Buscar

Maria_Graciellen_(1) (1)

Prévia do material em texto

13
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
Maria Graciellen Bica Ibarre[footnoteRef:1] [1: Aluna do 4º ano de Licenciatura em Pedagogia FAEL Uruguaiana/RS] 
Profa. Dra. Veridiana Almeida[footnoteRef:2] [2: Doutora em Literatura (UFSC), mestre em Literatura (UFSC) e graduada em Letras (UNICENTRO). Professora da FAEL, níveis graduação e pós-graduação, modalidades presencial e a distância.] 
RESUMO
Este trabalho fala da importância da música no desenvolvimento infantil. Visa que a escola é um ambiente favorável para a interação musical, sendo que ela proporciona contato intuitivo e espontâneo da criança com a música. Aborda a integração da musicalidade nas diversas áreas do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais, sendo também um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem. A metodologia foi elaborada a partir de observações sobre a musicalidade, onde pode-se destacar o significado e o sentido da música para as crianças, como sua importância no processo de musicalização na educação infantil. Para realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa de cunho explicativo com enfoque em pesquisa-ação.
Palavras-Chave: Música; Criança; Desenvolvimento; Escola;
INTRODUÇÃO
 
 O objetivo central deste estudo é compreender a importância da música e seus benefícios para a educação infantil, pois o desejo de realizar esta pesquisa surgiu durante a prática de estágio supervisionado, onde presenciou situações em que o uso da música dava-se apenas pela reprodução de conteúdos repetitivos que não propiciavam reflexão e conhecimento para criança.
 Acredita-se que o processo de desenvolvimento das crianças, pode ser estimulado através da música, já que a mesma está presente em vários momentos de nossa rotina, sendo que na atualidade é um instrumento de fácil acesso, que deve ser valorizado e explorado para desenvolver aprendizagem na criança.
 A metodologia abordada para este trabalho foi uma pesquisa de campo explicativa com enfoque em uma pesquisa-ação, visto que considera-se importante participação e ação ativa do pesquisador com os indivíduos de sua pesquisa e com as ações que são exercidas.
 O objetivo principal deste trabalho é descobrir a importância da música no desenvolvimento da criança, mostrando a influência que a mesma exerce sob as diferentes fases de desenvolvimento da criança, apresentando a música como a principal linguagem de expressão dentro da sala de aula. 
 Este artigo descreverá de forma sucinta na primeira seção a introdução da música no Brasil descrevendo sua trajetória histórica até os dias de hoje e como ela chega à educação infantil.
 Na segunda seção abordará sobre a música na educação, focando na relação entre o ensino-aprendizagem e a música.
 Na terceira seção apresentará a importância da música no desenvolvimento da criança, voltando-se para os estímulos propiciados pela música em relação às fases de desenvolvimento da criança.
 Na quarta seção explicará a abordagem da metodologia, o local e os indivíduos da pesquisa. 
 Na quinta seção abordará a aplicação da pesquisa-ação e as análises observadas no processo, logo a conclusão do trabalho.
1 INTRODUÇÃO MÚSICA NO BRASIL
 
