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Vasculites Sistêmicas Primárias

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VASCULITES SISTÊMICAS PRIMÁRIAS 
 
• Vasculite: processo inflamatório que acomete a 
parede do vaso sanguíneo como sítio primário. 
• Vai ocorrer uma inflamação na parede do vaso, 
que irá causar uma destruição dessa parede, 
com posterior necrose fibrinoide. 
• As manifestações clínicas são bastante 
heterogêneas, pois dependem do tipo e do 
tamanho do vaso acometido e das 
estruturas/órgãos/sistemas que eles estão 
relacionados. 
• As vasculites podem ser de órgão único e 
sistêmica. 
• Também são divididas em primárias (não tem 
uma causa subjacente causando a vasculite) e 
secundárias (decorrente de outras doenças de 
base, como: doenças autoimunes sistêmicas, 
infecções, uso de drogas, neoplasias). 
• Quadro clínico geral: 
→ Apresentam evolução subaguda; 
→ São acompanhadas de sintomas 
constitucionais: febre, inapetência, 
artralgias, fadiga, perda de peso, mialgias. 
→ As vasculites apresentam sintomatologia de 
acordo com o tamanho do vaso acometido. 
Grande calibre: aorta e seus ramos primários 
para membros e para cabeça (extracranianos). 
Manifestações Clínicas 
• Dor tipo claudicação intermitente; 
• Redução dos pulsos arteriais; 
• Assimetria da pressão arterial entre membros; 
• Hipertensão renovascular; 
• Carotidínea (dor a palpação de carótidas); 
• Dor torácica; 
• Sopros cardíacos e vasculares. 
Médio calibre: ramos principais da aorta, extra e 
intraviscerais (artérias coronárias, renais, 
hepática, mesentérica e esplênica) e 
intracranianos. 
Manifestações Clínicas 
• Mononeurite múltipla; 
• Angina mesentérica; 
• Livedo reticular; 
• Úlceras cutâneas; 
• Gangrena das extremidades. 
Pequeno calibre: ramos arteriais intraviscerais, 
arteríolas, capilares e vênulas. 
Manifestações Clínicas 
• Glomerulonefrite; 
• Hemorragia Alveolar; 
• Polineuropatia periférica; 
• Púrpura palpável; 
• Dor abdominal; 
• Hematoquezia; 
• Vasculite retiniana. 
• Diagnóstico: 
→ Anamnese e exame físico. 
→ Testes sorológicos (ex.: pesquisa de 
autoanticorpos): 
➢ p-ANCA (anticorpo anticitoplasma de 
neutrófilos – padrão perinuclear: não 
acomete o núcleo); 
➢ c-ANCA (anticorpo anticitoplasma de 
neutrófilos – padrão citoplasmático). 
→ Exame histopatológico de biópsia 
realizada nos órgãos envolvidos (Padrão-
ouro); 
→ Exame de imagem vascular. 
➢ Arteriografia (mais invasivo, usa 
contraste e não consegue ver processo 
inflamatório); 
➢ Angiotomografia computadorizada; 
➢ Angiorressonância magnética; 
➢ Ultrassonografia com Doppler; 
➢ Tomografia computadorizada com 
emissão de pósitrons, com flúor-
desoxifluorglicose (PET SCAN). 
➢ Alterações Sugestivas: 
❖ Espessamento parietal concêntrico; 
❖ Lesões focais do tipo estenose, 
oclusão, dilatação da parede e 
aneurisma. 
REUMATOLOGIA 
 INTRODUÇÃO 
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Diogo
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Diogo
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• Critérios de Classificação do Colégio 
Americano de Reumatologia, 1990: 
→ Dividiu as vasculites em: 
1. Arterite de células gigantes; 
2. Arterite de Takayasu; 
3. Granulomatose de Wegener; 
4. Síndrome de Churg Strauss; 
5. Poliarterite Nodosa; 
6. Púrpura de Henoch-Schönlein; 
7. Vasculite por hipersensibilidade. 
→ Sensibilidade de 71 a 95,3%; 
→ Especificidade de 78,7 a 99,7%. 
