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TCC TAMIRIS

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Curso Serviço Social
TAMIRIS CHAVES DA CONCEIÇÃO
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SUAS
MACAÚBAS-BA
2016/02
TAMIRIS CHAVES DA CONCEIÇÃO
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SUAS
Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso (BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná,como requsito parcial para obtenção do título de Bacharel em Serviço social.
Tutor Orientador: ª Maria Ângela Santini
Professor supervisor: Rodrigo Zambon
MACAÚBAS-BA
2016/02
Dedico este trabalho 
agradecimentos
Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.
Charles Chaplin
 
CONCEIÇÃO, Tamiris Chaves. O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SUAS 2016. 122 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Sistema de ensino presencial conectado, Universidade Norte do Paraná, Macaúbas, 2016. 
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................08
CAPÍTULO l: 
CAPÍTULO ll: 
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................49
REFERÊNCIAS.................................................................................................50
ANEXO..............................................................................................................54
Introdução
Desenvolvimento
Capítulo I
Serviço social
1.1 Origem do Serviço Social
O serviço social nasce no Brasil, na terceira década do século XX, em resposta à evolução do capitalismo, sob a influência européia (em especial sob o influxo belga, francês e alemão), como fruto direto de vários setores particulares da burguesia fortemente respaldados pela Igreja Católica. Nessa década, o Brasil vivia um processo incipiente de industrialização de importações, num contexto de capitalismo dependente e agroexportador. No período de 1930 a 1935, o governo brasileiro sofre pressões da classe trabalhadora, que é então controlada através da criação de organismos normatizadores e disciplinares das relações de trabalho, em especial através do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
A evolução do Serviço Social no Brasil houve grande interferência católica onde no ano de 1922 a igreja Católica organizou a I Conferência de Ação Católica dando assim um salto em direção aos ideais assistencialistas de ordem cristã e exigida por Deus. 
Neste contexto, a Igreja através de suas ações em obras assistenciais, implementadas, com o objetivo de solidificar sua penetração entre os setores operários influi na fundação das primeiras escolas de Serviço Social no país, tendo inicialmente a influência do Serviço Social europeu e mais tarde do Serviço Social norte-americano com uma base ética filosófica neotomista e princípios oriundos de uma moral religiosa, particularmente da Ação Católica. Baseados nestes princípios o Serviço Social surge ““da iniciativa de grupos e frações de classe dominante, que se expressavam através da Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo” (IAMAMOTO, 2004, p. 19) 
Nos anos 30, o Estado assume a regulação das tensões entre as classes sociais mediante um conjunto de iniciativas: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Salário Mínimo e outras medidas de cunho controlador, assistencial e paternalista. Ao reconhecer a legitimidade da questão social no âmbito das relações entre capital e trabalho, o governo Vargas buscou enquadrá-la juridicamente, visando à desmobilização da classe operária e a regulação das tensões entre as classes sociais.
Segundo Iamamoto :
A Igreja em sua preocupação com a “questão social” se prontifica em compartilhar da ação do Estado no que concerne às famílias através de sua ação doutrinaria e organizadora, com o objetivo de “livrar o operariado das influências da vanguarda socialista do movimento operário e harmonizar as classes em conflitos a partir do comunitarismo cristão” 
Em 1932, é criado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), entidade que seria fundadora e mantenedora da primeira Escola de Serviço Social do país. O Centro surge após um curso intensivo de “formação social para moças”, organizado pelas Cônegas de Santo Agostinho de 1o de abril a 15 de maio de 1932. A direção desse curso coube à Melle. Adèle de Loneux, professora da Escola Católica de Serviço Social da Bélgica. Com uma programação teórico-prática (que incluía visitas a instituições beneficentes), o curso encontrou grande aceitação entre jovens católicas, que buscaram criar uma associação de ação social. Foi esse o início do Centro, ainda sob a orientação de Melle. De Loneux. As reuniões iniciais do grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo, por intermédio do Monsenhor Gastão Liberal Pinto. Em 16 de setembro, é eleita a primeira diretoria do Centro tendo Dona Odila Cintra Ferreira como presidente.
