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1 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA PRIMEIRA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA. RESUMO O presente artigo tem por finalidade levar o educador/a repensar as suas práticas educacionais utilizando jogos e brincadeiras para que o ensino e aprendizagem sejam significativos ao educando. Tendo como objetivo observar alguns tópicos que nortearam a escolha do tema sobre a importância do lúdico, e nas hipóteses dos problemas que o cercam: Como é usado o lúdico na atualidade? Os professores antigos se adequaram ou se adaptaram a essa nova realidade? Quais são as dificuldades do lúdico na sala de aula? Onde a justificativa deu-se através da convivência e experiência vivida em sala de aula, que por meio das interações percebemos o quão é importante trabalhar a parte da ludicidade com os alunos. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, na qual haja uma argumentação eficiente respaldado por teorias especializadas. Buscando como resultado mostrar que a atividade lúdica não se restringe aos jogos e brincadeiras, mas que integra as funções de educar e cuidar considerando os contextos sociais, ambientais e culturais, juntamente com a fase de desenvolvimento e a livre expressão das crianças, ampliando e desenvolvendo todas as dimensões humanas. Considerando então, que o trabalho com o lúdico, é necessário ao desenvolvimento integral do educando. Palavras-chave: Ludicidade; Ensino-aprendizagem; Brincadeiras; Educação Infantil. ABSTRACT The purpose of this article is to lead the educator to rethink his educational practices using games and games so that teaching and learning are meaningful to the student. Aiming to observe some topics that guided the choice of the theme about the importance of playfulness, and in the hypothesis of the problems that surround it: How is playfulness used today? Did the old teachers adapt or adapt to this new reality? What are the difficulties of playfulness in the classroom? Where the justification was given through the coexistence and experience lived in the classroom, that through the interactions we realized how important it is to work the part of the playfulness with the students. The methodology used was bibliographic research, in which there is an efficient argument supported by specialized theories. Searching as a result to show that the ludic activity is not restricted to games and play, but that it integrates the functions of educating and caring considering the social, environmental and cultural contexts, together with the development phase and the free expression of children, expanding and developing all human dimensions. RA NOME(s) DO(s) ALUNO(s) POLO SEMESTRE 4218329 Ariana do Socorro Correa Costa 1293-Castanheira Shopping/PA 12° módulo/5° semestre 3872289 Elani Marques de Oliveira 1293-Castanheira Shopping/PA 12° módulo/5° semestre 3557359 Michelle da Silva Marinho 1293-Castanheira Shopping/PA 12° módulo/5° semestre 2 Considering then, that the work with the ludic, is necessary for the integral development of the student. Keywords: Playfulness; Teaching-learning; Play; Child Education. 1. INTRODUÇÃO ―Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às quatro horas da tarde... Ninguém nasce professor ou é marcado para ser professor. A gente se forma como educador permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática‖. (Freire, 1991, p. 58). Sendo assim datar os processos de ensino aprendizagem é algo completamente adultocêntrico, com isso os docentes devem ser leitores constantes de formação, tendo como necessidade o desenvolvimento de estratégias até o fim da vida. Diante da insatisfação das autoras desse presente trabalho surgiram vários temas, entretanto foi feito a escolha deste: A importância do lúdico no processo de aprendizagem da primeira etapa da educação básica, pois ele é de grande relevância na vida do educando e educador/a. Podendo notar as habilidades que uma criança aprende expressivamente utilizando os jogos e brincadeiras, trazendo ao mesmo tempo desafios ainda presentes na prática educacional. De acordo com Vygotsky (1984, p. 14) ―As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.‖ É fato que a evolução tecnológica trouxe mudanças nas metodologias de aprendizagem da educação tradicionalista, fazendo com que as crianças tenham uma infância mais proveitosa. Questionando assim em: Como é usada a influência dos jogos e brincadeiras pelos professores da Educação Infantil no processo de ensino-aprendizagem? Como os professores antigos se adaptaram ou se adequaram a essa nova realidade que é o lúdico? Outro ponto fundamental a ser contestado é, sobre quais são as dificuldades na prática do lúdico em sala de aula e o mais importante, o porquê ele não tem sido utilizado regularmente na prática pedagógica da primeira etapa da Educação Básica, já que cada aluno tem sua peculiaridade? Tendo como justificativa a necessidade que os docentes têm em se adentrar no cenário de brincadeiras por meio da