• Nomenclatura das Vasculites segundo a 
Conferência de Chapel Hill (1994): 
A. Vasculites de Grandes Vasos 
→ Arterite de células gigantes; 
→ Arterite de Takayasu. 
B. Vasculites de Médios Vasos 
→ Poliarterite nodosa; 
→ Doença de Kawasaki. 
C. Vasculites de Pequenos Vasos 
→ Granulomatose de Wegener; 
→ Síndrome de Churg Strauss; 
→ Poliangiíte microscópica; 
→ Púrpura de Henoch-Schönlein; 
→ Vasculite crioglobulinêmica essencial; 
→ Angíite leucocitoclástica cutânea. 
• Nomenclatura das Vasculites segundo a 
Conferência de Chapel Hill (2012): 
 
ARTERITE DE TAKAYASU 
• É uma vasculite granulomatose que afeta 
grandes vasos (aorta e seus ramos principais); 
• Mais comum em mulheres (9:1); 
• Apresenta pico de incidência na 2ª e 3ª década 
de vida, sendo rara depois dos 40 anos de idade. 
• Etiologia desconhecida, sendo mais frequente 
em algumas populações. 
• Associada com HLA-B52. 
• Fisiopatologia: 
→ Inflamação nas artérias mediadas por 
células T, direcionada para componentes da 
parede do vaso (início na vasa vasorum). 
→ Alteração granulomatosa (granuloma) na 
adventícia, invade a camada média levando 
a dano, neovascularização e consequente 
substituição por processo fibroso. 
→ Inflamação arterial: espessamento da 
parede vascular, que pode resultar em 
estenose arterial e oclusão com isquemia 
dos tecidos. 
Diogo
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→ Enfraquecimento das paredes dos vasos: 
dilatação vascular/aneurismas. 
• Quadro clínico: 
→ Sintomas sistêmicos ausentes em 60-80% 
dos casos; 
→ Sintomas subagudos: atraso no diagnóstico; 
→ Sintomas dependem do vaso acometido. 
→ Locais da aorta mais frequentemente 
acometidos: 
1. Arco da aorta e aorta descendente (torácica 
e abdominal); 
2. Artérias subclávias; 
3. Artérias carótidas; 
4. Artérias renais. 
→ Manifestação clínica mais importante: 
identificação de pulsos periféricos 
diminuídos ou ausentes, que podem estar 
associados a sintomas como claudicação 
intermitente e diferença de pressão arterial 
entre os membros. 
→ Hipertensão artéria: complicação mais 
frequente (oriunda do acometimento da 
aorta abdominal / artérias renais). 
→ Sopros: artérias carótidas, subclávias e 
abdominais. 
→ Na suspeita de arterite de Takayasu deve 
palpar todos os pulsos e ausculta-los. 
• Diagnóstico: 
→ Feito pelos achados clínicos + alterações em 
exames de imagem. 
→ Provas de atividade inflamatória: PCR, VHS. 
• Critérios de Classificação: 
→ Precisa de 3 dos 6 critérios para classificar 
como Arterite de Takayasu. 
ARTERITE DE CÉLULAS GIGANTES 
• Vasculite granulomatosa, de médios e grandes 
vasos, que afeta os grandes ramos da aorta, com 
predileção pelas artérias vertebrais e subclávias, 
e ramos extracranianos das artérias carótidas, 
incluindo a artéria temporal. 
• Vasculite mais comum no idoso. 
• Ocorre tipicamente em pessoas > 50 anos de 
idade. 
• Incidência aumenta com a idade. 
• Prevalência de 1:750 pessoas. 
• Acomete de 2 a 3 mulheres:1 homem. 
• Fisiopatologia: 
→ Fatores genéticos e epigenéticos; 
→ Resposta de linfócitos: TH1 e TH17, 
juntamente com a IL-6; 
→ Associação com Infecções virais e 
bacterianas; 
→ Ativação de células dendríticas na camada 
adventícia. 
→ Com o envelhecimento, o sistema imune 
entra em um processo de senescência, 
causando hipometilação do DNA, 
modificações das células de resposta imune 
e do remodelamento vascular, culminando 
para uma resposta imune contra 
autoantígenos arteriais. 