 A linguagem musical faz-se presente no Brasil, em suas diferentes manifestações culturais e religiosas que se espalharam por todas as regiões, pois, a música acompanha o desenvolvimento e as relações interpessoais das diversas comunidades. Segundo Bréscia (2003, p.25), “a música é uma linguagem universal, estando presente em todos os povos, independentemente do tempo e do espaço em que se localizam”. 
A música chegou ao Brasil de acordo com registros históricos, por meio, da combinação de elementos europeus, africanos e indígenas, sendo, que suas primeiras manifestações foram, através, dos padres jesuítas que neste período tinham como objetivo catequizar os índios. Como cita França em sua obra A Música no Brasil :
O coral Gregoriano mágico instrumento de conversão de que se utilizou o jesuíta José de Anchieta, aquela magnífica figura de evangelizador. E com ele os jesuítas Aspicuelta Navarro e Manuel de Nóbrega. Este dizia que: “com a música e a harmonia, atrevo-me a atrair para mim todos os indígenas da América”. (1953, p.7)
 Percebe-se que não havia sentido educacional nesta prática, sendo que, a intenção dos jesuítas era de utilizar a musicalidade para agregar fiéis as igrejas, deste modo, à musicalidade voltava-se apenas para a religiosidade. 
Pode-se dizer que apenas em 1854, por decreto real regulamentou-se o ensino de música no Brasil, pois, não havia formação compatível por parte docente, já que, a musicalização era usada apenas para domínio dos alunos e como expressão artística. Como enfatiza os Parâmetros Curriculares Nacionais 
 O ensino da Arte era voltado essencialmente para o domínio técnico, mais centrado na figura do professor; competia nele “transmitir” aos alunos códigos, conceitos e categorias, ligados a padrões estéticos que variam de linguagem a linguagem, mas que tinha em comum, sempre, a reprodução de modelos. ( BRASIL, 1997, p. 25)
Em 1942 a tendência tradicionalista musical teve representação máxima com a criação do Canto Orfeônico, projeto este elaborado por Heitor Villa-Lobos na década de 30, que tinha como objetivo formar professores capacitados para o ensino musical e ao qual França citado neste trabalho foi ingresso.
Segundo Brasil (1997) “Logo a criação do projeto encontraram-se problemas e dificuldades nas práticas e orientações de professores, onde, as aulas musicais transformaram-se numa teoria baseada nos aspectos visuais do código musical com a memorização de peças orfeônicas, refletindo a época, eram de caráter folclórico, cívico e de exaltação”. 
 Pode-se dizer que com a substituição do Canto Orfeônico para Educação Musical, incorporaram-se nas escolas, os novos métodos voltados para o desenvolvimento natural da criança, respeitando suas necessidades e valorizando suas formas de expressão e compreensão do mundo. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: 
 A música deveria ser sentida, tocada, dançada, além de cantada, sugeria-se a utilização de jogos, instrumentos de percussão, rodas e brincadeiras, com a finalidade de promover o desenvolvimento auditivo e rítmico, além da expressão corporal e a socialização das crianças, que deveriam ser estimuladas a experimentar, improvisar e criar. ( BRASIL, 1997, p.27)
 
 Após, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996) instituída como lei nº 9.394, se contemplaria o ensino de Artes no seu Art. 26, da seguinte forma: “componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma que promova desenvolvimento cultural dos alunos”, a partir daí a música passou a fazer parte da linguagem de ensino na educação básica em educação infantil. 
 Pode-se observar que a música ganhou destaque educativo, a partir da colonização, desde então a musicalização tornou-se mais comum nas escolas, exercendo assim importante papel formativo no desenvolvimento dos educandos, visto que os docentes exercem papel de mediador entre os dois. 
2 MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 A escola é ambiente favorável para a interação musical, sendo que, possibilita contato intuitivo e espontâneo da criança com a música, através das rodas de cantos, cirandas e brincadeiras, as quais possibilitam o desenvolvimento do esquema corporal e percepção auditiva. Segundo Brasil (1998, p. 71):
A música, na educação infantil mantém forte ligação com o brincar. Em algumas línguas, como no inglês (to play) e no francês (jouer), por exemplo, usa-se o mesmo verbo para indicar tanto as ações de brincar quanto as de tocar musica. Em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicaissão transmitidos por tradição oral, persistindo nas sociedades urbanas nas quais a força da cultura de massas é muito intensa, pois é fonte de vivências e desenvolvimento expressivo musical. 
 A música possibilita ao docente dinamizar a introdução de conteúdos das diversas disciplinas, tornando o ambiente agradável e prazeroso à aprendizagem da criança, aonde proporcionará momentos participativos e reflexivos. Assim a criança sente-se integrada ao ambiente, o que viabiliza o desenvolvimento de sua linguagem musical e interação social.
 Brasil (1998) afirma que, “A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e do autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social e cultural. Nas palavras de Maffioletti (2001,p.131):
 
