Buscar

TCC CORRIGIR M FERNANDA

Prévia do material em texto

51
 (
Sistema de Ensino Presencial Conectado
curso de graduação em servico social
)
 (
MARIA FERNANDA AZEVEDO OLIVEIRA LONGA
)
 (
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL:
DESAFIOS E COMPROMETIMENTO
)
 (
Macaúbas - BA
2015
)
 (
 Macaúbas 
 
 2017
)
 MARIA FERNANDA AZEVEDO OLIVEIRA LONGA 
 (
Macaúbas 
2017
)
 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL:
DESAFIOS E COMPROMETIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de especialização em Serviço Social
Prof.ª: Valquíria Aparecida Dias Caprioli
Orientadora: Maria Ângela Santini
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus por mim proporcionar saúde para que neste momento pudesse estar finalizando meu curso com meu trabalho, e de ajudar-me na grande caminhada, pois sem ele não seria fácil chegar até aqui.
Agradeço aos meus pais, Jose Barbosa de Oliveira e Maria de Lourdes Azevedo Oliveira (em memória), por todo amor, carinho e orgulho que sempre tiveram de mim,bem como todo apoio e proteção proporcionado por eles ao longo de minha caminhada.
Ao meu esposo Ronaldo Azevedo Longa, por sempre estar ao meu lado mim amando e mim apoiando nos momentos de dificuldades, ajudando sempre a não desistir dos meus sonhos e lutar até o fim pelo que gosto de fazer.
Agradeço também aos meus irmãos: Alan, Eduardo e Gisele pelo companheirismo, incentivo e amor de sempre, a todos os meus familiares, assim como todos os colegas de sala que dividiram comigo essa luta durante esses quatro anos. Em especial a minha técnica Maria do Carmo a qual me acolheu com todo profissionalismo e carinho durante o período de Estagio, a minha orientadora e tutora de sala Luciene Oliveira pela parceria, a coordenadora do curso a professora Valquíria Aparecida Dias Caprioli, assim como a UNOPAR que mim proporcionou a oportunidade de realizar o curso.
LONGA, Maria Fernanda Azevedo Oliveira Longa. O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL: Desafios e Comprometimento. 51folhas. Projeto de Ensino Graduação em Serviço Social – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Macaúbas-BA,2016.
RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade discutir o trabalho do assistente social,apontando os limites e as possibilidades de atuação dos assistentes sociais na efetivação do projeto ético-político do Serviço Social.Aqui foram apontados elementos em relação ao surgimento do ServiçoSocial e a trajetória histórica da profissão, bem como as políticas sociais enquanto lócus de atuação dos assistentes sociaise problematizados os limites vivenciados no exercício profissional dos assistentes sociais, o que demonstra o quanto estes profissionais estão subordinados - assim como qualquer outro trabalhador assalariado, às exigências institucionais que são permeadas pela lógica do sistema capitalista. Também são sinalizadas perspectivas de atuação aos assistentes sociais que contribuem ao nosso entender, na concretização do projeto ético-político da profissão.Com o objetivo de Identificar e esclarecer dúvidas acerca do trabalho do Assistente Social.A metodologia utilizada para a realização do trabalho foram pesquisas documentais, levantamento bibliográfico da leitura especifica do assunto, através do levantamento bibliográfico foi possível expandir o conhecimento a respeito do assistente social em diversos contextos sociais mais especificamente em relação a realidade dos usuários, podendo ainda conhecer e entender o posicionamento e as questões teórico-conceituais que envolvem a dinâmica dessa temática.Portanto contribuindo também para à reflexão sobre o exercício profissional do assistente social, frente às novas conjunturas sócio-econômicas da população brasileira; as exigências postas pela complexidade do trabalho coletivo; a necessidade de desenvolver um trabalho interdisciplinar e as implicações deste no processo de democratização e universalização das políticas públicas no Brasil. 
PALAVRAS-CHAVE: Assistente Social, Serviço Social,Limites e possibilidades,Exercício profissional, Políticas públicas. 
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	05
2. SERVIÇO SOCIAL: HISTORICIDADE DA PROFISSÃO		09
3. O ASSISTENTE SOCIAL	21
3.1 O ASSISTENTE SOCIAL NO EXERCICIO PROFISSIONAL	23
3.2 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL	25 
3.3 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL: POLITICAS SOCIAIS	30
4. DESAFIOS E COMPROMETIMENTOS DO EXERCICIO PROFISSIONAL	33
4.1 AÇÃO PROFISSIONAL: LIMITES E DESAFIOS	37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS	43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	46
1 INTRODUÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como temática o trabalho do assistente social:desafios e comprometimento,cumprindo com a tarefa de pesquisar e aprofundar cada vez mais no trabalho do Assistente Social, desafios, responsabilidades e comprometimento necessário para seguir essa profissão.
O interesse por esta temática surgiu após Estágio realizado na Secretaria Municipal de Ação Social, onde pude observar uma maior necessidade do aprofundamento acerca do trabalho do Assistente Social, seus direitos e deveres.
Em primeiro lugar para escolher um tema é necessário saber o porquê da escolha e até mesmo gostar deste tema para que possa ser bem produtivo. Por gostar da área que estou cursando, ou seja, serviço social me inspirei nas aulas e em alguns profissionais da área e colocando em pratica meus estágios pude perceber o quanto o assistente social é importante para a sociedade, descobrindo todos estes princípios do assistente resolvi optar por um tema que estivesse relacionado ao assistente social. Dentro do tema proposto há a reflexão de que para chegar a ser um bom profissional na área, o assistente passa por vários desafios a serem enfrentados e até mesmo o compromisso de trabalho para com as pessoas, pois em qualquer lugar que o profissional atue a base para que seu trabalho seja produtivo é o compromisso com o que a pessoa faz, para beneficiar assim toda a população.
A assistência social é um direito de todo cidadão, independente de contribuição previa, e ocupa-se de prover proteção aos indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade e risco, reduzir danos e prevenir a incidência de agravos à vida e à dignidade humana, operando sob as matrizes do direito ao desenvolvimento e à experiência humana (NOB SUAS 2010).
Nessa direção, a proteção social da Assistência Social, por meio de suas ações, produz aquisições materiais sociais e socio-educativas aos indivíduos e famílias para suprir suas necessidades de reprodução social da vida e desenvolver suas potencialidades para o convivência social, protagonismo e autonomia. 
Portanto estamos falando de uma política pública que tem uma intencionalidade ética e também política. Ética porque se funda em valore e princípios que defendem a vida, a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a cidadania, o respeito à diversidade, entre outros, e política porque tem como direção a realização de direitos, a atenção a necessidades e ao desenvolvimento da autonomia com vistas à emancipação social, transformando uma realidade eivada de desigualdade social.
O Serviço Social tem o grande desafio de superar as práticas conservadoras que imprimiram a identidade assistencialista à profissão por muitas décadas.
Hoje, mesmo após o movimento de reconceituação, ocorrido na década de 1960 cujo resultado foi o rompimento da profissão com as práticas tradicional conservadoras e o comprometimento de defesa a classe trabalhadora ampliando seu espectro de atuação intervindo em espaços institucionais e no campo político, sobretudo nas políticas públicas, a profissão vê ainda em sua categoria a diversidade de formas de atuação. 
Na defesa do livre exercício profissional, também insurge a necessidade de fortalecer os espaços de debate como: conselhos gestores, conferências de serviços públicos, audiências populares, congressos emovimentos populares onde os assistentes sociais, gestores, trabalhadores e a população usuária discutem a efetividade dos serviços públicos.
Importa-se nesse processo o constante aprimoramento intelectual dos assistentes sociais, a incidência do poder hegemônico sobre a atividade profissional, desafia a concretização dos valores e princípios defendidos pelo Serviço Social. É nesta linha de raciocínio que o este trabalho busca visualizar os diferente entendimentos técnicos impostos à prática profissional, realizando uma reflexão sobre a historicidade do Serviço Social e a atuação profissional, bem como sua apropriação das políticas públicas.
A metodologia utilizada para a realização do trabalho foram pesquisas documentais, levantamento bibliográfico da leitura especifica do assunto, através do levantamento bibliográfico foi possível expandir o conhecimento a respeito do assistente social em diversos contextos sociais mais especificamente em relação a realidade dos usuários, podendo ainda conhecer e entender o posicionamento e as questões teórico-conceituais que envolvem a dinâmica dessa temática.
Para a realização da pesquisa foi utilizada a pesquisa exploratória, bibliográfica e empírica, a partir da observação participante no campo de estágio. Serão utilizadas, para fonte de embasamento teórico as reflexões sobre o que o serviços e o assistente social, trazendo autores comoIamamoto (2009) um sujeito que coloca em movimento seu acervo de saberes para construir seus fazeres e consolidar a direção social proposta para a profissão, ou seja, a atuação na perspectiva dos direitos, quanto à atuação do assistente social nos mais variados espaços em que está inserido, as relações sociais nestes âmbitos, as competências profissionais e a importância que a profissão adquiriu na contemporaneidade. As contribuições de José Paulo Netto (2001), na conformação da sociedade brasileira, o sistema capitalista, a perpetuação dos monopólios, as influências e elementos fundamentais ao projeto ético-político do assistente social. Também, contribui significativamente ao estudo Maria Lúcia Silva Barroco e Sylvia Helena Terra, no discorrer sobre o código de ética do assistente social com comentários históricos e contemporâneos, Ana Maria Vasconcelos (2009), trazendo suas reflexões acerca da prática profissional, bem como Maria Carmelita Yazbek (2009), Carlos Montaño (2009), Maria Lúcia Martinelli (2009) e Raquel Raichelis (2009). O Código de Ética do assistente social que regulamenta a profissão também foi fundamental e essencial na elaboração do trabalho.