Em 1936 foi criada a primeira escola de serviço social do Brasil, em São Paulo, para dar assistência aos operários e fazer o papel de ponte entre eles e o Estado, já que o processo de repressão usado até então, já estava ficando insustentável.A partir da década de 40 a profissão é marcada por uma nova fase, que se deve ao aprofundamento do capitalismo no Brasil, e ao fim da segunda guerra mundial, expandindo-se em termos numéricos e também em oportunidades no mercado de trabalho. O empresariado agora mais humano propõe a criação de instituições assistenciais e educacionais, para sanar suas necessidades sociais e técnico-profissionais.
A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão.Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria, um novo aparato jurídico se fez necessário para expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Em 1960 acontece um processo de expansão profissional do ponto de vista numérico, e das diversificações de suas funções.Neste cenário os profissionais estavam mais integrados com a população, que por sua vez estava mais politizada.
 Em 1964 o Estado, com seu modelo social altamente excludente, dispensa qualquer participação popular com uso de força e estabelece mecanismos de desorganização das entidades políticas e sociais.A indústria cria vários institutos assistenciais, e com isso cresce a importância do assistente social para a parte burocrática, e administrativa para a manutenção dessas instituições.Com todo esse debate político,na década de 70 os profissionais do serviço social viram se abrir novos leques de oportunidades e experiências para consolidar cada vez mais a profissão.
 Durante a ditadura militar os assistentes sociais serviam apenas como executor das políticas sociais. Influenciado pelas idéias de Marx e pelo movimento de reconceituação, o Serviço Social passou a assumir uma concepção mudancista, repensando assim o seu papel na sociedade, conferindo a esta profissão caráter crítico e político .Nas décadas 80 e 90, avanços significativos aconteceram, entre estes a promulgação da Constituição Federal de 1988 , e no âmbito do Serviço Social, a elaboração do projeto profissional, destacando o Código de Ética Profissional em 1993, e a Lei de Regulamentação da Profissão . 
 No início da década de 80 o profissional do Serviço Social sente a necessidade de conhecer e buscar novas práticas para atender a população. Novas discussões quanto à formação profissional, currículo e questões metodológicaspassam a fazer parte do cotidiano desse profissional.
 Surge então uma nova etapa do Serviço Social no Brasil, fazendo com que o Profissional não fosse visto apenas como um ser caridoso, cheio de boa vontade e passando assim a executar em sua prática diária as políticas públicas, atuando como um verdadeiro agente transformador mantendo a sociedade bem informada e consciente de seus direitos e deveres.Diante de toda trajetória de conflitos mas também de avanços e de melhorias na profissão, cabe ao Assistente Social aprofundar-se cada vez mais em seus conhecimentos, buscando sempre a sua formação continuada e para manter-se atualizado quanto às novas propostas e novas políticas que vão sendo reformuladas a cada dia, estando atento do seu valor, cumprindo seu verdadeiro papel a desempenhar na sociedade, sempre com uma postura ética e profissional. 
Hoje, a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais. Em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, a lei define competência e atribuições privativas da assistente social.
1.2 A profissionalização do Serviço Social e a sua particularidade na divisão social e técnica do trabalho
A concepção de reprodução social fundamenta uma forma de apreender o Serviço Social como instituição inserida na sociedade. Inserção que, conforme Iamamoto e Carvalho (1995, p. 73), implica considerar o Serviço Social a partir de dois ângulos indissociáveis e interdependentes: 
- como realidade vivida e representada na e pela consciência de seus agentes profissionais e que se expressa pelo discurso teórico e ideológico sobre o exercício profissional;
 - como atividade socialmente determinada pelas circunstâncias sociais objetivas que imprimem certa direção social ao exercício profissional, que independem de sua vontade e/ou da consciência de seus agentes individuais.
O Serviço Social está inserido tanto do processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não se trata de uma dicotomia, mas do fato de que ele não pode eliminar essa polarização de seu trabalho, uma vez que as classes sociais e seus interesses só existem em relação.