As crianças desenvolvem formas de trabalhar com os sons que permitirão organizar suas ações e realizar atividades expressivas com esses materiais. Agindo assim, as crianças aprendem a fazer parcerias, criam e reproduzem pequenas combinações, que são esboços de regras que regem os sons de sua cultura. 
 Segundo a autora, a música deve ser pensada na Educação Infantil para lembrar que a criança precisa explorar e desenvolver o sentimento e sensibilidade musical salienta que no ambiente escolar deve-se priorizar a criança como individuo de suas ações. De acordo com o Referencial Curricular para Educação Infantil: 
[...] A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente. (BRASIL, 1998. P.45)
 
 No Referencial Curricular encontram-se práticas voltadas para a introdução da música nas escolas, onde os conteúdos organizam-se em dois blocos, “O fazer musical” e “Apreciação musical”, centrados em novas visões como a experimentação, que tem como fins garantir às crianças possibilidades de vivenciar e refletir sobre questões de interpretação, improvisação e composição musical, abrangendo também a percepção tanto do silêncio quanto dos sons e estruturas da organização musical. 
 A organização dos conteúdos para o trabalho na área de música, nas instituições de educação infantil, deve respeitar o nível de percepção e desenvolvimento musical e global das crianças em cada fase, bem como as diferenças socioculturais por meio dessa linguagem, serão trabalhados conceitos em construção, organizados num processo continuo e integrado que abrange. De acordo com Brasil(1998):
 A exploração de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical; o som (e suas qualidades) e o silêncio; a vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas;a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é importante forma de conhecer e representar o mundo. 
 As diversas melodias diversificam as maneiras de dar sentido às coisas que nos regem, elas oportunizam novas experiências, apresentando-se em nosso cotidiano, no rádio, na TV e na escola com as canções folclóricas, cantigas de roda e suas melodias de fácil aprendizagem, que fazem parte da nossa cultura por gerações. Maffioletti (2001) enfatiza que:
A cantiga de roda pretende, com o resgate de nossas cantigas mais singelas e mais tradicionais, que nossas crianças tenham além de uma brincadeira sadia a integração familiar, uma iniciação musical que lhes permita não só como crianças, mas também amanhã como adultos, cantarem sem constrangimento em seu grupo de amigos e preservar sua cultura.
 
 Em âmbito escolar devem-se desenvolver atividades e brincadeiras que envolvam dança e dramatização, visto que as mesmas desenvolvem na criança imaginação, ritmo, noção de tempo, tamanho, expressão corporal e a superação de inseguranças. Para Barreto (2000): 
 
Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora etc.).
 Ressalto que a música na Educação Infantil contribui no processo de adaptação escolar, no descanso após atividades físicas e em ensinar bons hábitos, sendo que a música não deve ter o intuito de formar músicos, mas de desenvolver a criança através de seu contato. 
 A música é um considerável instrumento para o desenvolvimento da linguagem, pois possibilita o contato das crianças com novas palavras e significados que auxiliam na formação delas como individuo. Também oportuniza através de sua prática o contato social, no qual todos possam se expressar e conviver respeitando as diferenças. Bréscia (2003) afirma que: 
“O aprendizado de música favorece o desenvolvimento afetivo da criança, amplia sua atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos, bem como contribui para integrar socialmente o indivíduo.” 
 Pode-se dizer que o contato musical na educação infantil deve propiciar as atividades que desenvolvam sua imaginação e seus aspectos cógnitos, sociais e afetivos através da musicalidade. 
3 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
 
 As crianças através de suas interações conhecem o mundo, sendo que descobrem novas formas de se expressar, imitar e agir, visto que a educação musical lhes permite que esse impulso seja auto gerado por esta exploração e seja liberado por outro, promovendo experiências ricas e estimulantes. Segundo Brito (2003):
É certo que música é gesto, movimento, ação. No entanto, é preciso dar às crianças a possibilidade de desenvolver sua expressão, permitindo que criem gestos, que observem e imitem os colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação da canção, sem a obrigação de fazer gestos comandados durante o tempo todo [...]
 