• Quadro Clínico: 
→ Sintomas constitucionais (40%): febre, 
fadiga e perda de peso. 
→ Cefaleia (72%): início aguda ou subagudo e 
está associada ou não a sensibilidade do 
couro cabeludo. 
→ Dor na língua ou mandíbula e está 
associada ou não a claudicação de 
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mandíbula (ao mastigar o paciente começa 
a sentir dor). 
→ Neuropatia óptica isquêmica anterior 
(NOIA) – 5 a 15% dos casos. 
➢ Os sintomas associados a essa 
patologia são perda visual, visão 
embaçada, amaurose fugaz, diplopia, 
sendo isso decorrente da vasculite das 
artérias ciliares posteriores e ramos da 
artéria oftálmica. 
→ Manifestações neurológicas: sistema 
nervoso central e periférico (incomuns). 
→ Sintomas neuropsiquiátricos (3%): 
demência, distúrbios do humor e sintomas 
psicóticos. 
→ Manifestações vestibuloauditivas:perda 
auditiva, uni ou bilateral, vertigem e zumbido 
(comuns). 
→ Manifestação clínica extracraniana mais 
comum: Polimialgia reumática (45 a 60%) 
– dor e rigidez matinal dos ombros, cintura 
pélvica, pescoço e tronco, com duração de 
até 30 minutos. Geralmente esta patologia 
está associada a níveis aumentados de 
VHS. 
→ Abaulamento de artéria temporal. 
• Exames diagnósticos: 
→ UG com Doppler – pode se observar o sinal 
do halo (sinal de estenose do vaso). 
→ PET CT SCAN. 
• Critérios de Classificação: 
• Diagnóstico: 
→ Exame histopatológico das artérias 
temporais (biópsia): padrão-ouro em 
paciente com quadro clínico compatível e 
com evidência laboratorial de reagentes da 
fase aguda. → achados: vasculite com 
infiltrado de células mononucleares, 
frequentemente com células gigantes 
multinucleadas. 
→ Exames de imagem pode auxiliar no 
diagnóstico. 
POLIARTERITE NODOSA (PAN) 
• Vasculite necrotizante sistêmica que afeta, 
predominantemente, artérias de médio calibre 
(em especial artérias viscerais, cutâneas e de 
nervos periféricos). 
• Arteríolas, capilares e vênulas são poupados na 
grande maioria das vezes. 
• Formas clínicas: 
→ Idiopática (mais frequente); 
→ Infecções (vírus da Hepatite B); 
→ Associação com neoplasias (leucemia de 
células pilosas); 
→ Outras. 
• é uma vasculite rara, com incidência entre 0 e 1,6 
por milhão de habitantes (EUROPA). 
• Prevalência de 31 casos por milhão. 
• Homens são mais afetados que mulheres (1,5:1). 
• Média de idade: 50 anos (pico na 5ª e 6ª décadas 
de vida). Pode acontecer em outras faixas 
etárias. 
• Patogênese pouco conhecida: 
imunocomplexos? 
• Quadro clínico é oriundo de isquemia ou 
infarto dos tecidos. 
A arterite de células Gigantes 
pode ser uma causa de febre 
inexplicada em idosos. 
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• Enfraquecimento da parede do vaso: 
aneurismas. 
• Quadro clínico: 
OBS.: Glomerulonefrite é bem raro de acontecer. 
• Exames diagnósticos: 
→ Angiotomografia; 
→ Angiorressonância; 
→ Arteriografia: muito bom por que detecta a 
presença de microaneurismas. 
→ PET SCAN 
→ US: como são vasos de médio calibre não é 
um exame tão sensível. 
• Classificação de Classificação (1990): 
• Diagnóstico: 
→ O diagnóstico pode ser confirmado por 
arteriografia e biópsia. 
→ Arteriografia: aneurismas no nível da 
bifurcação dos vasos intraparenquimatoso / 
sangramentos desses aneurismas também 
podem ser confirmados (mais frequente em 
rins, fígado e intestino). 