As condições para a profissionalização do serviço social decorrem da institucionalização e legitimação de seu valor dentro da sociedade, mobilizado pela ação do Estado e do empresariado, com o suporte da Igreja Católica, na perspectiva de enfrentar as primeiras expressões da questão social.
É, portanto, no momento em que o Estado passa a intervir na relação capital/trabalho através da constituição das políticas sociais que o Serviço Social se afirma enquanto profissão no mercado de trabalho.
É somente na ordem societária comandada pelo monopólio que se gestam as condições histórico-sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho, constitua-se um espaço em que se possam mover práticas profissionais como as do assistente social. A profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à “evolução da ajuda”, à “racionalização da filantropia” nem à “organização da caridade”; vincula-se à dinâmica da ordem monopólica (grifos do autor). (NETTO, 2011, p. 73)
O reconhecimento do Serviço Social enquanto profissão se dá pela ocupação de um espaço sócio-ocupacional garantido pela ampliação dos serviços prestados, principalmente pelo Estado, maior órgão empregador da categoria e, em seguida, pelas empresas privadas, no enfrentamento e nas respostas às expressões da questão social onde o papel do assistente social no processo de reprodução das relações sociais, tendo em vista os interesses de classes onde estão colocados os determinantes do seu exercício profissional
De acordo com Iamamoto e Carvalho (2001) o Serviço Social é uma profissão liberal, embora não detenha os meios necessários para sua concretização, uma vez que os mecanismos e instrumentos através dos quais exerce sua atividade são disponibilizados pelas instituições em que se insere – sejam elas midiatizadas pelo Estado, pelas empresas ou outra entidade empregadora. Por ser uma profissão liberal lhe é facultada legalmente a existência de código de ética, enquanto instrumento de orientação ético-política para a categoria. Essa característica permite à profissão uma dinamicidade na sua intervenção, dada a liberdade, ainda que relativa, no exercício de suas funções institucionais
Capítulo II
Avanços no cotidiano profissional
Na ruptura com o conservadorismo, o Serviço Social passou a tratar o campo das políticas sociais, não somente como demanda da população carente e oferta do sistema capitalista, e sim como meio de acesso aos direitos sociais e à defesa da democracia. No entanto,não se trata apenas de operacionalizar as políticas sociais, embora seja muito importante, onde se faz necessário conhecer as contradições da questão social e suas expressões e da sociedade capitalista que são os desafios do cotidiano dos assistentes sociais.
 A atuação do assistente social acontece em organizações públicas e privadas e em diferentes áreas como: proteção social, educação, programas socioeducativos e de comunidade, habitação, gestão de pessoas, segurança pública, justiça e direitos humanos, gerenciamento participativo, direitos sociais, movimentos sociais, comunicação, responsabilidade social, marketing social, meio ambiente, assessoria e consultoria, que variam de acordo com o lugar que o profissional ocupa no mercado de trabalho, exigindo deste um conhecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo.
Diante do legado histórico da profissão, pode-se lembrar o crescente número dos assistentes sociais na prestação de serviços sociais, no campo do planejamento, da gestão e execução das políticas, dos programas, dos projetos e serviços socioassistenciais, no avanço da área acadêmica, na avaliação do processo de formação profissional, na área da pesquisa, na área de produção de conhecimento e na própria organização política da categoria. O Serviço Social aparece atualmente como uma profissão consolidada na sociedade brasileira, ganhando visibilidade no cenário atual e sustentado por um projeto ético-político que o habilita a formular respostas profissionais qualificadas face à questão social.
A profissão do Serviço Social foi marcada pela criação e desconstrução de seu objeto de estudo. Dentro deste contexto, destacamos que apesar do movimento de ruptura do Serviço Social ter representado um importante avanço no sentido de buscar a legitimação da profissão na sociedade, muitos profissionais ainda permanecem com uma visão distorcida e distante do discurso da verdadeira práxis social.
Com isso ao assumir o Projeto Ético Político os assistentes sociais assumiram também a luta contra a ordem social vigente, estando assim comprometidos em atuar, criando bases e caminhos direcionados à transformação social . Sendo assim, o Projeto Ético Político além de norte e referência para os assistentes sociais, permite a estes profissionais compreenderem sua prática com transformações e mudanças.
