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AULA 11 - Pacientes especiais

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Terapêutica em Odontologia 
Terapêutica em pacientes especiais 
 
 Pacientes especiais em 
Odontologia 
• Número de pacientes vem 
crescendo cada vez mais 
• Profissional deve estar 
habilitado para atender com 
segurança 
• Pacientes ASA II, ASA III ou 
ASA IV 
 
Atendimento de Gestantes 
• Gengivite gestacional 
- Deficiência nutricional 
- Imunodepressão 
- Aumento da vascularização 
periodontal pela presença de 
progesterona 
Deve-se fazer o controle e 
remoção de placa, além de 
motivação para IHB de qualidade. 
• Estreitar relação com o GO 
• Atentar para o tipo de 
procedimento a ser realizado 
• Realizar intervenções em 
período adequado 
Tipos de procedimentos 
• Qualquer tipo de 
procedimento que seja 
necessário pode ser realizado 
- Exodontias simples 
- Tratamento periodontal 
básico 
- Tratamento endodôntico 
- Colocação de prótese 
 
Época para o atendimento 
• 1° trimestre: 
- NÃO adequado 
- Indisposição 
-Vulnerabilidade do feto 
 
• 2° trimestre: 
- ADEQUADO 
- Organogênese completa 
- Disposição 
- Hipotensão postural 
 
• 3° trimestre: 
- Não adequado 
- Desconforto e inchaço 
- Falta de ar em posição 
supina 
- Aumento da frequência 
urinária 
 
Risco potencial de fármacos para o 
uso 
 
 
Anestesia local 
• Associar vasoconstrictores às 
soluções anestésicas a fim de 
diminuir a toxicidade e 
aumentar o tempo de 
anestesia 
• Optar por fármacos de 
metabolização anestésica 
mais rápida 
• Lidocaína é a mais indicada 
para uso em gestantes 
• Hipertensas: mepivacaína 
(3% - sem vaso) 
• Prilocaína é contra-indicada 
pelo risco de 
metemoglobinemia 
 
Controle da dor e inflamação 
• Remoção da causa 
• Necessidade de analgesia: 
Paracetamol (risco B) 500 – 
750 mg, 6h/6h, qualquer 
período da gestação 
• Dipirona: avaliar 
risco/benefício (Risco B) 
- Uso restrito ao 2° trimestre 
• Opióides: categorias C e D 
- Devem ser evitados pois 
podem causar anomalias 
congênitas e depressão 
respiratória 
• AINEs e aspirina (Categoria C 
e D) são contra-indicados 
- Prolongamento do trabalho 
de parto e hemorragias 
• Necessidade do uso de anti-
inflamatórios: 
- Glicocorticóides (categoria 
C) 
- Preferir dexametasona ou 
betametasona 
- 2 a 4 mg em dose única 
- Administração pela manhã 
 
Tratamento de infecções 
bacterianas 
• Remoção do agente causal 
• Associação com antibióticos 
em casos de sinais de 
disseminação 
• Amoxicilina (categoria B) 
- Atóxicas 
- Agem em estruturas 
específicas da bactéria 
- 500mg, 8/8h, 7 dias 
• Pacientes alérgicas à 
amoxicilina 
- Azitromicina (B) 500mg, 
24/24h 
- Clindamicina (B) 300mg, 
12/12h 
• Associação com metronidazol 
(Categoria B) 
- 250 ou 400mg, 8/8h 
• Tetraciclina (Categoria D) 
- Anormalidades esqueléticas 
 
 
 
 
 
Atendimento odontológico à 
portadores de doenças 
cardiovasculares 
 
Uso de anestésicos com 
vasoconstrictores 
• Epinefrina 
• Aumento da FC e DC 
• Contraindicados em indivíduos 
com isquemia 
• Pode causar irritação nas 
células do nodo 
atrioventricular e causar 
disritmia 
• Mesmo assim, a associação 
de anestésicos com 
epinefrina não é contra-
indicação absoluta para esses 
pacientes 
• Controle da dor 
• Situações de estresse 
aumentam em 40x a 
liberação de catecolaminas 
• Aumento da demanda de O2 
no miocárdio 
• O objetivo principal do 
atendimento odontológico 
desses pacientes é reduzir a 
descarga de catecolaminas 
em resposta ao estresse 
- Sedação mínima 
- Técnicas de 
condicionamento psicológico 
- Segurança profissional 
 