Algumas questões tomam o pensamento para ser um profissional e Serviço Social, das quais como: porque ser um assistente social? Como surgiu a profissão? Quais desafios propostos por ela a serem enfrentados? Que compromisso tem uma pessoa ao escolher esta profissão? Perguntas que na sua simplicidade produzem respostas que acredito contribuir no crescimento do profissional e entrelace íntima a sua profissão.
O projeto tem como objetivo fundamental aprofundar e esclarecer dúvidas acerca do trabalho do Assistente Social,vindo mostrar que o papel do assistente é cuidar de todos os cidadãos, a qual os mesmos pertencem aos indivíduos, ou seja, pessoas de uma família que com o trabalho de um assistente social em pratica irá construir um vínculo de afetividade e até mesmo de convívio diário entre essas famílias, proporcionando então a defesa contra a desigualdade social entre culturas,sexos ou até mesmo racial e contra a violência, conhecendo então estratégias de sobrevivência para com esses tipos de desigualdade que posam surgir. 
O trabalho teve como objetivo identificar e esclarecer dúvidas acerca do trabalho do Assistente Social. Comparar os diferentes níveis de apreensão da realidade social e profissional, tendo como eixo fundante da profissão o enfrentamento da questão social.Diferenciar dificuldades e desafios diários do profissional da Assistência Social.Apontar ações administrativos de programas e ou/ serviços, como modo de implemento de ações de Serviço Social.
Assim, a dimensão ética política da Assistência Social exige, e só se concretizará, na medida em que seus atores-gestores, conselheiros, trabalhadores da rede pública e privada- não apenas a compreendam, mas se envolva e muito mais, se comprometam consciente e criticamente com ela(profissão).
Para elaboração deste trabalho foi realizada uma revisão de leitura acerca de assuntos referente da sua temática, abordando o conceito,trabalho voltado para a redução das desigualdades sociais no âmbito da família e da sociedade através do desenvolvimento de programas, projetos e serviços sócio assistenciais destinados aos segmentos populacionais destinatários da Assistência Social, de acordo com os princípios e diretrizes preconizadas pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e a Norma Operacional Básica – SUAS.
Portanto meu trabalho vem mostrar os desafios propostos para o profissional, assim desde a existência do mesmo, como também a participação em prol as pessoas e até mesmo as ações que contribuem a ética elemento primordial de qualquer profissão exercida.
2.SERVIÇO SOCIAL: HISTORICIDADE DA PROFISSÃO
O Serviço Social tem sua origem observadana caridade. De modo histórico, partiu-se desse sentido acrescido da ajuda, atenção aos necessitados e se fixou no serviço social, existindo - mesmo com seu desenvolvimento - vestígios nos dias atuais.
O Serviço Social sempre foi impulsionado pela necessidade momentânea, se a primeiro passo a caridade era a raiz de sua criação, a segundo passo o capitalismo, com as necessidades da burguesia atrelou-se a igreja, usando da "boa caridade" em forma de controle.
Num verdadeiro movimento contrário, burguesia e proletariado moviam-se incompativelmente no cenário social, lutando por objetivos opostos, o que determinava um grau de tensão permanente na sociedade. A reprodução das relações sociais tornava-se a reprodução da dominação, a reprodução ampliada do domínio de classe. (MARTINELLI, Maria Lúcia, 2009, p. 43)
Segundo Iamamoto (2000), o Serviço Social “nasce e se desenvolve embebido de ideias conservadoras, incorporando as ambiguidades do reformismo conservador."
Assim Martinelli (2009) descreve que os agentes eram envolvidos “na ilusão de servir e os destinatários na ilusão de que eram servidos, a classe dominante procurava mascarar as reais intenções do sistema capitalista, impedindo que este se tornasse transparente”.
Esse Assistente Social criado não visa analisar o ponto de divergência capital x trabalho, e sim usar de controle social sobre a parte trabalho, a fim de canalizar as forças e energias dessa classe em força de produção. Desse modo enaltecendo a palavra da Igreja e conformando com os mandos do Estado Burguês. O Serviço Social vira arma de controle/domínio nas mãos da Burguesia atrelada a Igreja.
[...] Uma vez que seu objetivo não era produzir nenhuma alteração substancial na ordem social, mas apenas mantê-la sob seu rigoroso controle, afastando o antagonismo que a desestabilizavam, a burguesia encaminhou seus esforços de racionalização da assistência por essa direção, unindo-se nessa tarefa aos seus históricos aliados: a Igreja e o Estado. (MARTINELLI, Maria Lúcia, 2009, p.64)
De posse do conhecimento de que o capitalismo tem sua existência gestada na exploração, no bem acumulado de um sobre o trabalho alheio, observamos que o Serviço Social tem um berço focado no domínio de classes. Por vezes o capitalismo teve seu sistema modificado, envolvendo o Estado e políticas públicas de interesse da sociedade civil, assim NATIVIDADE (Op. Cit) expõe que é forte a tentativa de esconder os verdadeiros objetivos do capitalismo, mas ele "necessita da exploração e alienação alheia para manter a sua sobrevivência".
O Serviço Social já surge portanto, no cenário histórico com uma identidade atribuída, que expressava uma síntese das práticas sociais pré-capitalista – repressoras e controlistas– e dos mecanismos e estratégias produzidos pela classe dominante para garantir a marcha expansionista e a definitiva consolidação dos sistema capitalista. (MARTINELLI, 2009, p. 67)
A autora NATIVIDADE (Op. Cit.), nos revela – em acordo com demais autores ora citados e aqui dialogados - que a profissão do Serviço Social “carrega em sua gênese, fundamentos embasados na filantropia e no assistencialismo, conforme a teoria burguesa positivista prega, trazendo ações pleiteadas no formato da ajuda e caridade”. Quando aprofundamentos na trajetória história há um entendimento dos motivos que a prática conservadora e tradicional ainda possui resquícios que se perpetuam nos dias atuais. 
A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes – alienação, contradição, antagonismo – pois foi nesse vasto caudal que ele foi engredado e desenvolvido. (MARTINELLI, 2009, p. 66)
É sabido que no jogo de interesses visto na luta de classes é que o serviço social se reconhece e se estabelece. Há a constante luta entre “classe dominante e de outro as demandas da classe subalterna, bem como o Estado que permanece sendo ferramenta pragmática neste contexto” (Brasil. Op. Cit. 2011).
No enredo capitalista de contradições o Serviço Social interage com distintas situações e lados que se opõe, enfrentando a ordem imposta pelo capital e buscando uma nova visão e formas de vivencias que tomem para si – o sujeito – o controle e o progresso. Todavia na historicidade brasileira vê-se que mecanismos foram tentados afim de promover manutenção dos sistema e contínuo domínio, facilmente identificado atualmente pelos meios sociais, ao qual o Serviço Social está inserido, mas que já esteve imbuído de desconhecimento, promovendo tal manutenção. Netto apud NATIVIDADE (Op. Cit. 2013) expõe que “a organização monopólica obedeceu à urgência de viabilizar um objetivo primário: o acréscimo dos lucros capitalistas através do controle dos mercados”. Marcuse (1978) apud BARROCO e TERRA, aponta que a contradição imanente de riqueza social e humana contra miséria material e espiritual constitui uma ordem que: “atinge a liberdade pela exploração, a riqueza pela pobreza, o crescimento da produção pela restrição do consumo [...] o mais alto desenvolvimento das forças produtivas coincide com a opressão e a miséria totais”.
Em face do capitalismo monopolista, o produto passa a custar mais, movido pela progressão dos preços de das produções, taxas, juros, acumulação de lucro, subconsumo, “investimento em setores de maior concorrência; substituição da mão-de-obra pelas novas tecnologias” (NATIVIDADE. Op. Cit). Essa situação influencia diretamente a classe dominada/trabalhadora e consequentemente o Serviço Social, ao passo que o nesta lacuna que se abre o Estado passa a implantar política sociais “requerendo desta forma a intervenção do Serviço Social para atender as suas exigências” (idem).
Como afirmam Marx e Engels (1998) apud MARINELLI “[...] Toda sociedade vai se dividindo, cada vez mais, em dois campos inimigos, em duas grandes classes, que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado”.
No desenrolar desta situação as mazelas sociais se ampliam, e Netto apud NATIVIDADE (idem) expõe que a super capitalização e o parasitismo são desencadeados na ascensão do capitalismo monopolista. Sendo que por super capitalização entende-se como o “crescimentoexponencial desses capitais excedentes” e “o parasitismo significa a instalação da burguesia parasitária nos grupos monopolistas” (NATIVIDADE. Op. Cit.)
Articulando o processo da organização monopólica com estas características, torna-se claro o seu perfil novo em face do capitalismo de corte concorrencial. Todavia, fica igualmente clara a reposição das antigas contradições que percorriam o seu antecedente, agora peculiarizadas. As organizações monopolistas não promovem a evicção da anarquia da produção que é congenial ao ordenamento capitalista; a “livre concorrência” é convertida em uma luta de vida ou morte entre os grupos monopolistas e entre eles e os outros, nos setores ainda não monopolizados (NETTO, 2001, p. 21).
