3,4 3,6 3,5 3,4 3,0 3,1 Ocupação 9,3 9,5 9,6 9,5 12,3 10,3 Despesas fixas totais 12,7 13,1 13,1 12,9 15,3 13,4 Lucro da loja 25,9 24,3 21,5 22,3 23,3 26,1 Durante o ShareIt (vs. mesmo período anoanterior) 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês Resultado Vendas varejo 100,0 104,0 106,0 108,0 110,0 111,0 Vendas atacado (Catering) 1,0 2,4 2,8 3,4 5,8 7,0 Receita total 101,0 106,4 108,8 111,4 115,8 118,0 Despesas Salários dos gerentes 9,1 9,6 11,1 10,7 7,3 8,5 Salários da equipe 15,4 14,6 15,2 14,1 14,4 14,7 Benefícios 2,7 3,1 3,0 4,2 3,2 1,6 Despesas trabalhistas totais 27,2 27,3 29,3 29,0 24,8 24,8 Ingredientes 31,8 31,9 33,3 32,4 32,3 31,7 Talheres/Papel 1,9 1,2 1,5 1,2 2,1 1,5 Controláveis (incl. Marketing). 4,0 4,2 3,5 3,6 4,2 4,2 Serviços públicos 2,1 3,1 2,5 2,5 2,0 2,3 Despesas variáveis totais 39,7 40,4 40,8 39,8 40,6 39,7 Lucro controlável 34.2 38,7 38,8 42,6 50,4 53,5 Despesas fixas 3,4 3,5 3,5 3,2 2,9 2,9 Ocupação 9,5 9,6 9,6 9,3 12,1 10,1 Despesas fixas totais 12,9 13,1 13,1 12,5 15,0 13,1 Lucro da loja 21,3 25,6 25,6 30,1 35,4 40,5 HARVARD BUSINESS SCHOOL | BRIEFCASES 9 This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. 418-P03 | WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração Anexo 3b Demonstração do resultado - tamanho comum—Loja de Costa Mesa Antes do ShareIt 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês Resultado Vendas 100 100 100 100 100 100 Despesas Salários dos gerentes 9,1 9,8 11,7 11,4 7,8 9,0 Salários da equipe 15,1 14,3 14,9 13,8 14,1 14,4 Benefícios 2,6 3,0 2,9 4,1 3,1 1,6 Despesas trabalhistas totais 26,8 27,1 29,5 29,3 25,0 25,0 Ingredientes 29,4 30,1 31,1 30,0 30,5 30,2 Talheres/Papel 1,8 1,2 1,4 1,2 2,0 1,4 Controláveis (incl. Marketing) 1,5 1,4 1,1 2,0 2,1 1,8 Serviços públicos 1,9 2,8 2,3 2,3 1,8 2,1 Despesas variáveis totais 34,6 35,5 35,9 35,5 36,4 35,5 Lucro controlável 38.6 37,4 34,6 35,2 38,6 39,5 Despesas fixas 3,4 3,6 3,5 3,4 3,0 3,1 Ocupação 9,3 9,5 9,6 9,5 12,3 10,3 Despesas fixas totais 12,7 13,1 13,1 12,9 15,3 13,4 Lucro da loja 25,9 24,3 21,5 22,3 23,3 26,1 Durante o ShareIt (vs. mesmo período ano anterior) 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês Resultado Vendas 99,7 99,4 98,5 97,3 97,9 98,5 Despesas Salários dos gerentes 8,9 9,5 11,1 10,7 6,9 8,2 Salários da equipe 13,6 12,7 13,0 11,9 11,8 11,5 Benefícios 2,3 2,6 2,5 3,4 2,5 1,2 Despesas trabalhistas totais 24,8 24,8 26,5 26,0 21,3 20,9 Ingredientes 27,6 27,1 27,1 26,4 26,2 26,3 Talheres/Papel 1,7 1,6 1,5 1,5 1,5 1,5 Controláveis (incl. Marketing) 1,5 1,4 1,1 1,9 2,0 1,7 Serviços públicos 2,1 3,0 2,5 2,5 1,9 2,3 Despesas variáveis totais 32,9 33,1 32,1 32,3 31,6 31,8 Lucro controlável 42.0 41,5 39,9 39,0 45,0 45,8 Despesas fixas 3,3 3,5 3,4 3,3 2,9 3,0 Ocupação 9,1 9,4 9,7 9,1 12,2 9,7 Despesas fixas totais 12,4 12,9 13,1 12,4 15,1 12,7 Lucro da loja 29,6 28,6 26,8 26,6 29,9 33,1 10 BRIEFCASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Administração Empreendedora - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020. WrapItUp: desenvolvendo um novo plano de remuneração | 418-P03 Anexo 4 Resultados das pesquisas de satisfação pela Internet (respostas em uma escala de 1 a 5, onde 1 equivale a péssimo e 5 equivale a excelente) Loja de Santa Monica, CA Loja de Costa Mesa, CA Julho de 2009 Julho de 2010 Julho de 2011 Julho de 2009 Julho de 2010 Julho de 2011 Rapidez das boas-vindas 4,3 4,1 4,1 4,2 4,1 3,6 Frescor dos alimentos 4,6 4,4 4,7 4,8 4,6 4,1 Variedade de opções no cardápio 4,1 3,8 4,6 4,1 4,2 3,9 Valorização do cliente 3,4 3,2 4,7 3,5 3,2 2,8 Custo/benefício 3,9 3,7 3,2 3,7 3,5 3,2 Comprometimento com o meio ambiente 4,3 3,8 4,1 4,4 4,3 4,6 Valor agregado à comunidade 4,4 4,6 4,7 4,4 4,5 4,4 Tempo de espera pela refeição 4,2 3,9 3,5 4,1 3,8 3,1 Probabilidade de voltar 4,4 4,1 4,7 4,3 4,2 3,9 Probabilidade de recomendar 4,3 4,1 4,6 4,2 3,9 3,5 HARVARD BUSINESS SCHOOL | BRIEFCASES 11
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