→ Biópsia em território acometido tem alto 
grau de positividade, e os locais 
preferenciais são o nervo sural, o músculo, o 
testículo e os rins. Achados: vasculite 
necrosante em artérias de médio e pequeno 
calibre. 
VASCULITES ASSOCIADAS AO ANCA 
• Grupo de vasculites necrosantes sistêmicas que 
compartilham o acometimento inflamatório 
predominantemente dos vasos de pequeno 
calibre, a associação ao anticorpo anticitoplasma 
de neutrófilo (ANCA) e a presença de pouco ou 
nenhum depósito imune na parede dos vasos. 
1. Granulomatose com Poliangiíte (GPA); 
2. Poliangiíte Microscópica (PAM); 
3. Granulomatose Eosinofílica com Poliangiíte 
(GEPA). 
• Epidemiologia: 
→ Incidência: 1,2 a 2 casos por 100.000 
pessoas/ano. 
→ Prevalência: 4,6 a 18,4 casos por 100.000 
pessoas. 
→ 1,5 homem:1 mulher. 
→ Pico de incidência: entre 65 a 74 anos de 
idade. 
→ GPA é mais frequente. 
→ GEPA é mais rara. 
• Fisiopatologia: 
→ Etiologia não é totalmente estabelecida. 
→ Interação de fatores genéticos, ambientais, 
infecciosos e medicamentosos. 
→ Agentes infecciosos podem ser a fonte inicial 
de antígenos e de sinais pró-inflamatórios. 
→ Desencadeantes: Propiluracil, Hidralazina, 
D-penicilamina, exposição à sílica. 
→ Um indivíduo geneticamente predisposto 
interage com fatores ambientais que leva a 
formação de autoanticorpos (ANCA) que irá 
gerar uma inflamação da parede do vaso, 
formação de granuloma e participação da via 
de complemento. Alguns antígenos são 
liberados, como a mieloperoxidase (MPO) 
ou a proteinase 3 (PR3), que estão 
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diretamente ligados ao ANCA. A MPO tem 
relação com o p-ANCA e a PR3 com c-
ANCA. 
→ Esses antígenos podem ser solicitados para 
confirmação ou dúvida diagnóstica. 
• Quadro Clínico: 
1. Manifestações Renais: 
→ Síndrome Nefrítica (afeta os glomérulos): 
➢ Hematúria dismórfica glomerular: 
dismorfismo eritrocitária (esquizócitos); 
➢ Cilindros celulares hemáticos ou 
leucocitários; 
➢ Proteinúria subnefrótica; 
➢ Hipertensão arterial sistêmica; 
➢ Oligúria. 
→ Glomerulonefrite rapidamente progressiva. 
→ Outras formas: nefrite tubulointersticial e 
doença renal lentamente progressiva. 
2. Manifestações Pulmonares: 
→ Capilarite pulmonar: 
➢ Mais frequente na PAM e menos 
frequente na GEPA; 
➢ Uma das complicações clássicas é a 
hemorragia alveolar, onde o paciente 
pode evoluir com hemoptise → 
insuficiência respiratória aguda. 
Imagem A: TC de tórax, corte transversal, evidenciando 
padrão em vidro fosco disseminado pelo parênquima 
pulmonar. Imagem B: radiografia de tórax, corte coronal, 
presença de infiltrado pulmonar bilateralmente. 
OBS.: A síndrome pulmão-rim combina a 
hemorragia alveolar difusa (sangramento pulmonar 
recorrente ou persistente) e glomerulonefrite (lesão 
dos vasos sanguíneos microscópicos dos rins 
fazendo com que as pessoas apresentem inchaço 
no corpo, hipertensão arterial e glóbulos vermelhos 
na urina. Quase sempre é causada por uma doença 
autoimune. Faz diagnóstico diferencial com 
Leptospirose, Síndrome de Goodpasture, LES, 
granulomatose com Poliangeíte, AR, ES, 
Polimiosite, dermatomiosite, etc. 