O Serviço Social surge, então, a primeiro momento como uma solução paliativa das pressões que emergem das desigualdades sociais vivenciadas principalmente – ou totalmente – pela classe trabalhadora. “Nesse viés, a profissão segue determinados preceitos quetornam a sua prática conservadora, trazendo resoluções imediatas e pontuais, conforme requer o sistema capitalista” (NATIVIDADE. Op. Cit).
O que, até então, a profissão não se deu conta, e que posteriormente (anos depois) tomou-se luz aos profissionais é que, segundo IAMAMOTO (Op. Cit.).
[...] aprender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção e de reinvenção da vida construídas no cotidiano, pois é no presente que sã sendo recriadas formas novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado.
Netto (1991) apud BARROCO e TERRA, “expõe que a erosão do Serviço Social tradicional na América Latina se desenvolveu no contexto de crise do padrão de desenvolvimento capitalista do pós-guerra”.
No decorrer da história, o Serviço Social parte para um amadurecimento teórico e inicia-se o movimento de intenção de ruptura, colocando em cheque o tradicional e conservador modelo adotado perante a necessidade de reconceituação, legitimando-se e criticamente se questionando com embasamento de teoria marxista.
Todavia, é válido ressaltar que este movimento não foi fácil, rápido, contando com a aceitação universal dos assistentes sociais. A intenção de ruptura do serviço social com o seu viés conservador ainda está em efetivação. Essa teoria traz a ideia de que a atuação dos assistentes sociais deve vincular-se a projetos que agem diretamente ligados às demandas da classe trabalhadora, que por estar inserida no sistema capitalista, sofre com a omissão do Estado, que traz respostas focalizadas para a questão social e suas expressões. (NATIVIDADE. Op. Cit)
BARROCO E TERRA (Op. Cit) corroboram com esta reflexão ao trazer-nos que esta busca por ruptura percorre um processo desencadeado desde 1950, sendo ela um produto “histórico de uma prática social coletiva construída historicamente”, sendo impulsionado pela “erosão das bases do tradicionalismo profissional e pela renovação da profissão nos marcos da crise do capitalismo pós-guerra, pela eclosão de movimento revolucionários e contestatórios “ e ainda no Brasil, “no âmbito da autocracia burguesa, na década de 1960”.
A histórica do Serviço Social ganha um marco a partir do momento em que passa enxergar a realidade do sujeito como objetivo principal, de modo que passa a definir sua presença na sociedade, com sua importância e impacto, demonstrando seu trato e cuidado junto aos enfrentamentos da questão social e suas expressões. Passando a construir seu processo evolutivo de profissão de identidade contra a alienação.
Pode-se afirmar que a partir dos anos 1950 foram dadas as bases históricas para gestação de uma nova ética profissional que amadureceu na década de 1980 em face de condições sociais favoráveis e se objetivou nos anos 1990, teoricamente consolidada e ampliando o seu campo de intervenção prática. (BARROCO e TERRA. Op. Cit)
NATIVIDADE (Op. Cit.) nos traz que “a partir do início do século XX, ocorrem as mais variadas transformações sociais que trazem a ascensão do capitalismo junto com os seus confrontos e tensões”.
Dentro do conhecimento histórico, importante ao assistente social, salienta-se a importância de conhecer e compreender as transformações da sociedade, realizando um diálogo entre historicidade e vivencia. Tal posse de conhecimento para o profissional, segundo NATIVIDADE (idem) é “fundamental para conseguir observar que este movimento ainda persiste atualmente, porém com novas definições”. A influência que a profissão sempre recebeu de doutrinas religiosas, principalmente da igreja Católica e a ideologia burguesa, merecem a devida atenção, capacitandono dia-a-dia o profissional com conhecimentos trazidos das transformações ocorridas pela história.
[...] é por demais conhecida à relação entre a profissão e o ideário católico na gênese do Serviço Social brasileiro, no contexto de expansão e secularização do mundo capitalista. Relação que vai imprimir à profissão caráter de apostolado fundado em uma abordagem da “questão social” como problema moral e religioso e numa intervenção que prioriza a formação da família e do indivíduo para solução dos problemas e atendimento de suas necessidades materiais, morais e sociais. O contributo do Serviço Social, nesse momento, incidirá sobre valores e comportamentos de seus “clientes” na perspectiva de sua integração à sociedade, ou melhor, nas relações sociais vigentes. (YAZBEK, 2009, p. 03).
BARROCO e TERRA (Op. Cit) expõem que o Neotomismo, base da Doutrina Social da Igreja Católica,
[...] influenciou o Serviço Social desde a sua origem, seja na formação profissional, nas disciplinas de Filosofia e Ética, em sua fundamentação filosófica e valorativa tal como aparece nos Códigos de ética, seja em outros documentos que marcaram posicionamentos éticos da profissão, por exemplo o Documento de Araxá, de 1967.
Segundo NATIVIDADE (Op. Cit.) num primeiro momento o Serviço Social ligou-se a esta ideia, partindo de uma concepção conservadora para elaborar princípios e executar ações. Essa aceitação e adesão do Serviço Social é influenciada na proposta do Serviço Social americano, agindo com uma ação social de caráter conservador, advindo da igreja, com uma teoria social positivista. É ainda, neste contexto, que o profissional se legitima, mas tudo sobre a perspectiva conservadora, tendo o profissional se inserindo no mercado de trabalho e precisando “ampliar o seu referencial técnico-operativo para exercer sua prática enquanto profissional” (idem).
Foi a partir da década de 40 que o Serviço Social no Brasil recebeu a influência Norte-Americana com um desenvolvimento técnico do trabalho, com forte marca do positivismo que abraçou a valorização técnica frente os desenvolvimento de Serviço Social de Caso,Grupo e de Comunidade. Esta evolução trouxeao Serviço Social ume desprendimento da subordinação à Igreja e posteriormente ao Estado que tão marcaram seu início como arma de hegemonia e ideologia ao Estado burguês.
A autoraYazbek (2009) apud NATIVIDADE, aponta que “nem as doutrinas da Igreja e nem o conservadorismo podem ser considerados teorias sociais”, pois em sua visão a religiosidade tem doutrina pragmática que defende o “sistema de crenças e visão de mundo”, de mesmo modo que a ideologia conservadora promove o apoio onde prevalece a ordem capitalista vigente. Ainda, segundo o autor na contramão destas visões: 
A teoria social por sua vez constitui um conjunto explicativo totalizante, ontológico, e, portanto organicamente vinculado ao pensamento filosófico, acerca do ser social na sociedade burguesa, e a seu processo de constituição e de reprodução. A teoria reproduz conceitualmente o real, é, portanto, construção intelectual que proporciona explicações aproximadas da realidade e, assim sendo, supõe uma forma de Auto-constituição, um padrão de elaboração: o método. Neste sentido, cada teoria social é um método de abordar o real. O método é, pois a trajetória teórica o movimento teórico que se observa na explicação sobre o ser social. (YAZBEK. Op. Cit).
O Serviço Social tem no positivismo o afastamento crítico e político, pois procura por “respostas imediatas e pontuais”, “altamente clientelista, paternalista, apaziguador e amenizador das tensões e conflitos” (NATIVIDADE. Op. Cit.). Somos expostos a visão da autora, que afirma que o positivismo não busca a capacitação e potencialidades da participação “dos sujeitos no processo de transformação da sociedade capitalista”, o que aqui confrontamos com a já demonstrada necessidade intrínseca e cotidiana do assistente social com a mudança. Tal pontualidade e imediatismo, a luz da autora, faz com o que o Serviço Social se limita em aparências, sem buscar o pluralismo e o aprimoramento intelectual.
Retomando o período de impulsos ao questionamento do Serviço Social, criticando sobre seu papel na sociedade, iniciada nos anos 60, percebemos que a afirmativa sobre a relação com o capitalismo e sua expansão mundial associassem no mesmo ritmo da subordinação da América Latina perante o capital. Essa situação contribuem para os questionamento dos assistentes sociais, colocando o tradicional e o conservador sobre alvo de reflexão, ao que se dá o início do Movimento de Reconceituação, renovando o que NATIVIDADE (Op. Cit) coloca como “renovação da profissão em seus mais variados níveis, que ocorre do forma gradual”.
Nas lacunas criadas pela exploração e crescimento do capitalismo, o assistente social também observou a necessidade de estabelecer uma nova direção, um novo projeto que de maneira eficaz promove-se uma atenção a classe trabalhadora e se direcionasse a defesa de direitos, com visão sobre os sujeitos mais subalternizados. (NATIVIDADE. Idem). Reafirmando que “partir deste momento histórico, o Serviço Social a ser embasado pela teoria social marxista, embora sua efetivação ocorra gradativamente” (idem).
Assim, a construção de uma nova ética profissional foi gerada no interior da vertente que surgiu e amadureceu a partir de condições históricas que permitiram a negação e a busca de ruptura com o conservadorismo profissional: a vertente que deu origem ao projeto de ruptura que hoje denominamos projeto ético-político (NETTO, 1999, apud BARROCO e TERRA, Op. Cit.)