 Segundo Brasil(1998 ), “Até os dois anos de idade, aproximadamente, a criança busca imitar o que ouve, além de inventar linhas melódicas ou ruídos, explorando possibilidades vocais, da mesma forma como interagem com os objetos e brinquedos sonoros disponíveis, estabelecendo, desde então, um jogo caracterizado pelo exercício sensorial e motor com esses materiais”. 
 De acordo com Brasil (1998 ), “Do primeiro ao terceiro ano de vida, a criança amplia os modos de expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Pode articular e movimentar-se acompanhando uma música”.
 Nessa fase, a criança confere importância e equivalência a toda e qualquer fonte sonora. Interessa-se pelos modos de ação e produção dos sons, sendo que sacudir e bater são seus primeiros modos de ação. Está sempre atenta às características dos sons ouvidos ou produzidos, se gerados por um instrumento musical, pela voz ou por qualquer objeto, descobrindo possibilidades sonoras com todo material acessível. 
 Brito (2003) alega que “A criança se envolve com a música ainda quando está em na fase intra-uterina e que o processo de musicalização dos bebês começa por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano. 
 Vigotsky (1999) enfatiza que “Desde os primeiros dias, as atividades da criança adquirem significados próprios, num sistema de comportamento social”, visto que o desenvolvimento mental da criança é um processo de aquisição de controle ativo sobre funções inicialmente passivas. 
 Corroborando as afirmações, pode-se dizer que o contato musical é vital para a formação da criança, visto que através da musicalidade ela apenas de imitar,passando a ser agente de suas próprias ações, assim ampliando sua capacidade de expressão. 
 Vigotsky(1999) “ Defendia que por meio da mediação, a criança sai da Zona de Desenvolvimento Proximal e atinge a Zona de Desenvolvimento Real”, pode-se dizer que neste processo a criança passa a ser ativa sobre suas atividades, ela desenvolve com capacidade suas inteligências, o que possibilita a ela compreender e explorar suas próprias vivências.
 Assim Gardner(1995) identificou e definiu oito inteligências, mas em questão define a inteligência musical como uma habilidade, composição e apreciação de padrões musicais, sensíveis a entonação, ritmo e ao timbre dentro da capacidade de percepção, discernimento e transformação musical. Nas palavras de Gardner(1995):
	
 A essência da teoria é respeitar as muitas diferenças entre as pessoas, as múltiplas variações em suas maneiras de aprender, os vários modos pelos quais elas podem ser avaliados, e número quase infinito de maneiras pelas quais elas podem deixar uma marca no mundo. ( ARMSTRONG,2001,p.6) 
 Partindo desse contexto podemos observar que o desenvolvimento da criança, não é limitado, sendo que através de estímulos musicais podemos despertar nelas suas múltiplas inteligências, sua imaginação e senso crítico. 
	
4 METODOLOGIA 
 
 O presente artigo resulta de uma pesquisa de campo explicativa com enfoque em uma pesquisa-ação, sendo que os participantes do processo e o próprio processo investigativo são de extrema importância para a legitimidade do resultado. Segundo Thiollent (2002, p.22):
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social que é concedida e realizada em estreita associação com uma ação ou com uma resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação da realidade a ser investigada estão envolvidos de modo cooperativo e participativo. 
 Desta forma, realizou-se a pesquisa por meio de estudo de caso com abordagem qualitativa, com o objetivo de descobrir a importância da musicalidade para o desenvolvimento infantil.
 Sendo que, a prática da ação realizou-se na Escola de Educação Infantil Nossa Senhora de Lourdes, localizada na cidade de Uruguaiana/RS, onde participaram vinte alunos de uma turma de Educação Infantil na faixa etária dos dois aos três anos, a pesquisa fundamentou-se em cinco encontros de duas horas cada, ao qual o primeiro destinou-se apenas para observações e primeiro contato com a referida turma.
 Os demais encontros basearam-se nas aplicações de atividades que desenvolvessem a musicalidade, criatividade, concentração, coordenação motora ampla e expressão corporal, sendo que a analise de dados será apresentada de forma descritiva baseando-se nos objetivos e na elaboração da prática. Segundo Scagnolato (2009 PÁGINA?):
A música é o principal recurso para o ensino infantil, porém observa-se que muitas instituições encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional. Tratando-a como se fosse produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem, a qual o conhecimento se constrói, a música não substitui o restante da educação, ela tem como meta desenvolver em cada individuo toda perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é possível atingir essa meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o individuo a agir.
 Desta forma, a metodologia foi instigada de acordo com observações realizadas anteriormente na instituição, nas práticas de Estágio Supervisionado de Gestão, onde pode-se analisar que a música apesar de estar presente no contexto escolar, ainda era utilizada de forma descontextualizada e repetitiva no ensino das crianças. 
5 DESENVOLVENDO A MUSICALIDADE NA CRIANÇA
 