1. GRANULOMATOSE COM POLIANGIÍTE (PAM) 
• Manifestações granulomatosas 
predominantemente em vias aéreas 
superiores: 
→ Rinossinusite; 
→ Úlceras orais e nasais; 
→ Epistaxe, descarga nasal piossanguinolenta 
ou crostosa; 
→ Perfuração do septo nasal; 
→ Nariz em sela (também pode estar presente 
na sífilis). 
• Manifestações granulomatosas 
predominantemente em vias aéreas 
inferiores: 
→ Estenose subglótica; 
→ Estenose endotraqueal; 
→ Traqueobroncomalácia; 
→ Nódulos pulmonares (cavitados ou não). 
Imagem A: TC de tórax, corte transversal, evidencia 
nódulos pulmonares não cavitados em pulmão esquerdo; 
Imagem B: TC de tórax, corte transversal, mostra 
nódulos pulmonares cavitados em pulmão direito. 
• Manifestações em aparelho auditivo: otite 
média aguda ou crônica; mastoidite. 
• Manifestações em órbita: orbitopatia 
inflamatória. 
E EAR (orelha) 
 
N NOSE (nariz) 
 
T 
THROAT 
(garganta) 
 
 
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2. POLIANGIÍTE MICROSCÓPICA 
• Sem manifestações granulomatosas. 
• Glomerulonefrite estar presente em 100% dos 
casos. 
• Capilarite pulmonar estar presente em 55% dos 
casos. 
• Não tem acometimento de faringe, glote, 
traqueia, brônquios. 
3. GRANULOMATOSE EOSINOFÍLICA COM 
POLIANGIÍTE (GEPA) 
• Manifestações típicas: 
→ Asma (início na idade adulta); 
→ Rinite alérgica (sintomas de atopia); 
→ Pólipos nasais; 
→ Eosinofilia quando? 
➢ Contagem de Eosinófilos > 1500 
células/µL ou > 10% da Leucometria 
global (leucócitos totais). 
• Mononeurite múltipla e neuropatia periférica: são 
mais frequentes na GEPA. 
• Acometimento miocárdico: miocardite 
eosinofílica. 
• Sintomas gerais: febre, fadiga, indisposição, 
mialgias, artralgias, rash cutâneo, nódulos 
cutâneos, anemia, perda sanguínea (pode ser 
pelo acometimento de vasos mesentéricos), dor 
“furando como agulha”, serosite. 
• Outras manifestaçõesassociadas a vasculite de 
pequeno calibre: 
→ Lesões cutâneas (púrpuras palpáveis, 
úlceras, isquemia digital); 
→ Esclerite e episclerite; 
→ Mononeurite múltipla ou polineuropatia 
periférica; 
→ Vasculite de artéria coronária, mesentérica 
ou de vasos do SNC. 
• Diagnóstico: 
→ Anamnese + exame físico. 
→ Alterações laboratoriais: anemia, 
Trombocitose, aumento do VHS/PCR, 
hematúria com dismorfismo eritrocitário. 
→ Autoanticorpos: 
➢ ANCA +: 
❖ C-ANCA: 70 a 90% dos casos de 
GPA positivam. 
❖ P-ANCA: 70% dos pacientes com 
PAM positivam; 
❖ P-ANCA: 40-50% dos pacientes com 
GEPA positivam; 
❖ Anti-PR3 (c-ANCA) e anti-MPO (p-
ANCA). 
➢ Anticorpo anti-membrana basal 
glomerular – deve ser solicitado para 
fazer diagnóstico diferencial com a 
doença do anticorpo anti-membrana 
basal glomerular (síndrome de 
Goodpasture), que também pode ter a 
síndrome pulmão-rim. 
→ Biópsia (Padrão-ouro): 
➢ Pulmão: Vasculite neutrofílica de vasos 
de pequeno e médio calibre, com 
necrose fibrinoide. 
➢ GPA/GEPA: inflamação granulomatose 
e necrose, principalmente das vias 
aéreas. 
➢ Rins: glomerulonefrite necrosante 
segmentar e focal pauci-imune (pouco 
ou nenhum imunocomplexos), 
associada ou não â presença de 
crescentes → padrão clássico. 