A década de 70 traz autores que buscam explicar o Serviço Social “enquanto formação acadêmica e exercício profissional, bem como retratam a atuação profissional em si” (NATIVIDADE. Op. Cit), tendo como exemplo Marilda Vilela Iamamoto e José Paulo Netto – estudados, inclusive, neste trabalho.
A autora ainda nos traz que,
Porém, estas questões se modificam e seguem outro norte de produção intelectual do próprio Serviço Social brasileiro, que trazem algumas vertentes como explicação, tais como: a vertente modernizadora, que possui vinculação em seu embasamento de um conservadorismo muito forte, atuando no enfrentamento da pobreza e visando integrar toda a sociedade. (idem)
Uma outra vertente também surge, a fenomenológica, trazendo os assistentes sociais numa atuação de visão do sujeito e comunidade, as pessoas e o cotidiano vivido. NETTO (1994) apud NATIVIDADE traz na análise desta vertente como “uma forma de reatualização do conservadorismo presente no pensamento inicial da profissão”.
Todavia, na corrente questionadora, de reflexão da profissão da finalidade de suas práticas, a vertente marxista soma com a posição de rompimento do Serviço Social com o tradicional. Ela coloca a sociedade de classes na consciência do profissional, estimulando o pensamento de sua atuação em prol das classes subalternas. Este novo referencial teórico impulsiona a profissão a novas práticas, para um novo direcionamento.
As novas tendências teóricas, surgidas na década de 1980, colocam uma proximidade e articulação com a crítica de Marx e a profissão do Serviço Social. Autores, como Marilda Vilela Iamamoto, compreendem o sujeito dentro de suas mediações e suas relações sociais, ainda que não percebidas ao mesmo momento. “[...] tanto a formação profissional quanto o trabalho do Serviço Social, nos anos 1980, se solidificaram, tornando possível, hoje, dar um salto qualitativo na análise sobre a profissão” (IAMAMOTO. Op. Cit.)
NETTO apud NATIVIDADE (Oc. Cit) expõe que a sociedade realiza um processo de esclarecimento e ocultação da existênciaa das relação sociais entre os sujeitos.
Ou seja, as relações sociais são sempre mediatizadas por situações, instituições, etc., que ao mesmo tempo revelam/ocultam as relações sociais imediatas. Por isso nesta matriz o ponto de partida é aceitar fatos, dados como indicadores, como sinais, mas não como fundamentos últimos do horizonte analítico. Trata-se, portanto de um conhecimento que não é manipuladore que apreende dialeticamente a realidade em seu movimento contraditório. Movimento no qual e através do qual se engendram, como totalidade, as relações sociais que configuram a sociedade capitalista. (YAZBEK apud NATIVIDADE. Op. Cit).
Ainda, a luz de NATIVIDADE (Op. Cit), o processo “de apropriação da teoria marxista por parte do Serviço Social surge seguido pelos mais variados debates e discussões que ocorrem de maneira acadêmica e organizativa”. Ele traz tendências variadas e que se divergem, mas que em convívio são utilizadas, produzindo ao Serviço Social debates de qualidade, que por sua vez proporcionam ao Serviço Social um bem de produções bibliográficas próprias, expandindo os cursos de níveis de especializações, mestrados e doutorados. A autora nos aponta que há, então, a aproximação ao campo das ciências sociais, havendo o “resgate sócio-histórico da profissão que se insere na divisão sócio-técnica do trabalho, bem como ampliando a compreensão acerca do Estado capitalista e suas mazelas” (idem).
Daqui nota-se um processo de maturidade do Serviço Social, destacando-se tanto na pesquisa, quanto na característica prático-interventiva. Este movimento rompe com o conservadorismo, ainda que as contradições e contínua luta mantem-se, não se encerrando para o debate e a luta constante.
Pois, a herança conservadora e anti-moderna, constitutiva da gênese da profissão atualiza-se e permanece presente nos tempos de hoje. Essa maturidade profissional que avança no início do novo milênio, se expressa pela democratização da convivência de diferentes posicionamentos teórico-metodológicos e ideo-políticos desde o final da década de 1980. Maturação que ganhou visibilidade na sociedade brasileira, entre outros aspectos, pela intervenção dos assistentes sociais, através de seus organismos representativos, nos processos de elaboração e implementação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (dezembro de 1993). (YAZBEK, 2009, apud NATIVIDADE. Op. Cit.).
No contínuo crescimento das demandas sócio assistenciais e a institucionalização das ações, observa-se que a desigualdade social e a pobreza extrema também continuam a crescer. Há também, segundo NATIVIDADE (Op. Cit.) o reconhecimento de que a “intervenção do Estado e que as medidas tomadas pelo mesmo não são suficientes para preservar e garantir o bem-estar da sociedade”. Contudo, uma nova eficácia para as medidas e ações são vistas com objetivos diferenciados e contrários ao almejado, reproduzindo em si:
[...] o contorno político dos problemas sociais, abafando, momentaneamente as tensões e estabelecendo ou fortalecendo vínculos de dependência da população carente para com o Estado através das instituições de cunho assistencial ou previdenciário. Na busca de contornar a desigualdade econômica, reforçando a “sensação” de uma participação mais efetiva do cidadão no poder e nos “benefícios” sociais, o que se obtém como resultado é a reprodução da desigualdade social e do poder segmentado de uma base legitimamente popular. Em suma, apesar de todas as medidas de controle, se acumulam e se reproduzem as expressões de antagonismo social; apenas suas eclosões se retardam ou se manifestam com uma roupagem, aparentemente, menos violenta. (IAMAMOTO, 2004, apud NATIVIDADE. Op. Cit.).
Segundo NATIVIDADE (Op. Cit) a história da profissão, desde o seu surgimento, passa acompanhar a história do capitalismo monopolista, propiciando a “profissionalização do Serviço Social por conta dos conflitos vivenciados pelo Estado burguês com relação à questão social”. A autora argumenta que para autores, ora citados, como Netto e Iamamoto, o surgimento de variados espaços sócio ocupacionais faz emergir a profissionalização da profissão, concluindo na inserção do profissional com legitimidade e na ruptura do conservadorismo.
A construção do projeto ético-político da profissão no Brasil deu-se por aspectos que ocorreram de avanços pelos direitos sociais, conquistando-os e materializando-os e reconhecimento jurídico e legal. A reconfiguração da formação profissional do Serviço Social aproxima a várias demandas da sociedade, construindo uma nova imagem para a profissão. Juntamente com a reforma curricular, surgiram espaços de intervenção, ampliando a prática profissional e seu reconhecimento.
Realizar o resgate histórico do Serviço Social é fundamental ao estudo e, também, a construção da identidade profissional. Entender os fatores que se envolvem direta e indiretamente com o surgimento da profissão e o progresso histórico capacita positivamente a atuação cotidiana do profissional. Corroborando com NATIVIDADE (Op. Cit) que argumenta que a “gênese do Serviço Social no Brasil não se limita apenas à filantropia, mas sim ocorre em conjunto com o surgimento das situações sociais que se instalaram em meio à sociedade e seus meios de produção”. Trazendo, ainda, que o Serviço Social se “legitima a partir do embasamento teórico que perpetua a profissão” (idem). 
Nesta linha de raciocínio NATIVIDADE (Op. Cit) continua observando que ainda que o Serviço Social possua uma profissão regulamentada com projeto ético-político situado no embasamento de teoria social crítica marxista, ainda se mantem ações filantrópicas e assistencialistas de perspectiva burguesa e do sistema capitalista, ao qual todos estamos inseridos. Reafirmando, assim, a necessidade da contínua crítica e questionamentos.
Vale salientar que as posturas conservadora e de ruptura coexistem não em nível relacional, mas de oposição e contradição, novamente revelando a continuação do processo e ruptura e criando a identidade decisiva da profissão.
Substantivamente, a ruptura se revela no fato de, pouco a pouco, os agentes começarem a desempenhar papéis executivos em projetos de intervenção cuja funcionalidade real e efetiva está posta por uma lógica e uma estratégia objetivas que independem da sua intencionalidade. O caminho da profissionalização do Serviço Social é, na verdade, o processo pelo qual seus agentes – ainda que desenvolvendo uma auto representação e um discurso centrados na autonomia dos seus valores e da sua vontade – se inserem em atividades interventivas cuja dinâmica, organização, recursos e objetivos são determinados para além do seu controle. (NETTO, 2001, apud NATIVIDADE. Op. Cit.).
 Nesta linha, é essencial a presença do profissional assistente social, realizando o que a NATIVIDADE (Op. Cit.) nos informa de ação que “formule, programe e execute as políticas de cunho social, para que atendam as demandas da classe subalterna”. Sendo o assistente social um profissional que atua na gestão de bem e serviços ofertados.
A trajetória histórica da sociedade e a realidade social dos sujeitos nela inseridos instiga ocaráter investigativo aos assistentes sociais, fazendo com que o profissional desempenhe suas ações para além das aparências, buscando encontrar a essência dos fatos e relatos, para então intervir na realidade exposta (idem).
A autora IAMAMOTO (2009. Op. Cit) relata que o “Serviço Social é socialmente necessário porque ele atua sobre questões que dizem respeito a sobrevivência social e material dos setores majoritários da população trabalhadora”. NATIVIDADE (Op. Cit.) nos diz que a questão social requer a intervenção dos assistentes sociais, de modo que são incluídos no mercado de trabalho, “se reconhecendo enquanto trabalhadores e não enquanto voluntários”. A mesma também relata que o profissional assistente social também sofre a lógica do capital, pois está inserido no processo de tecnificação do trabalho.