 Pode-se observar ao longo do desenvolvimento deste trabalho que a musicalização é um processo de construção do conhecimento musical que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical da criança, contribuindo para sua capacidade de criação e expressão artística. 
 Vygotsky (1999 PÁGINA?) “Considerava a escola como o local para a criança aprender os signos culturais comuns a todo mundo, sendo o lugar mais importante da nossa cultura”. 
 Partindo dessa afirmação, a primeira atividade prática voltou-se para a apresentação de instrumentos musicais para as crianças, no intuito de propiciar contato com mesmo,interação do grupo e produção musical, onde tinha-se uma caixa com diversos instrumentos, dentre eles , pandeiros, chocalhos, gaitas de boca e violão, a caixa circulou pelo grupo até que todos tivessem um instrumento de sua escolha em mãos, logo conversou-se a respeito de cada instrumento, explicou-se sua função sonora, sendo que cada criança escolheu e tocou os instrumentos de sua preferência. 
 Brasil (1998 PÁGINA?) enfatiza que “Deve-se promover o crescimento e a transformação do trabalho a partir do que as crianças podem realizar com os instrumentos”.
 Observou-se a alegria e o prazer das crianças ao realizarem esta atividade, visto que teve muito participação, onde seis alunos dividiram com o grupo que seus familiares já tinham tocado para eles alguns dos instrumentos e dois que já haviam presenciado os instrumentos na igreja, também pode-se observar que os alunos trocavam de forma espontânea os instrumentos com os demais colegas.
 Na segunda prática utilizou-se o rádio e CD, tocando músicas voltadas para o contexto infantil como “Cabeça, Ombro, Joelho e Pé” da cantora Xuxa, visando no desenvolvimento da percepção auditiva, capacidade em desenvolver movimentos e sentidos corporais, visto que as crianças cantaram e acompanharam os gestos no ritmo da música, após desenvolveram-se atividades nas quais as crianças deveriam identificar e montar em um quebra cabeças (corpo de um boneco) os membros do corpo identificados na música. 
 Gardne r(1995,p24) Diz que, “a capacidade de usar o próprio corpo para expressar uma emoção (como a dança), jogar um jogo (como num esporte) ou criar um novo produto (como o planejamento de uma invenção) é uma evidência dos aspectos cognitivos do uso do corpo.” 
 Portanto, pode-se observar que as crianças foram ativas durante as atividades, a maioria acompanhou o ritmo da música e executou os gestos, visando no propósito da atividade, em reconhecer das partes do corpo, explorar a capacidade de movimentos e sentidos corporais. Todos conseguiram identificar e montar o quebra-cabeça, sendo que foi um processo em conjunto.
 Segundo Brasil (1998 PÁGINA?) “O gesto e o movimento corporal estão intimamente ligados e conectados ao trabalho musical, a realização musical implica tanto em gesto como em movimento, porque o som é também, gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz em movimento os diferentes sons que percebe”.
Na terceira atividade, disponibilizou-se as crianças diversos materiais recicláveis, dentre alguns; copos de iogurte, latas de leite, caixas de sapato, tampinhas, pedras, cordas entre outros, onde cada criança pode criar seu instrumento musical, após todos concluírem seus instrumentos, montou-se uma bandinha e realizou-se um desfile pela escola. 
 Brasil (1998 PÁGINA?) Enfatiza que “todos, os instrumentos, musicais podem ser utilizados no trabalho com a criança pequena, procurando valorizar aqueles nas diferentes regiões, assim como aqueles construídos pela criança”. 
 Pode-se dizer que foi a melhor atividade proposta, pois estavam ansiosos para verem seus instrumentos prontos, notei que alguns ajudavam na construção do trabalho do outro, alguns fizeram tambores e chocalhos foi um momento de muita descontração, quando conclui-se a atividade fomos parao pátio da escola cantar e tocar nossos instrumentos em um desfile.
 Britto(2003 PÁGINA?) Completa que, “construir instrumentos musicais e/ou objetos sonoros é atividade que desperta a curiosidade e o interesse das crianças”.. 
 Segundo Scagnolato(2009 PÁGINA?) “A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade educacional dentro das salas de aula”.
 De acordo com essa afirmação partimos para a ùtlima atividade, onde a música, teve uma inserção voltada para a linguagem visual e auditiva, onde a música “A dona aranha” foi apresentada através de desenhos que acompanhavam as partituras da música, após cantarmos e conversamos a respeito da música, explicou-se á eles a respeito do tempo, após desenvolvemos a construção da aranha. 
Esta atividade não teve o mesmo desempenho que as outras tiveram, visto que alguns comentaram que já estavam cansados da música, mesmo assim deu-se continuidade ao objetivo, todos cantaram a música, pois, já a conheciam, conversamos sobre o tempo ao qual a música faz referência e cada um construiu sua aranha. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Concluo que as práticas elaboradas foram de grande valia para concretizar os objetivos propostos, pois a musicalidade é importante para o desenvolvimento da criança, visto que estimula a participação do aluno, fazendo com ele desenvolva de forma prazerosa as atividades proposta. 
 Pude concluir através da prática que é importante revermos os métodos aplicados, para que não sejam repetitivos e tornem-se desinteressantes para criança, o professor deve em primeiro lugar viabilizar a aprendizagem do aluno e não fazer o que é mais prático para si.
 Concluo que este trabalho buscou compreender os aspectos favoráveis que o ensino de música pode proporcionar às crianças da educação infantil, verificando sua importância e contribuição no desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais, tendo em vista que a musicalidade é parte formativa do individuo e da sua cultura. 
 