 
Situações que contra-indicam a 
epinefrina 
• Usar AL com VC 
• Usar AL sem VC 
 
Contraindicações da epinefrina 
• Hipertensos 
- PA sistólica > 160 mmHg ou 
diastólica > 100 mmHg 
• História de infarto do 
miocárdio 
- Sem liberação para 
atendimento odontológico 
por parte do cardiologista 
• Menos de 6 meses após 
AVCs ou IAM 
• Cirurgia cardíaca recente ou 
colocação de stents; Angina 
instável 
• Arritmias cardíacas; ICC não 
tratada ou não controlada 
• Hipertireoidismo não 
controlado; Feocromocitoma 
• Paciente que fazem uso de 
contínuo de anfetaminas ou 
de drogas ilícitas (cocaína, 
crack) 
• Pacientes que fazem uso de 
inibidores da MAO, 
antidepressivos tricíclicos e 
fenotiazínicos 
- Aumentam a concentração 
de adrenalina circulante 
** Usar mepivacaína 3% sem VC 
 
Uso de antibacterianos 
• Não há contra-indicações 
para uso de nenhuma classe 
específica 
• Atentar para a necessidade 
de profilaxia antibiótica 
 
Contato com o médico 
 
 
Atendimento odontológico a 
pacientes diabéticos 
 
Anamnese dirigida 
1. Você está sendo 
acompanhado pelo médico 
regularmente? 
2. Quando foi feito o último 
exame de glicemia e da 
hemoglobina glicada? 
3. De quais medicamentos você 
faz uso? 
4. Diariamente, qual é a sua 
dieta alimentar? 
5. Recentemente, você teve 
alguma complicação 
decorrente da doença? 
 
Cuidados pré-operatórios 
• Certifique-se de que o 
paciente não está em jejum 
• Avalie a glicemia, se 
necessário 
• Atendimentos devem ser 
realizados pela manhã 
• Controle da pressão arterial 
se faz importante 
 
 
Anestesia local 
• Epinefrina tem ação oposta à 
insulina 
- Hormônio hiperglicêmico 
• Efeitos adversos podem 
existir em pacientes que 
dependem da insulina 
• Não há contraindicação de 
uso em pacientes controlados 
• Atentar para as doses diárias 
e para as quantidades de 
tubetes 
Controle da dor e inflamação 
• Dor leve a moderada 
- Paracetamol 
• Controle da inflamação e 
edema 
- 1 a duas doses de 
dexametasona 
- Tratamento prolongado 
pode causar hiperglicemia 
• AINES 
- Hiperglicemia por 
competição pelo sítio de 
ligação à proteínas 
plasmáticas da glicose 
 
Controle de infecções 
• Profilaxia antibacteriana deve 
ser realizada em pacientes 
descompensados 
• Infecções bacterianas devem 
ser tratadas de forma 
agressiva 
- Relação direta entre 
Diabetes e infecções 
• Terapia antibacteriana não 
difere daquela empregada à 
pacientes ASA I, 
independente do controle da 
doença 
• Em tratamentos prolongados, 
deve-se ter o cuidado para 
evitar surgimento de 
infecções fúngicas 
secundárias 
 
Atendimento odontológico a 
pacientes hepatopatas 
 
• Anamnese dirigida ao 
paciente 
• Contato com o médico 
- Plano de tratamento 
- Fármacos a serem usados 
- Alternativas 
• Objetivo de controlar 
infecção de dor 
- Evitar jejum 
- Evitar o atendimento de 
pacientes no período 
menstrual 
• Restaurações de amálgama 
são contraindicadas 
• Anestesia local 
- Preferir bupivacaína e 
prilocaína 
- Diminui a taxa de 
metabolização hepática 
 
Controle da dor e inflamação 
• Preferência pela dipirona 
• Alérgicos a dipirona podem 
tomar paracetamol 
respeitando a metade da 
dose máxima diária (4g) 
• AINEs recomendados: 
ibuprofeno e meloxicam 
- Metabolização hepática 
insignificante 
• Dexametasona pode ser 
utilizada 
- Dose única ou duas doses 
 
 
 