Logo, o assistente social está participante da classe dos trabalhadores assalariados, partindo da visão diferenciada sobre a realidade social e de seus usuários. A história mantém o revelar de continuidade da renovação e reconceituação do Serviço Social, com mudanças desde a metodologia, até os fundamentos históricos e teóricos, perpassando segundo NATIVIDADE (Op. Cit) “desde o nível acadêmico até a profissão em si”. “Portanto, os efeitos e resultados obtidos na prática profissional encobrem o discurso conservadorque está por vezes ativo no cotidiano de atuação dos assistentes sociais” (idem).
Assim, no desenvolver do Serviço Social está a pratica do profissional ligada as desigualdades sociais, com a necessidade de respostas ao limites que as desigualdades impõem sobre a vida dos sujeitos. Esta prática deve proporcionar resultado a médio e longo prazo, como resultante da elaboração, implementação e execução das política sociais desenvolvidas e oferecidas nos espaços públicos e privados, sob um cuidado para que não reforcem o poder das classes dominantes. (NATIVIDADE. Op. Cit.)
A face visível dessas relações, para aqueles que as vivem no contraverso do poder são as desigualdades expressas nas múltiplas formas e exploração, subordinação e exclusão do usofruto das conquistas da civilização por parte e segmentos majoritários da população.O cotidiano do trabalho do assistente social apresenta-se como um campo de expressões concretas das desigualdades referidas, de manifestações de desrespeito aos direitos sócias e humanos, atingindo, inclusive o direito à vida (IAMAMOTO.2009. Op. Cit.)
O Serviço Social enfrenta a cada nova época influências que inflamam as expressões da questão social. O neoliberalismo é uma delas. Fortemente marcado no capitalismo contemporâneo. Logo, cabe ao Serviço Social possuir “uma visão crítica da realidade em que está inserida, da sociedade e das relações entre os sujeitos que nela convive” (NATIVIDADE. Op. Cit.). Mantém-se a necessidade do profissional, segundo NATIVIDADE (idem) para a atenuação das lutas de classes e o trato das demandas populares surgidas na concentração e acumulação do capital nas mãos da elite burguesa. 
O capitalismo contemporâneo destrói conquistas civilizatórias históricas, produto da luta política da classe trabalhadora e alicerça as condições de vigência da barbárie na vida cotidiana, além de promover argumentos ideológicos justificadores da exploração e da opressão (BARROCO e TERRA. Op. Cit.)
FERREIRA (2009) expõe que a política neoliberal produz “as más condições da saúde, educação e moradia, devido a política de redução dos gastos públicos", bem como “não só a restrição e eliminação de direitos sociais, mas também para restrição à organização e à luta sindical” (idem). Telles (apud TOMAZ, Marianna Andrade) ressalta que nos tempos atuais as conquistas sociais alcançadas estão sendo devastadas pela avalanche neoliberal no mundo inteiro.
Reafirma-se, portanto, que a compreensão trazida por NATIVIDADE (Op. Cit.) de que a profissão surge no reforço da subordinação da classe trabalhadora aos interesses da classe dominante só possível através da análise histórica do Serviço Social. Para Netto (2001 apud NATIVIDADE. Op. Cit.), os assistentes sociais “são responsáveis pela intermediação entre os bens e serviços sociais prestados e a população, isto é, o Serviço Social surge para mediar às relações entre o Estado e a questão social, através das políticas sociais”.
3. O ASSISTENTE SOCIAL
O profissional Assistente Social é caracterizado por marcas profundas de questionamentos, críticas, mudança, transformação e de direitos. Seu histórico de superação de domínio e de ideologias conservadoras o marca permanentemente, de modo a criar uma identidade de projeto profissional que esteja vinculado ao “processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero (CFESS, 2011).
Vale salientar, que a Lei 8662, de 07 de junho de 1993, dispôs sobre o profissional Assistente Social, situando-o no campo de profissionais liberais com formação de ensino superior, designando competências e atribuições privativas a ele.
É um trabalhador especializado, que vende a sua capacidade de trabalhado para algumas entidades empregadoras, predominantemente de caráter patronal, empresarial ou estatal, que demandam esta força de trabalho qualificada e a contratam. (IAMAMOTO, Marilda Vilela. 2009)
Segundo IAMAMOTO (ibidem), o profissional Assistente Social está inserido no mercado de trabalho, que por vez atua com serviços para atender a necessidade da sociedade, mas também participa dela como trabalhador. A autora defende que “seu trabalho não resulta apenas em serviços úteis, mas ele tem um efeito na produção ou na redistribuição do valor e da mais-valia” (idem)
Na linha de raciocínio da autora, o serviço social é identificado com o relacionamento com as várias dimensões da vida social, o que entendemos como o relacionamentos diversos cotidianos que vivemos e mantemos dentro de ambientes familiares, religiosos, profissionais, de modo que se representam nos variados papéis sociais que vivenciamos.
[...] o Serviço Social é considerado como uma especializaão do trabalho e a atuação do assistente social uma manifestação de seu trabalho, inscrito no âmbito da produção e reprodução da vida social. Esse rumo da análise recusa visões unilaterais, que apreendem dimensões isoladas da realidade, sejam elas de cunho economicista, politicista ou culturalista. (IAMAMOTO. Op. Cit. Pág. 27)
Para que o assistente social alcance seus objetivos aqui já citados, ele lutará diariamente contra o enfraquecimento do conhecimento e acesso dos direitos conquistados, bem como da luta por novos direitos e melhorias. É ir justamente em oposição ao ação de pensamento dominador que diz que “[...] o saber aumenta e multiplica nossos desejos, e quanto menos um homem deseje mais fácil é satisfazer suas necessidades.” (MANDEVILLE, 1982, p.83).
Evidencia-se pelo discorrer de campo de atuação do profissional que os indivíduos e famílias com maiores degradação social e forte sofrimento diária estão no principal trato do assistente social. A desigualdade, influenciada pela historicidade tem sido alvo de trabalho, não somente relacionada com questões de condições materiais e de pobreza e subalternidade, mas também a precariedade dos serviços públicos, o enfraquecimento dos vínculos familiares, os conflitos afetivos, os abusos sexuais e maus tratos, são questões que segundo SILVEIRA (2009 apud BRASIL) “comprometem capacidade protetora das famílias e reproduzem a opressão e a violência intrínsecas na natureza das relações sociais presentes em nossa sociedade”.
Não se pode esquecer que o modelo sócio-assistencial inscrito no SUAS encontrou e ainda convive com um cenário fortemente marcado pelo assistencialismo clientelista e nisto reside um de seus maiores desafio, o estabelecimento de relações de trabalho pautado na cultura de direitos. (BRASIL. Op. Cit. 2011)
Assim, o profissional, com base na PNAS/2004, estimula o desenvolvimento da autonomia, colocando na concepção extraída em BRASIL/2011 (Op. Cit) um aumento significativo do conceito de usuário da assistência social ao destinar esta autonomia para “indivíduos, famílias, coletividades e o respeito às Suas formas próprias de organização coletiva e de intervenção social e política”.
Cabe ao assistente social formular, avaliar e executar projetos vinculados às políticas sociais e às reinvindicações da classe trabalhadora e subalterna. É necessário que este profissional seja crítico, que detenha conhecimento acerca do espaço institucional no qual está inserido, apostando assim na emancipação de seus usuários. (NATIVIDADE, Camila Souza da. 2013)
A mesma NATIVIDADE (idem) expõe ainda que, o assistente social deve atuar com uma qualidade interventiva passível de obtenção através de ações de planejamento, assessoramento, negociação e pesquisa e forma que traga estímulo para os seus usuários.
3.1O ASSISTENTE SOCIAL NO EXERCICIO PROFISSIONAL
Quando adentramos no campo de atuação do profissional Assistente Social, temos as teorias elaborados pelo senso comum quase que criando um personagem estigmatizado com pessoa cuidadosa, caridosa, que trabalha com fatores que envolvam pobreza, porém a Política Nacional de Assistência Social PNAS) nos diz que os usuários da Assistência Social, são definidos de acordo vulnerabilidade e riscos
tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclosde vida; identidades estigmatizadas em termos étnicos, cultural e sexual: desvantagem pessoal resultante de deficiência; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso as demais políticas públicas; uso de substancias psicoativas ; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar , grupos e indivíduos; inserção precária ou inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social (Brasil. PNAS,2004). 
As autoras BARROS e TERRA (2012. Pág. 15) nos coloca que dentro do histórico de lutas, conquistas e progressão profissional, o Assistente Social precisa continuar com “partícipe nas grandes questões em defesa do trabalho, da Seguridade Social pública e nas lutas do mais diferentes movimentos”. As mesmas também defendem que as ações realizadas no cotidiano dos Assistentes Social “produzem um resultado concreto que afeta a vida dos usuários e interfere potencialmente na sociedade e que nessas ações se inscrevem valores e finalidades de caráter ético” (ibidem. Pág. 32).