REFERÊNCIAS
ANGELITA, B., BEATRIZ, I. Música e educação infantil – 1ª Ed. São Paulo: Papirus, 2017
 ARMSTRONG, T. Inteligências múltiplas na sala de aula. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BARRETO, S. J. Psicomotricidade: educação e reeducação. 2ª Ed. Blumenau: Acadêmica, 2000.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Editora do Brasil.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, v. 3. Conhecimento de Mundo. 8.
BRÉSCIA, V. L. P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.
BRITO , T. A. Música na Educação Infantil- Propostas Para a Formação Integral da Criança. São Paulo, Petrópolis, 2003.
FRANÇA, E. N. A música no Brasil. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1953. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-contribuicao-da-musica-para-desenvolvimento-e-aprendizagem-da-crianca.htm
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. São Paulo: Artes Médicas, 1995.
MAFFIOLETTI, L. A. Práticas musicais na escola infantil. In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis. (Org.). Educação infantil : pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. p.123 - 134.
SCAGNOLATO, L. A. de S. A Importância da Música no Desenvolvimento Infantil. Web artigos, 2009.
SEKEFF, M. L. Da música, seus usos e recursos. São Paulo: Ed. Unesp, 2007. 
 PEREIRA, S. S. R. A música na educação infantil como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Autografia Edição e Comunicação, 2016. 
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 11ªEd. São Paulo: Cortez, 2002.
VYGOTISKY, L. S. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Continue navegando