ludicidade, pois através dessas atividades ocorre interação entre os alunos, além de trabalhar para o desenvolvimento 3 emocional, social, intelectual, influenciando sua aprendizagem e tornando-a mais prazerosa para o educando. Objetiva-se com esse estudo averiguar o uso do lúdico como ferramenta para o aprendizado; observar a importância do lúdico para o processo de ensino- aprendizagem dos alunos da Educação Infantil; investigar como os professores estão realizando, ou se estão fazendo uso de ferramentas lúdicas para ensinar seus alunos. A metodologia utilizada neste estudo foi à pesquisa bibliográfica, com o intuito de alcançar os objetivos da pesquisa conseguimos as informações e os dados necessários que foram indispensáveis à utilização de alguns procedimentos, que são a consulta bibliográfica para obter o embasamento teórico, dentre os autores que defenderam o uso do lúdico estão: Freire; Piaget; Vygotsky; Kishimoto; Santos; Carvalho; Oliveira; DCNs; BNCC. Apresentando no artigo as hipóteses que se pretendem esclarecer ao decorrer deste trabalho. Havendo um pressuposto que os pedagogos não tem uma formação adequada na área do lúdico, devido isso a maioria utiliza o lúdico apenas para preencher o tempo das crianças e mantê-los ocupados durante sua estadia na escola. A estrutura desse estudo segue em parágrafos divididos da seguinte forma: no capítulo introdutório está nosso trabalho em linhas gerais. No segundo, um breve histórico sobre o Lúdico e sua origem. No terceiro, abordamos os problemas enfrentados na utilização do lúdico, tanto em sala de aula pelos professores, como na parte da gestão. No quarto, sobre sua importância no desenvolvimento da criança. No quinto, abordagem da fundamentação teórica. No sexto, sobre os possíveis resultados que poderá refletir na criança. E por fim, apresentamos as considerações finais. 2. HISTÓRIA DO LÚDICO 2.1. O gênesis dos jogos e brincadeiras Kishimoto (1993, p. 15) afirma: 4 Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque ―enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social‖. Os jogos sempre estiveram presentes na vida das crianças, jovens e adultos em diferentes tipos de cultura. A história mostra que os homens primitivos já participavam de brincadeiras e construíam seus próprios brinquedos. Algumas atividades exercidas por eles já estavam associadasao lúdico. ―As atividades como a dança, as lutas, as pescas e as caças são ações intrínsecas de povos primitivos em que o lúdico era expresso na época.‖ (OLIVEIRA, 2010). As pesquisas realizadas revelam que o jogo surgiu no século XVI, e que os primeiros estudos foram na Roma onde tinha um aspecto religioso, e na Grécia cuja forma se deu através das lutas, concursos, combates, atividades ginásticas, manifestações teatrais. No período do cristianismo, o interesse decresceu, pois havia um propósito de uma educação disciplinadora, de memorização e de obediência. Após o Renascimento, o jogo foi privado dessa visão de censura e entrou no cotidiano de todas as crianças, jovens, e até adultos como diversão, passatempo, distração, sendo um facilitador do estudo que favorece o desenvolvimento da inteligência (NALLIN, 2005). Segundo Nallin (2005) Com o surgimento da Companhia de Jesus, o jogo educativo passou a ser empregado como um material auxiliador do ensino, desde então amplificou tal conceito. A utilização dos jogos como ferramenta de aprendizagem, teve seu desenvolvimento nos Estados Unidos, na década de 50, com o propósito de treinar executivos da área financeira. Por consequência dos resultados positivos, seu uso ampliou-se a outras áreas, chegando ao Brasil com muita força na década de 80 (SOUZA, 2005). A história dos jogos no Brasil segundo Kishimoto (1993) é influenciada pelos portugueses, negros e índios nas brincadeiras das crianças brasileiras. 2.2. Definição do lúdico, ludicidade. 5 O lúdico de acordo com o Aurélio (2010) é um adjetivo masculino com origem no latim ludos que remete aos jogos, brincadeiras, atividades criativas e ao divertimento. Onde as ações são realizadas simplesmente pelo ato do prazer acima de qualquer outro propósito. Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. O conceito de atividades lúdicas está relacionado com o ludismo, ou seja, atividade relacionada aos jogos e com o ato de brincar. [...] o brinquedo age como espelho da sociedade. Retrata usos, costumes, moda, tecnologia de um período, como um corte radiografado no tempo... ele é muito mais que entretenimento. É acima de tudo, um processo cultural que forma, amplia e estabelece valores. (ATZINGEN, 2001. p. 11-12) No âmbito da Pedagogia, a ludicidade se dá como a forma de desenvolver a criatividade e os conhecimentos por meio de jogos, música e dança. O lúdico não é apenas uma prática da Pedagogia é um método de aprendizagem onde se utiliza o brincar, como forma de expor as crianças a um ambiente extremamente favorável ao desenvolvimento físico e cognitivo. Simone Helen Drumond Ischkanian ressalta que ―O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas‖. Desta