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prática trabalhista

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Em se tratando de dissídio individual trabalhista, a norma processual prevê, como regra, no procedimento sumaríssimo, a realização de audiência única, ou seja, em um determinado ato processual será realizada a tentativa de conciliação, a instrução processual e o julgamento da lide. No entanto, Antônio Cesar, Reclamante, não compareceu à audiência UNA em razão de ter sido atropelado perto da Justiça do Trabalho, quando se dirigia para assentada. Diante desse contexto, responda:
a) A ausência do reclamante em audiência única, no caso supramencionado, gera revelia e confissão?
a) O artigo 844, § 1o  e 2o da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preconiza que, o não comparecimento do reclamante desde que por justa motivação levará o juiz a suspender o julgamento designando nova audiência, devendo o reclamante apresentar motivo legalmente justificável em prazo de 15 dias. Logo, na situação descrita, Antônio Cesar poderá apresentar a sua justificativa por meio de documentos que comprovem o fato, como boletim de ocorrência e atestado médico, por se tratar de acidente de trânsito ocorrido momentos antes da audiência, não gerando revelia e confissão, ainda que não tenha comparecido.
“Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
§ 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. 
§ 2o  Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.”
b) Há penalidade para ausência do reclamante em audiência única, sem comprovação de justo motivo?
b) Em caso de ausência do reclamante sem comprovação que justifique o ato, o mesmo dispositivo legal, CLT, Lei 5452/43, artigo 844, caput e § 2o  diz que a ausência do reclamante importa o arquivamento da reclamação e o pagamento das custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita. 
Felipe José e a Empresa XXX Ltda. pactuaram acordo extrajudicial, visando por fim à controvérsia em relação aos cálculos de suas verbas rescisórias. O acordo foi formalizado por escrito e encaminhado ao juiz, por advogado comum, apenas para fins de homologação. Diante desse contexto, responda: 
a) O juiz deverá  a homologar o acordo extrajudicial nas condições supramencionadas?
a)Não, o juiz não deverá homologar, ele poderá ou não homologar o acordo com base no que for apresentado. O Artigo 652, alínea f, diz: “ Art. 652.  Compete às Varas do Trabalho: f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho¨, logo cabe a ele a decisão. Apresentada a petição, o juiz deve analisar os termos do acordo e sua validade, verificar a intenção das partes e os efeitos da avença. Havendo ilicitude ou nulidade cabe a ele indeferir a homologação. 
b) b) O acordo extrajudicial homologado impede a propositura de uma ação trabalhista com o mesmo objeto?
De acordo com o art. 831 da CLT, o acordo extrajudicial homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social, quanto as contribuições devidas. Logo, as partes não poderão mais discutir o acordo homologado. Tema pacificado pela Súmula 259 do TST, que diz que o acordo homologado é passível de impugnação apenas por meio da ação rescisória, restrita às hipóteses de ilegalidade. 
Ainda o Código de Processo Civil (NCPC/2015), que é aplicável de forma subsidiária ao processo do trabalho, em seu artigo 966, § 4º, permite ação anulatória para os casos análogos ao que ocorre na jurisdição voluntária trabalhista: “§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.”
Diante do apresentado, pode-se dizer que o acordo homologado não impede propositura de nova ação.

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