O Serviço Social na contemporaneidade é muito mais do que titulo formal, pois sintetiza o desafio de decifrar os novos tempos para que deles possa ser contemporâneo. Exige-se um profissional qualificado, que reforce e amplie sua competência critica; não só executivo, mas que pensa, analisa pesquisa e decifra a realidade. Alimentado por uma postura investigativa, o exercício profissional cotidiano tem ampliado as possibilidades de vislumbrar novas alternativas de trabalho neste momento de profundas alterações na vida em sociedade. O novo perfil que se busca construir é de um profissional afinado com análises e processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em suas manifestaçõesquotidianas; um profissional criativo e inventivo, capaz de entender o “tempo presente, os homens presentes, a vida presente” e nela atuar, contribuindo também, para moldar os rumos de sua história. (Iamamoto: , 2000,p.49)
Iamamoto esclarece que os assistentes sociais:
[...] dependem de recursos previstos nos programas e projetos da instituição que o requisita e o contrata, por meio dos quais é exercido o trabalho especializado. Em outros termos, parte dos meios ou recursos materiais financeiros e organizacionais necessários ao exercício desse trabalho são fornecidos pelas entidades empregadoras. Portanto a condição de trabalhador assalariado não só enquadra o assistente social na relação de compra e venda da força de trabalho, mas molda a sua inserção sócioinstitucional na sociedade brasileira. (IAMAMOTO , 2000, P.63).
O Movimento de Reconceituação do Serviço Social, iniciado na década de 1960, representou uma tomada de consciência crítica e política dos assistentes sociais em toda a América Latina, não obstante, no Brasil as condições políticas em que ele ocorreu trouxe elementos muito diversos dos traçados em outros países.
O Serviço Social brasileiro dos dias atuais apresenta uma forma acadêmico profissional e social reconstruída , voltada à defesa do trabalho e dos trabalhadores com total acesso para a produção de meios de vida, ao compromisso com a afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça social no terreno da história
Os espaços ocupacionais do assistente social têm lugar no Estado – nas esferas do poder executivo, legislativo e judiciário –, em empresas privadas capitalistas, em organizações da sociedade civil sem fins lucrativos e na assessoria a organizações e movimentos sociais. Esses distintos espaços são dotados de racionalidades e funções distintas na divisão social e técnica do trabalho, porquanto implicam relações sociais de natureza particular, capitaneadas por diferentes sujeitos sociais, que figuram como empregadores (o empresariado, o Estado, associações da sociedade civil e, especificamente, os trabalhadores). Elas condicionam o caráter do trabalho realizado (voltado ou não à lucratividade do capital), suas possibilidades e limites, assim como o significado social e efeitos na sociedade. Ora, as incidências do trabalho profissional na sociedade não dependem apenas da atuação isolada do assistente social, mas do conjunto das relações e condições sociais por meio das quais ele se realiza.
Nesses espaços profissionais os (as) assistentes sociais atuam na sua formulação, planejamento e execução de políticas públicas, nas áreas de educação, saúde, previdência, assistência social, habitação, meio ambiente, entre outras, movidos pela perspectiva de defesa e ampliação dos direitos da população. Sua atuação ocorre ainda na esfera privada, principalmente no âmbito do repasse de serviços, benefícios e na organização de atividades vinculadas à produção, circulação e consumo de bens e serviços. Mas eles (as) também marcam presença em processos de organização e formação política de segmentos diferenciados de trabalhadores (CFESS, 15/05/2008).
De acordo com Yazbek (2009, p.12) “O SUAS introduz uma concepção de sistema orgânico, em que a articulação entre as três esferas de governo constitui-se em elemento fundamental para a política.” A constituição do SUAS propõe um sistema participativo, descentralizado e em rede, que pressupõe a participação de entidades e organizações de assistência social, formando o que se denominou rede socioassistencial.
Desafios e limites no exercício profissional
Mesmo após o movimento de reconceituação, na década de 1960 com o rompimento da profissão com as práticas tradicionais conservadoras e o comprometimento em defesa a classe trabalhadora ampliando sua atuação intervindo em espaços institucionais e no campo político, sobretudo nas políticas públicas, a profissão ainda vê em sua categoria a diversidade de formas de atuação.