maneira as proposta pedagógicas da Educação Infantil de acordo com DCNs devem considerar as crianças como centro do planejamento curricular, tendo como eixos norteadores as interações e brincadeiras, já que eles são o sujeito histórico, dignos de direitos, à medida que as interações, as relações e práticas cotidianas constroem sua identidade pessoal e coletiva, brincam, imaginam, fantasiam, aprendem, observam, experimentam, questionam e constroem sentimentos sobre a natureza e a sociedade, produzindo assim cultura. Kishimoto (2011, p. 26) define brincadeira como: A ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo. Por conseguinte a ludicidade esta atrelada as atividades que despertam entusiasmo. Santos (2002) relata que o ser humano possui essa necessidade, não 6 importando a faixa etária, pois ela colabora no desenvolvimento da uma autoestima satisfatória. Aprendendo assim a conviver, esperar sua vez, aceitar e viver com as regras, independente do resultado, lidar com as frustrações sem que elas afetem sua vida. 3. DIFICULDADES ENFRENTADAS NA UTILIZAÇÃO DO LÚDICO De acordo com a BNCC (2017, p. 38). Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola. Mediante esta afirmação da BNCC, com o passar dos anos ainda encontra-se dificuldade na busca por intencionalidade para certas atividades pedagógicas, por causa da monotonia, da correria do dia a dia, das barreiras enfrentadas pelos profissionais da época do magistério que tiveram que se atualizar e se adequar a nova era, buscando assim fazer uma formação especifica como pedagogo, mesmo ainda tendo bastante embasamento teórico a prática fica sendo limitada por causa de recursos. 3.1. Obstáculos enfrentados na sala de aula Segundo GARAHANI (2010, p.196) Ser docente na Educação Infantil é ter sempre uma atitude investigativa da própria prática e, consequentemente, fazer a sua elaboração por meio de um processo contínuo de formação. É ter o compromisso com a profissão escolhida e consciência de que suas intenções e ações contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pequenas. Formação humana que se faz pelo acesso aos saberes, conceitos e práticas de nossa sociedade e que se apresentam como ferramentas de trabalho, pelo respeito às condições de aprendizagem que se faz pela oferta de possibilidades educacionais e, por fim, a clareza de que a professora da pequena infância é uma das profissionais responsáveis por proporcionar a 7 conquista da autonomia e da construção de identidades das crianças pequenas do nosso país. Na atualidade o lúdico em sala de aula é visto como uma ferramenta de suma importância para o desenvolvimento da criança, mas o que encontramos são professores sem didática para isso. Na época do magistério o professor não era instruído para trabalhar com recursos voltados á ludicidade, pois tinha sua formação pautada apenas no saber ler e escrever, sem se preocupar com a parte da livre expressão da criança, explorando assim a linguagem corporal, estimulando a imaginação, criação, afetividade das crianças. Brincar com a criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver um menino sem escola, mas triste ainda é vê-los sentados, tolhidos e enfileirados em uma sala de aula sem ar, com atividades mecanizadas, exercícios estéreis, sem valor para a formação dos homens críticos e transformadores de uma sociedade. (ANDRADE, CARLOS DRUMMOND DE, 1997). Hoje vimos o quão é difícil para alguns docentes essa prática pedagógica em sala de aula, tentando se adequar a essa nova era da atualidade, pois muita das vezes já está com a idade avançada, se sentido cansados, fadigados, paciência esgotada, estresse diário, falta de prática para lidar com esses tipos de atividade, tornando assim uma simples teoria sem ser levado á pratica. Com essa falta de didática faz com que os alunos fiquem desmotivados e além de tudo o professor não consegue alcançar seus objetivos, perdendo assim seu brilho perto dos profissionais que utilizam essa ferramenta. Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos [...] ‗Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguémse educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo [...]‘. (FREIRE. 1983, p. 75-76) ―O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram‖ (PIAGET. 1970. p. 53) importante para o professor se atentar as mudanças e oscilações que acontecem no mundo, pois infelizmente para alguns, as atividades lúdicas são vistas meramente como um passatempo para preencher as horas vagas dos alunos, deixando de considerar a intencionalidade do processo de ensino-aprendizagem dos 8 jogos e isso exige uma constante leitura crítica na forma de ensinar. A didática tornou-se necessária para a formação de um bom professor, para sua aplicação em sala, para o entendimento do aluno, fazendo com que a criança venha ser protagonista da sua própria experiência e habilidade. 