Prévia do material em texto
O que é? A doença de Chagas ou Tripanossomíase americana é uma parasitose infecciosa originária das américas e descoberta em 1909 pelo médico Carlos Chagas. Agente Etiológico: Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado da família Trypanosomatidae. É um parasita heteróxeno, de ciclo de vida complexo. Ciclo biológico do T. cruzi: Durante o ciclo de vida, nas diferentes situações bioecológicas, o T. cruzi se modifica em formas replicativas (móveis e imóveis) e formas infectivas (móveis) encontradas no hospedeiro invertebrado (inseto vetor) e no hospedeiro/ reservatório (vertebrado). Formas replicativas Formas infectantes Epimastigotas e esferomastigotas: intestino do inseto vetor Tripomastigotas metacíclicas: fezes e urina do vetor Amastigotas: células de mamíferos Tripomastigotas sanguíneas: sangue de mamíferos O contato homem com T. cruzi pode ser: Vetorial: ocorre pelo contato com as fezes de insetos barbeiros infectados pelo T. cruzi. Período de incubação: 4-15 dias. Oral: pelo consumo de alimentos contaminados ex: açaí, caldo de cana período de incubação: 3-22 dias. Vertical: de mãe para filho na gravidez ou durante o parto. Acidental: manipulação do T. cruzi em laboratórios. Transfusão de sangue/ transplante de órgãos: recebimento de sangue ou órgãos de um doador infectado com o T. cruzi. Período de incubação: 30-112 dias. Manifestações clínicas da Doença de Chagas: Após o contato com T. cruzi, uma pessoa pode apresentar, ou não, sintomas, em diferentes momentos. Assim, em relação ao tempo, a doença de chagas é classificada da seguinte forma: Doença de Chagas Por Jeniffer Bennes Fase aguda: Pode ocorrer devido à infecção primária ou reativação da fase crônica. É geralmente assintomática e mais comum em jovens. Evidencia-se alta parasitemia, com sinais e sintomas transitórios. Dura cerca de 2 a 4 meses Dependendo da forma de transmissão o quadro clinico pode variar. Pela transmissão vetorial tem-se um quadro polimórfico que vai desde a descrição clássica até situações oligossintomáticas. Podem ser: Sinal de romaña ou chagoma de inoculação. Febre, mal-estar, cefaleia, astenia, hiporexia Edema subcutâneo Aumento do volume dos linfonodos Hepatomegalia, esplenomegalia Evidencias de miocardite e de meningoencefalite A febre é sintoma inicial praticamente constante, não ultrapassando 39,0ºC, às vezes é mais elevada inclusive em crianças. Fase crônica na forma indeterminada: Não apresenta síndrome clinica específica Sorologia reagente em dois testes de princípios diferentes e/ou exame parasitológico positivo para T. cruzi. Portadores da fase crônica indeterminada podem ou não evoluir por um longo período de tempo (acima de 10 anos) para a doença de Chagas Crônica. Fase crônica cardíaca: Instala-se 20 anos ou mais após a infecção O quadro clínico nesse estágio depende da expressão de 3 distúrbios frequentemente coexistentes: Insuficiência cardíaca Arritmias Tromboembolismo Os pacientes costumam queixar-se de disneia, dor torácica, o examen clinico revela cardiomegalia com ictus cordis difuso e impulsivo, sopros de insuficiência mitral e tricúspide e desdobramento amplo de segunda bulha Fase crônica digestiva: As manifestações digestivas da doença de chagas se concentram no esôfago e cólon, e são, basicamente, disfagia e constipação, decorrentes de alterações crônicas dos órgãos que podem levar a megaesôfago e megacólon. Diagnóstico Laboratorial: Parasitológico: (recomendado na doença de chagas aguda) Direto: Gota espessa, esfregaço, Strout Indireto: hemocultura, xenodiagnóstico, xenocultura Sorológico: (recomendado na doença de chagas crônica) ELISA Imunofluorescencia Indireta Westem Blot hemaglutinação infecção pelo T. cruzi Fase aguda Assisntomatico Sintomatico Fase crônica Indeterminada Cardíaca Digestiva Mista