Segundo IAMAMOTO (Op. Cit.) o profissional pode, na empresa, participar do “processo de reprodução da força de trabalho e/ou da criação da riqueza social, como parte de um trabalho coletivo, produtivo de mais-valia”. Enquanto que, no Estado, segundo a autora (idem) o mesmo atua no campo de defesa de direitos sociais de cidadania, participando da redistribuição da mais-valia, via fundo público.
Quando se fala em produção/reprodução a vida social não se abrange apenas a dimensão econômica [...] mas a reprodução das relações sociais de indivíduos, grupos e classes sociais. Relações sociais estas que envolvem poder, sendo relações de luta e confronto entre classes e segmentos sociais, que têm no Estado uma expressão condensada da trama do poder vigente na sociedade. (IAMAMOTO. Op. Cit. Pág. 26)
Vemos que o “o Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como especialização do trabalho” (IAMAMOTO. Idem). Essa questão social que é o conjunto das expressões sociais, experimentadas segundo IAMAMOTO no “trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc”. Ainda pela autora a desigualdade promove a rebeldia, que é a resistência, a oposição contra o desigual vivenciado pelos sujeitos.
É nesta tensão entre produção de desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistente sociais, situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. (IAMAMOTO. Idem)
IAMAMOTO (2004) apud NATIVIDADE (2012) expõe que o Serviço Social para a sociedade capitalista possui um significante relevância, pois dentro desse sistema ao qual estamos inseridos o profissional atua constantemente na “reprodução das relações sociais, estando em meio às contradições e conflitos existentes na luta de classes”, cabendo enxergar e perceber o Serviço Social em sua historicidade inserido no“trabalho coletivo em conjunto com as classes subalternas”.
Importa-se, dessa maneira, ter uma compreensão do que é relevante ao Serviço Social enquanto profissão, mas também, “identificar quais são as implicações que permeiam a atuação profissional” (idem). De acordo Montaño (2009) apud NATIVIDADE (Op. Cit.) a proximidade e participação do assistente social com a classe trabalhadora e seus interesses está relacionada nas demandas que o profissional possui
A profissão é compreendida, por esta autora, como um produto histórico, e não como um desenvolvimento interno das formas de ajuda descontextualizada ou apenas, no melhor dos casos, inserida numa realidade social; ela é produtora e reprodutora das relações sociais. Assim seu significado social depende da dinâmica das relações entre as classes e destas com o Estado [...], no enfrentamento da questão social. É na implementação de políticas sociais [...] que ingressa o Serviço Social, 
IAMAMOTO (1992) apud NATIVIDADE (Op. Cit) também nos traz que
[...] Assistente Social é solicitado não pelo seu caráter propriamente técnico-especializado de suas ações, mas antes e basicamente pelas funções de cunho “educativo”, “moralizador” e “disciplinador” [...]. Assim, o assistente social aparece como o profissional da coerção e do consenso, cuja ação recai no campo político. 
3.2 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL: O PROFISSIONAL
O assistente social é um trabalhador assalariado, integrante do mercado de trabalho de compra e venda de força e produto, especificamente venda de força, para empresas estatais ou privadas, visto que este profissional não dispõem de “todos os meios e condições necessários para a efetivação de seu trabalho, parte dos quais lhe serão fornecidos pelas entidades empregadoras” (IAMAMOTO, 2009).
Para Iamamoto e Carvalho (1995 apud NATIVIDADE. Op. Cit), o Serviço Social,
[...] se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana, processos esses aqui apreendidos sob o ângulo das novas classes sociais emergentes – a constituição e expansão do proletariado e burguesia industrial – e das modificações verificadas na composição dos grupos e frações de classes que compartilham o poder de Estado em conjunturas históricas específicas. 
Assim, no processo de produção e reprodução capitalista, o serviço social pode ser incluído entre as atividades que, não sendo diretamente produtivas, são indispensáveis ou facilitadoras do movimento do capital. 
Tendo como instrumento básico de trabalho a linguagem, as atividades desse trabalhador especializado encontram-se intimamente associadas à sua formação teórico-metodológica, técnico-profissional e ético-política. Suas atividades dependem da competência na leitura e acompanhamento de relações e vínculos sociais com os sujeitos sociais junto aos quais atua (IAMAMOTO. 2009. Op. Cit).
Para Monteiro e Silva (2005) a relação existente no desenvolvimento das forças produtiva e das relações sociais desenvolvidas no processo capitalista, configuram a novas necessidade sociais e os novos impasses, de modo que os profissionais são exigidos em qualidades para melhor atendimento.
Nesta perspectiva, as consequência negativas do modo capitalista, manifestadas com o desemprego, precarização e flexibilidade no mercado de trabalho, desigualdade social, dentre outras, necessitam fornecer respostas às necessidades imediatas das classes trabalhadoras, a fim de que estas autorizem sua própria exploração, legitimando a lógica capitalista. 
Seu trabalho situa-se predominantemente no campo político-ideológico: o profissional é requerido para exercer funções de controle social e da reprodução da ideologia dominante junto aos segmentos subalternos, sendo seu campo de trabalho atravessado por tensões e interesses de classes (IAMAMOTO. 2009. Op. Cit).
Vale refletir, diante da historicidade apresentada, que a sociedade não está estacionada, ela é dinâmica e possui constantes transformações, que interferem, alteram e distorce direções que a mesma caminha. O que pressupõe que os movimentos sociais devem estar antenados a este dinamismo, reorganizando as relações e acompanhando as mudanças.
As vivências históricas nos relatam momentos diversos de crises sociais e econômicas, existindo também dentro do próprio Serviço Social, que tem na crise capitalista reflexos em seu campo de atuação. Segundo Paulo Netto (2010) é somente na ordem societária comandada pelo monopólio que se gestam as condições histórico-sociais, para que, a divisão social (e técnica) do trabalho, constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como as do assistente social. 
Na bagagem histórica do profissional vale a reflexão sobre sua identidade, os fatores de alienação que a envolveu e envolve, o protagonismo e a capacidade de renovação observada diante das necessidades e exigências que as vivências vão impondo. De modo que esta avaliação necessitapara ser efetiva estar subsidiada pelo seu compromisso projeto ético-político, autonomia relativa, absorção histórica das demandas e evoluções, relacionando-as com os valores e aspirações pessoais, identificando, ainda, as limitações e contradições dos espaços.
É correto afirmar que a institucionalização do serviço social como trabalho está embrionada no desenvolvimento do modo de produção capitalista, mais especificamente na passagem do capitalismo concorrencial ao capitalismo monopolista. O seu surgimento no país, ainda na década de 1930 situava as atenções em princípios cristãos, através da caridade e da moralização, definidos pela Igreja Católica. No mesmo período, Getúlio Vargas, numa tentativa de conter as expressas insatisfações da massa proletária, viabiliza as leis trabalhistas. O que no entrelace da influência da Igreja e do Estado promoveu uma ação de controle social, assistencialismo e apontamento moral ao indivíduo pela condição que o mesmo vivenciava.
(...) Não podemos, no entanto, esquecer que, por sua vinculação histórica com o trabalho filantrópico, voluntário e solidário, a Assistência Social brasileira carrega uma pesada herança assistencialista que se consubstanciou a partir da “matriz do favor, do apadrinhamento, do clientelismo e do mando, formas enraizadas na cultura política do país, sobretudo no trato com as classes subalternas. (GUERRA, 2000, pág. 75) 
O que já em outras épocas rotulou o profissional assistente social de ajudador fora questionado, e esta postura cabe manutenção contínua, já que fez emergir novo posicionamento, criticando a sociedade e refletindo sobre as contradições inerentes do sistema capitalista, revelando a exploração que sustenta este sistema de produção coletiva de riquezas com o empobrecimento de muitos. IAMAMOTO (1999) destaca que "a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade".
O desconhecimento da matéria-prima do seu trabalho contribui para que o profissional deixe de ser sujeito de suas ações e consciente os efeitos que elas possam provocar nos processos sociais e das múltiplas expressões da questão social. (IAMAMOTO. 2009. Op. Cit.).
A autora (idem) relata que essa matéria-prima, encontrada no âmbito da questão social e suas manifestações são observadas na vivência dos indivíduos e suas relações quotidianas.
Importa considerar as características específicas que as expressões da questão social assumem aos níveis regional, estadual e municipal, e as alterações sócio-históricas que nelas vêm processando, também em função das formas coletivas com que possam estar sendo enfrentadas pelos sujeitos envolvidos. (IAMAMOTO. Idem)
Vemos em GOMES e DINIZ que o profissional começou a ficar inquieto, insatisfeito, na atuação em cima dos resultado trazidos pela questão social, fazendo com que buscasse o aprofundamento do olhar, tentando “aprender as causa sobre as quais é chamado a intervir”. Esta postura de investigação e intervenção subsidia as “propostas de enfrentamento das manifestações da questão social, corroborando para o fortalecimento de sua competência” (idem).
Soma-se a luz do conhecimento a afirmação de Netto (2010 apud GOMES e DINIZ) que relata que o serviço social se insere nas atividades “auxiliadoras dos processos especificamente monopólicos da reprodução, acumulação e valorização do capital”. Na mesma visão, o serviço social, configura no complexo compósito de áreas de intervenção, “onde se entrecruzam e rebatem todas as múltiplas dimensões das políticas sociais e as quais a ação profissional se move”, salientando que se dão entre a “manipulação prático-empírica de variáveis que afetam imediatamente os problemas sócias e a articulação simbólica que pode ser constelada nela a partir dela.