Na defesa do livre exercício profissional, também insurge a necessidade de maior fortalecimento aos espaços de debate como: conselhos gestores, conferências de serviços públicos, audiências populares, congressos e movimentos populares onde os assistentes sociais, gestores, trabalhadores e a população usuária possam discutir a efetividade dos serviços públicos.Fica claro neste momento a importância de constante aprimoramento intelectual dos assistentes sociais, pois a especialização do trabalho coletivo, a incidência do poder hegemônico sobre a atividade profissional, desafia a concretização dos valores e princípios defendidos pelo Serviço Social.
A Lei n. 8.662, de 7 de junho de 1993, que regulamenta a profissão, estabelece respectivamente nos seus artigos 4ºe 5º as competências e atribuições privativas do assistente social. As competências expressam capacidade para apreciar ou dar resolutividade a determinado assunto, não sendo exclusivas de uma única especialidade profissional, pois são a ela concernentes em função da capacitação dos sujeitos 
1 Art. 4. Constituem competência do Assistente Social: I – elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
 II – elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas, e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
III – encaminhar providências e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; IV - (Vetado); V – orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa dos direitos; 
VI – planejar, organizar e administrar benefícios e Serviço Sociais; 
VII – planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VII – prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; 
X – planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; 
XI – realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. 
Art. 5º. Constituem atribuições privativas do Assistente Social: 
I – coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
II – planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; 
III – assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre matéria de Serviço Social; 
V. –assumir no magistério de Serviço Social tanto ao nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; 
VI – treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; 
VII –dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social de graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudos e de pesquisa em Serviço Social; 
IX – elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; 
X – coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social; 
XI – fiscalizar o exercício profissionalatravés dos Conselhos Federal e Regionais; 
XII – dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; 
XIII – ocupar cargos ou funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. 
As atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão – Lei nº 8.662/93. Assim, o perfil do assistente social para atuar na Política de Assistência Social deve afastar-se das abordagens tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas conservadoras que tratam as situações sociais como problemas pessoais que devem ser resolvidos individualmente.
Conforme Iamamoto (2009), o Serviço Social na contemporaneidade, possui uma adversidade de desafios e empecilhos que dificultam a consolidação do projeto ético-político profissional, traçando algumas perspectivas de atuação para os assistentes sociais. A principal dificuldade vivenciada pelos profissionais na tentativa de materializar o projeto ético-político está em uma série de elementos que compõe o sistema capitalista vigente, como a sociedade do consumo e do individualismo que se formou, se sobrepondo a importância dos direitos sociais e humanos.
Capítulo III
SUAS
3.1 O SUAS e o exercício profissional do assistente social
As políticas sociais são utilizadas pelo Estado para garantir o controle da classe proletária, intervindo na relação capital/trabalho, garantindo a reprodução da força de trabalho, e oferecendo respostas às expressões da questão social e às demandas sociais vindas da referida classe.
No campo das políticas sociais desde 2005, o Estado estabeleceu uma série de mudanças em sua gestão a partir dos debates, das conferências de assistência social havendo grande participação da sociedade civil instituindo um modelo de gestão da política de assistência social que garantisse a proteção social aos cidadãos ..
Atuação na gestão da Política de Assistência Social
Referências bibliográficas
BAPTISTA, Myrian Veras. A produção do conhecimento social contemporâneo e sua ênfase no Serviço Social; caderno ABESS, nº 5, maio 1992.
http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-04.pdf. Acesso em 02/09/2016.
http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-do-servico-social/44882/. Acesso em 30/08/2016.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm. Aceso em 03/09/2016.
IAMAMOTO, Marilda, Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2000
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e Formação profissional, 4ª ed. Cortez, São Paulo 2001.
IAMAMOTO, Marilda V.; CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Esboço de uma interpretação histórico/metodológica. 10. ed. São Paulo: Cortez/CELATS, 1995.
NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e assistência social. 7ª Ed., São Paulo: Editora Cortez, 2009.

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