3.2. Dificuldades encaradas na gestão LUCK (2000, p. 34) constata que: [...] um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da formação de seus alunos. Estar à frente de uma instituição de ensino requer manobras dos gestores, em ter que equilibrar as práticas pedagógicas com as administrativas, sempre estando em conformidade com a atualidade e a comunidade onde estão inseridos. Desta forma é imprescindível o papel do gestor para garantir uma educação de qualidade, sendo assim, devem usar todos os meios legais disponíveis. As escolas particulares contam com doações e pela compra direta de materiais lúdicos, entretanto as instituições públicas recebem também por essas mesmas formas, podendo vim pela compra governamental, isto é, pela distribuição ou remessas provenientes das políticas educacionais municipais, estaduais e federais; e existem inúmeros programas para auxiliarem financeiramente nas melhorias do sistema educacional, sendo ele físico, material ou patrimonial. Todavia tais programas estão sendo mais destinados aos recursos físicos e patrimoniais da escola, deixando de lado o recurso pedagógico, sendo esse tão substancial quanto os outros. O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem como dever destinar verbas diretamente à escola, com valores variados. Ele tem por finalidade prestar assistência financeira para as escolas, em caráter suplementar, a fim de contribuir para manutenção e melhoria da infraestrutura física e pedagógica, com consequente elevação do desempenho escolar. Além desse há o Plano de Ações Articulados (PAR) cuja estratégia é de assistência técnica e financeira que consiste em oferecer aos entes federados um https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/par 9 instrumento de diagnóstico e planejamento de política educacional, concebido para estruturar e gerenciar metas definidas de forma estratégica, contribuindo para a construção de um sistema nacional de ensino. Na gestão escolar a ludicidade na atualidade é encarada como um desafio diário em ter que manter os ensinamentos e os profissionais atualizados, tendo em vista que o dever do gestor escolar é organizar, compreender, planejar, avaliar, orientar e motivar cada projeto apresentado, entretanto necessita-se de mais investimentos na parte de jogos, brinquedos e materiais pedagógicos para se trabalhar da melhor maneira possível o desenvolvimento da criança, onde eles possam se sentir valorizados por meio dessas ações planejadas. Deste modo, tal dificuldade enfrentada terá pouca relevância nos processos educacionais. E este profissional precisa se atentar as demandas das necessidades encontradas para que sua liderança tenha comprometimento e participação de seus colaboradores para que todos trabalhem de uma forma justa e eficaz. 4. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como: ―sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura‖. (BRASIL, 2009) Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, a criança interage, brinca individualmente e socialmente, compartilhando experiências e momentos de distração, incentivando a curiosidade, questionamentos e diálogo. Na interação durante a brincadeira a criança conhece á si e ao outro. A ludicidade transmite de forma prazerosa e dinâmica a aprendizagem da criança, pois através dessa ação a criança se sente animada, motivada, interessada em aprender mais, em buscar novos conhecimentos e experiências através de jogos e brincadeiras, garantindo assim uma aprendizagem diversificada. Segundo Rau (2007, p.32): 10 O entendimento do jogo como recurso pedagógico passa pela concepção de que, se a escola tem objetivos a atingir e o aluno busca a construção de seu conhecimento, qualquer atividade dirigida e orientada visa a um resultado e possui finalidades pedagógicas. Neste sentido o lúdico como prática pedagógica com intuito de ensinar e mediar à aprendizagem traz momentos mais divertidos onde, simplifica os conteúdos que muita das vezes são extensos e fatigantes, fazendo com que a criança absorva mais conhecimento e entendimento do assunto e, por conseguinte, é um recurso que deve ser utilizado não só com as professoras regentes, mas também nas salas do AEE. Uma vez que ocorre também a inclusão social, pois independente de haver crianças com alguma especificidade, as atividades lúdicas juntam toda a turma, trazendo interação, fazendo assim o trabalho atrativo e dinâmico tanto para os docentes quanto para os discentes. Kishimoto (1997 apud RAU 2007, p.36): O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade [...]