Retomando o histórico do Serviço Social, observamos que a ditadura militar ocorrida em 1964 desarticula o anseio do rompimento dos trabalhos com cunho assistencialista, que segundo GOMES e DINIZ, visava uma “reestruturação da profissão sob parâmetros de uma fundamentação teórica e uma prática política “. Na linha de raciocínio as autoras expressam que as emergências de mudanças fez com que os engajamentos pela reconceituação fossem mantidos, marcando seu histórico em eventos como:
[...] o Congresso de Araxá em 1967, o Congresso de Teresópolis em 1972 e o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais e 1979 – conhecido como Congresso da Virada – onde a classe torna explícita sua ruptura com o serviço social e seu caráter conservador (idem). 
Na visão de Iamamoto (2010 apud GOMES e DINIZ), o processo de renovação crítica do Serviço Social - fruto e expressão de um amplo movimento de lutas pela democratização da sociedade e do Estado no país, com forte presença das lutas operárias - impulsionaram a crise da ditadura militar: a ditadura do grande capital. 
No que diz respeito ao contexto de ascensão dos movimentos políticos das classes sociais, das lutas em torno da elaboração e aprovação da Constituição de 1988, bem como da defesa do Estado de Direito, os assistentes sociais foram socialmente questionados pela prática política de diferentes segmentos da sociedade civil. (Idem)
O Serviço Social não ficou a reboque desses acontecimentos, impulsionando um processo de ruptura com o tradicionalismo profissional e seu ideário conservador. Tal processo condiciona, fundamentalmente, o horizonte de preocupações emergentes no âmbito do Serviço Social, exigindo novas respostas profissionais, o que derivou em significativas alterações nos campos do ensino, da pesquisa, da regulamentação da profissão e da organização político - corporativa dos assistentes sociais. (IAMAMOTO, 2010, pag., 32) 
É neste contexto que o profissional encontra uma nova etapa para o agir, para a identidade de sua profissão, posicionando-se em favor da “classe trabalhadora, da equidade e da justiça social, na defesa dos direitos humanos, e construção de uma nova ordem societária” (GOMES e DINIZ). Diante desta novo posicionar é que o assistente social desvincula-se do julgo burguês e dos interesses de ordem capital, buscando agora para si a emancipação. Corroborando com GOMES e DINIZ que associa esta luta histórica com a capacidade de, na atualidade, o profissional ser crítico e propositivo para a emancipação de seus usuários. As autoras defendem que as contradições do capital e trabalho, o foco de trabalho, o empoderamento do cidadão, contornam a identidade profissional.
A luz de GOMES e DINIZ, observamos que o movimento citado pode atribuir ao Serviço Social um caráter científico, realizando diálogos com a tradição marxista e demais ciências humanas e sociais, o que vale citar: a antropologia, sociologia, psicologia, economia e ciência política. Quando o assistentes social rompeu com o conservadorismo e assistencialista de mera execução, passou a conquistar “novas atribuições no mercado de trabalho, reconfigurando-se numa atividade capaz de decifrar a realidade produzir conhecimentos e provocar transformações” (idem).
3.3 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL: POLITICAS SOCIAIS
Continuando sob a luz da autora NATIVIDADE (Op. Cit.) somos levados a reflexão das políticas sociais. De modo que estas trazem novas demandas e espaços ao Serviço Social enquanto profissão subordinada na divisão sócio-técnica do trabalho e, também, atuando diretamente sobre ela. Assim, existe um papel contraditório realizado pelo Estado, segundo a autora, já que este atende aos interesses “dos grandes monopólios, evidenciando ainda mais a emergência do Serviço Social”.
O Estado capitalista é desigual em sua estrutura e não permitiu igualdade de oportunidades e divisão de riquezas de maneira igualitária. Por esse motivo, o estado criou as políticas sociais para atender a uma camada da população que não participa do processo produtivo. Desde suas origens, o que vemos são ações do órgão público direcionadas a atender ao interesse do capital. (ROSSI e JESUS. 2009)
A autoraNATIVIDADE (Op. Cit) fala sobre o privilégio que são os espaços trazidos pelas políticas sociais, “uma vez que é possível tencionar a ordem socialmente posta a partir dos posicionamentos éticos-políticos assumidos pelos profissionais que as operacionalizam”. Conforme Netto (apud NATIVIDADE. Op. Cit.) há particularidades atribuídas aos profissionais inseridos “no contexto da acumulação capitalista, não significando que desempenhem funções produtivas”.
Do Estado de bem-social ao estado neoliberal, um longo caminho se percorreu. Mudanças foram realizadas e os assistentes sociais tiveram de aprender a executar políticas em constantes transformações (ROSSI e JESUS. Op. Cit).
Iamamoto (2001 apud NATIVIDADE. Op. Cit) destaca que o agravamento da questão social, o que subtendemos também o fortalecimento de suas expressões, fez com que as políticas sociais sejam cada vez mais requisitadas, sendo este o campo de atuação onde o profissional assistente social atuará como implementador dessas políticas.Todavia, é no decorrer do processo histórico que os profissionais assistentes sociais vêm sendo requisitados como elaboradores, planejadores e gestores das políticas sociais. Entretanto, desempenhar suas funções é um desafio, pois 
Responder a tais requerimentos exige uma ruptura com a atividade burocrática e rotineira, que reduz o trabalho do assistente social a mero emprego, como se esse se limitasse ao cumprimento burocrático de horário, à realização de um leque de tarefas, as mais diversas, ao cumprimento de atividades preestabelecidas. Já o exercício da profissão é mais do que isso. É uma ação de um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Requer, pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional. (IAMAMOTO, 2009, apud NATIVIDADE. Op. Cit).
As políticas sociais são entendidas por ROSSI e JESUS (Op. Cit) como a ação do Estado, porém, sem reduzi-las as políticas estatais, já que há participação e o “envolvimento de diferentes atores sociais na sua formulação e na sua implementação, os direitos coletivos” 
A autora NATIVIDADE (Op. Cit) destaca que a política social “é vista como uma das resposta para a questão social e possibilita o acesso aos direitos e serviços disponíveis para aqueles que a requisitam". A mesma considera que na prática profissional não se concretiza o discurso ideológico, de forma que não modifica verdadeiramente a vida dos usuários, por não haver realmente este intuito. E é dentro deste sistema, que a autora vincula o assistente social, “planejando, operacionalizando e viabilizando os serviços sociais oferecidos para a população, proporcionando apoio para a continuação do funcionamento dessas instituições” que ofertam os serviços alocados nas políticas sociais.
O reconhecimento da contradição constitutiva da política social na relação com o trabalho supõe, ainda, a compreensão dos limites históricos das respostas institucionais do Estado, nas relações entre as classes, diante da acumulação capitalista, dos ciclos de modernização conservadora, de políticas desenvolvimentistas e da programática reformista do neoliberalismo. (BRASIL/MDS. 2011)
É mediante as políticas públicas que são distribuídos e redistribuídos os bens e serviços sociais como resposta as demandas da sociedade civil. Embora, as políticas públicas sejam responsabilidades do Estado, não significa, que cabe unicamente ao Estado a tomada de decisões. Devem sim, envolver relações de reciprocidade e antagonismo entre ambas as esferas (sociedade civil e estado. (ROSSI e JESUS. Op. Cit)
Segundo as autoras (idem), a política social atua dentro da contradição do capitalismo, servindo ao “interesses dos capitalistas na manutenção do poder; ao mesmo tempo, atende os interesses da classe trabalhadora, visando ampliar sua participação no produto de seu trabalho” (idem).
É neste contexto que o assistente social age com função intelectual e política, sendo um mediador de interesses entre capital e classe trabalhadora, “resvalando pelas contradições e confrontos para alcançar a efetivação da prática profissional” (NATIVIDADE. Op. Cit), necessitando, portanto, de uma criticidade em sua atuação, já que segundo IAMAMOTO (2004, apud NATIVIDADE. Op. Cit.) o profissional, 
Pode tornar-se um intelectual orgânico a serviço da burguesia ou das forças populares emergentes; pode orientar a sua atuação reforçando a legitimação da situação vigente ou reforçando um projeto político alternativo, apoiando e assessorando a organização dos trabalhadores, colocando a serviço de suas propostas e objetivos. Isso supõe, evidentemente, por parte do profissional, uma clara compreensão teórica das implicações de sua prática profissional, possibilitando-lhe maior controle e direção da mesma, dentro de limites socialmente estabelecidos. Por outro lado, supõe, ainda, uma clara subordinação do exercício técnico-profissional às suas consequências políticas: aí, o caráter propriamente técnico subordina-se à dimensão política dessa prática. Portanto, trata-se da necessidade de uma reflexão sobre o caráter político da prática profissional, como condição para o estabelecimento de uma estratégia teórica-prática que possibilite, dentro de uma perspectiva histórica, a alteração do caráter de classe da legitimação desse exercício profissional. (IAMAMOTO, 2004, p. 95-96).
Assim, NATIVIDADE (Op. Cit) expõe que o profissional assistente social é requisitado para articular os serviços ofertados por uma instituição necessidades demandadas pelos usuários da mesma. Avaliando os projeto e programas, para definir perfis e características afim de selecionar os usuários especificamente ao objetivos dos serviços, sendo fragilizado pela “falta de capacidade e recursos do Estado para realizar um atendimento universal” (idem).