 
Controle da infecção 
• Amoxicilina é a mais indicada 
- Pacientes alérgicos devem 
tomar azitromicina ou 
clindamicina 
• Uso do metronidazol 
- Avaliar risco/benefícios, pois 
apresenta extensa 
metabolização hepática 
• Antifúngicos sistêmicos são 
contra-indicados 
- Deve-se estender a terapia 
local o máximo possível 
 
Atendimento odontológico de 
pacientes nefropatas 
 
Cuidados gerais 
• Contato prévio com o 
nefrologista 
• Avaliar hemograma e 
coagulograma 
• Avaliação da PA durante todo 
o procedimento 
• Tratamento odontológico que 
objetiva a solução da 
infecção 
- Hemólise, secreção de 
cortisol e hiperglicemia 
- Progressão da ISR 
 
Anestesia local 
• Empregar volumes reduzidos 
(2 tubetes por sessão) 
• Lidocaína 2% com epinefrina 
1:100.000 
• Contraindicação de 
epinefrina:prilocaína 3% com 
felipressina 
• Mepivacaína não é indicada 
pois possui extensa excreção 
renal 
 
Controle da dor e inflamação 
• Dores leves: dipirona ou 
paracetamol 
• Dores moderadas a intensas: 
tramadol (10 mg 12/12h) 
• Evitar uso de aspirina 
• Evitar os AINEs 
- Inibição da COX leva à 
injúria renal, aumento da PA 
e agravamento da ISR 
• Dar preferência à 
dexametasona 
- Dose única ou período 
curto 
 
Controle de infecções 
• Doença renal leve: sem 
necessidade de ajuste de 
dose 
• Amoxicilina, metronidazol, 
claritormicina, azitromicina e 
clindamicina 
• Evitar tetraciclinas e as 
cefalosporinas 
- Potencial nefrotóxico 
 
Hemodiálise – precauções 
adicionais 
• Avaliar a capacidade de 
tolerância do paciente aos 
procedimentos mais invasivos 
ou de maior duração (use o 
bom senso) 
• Na avaliação da pressão 
arterial, nunca empregar o 
braço que contém a fístula 
arteriovenosa necessária às 
sessões de hemodiálise 
• Realizar atendimentos após 
24h da hemodiálise 
- Paciente em hemodiálise 
recebe heparina para facilitar 
a passagem do sangue pela 
máquina 
 
Hemodiálise – Uso de antibióticos 
• Azitromicina e a clindamicina 
não necessitam de ajuste das 
doses ou aumento do 
intervalo 
• O intervalo entre as doses de 
amoxicilina poderá ser 
mantido a cada 8 horas ou 
ajustado para cada 12 ou 24 
horas. 
• O metronidazol não requer 
ajustes nas doses quando 
empregado por tempos 
curtos (máximo de 7 dias) 
- Se o clearence de creatina 
é < 10ml/min, SEMPRE 
considerar a dose de 250mg 
 
 
 
Pós-transplante 
• Adequação bucal prévia ao 
transplante 
- Foco de infecção pode 
aumentar a chance de 
rejeição 
• Procedimentos eletivos 
devem ser realizados após 6 
meses do transplante 
• Urgências odontológicas 
devem ser atendidas em 
ambiente hospitalar 
• Considerar profilaxia 
antibiótica devido o uso de 
imunossupressores 
- Bacteremia transitória 
podem resultar em 
glomerulonefrite 
 
Atendimentos odontológicos de 
pacientes asmáticos 
Anamnese dirigida 
1. De qual tipo de asma você é 
portador? (Leve – 
intermitente e persistente; 
moderada ou severa) 
2. Qual era a sua idade quando 
a asma foi diagnosticada? 
Quais mudanças você 
percebeu desde então? 
3. Você tem algum tipo de 
alergia? 
4. Quais medicamentos você 
utiliza para o tratamento da 
asma? 
5. Você se sente ansioso ou 
com medo quando vem ao 
consultório? 
6. Você passou por alguma 
crise ou complicação 
recente? Como foi tratada? 
7. O que provoca seus ataques 
de asma? 
 
Cuidados gerais 
• Anestesia local com lidocaína 
e epinefrina 
- Relaxamento musculatura 
bronquiolar 
- Se o paciente relata alergia, 
empregar prilocaína 3% com 
felipressina 0,03 UI/ml 
• Para controle da dor, utilizar 
paracetamol ou dipirona 
• Para controle do edema: 
glicocorticóides 
- AINES são contraindicados

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