. Pode-se observar que assumir tal postura implica sensibilidade, envolvimento, mudança interna e externa, mudança cognitiva, e principalmente uma mudança afetiva. Sendo o lúdico uma ferramenta importantíssima na mediação do conhecimento, estimulando a criança com materiais concretos, refletindo assim em uma aprendizagem facilitadora e encorajadora, onde se aprende sem perceber, aprende-se brincando. Santos (2002, p. 12) afirma que: A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural [...], facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. A criança observa, questiona, levanta hipóteses, faz julgamento, assimila valores, constrói e apropria-se de conhecimentos sistematizados por meio das ações 11 do mundo. Mediante isso a BNCC assegurou os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento da Educação Infantil (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se). Segundo Lopes (2011, p.36-45) atividades com jogos proporciona alguns objetivos como: apropriação da coordenação motora, desenvolvimento da organização espacial, melhora o controle segmentar, aumenta atenção e concentração, desenvolve a antecipação e estratégia, trabalha a discriminação auditiva, amplia o raciocínio lógico, desenvolve a criatividade, percepção da figura e do fundo, e trabalhar com o jogo. 5. FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA Este tópico propõe um estudo sobre o uso do lúdico como recurso importante no processo de ensino e aprendizagem. Para Vygotsky: ―O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino- aprendizagem‖. (VYGOTSKY apud ROLIM, GUERRA e TASSIGNY, 2008,p.177). Para Kishimoto (2002), usar atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem é de grande ajuda. O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola. (KISHIMOTO 2002, p. 13). Para mudar a educação, é necessária a mudança no ato de ensinar, onde o educador deve instigar o aluno e mostrar formas diferentes para que ele construa o seu conhecimento. Mediante isso Carvalho diz: (...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo. (CARVALHO, 1992, p.28). 12 Segundo Oliveira (2000) o brincar caracteriza-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Seu desenvolvimento acontece através de trocas, durante o brincar, que se estabelecem durante toda sua vida. Durante a brincadeira a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade. Portando o método de conscientização de Paulo Freire mostra que: Como todo bom método pedagógico, não pretende ser método de ensino, mas sim de aprendizagem; com ele, o homem não cria sua possibilidade de ser livre, mas aprende a efetivá-la e exercê-la. A pedagogia aceita a sugestão da antropologia: impõe-se pensar e viver ‗a educação como prática da liberdade‘. Nessa perspectiva, segundo o (REFERENCIAL COMUM CURRICULAR NACIONAL DE EDICAÇÃO INFANTIL, 1998) Sendo assim as atividades lúdicas propiciam uma vivência plena, integrando uma ação eficaz. Onde é de direito do educando ter uma educação de qualidade, portanto o brincar dentro das instituições de ensino é uma ferramenta para que esse aprendizado aconteça. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de todas as informações coletadas nesse estudo pode-se concluir que é importante mencionar que os jogos e as brincadeiras na sala de aula são considerados atividades sociais privilegiadas de interação específica e fundamental, que garante a interação e construção do conhecimento da realidade vivenciada pelas crianças. Entretanto, cabe mencionar que os professores apresentam contradições entre o pensamento (teoria) e as ações vivenciadas no decorrer de sua prática pedagógica, deixando o lúdico de fora do processo de ensino aprendizagem, usando o apenas em alguns momentos e de maneira limitada, fazendo uma separação rígida entre prazer e conhecimento. Faz-se necessário, portanto, que os educadores 13 repensem os modelos teóricos e suas práticas em sala de aula, incorporando o lúdico como estratégia de ensino, vale considerar que a inclusão da ludicidade no planejamento escolar e nas atividades desenvolvidas na sala de aula, acarreta a propagação de uma educação flexível direcionada para a qualidade e a significação de todo o processo educativo, tornando o ensino mais prazeroso, norteando aspectos e características que serão a chave principal para o aprendizado do educando e sua inserção no meio social do qual faz parte. Com isso, os educadores, enquanto mediadores do conhecimento devem oportunizar o crescimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo um ambiente de qualidade que estimule as interações, um ambiente enriquecedor de imaginação, onde a criança possa atuar de forma autônoma e ativa, fazendo com que venha construir o seu próprio processo de aprendizagem. Além disso, as brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimentos, que proporcione prazer no ato de aprender e que facilite as práticas pedagógicas. É importante ressaltar que o professor deve desenvolver atividades lúdicas na sala de aula não como meras brincadeiras, mas como uma possibilidade de promoção do ensino e aprendizagem do aluno. 7. REFERÊNCIAS: _______. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, 2017. Disponível em: file:///D:/Livros/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 09 de out de 2020. _______. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Ministério da educação, Brasília, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1344 8-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 09 de out de 2020. ______.Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ministério da Educação. 1968. 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