É em posse da perspectiva crítica que o assistente social não estará atrelado a exclusividade das necessidade do capital, pois ao criticar a realidade vivenciada contrapondo-a com o conhecimento histórico e seu projeto ético-político, o mesmo terá uma atuação ampliada e direcionada as demandas da classe subalterna.
É pertinente ressaltar a importância e a necessidade de avaliar e acompanhar o processo de implementação e efetivação das políticas sociais no Brasil; aliás, deveria ser exigência obrigatória, respaldada na perspectiva que sejam contempladas com respeito e prioridade, considerando especialmente as demandas apresentadas, a população atendida, os princípios de igualdade e cidadania. (ROSSI e JESUS. Op. Cit)
4. DESAFIOS E COMPROMETIMENTOS DO EXERCICIO PROFISSIONAL
Da mesma forma que o a ação do assistente social, ou seja, o seu campo de atuação está atrelado a questão social, os desafios de sua profissional está concentrado no enfrentamento dela.
O grande desafio à profissão no que tange aos princípios de integralidade, totalidade nos atendimentos sociais, pois evidentemente é na articulação da rede que se possibilita à macro/micro leitura da realidade social da população neste país. Informação esta que magnetiza forças antagônicas, cujo embate é o agente propiciador de superação da desigualdade e do surgimento de uma nova sociedade (RIBAS, Sibeli. 2009).
Ainda, segundo RIBAS (2009), a viabilização de uma nova sociedade recebe contribuição da atuação interdisciplinar. O profissional assistente social contribui significativamente para a construção de novas relações sociais na dimensão profissional. Destaca-se à capacidade do assistente social de fazer uma leitura crítica das peculiaridades profissionais que incidem no momento de reflexão em equipe, na articulação que imprime a fim de se obter a superação de interesses individuais, em consonância ao significado social da profissão e das diretrizes que a norteiam e lhe legitimam.
Pensar o projeto profissional supõe articularessa dupla dimensão: de um lado, as condições macros societárias que estabelecem o terreno sócio-histórico em que se exerce a profissão, seus limites e possibilidades; e, de outro lado, as respostas técnico-profissionais e ético-políticas dos agentes profissionais nesse contexto, que traduzem como esses limites e possibilidades são analisados, apropriados e projetados pelos assistentes sociais. (IAMAMOTO. 2002, apud RIBAS)
Logo, no exercício profissional o assistente social deve objetivar desenvolver essa habilidade de leitura dos aspectos políticos, econômicos que condicionam o espaço de atuação da instituição e a possibilidade de intervenção real do profissional da assistência. Valer-se do debate, como espaço democrático, na busca pela definição e delimitação das idéias que se comporão o projeto profissional e explicitar a capacidade de compreensão da realidade, clarificando sobre o posicionamento político da equipe e da importância da coesão do grupo.
“A consolidação do projeto ético-político profissional que vem sendo construído requer remar contra a corrente, andar no contravento, alinhando forças que impulsionem mudanças na rota dos ventos e das marés na vida em sociedade.” (IAMAMOTO. 2009. Op. Cit.)
Segundo RIBAS, as dificuldade e desafios para que o projeto ético-político se afirme é passível de vislumbre ao se identificas as demandas do exercício profissional, problematizando a atuação do assistente social no que tange nível teórico, técnico e ético-político. Sabemos que o Serviço Social se encontra nos conflitos e contradições entre Estado e sociedade civil, numa relação que limita as possibilidades de atuação profissional.
Teimamos em reconhecer a liberdade como valor ético central, o que implica desenvolver o trabalho profissional para reconhecer a autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, reforçando princípios e práticas democráticas. Aquele reconhecimento desdobra-se na defesa intransigente dos direitos humanos, o que tem como contrapartida a recusa do arbítrio e de todos os tipos de autoritarismo. (IAMAMOTO. 2009. Op. Cit.)
Segundo RIBAS (Op. Cit.) o surgimento dos variados espaços de atuação é resultado da expansão das instituições, período este em que o Serviço Social emerge enquanto profissão. Passando, a partir de então, a ter a intervenção e enfrentamento da questão social e suas expressões, como objetivo. Cotidianamente, o assistente social passa a conviver com questões relevantes, “como a exemplo da fragmentação das políticas sociais por parte do Estado capitalista que traz em suas entranhas o neo-conservadorismo” (idem).
É facilmente sabido que o Serviço Social está presente no espaço contraditório e conflituoso, tendo o profissional assistente social uma relativa autonomia que o capacita a realizar investigações e intervenções dentro do dinamismo cotidiano. Desta forma,
Instaura-se, assim, um lugar específico do Serviço Social na divisão social e técnica do trabalho, por meio da constituição de um mercado de trabalho que passa a requisitar agentes habilitados para a formulação e implementação das políticas sociais, entre os quais o assistente social. Para os assistentes sociais será reservada, prioritariamente, a relação com os segmentos sociais mais vulnerabilizados pelas sequelas da questão social e que buscam, nas políticas públicas especialmente nas políticas sociais, em seus programas e serviços, respostas às suas necessidades mais imediatas e prementes. (RAICHELIS, 2009, apud RIBAS).	
Logo, a gestão de recursos e implantação de política sociais passam a sofrer o exercício das funções do profissional assistente social, vinculando-as. RIBAS expõe, ainda, os profissionais de Serviço Social junto aos seus usuários, e por meio das políticas sociais, tem suas ações mediadas, “apesar de em sua grande maioria, serem frágeis e não conseguirem trazer soluções para a pobreza e a desigualdade social de maneira efetiva” (idem). Temos no Estado o responsável maior para a legitimação do Serviço Social enquanto profissão, centralizando a análise das políticas sociais.
Não podemos confundir governo com Estado, já que segundo RIBAS, o governo “é o instrumento que responde aquilo que o Estado requer”. De modo, que a autora argumenta que o Estado deve ser analisado com os três poderes para melhor reflexão: “o poder executivo, como poder central dos três, que engloba a gestão pública em si, envolvendo as forças de segurança, e os poderes judiciário e legislativo trazendo as forças políticas” (idem).
Na ascensão do neoliberalismo, ocorrida nos anos 1990, culminando com a regressão do Estado e o retrocesso da universalização dos direitos, aconteceu o desencadeamento de transformações profundas “nos sistemas de proteção social e também no enfrentamento da questão social” (RIBAS. Op. Cit), causando em consequência a modificação das relações entre público e privado e a redução dos direitos sociais.
O agravamento da questão social decorrente do processo de reestruturação produtiva e da adoção do ideário neoliberal repercute no campo profissional, tanto nos sujeitos com os quais o Serviço Social trabalha – os usuários dos serviços sociais públicos – como também no mercado de trabalho dos assistentes sociais que, como o conjunto dos trabalhadores, sofre o impacto das mudanças que atingem o exercício profissional. A esfera da produção é palco de intensas transformações e reestruturações. Afirmam-se as condições estruturais do capitalismo global financeirizado e o fabuloso desenvolvimento tecnológico e informacional, que promovem intensas mudanças nos processos e relações de trabalho, gerando terceirização, subcontratação, trabalho temporário, parcial e diferentes formas de Precarização e informatização das relações de trabalho, para citar apenas algumas das profundas mudanças em curso na esfera da produção e no mundo do trabalho(RAICHELIS, 2009, p. 06).
É importante quando observa-se que as políticas sociais não são exclusivas dos espaços públicos, mas também, ao âmbito privado, as organizações não-governamentais, tendo em comum em todos os casos as contradições e os conflitos. Observou-se, também, o quão o Estado vai paulatinamente retirando sua responsabilidade com as políticas sociais universais e a ampliação de direitos sociais. O que por sua vez, ao assistente social, atinge-o diretamente, já que além de estar totalmente envolvido com políticas sociais, também é um trabalhador assalariado.
Segundo RIBAS (Op. Cit.) na reestruturação produtiva do assistente social há o iniciar dos trabalhos individuais. Um processo que o insere como profissional autônomo e que viabiliza as ações do Estado. Na visão do autor, o profissional perde o vínculo definitivo, mas ganha aptidão para trabalhados determinados de curto prazo. Havendo a referência de áreas como habitação, que tem na terceirização	 “alternativa viável para a gestão da política de habitação, na qual o trabalho social se insere nesta dinâmica através de licitações” (idem), oportunizando a gestão pública na regulação e controle estratégia de todo o processo.
Na avaliação de RIBAS (idem) apesar de existir uma gama de exemplos de terceirização da mão de obra do assistente social, seja por ONGs ou não, onde a ideologia do Estado de difusor de serviços públicos e bens é reproduzida, através da afirmativa dos serviços sócio assistenciais há consequência desta forma de gerência público-administrativa.
[...] o trabalhodos assistentes sociais acaba sendo desconfigurado pela terceirização, trazendo prejuízos para a população usuária destes serviços que se sente deslocada, sabendo que aquele profissional num curto período de tempo talvez não esteja mais disponível dentro daquela instituição e, sobretudo, pela descontinuidade das ações (RIBAS. Op. Cit).
Nesta lógica, o terceiro setor recebe tal responsabilidade transmitida pelo setor público. De modo que as políticas sociais são colocadas rendidas aos interesses de capital, criando a imagem de responsabilidade social, adotando lógica de solidariedade, que não possuem objetivo de acesso

Continue navegando