VASCULITES CRIOGLOBULINÊMICAS 
• Acometimento de vasos de pequeno calibre. 
• Prevalência de 1:100.000. 
• Frequência de acometimento de 3 mulheres: 1 
homem. 
• Estreita associação com o vírus da HCV. 
• 2 a 50% dos pacientes com crioglobulinas 
séricas podem ter o quadro. 
• Crioglobulinas: são imunoglobulinas que se 
precipitam em temperaturas abaixo de 37ºC e 
voltam a se solubilizar quando reaquecidas. 
• As crioglobulinas são classificadas em tipos I 
(monoclonais associadas a doenças 
linfoproliferativas), II e III, que apresentam 
componentes policlonais (mista). 
• Fisiopatologia: 
→ 1º mecanismo: ocorre uma precipitação da 
crioglobulina na parede dos vasos da 
microcirculação, o que ocasiona um 
fenômeno de oclusão vascular. Esse 
processo é mais frequente na 
crioglobulinemia tipo I, que geralmente é 
acompanhada por altas concentrações de 
crioglobulina, e pode estar associada à 
síndrome de Hiperviscosidade e necrose 
acral induzida pelo frio. 
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→ 2º mecanismo: ocorre a deposição de 
imunocomplexos na parede do vaso, 
gerando um processo inflamatório 
(vasculite). É mais frequente em 
crioglobulinemias mistas, particularmente do 
tipo II, em que o componente IgM 
monoclonal gera grandes complexos imunes 
com IgG e frações do complemento, 
particularmente C1q. 
• Quadro Clínico: 
→ Vasculite cutânea: manifestação mais 
frequente (púrpuras, úlcera cutâneas, 
necrose); 
→ Articular: segundo envolvimento mais 
frequente; 
→ Artralgia de grandes articulações (membros 
inferiores, sendo mais frequente dor em 
tornozelos); 
→ Quadro semelhante à artrite reumatóide 
pode acontecer; 
→ Envolvimento neurológico: 50% dos casos; 
→ Sistema nervoso periférico: polineuropatia 
ou mononeurite múltipla – mão caída (nervo 
ulnar afetado). Quando esse padrão sempre 
pensar em alguma vasculite sistêmica; 
→ Acometimento do SNC é raro. 
→ Manifestações renais: glomerulonefrite 
membranoproliferativa (deposição de 
imunocomplexos a imunofluorescência). 
→ Manifestações pulmonares (5%) e 
cardíacas: raras. 
• Diagnóstico: 
→ Associações de achados clínicos, 
laboratoriais e histopatológicos. 
→ Exames complementares: 
➢ Identificação e a quantificação das 
crioglobulinas; 
➢ Sorologia para hepatite C; 
➢ Dosagem de enzimas hepáticas; 
➢ Pesquisa de fator reumatoide; 
➢ Dosagem de complemento sérico → 
maior consumo de C4. 
➢ Investigação de envolvimento orgânico: 
EAS, imagem de tórax, ENMG. 
OBS.: O sangue deve ser colhido com o tubo a 
37ºC, para evitar a precipitação das crioglobulinas. 
 
SÍNDROME DE BEHÇET 
• Doença multissistêmica causada pela 
combinação de ulcerações aftosas orais e 
genitais, associada a fenômenos vasculíticos, 
com acometimento de vasos de calibres 
variáveis (pequenos, médios e grandes) em 
territórios arteriais e venosos. 
• Início dos sintomas: final da puberdade até os 
40 anos. 
• Distribuição igual entre os gêneros: homens 
apresentam a doença de forma mais grave. 
• Prevalência: 
→ 1:500.000 habitantes/ano (EUA); 
→ 80-370/100.000 habitantes/ano. 
• Suscetibilidade genética: poligênica. 
• Associação com o HLA-B51. 
• Variações genéticas não-HLA: 
→ Defeitos na detecção e processamento de 
padrões moleculares associados a 
patógenos ou danos → regulação das 
respostas imunes inata e adaptativa. 
• Quadro Clínico: 
→ Manifestações cutaneomucosas: 
➢ Úlceras aftosas: 
❖ Bipolares, recidivantes; 
❖ Surtos apresentando duração de 2 a 
6 semanas; 
❖ Podem atingir toda orofaringe; 
❖ Lesões apresentam forma elíptica, 
maiores de 0,5 cm, com bordos 
eritematosos bem delimitados, 
escavadas e com fundo amarelo 
fibrino-seroso. 
→ Manifestações oculares (50-70%): 
➢ Uveite anterior e posterior → é 
tipicamente bilateral e episódica, 
frequentemente envolve todo o trato 
uveal. 
➢ Hipópio: é uma uveíte anterior grave 
com material purulento na câmara 
anterior. 
→ Manifestações neurológicas: 
➢ Parenquimatosas x não 
parenquimatosas: 
❖ Meningoencefalite asséptica; 
❖ Vasculite de substância branca; 
❖ Acidente vascular encefálico; 
❖ Trombose venosa central; 
❖ Aneurismas. 
→ Manifestações Vasculares: 
➢ Acredita-se que a maioria das 
manifestações clínicas da síndrome de 
Behçet seja devido à vasculite. 
➢ Pseudoaneurisma; 
➢ Envolvimento da artéria pulmonar; 
➢ Trombose de veia cava; 
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➢ Trombose venosa superficial ou 
profunda; 
➢ Síndrome de Budd-Chiari; 
➢ Trombos intracardíacos. 
→ Artrites (40-80%). 
➢ Oligoartrite assimétrica principalmente 
nos MMII. 
• Diagnóstico: 
→ Não há exames laboratoriais 
patognomônicos na síndrome de Behçet; 
→ O diagnóstico é feito com base nos achados 
clínicos. 
→ Na ausência de outras doenças sistêmicas, 
diagnosticamos a síndrome de Behçet em 
pacientes com aftas orais recorrentes (pelo 
menos três vezes em um ano) mais duas 
das seguintes características clínicas: 
➢ Aftas genitais recorrentes (úlcera aftosa 
ou cicatrizes). 
➢ Lesões oculares (incluindo uveíte 
anterior ou posterior, células no vítreo no 
exame com lâmpada de fenda ou 
vasculite retiniana observada por um 
oftalmologista). 
➢ Lesões cutâneas (incluindo eritema 
nodoso, pseudofoliculite, lesões 
papulopustulares ou nódulos 
acneiformes consistentes com síndrome 
de Behçet). 
➢ Um teste de patergia positivo. Patergia é 
definida por uma pápula de 2 mm ou 
mais de tamanho que se desenvolve 24 
a 48 horas após a inserção oblíqua de 
uma agulha de calibre 20 5 mm na pele, 
geralmente realizada no antebraço. 
 
• Sempre deve tratar as doenças associadas 
primeiro, pois o tratamento das vasculites 
envolve imunossupressores. 
• Imunossupressores: 
→ Corticosteroides; 
→ Metotrexato; 
→ Azatioprina; 
→ Micofenolato de mofetil; 
→ Leflunomida; 
→ Ciclofosfamida; 
→ Tocilizumab (pode ser feito na Arterite de 
Células Gigantesse refratária as outras 
medicações); 
→ Anti-TNFs; 
→ Rituximab (usado no tratamento das 
vasculites associadas ao ANCA +). 
 
• ATENÇÃO: TRATAR AS DOENÇAS 
ASSOCIADAS (VHB, VHC, Neoplasias, 
infecções)!!! 
• Atentar para o diagnóstico diferencial de doenças 
que simulem vasculites. 
• Exames auxiliares no diagnóstico: PCR, VHS, 
contagem de plaquetas, FAN (só útil para o 
diagnóstico diferencial), sumário de urina, 
sorologias para hepatite B e C. 
• O ANCA também é um marcador de atividade de 
doença. 
• Atentar para outras condições que levam a 
manifestações vasculíticas. 
• Avaliação de extensão da doença. 
• Atividade de doença vs dano permanente. 
• Avaliações: toxicidade da terapia, 
desenvolvimento de comorbidades e atividade 
da doença. 
 TRATAMENTO 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
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