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Tirocinante: Nutricionista, mestranda, Alessandra Santiago. Orientadora do Tirocínio Docente: Professora Maria da Purificação Nazaré Araújo. Semestre: 2013.2 NUT 159 – Administração de Serviços de Alimentação para Coletividades. Avaliação do Planejamento de Cardápios Existem diversos métodos para avaliação do planejamento do cardápio ofertado. Estes podem ser realizados/aplicados: 1. Na rotina do processo produtivo: � Avaliação de restos (quantidade e ou qualidade). � Avaliação de sobras (quantidade e ou qualidade). ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Avaliação do Planejamento de Cardápios 2. Através de pesquisas junto ao comensal: Podem ocorrer diariamente ou com periodicidade definida. � Painel e/ou livro de sugestões. � Pesquisas ou enquetes de satisfação. 3. Avaliação das características nutricionais: � Avaliação quantitativa. � Avaliação qualitativa. Avaliação do Planejamento de Cardápios ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Na rotina do processo produtivo Avaliação do Planejamento de Cardápios Avaliação do Resto Os restos representam os alimentos que foram servidos, mas que não foram consumidos. Os restos devem ser avaliados não somente do ponto de vista financeiro mas também como um reflexo da falta de integração da gestão da UAN com o cliente. ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Avaliação do Resto Pode ser avaliado utilizando os seguintes indicadores: -Resto per capita; -Resto - ingestão. Importante: lembrar que para a avaliação do resto, no processo de pesagem faz-se necessária a separação de todas as partes não comestíveis a exemplo de: cascas de frutas, ossos e descartáveis. ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Resto Per Capita O resto per capita apresenta a quantidade de resto produzido por usuário do serviço, sendo calculado pela fórmula: Resto per capita= quantidade de restos (g)/ n° de comensais do dia. Parâmetros: Vaz (2006) - valores usuais em UAN variam entre 15 e 45 gramas/pessoa. ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Exercício Qual o resto per capita de um restaurante que serve 3.000 refeições por dia, com uma média de 2.300 kg de alimentos produzidos, 135 kg de sobra, 50 kg de cascas e 180 kg de resto. Resto per capita: 180 kg de resto / 3.000 refeições servidas = 0,060 kg ou 60 gramas. Resto – Ingestão O resto-ingestão representa a relação entre o que foi descartado pelos comensais (restos) e a quantidade de alimento que foi distribuída, sendo utilizada para o seu cálculo a fórmula: % de Resto Ingestão (%RI)= Peso do resto X 100/ Peso da refeição distribuída* *Peso da refeição distribuída = Peso do total de refeição produzida – Peso das sobras – Peso das partes não comestíveis (osso, espinhas, cascas de frutas, etc.) ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Exercício Qual o percentual de resto ingestão de um restaurante que serve 3.000 refeições por dia, com uma média de 2.300 kg de alimentos produzidos, 135 kg de sobra, 50 kg de cascas e 180 kg de resto. % Resto-Ingestão: 180 kg de resto x 100 / (2.300 kg – 135 kg de sobra - 50 kg de cascas) = 18.000/2.115 = 8,51% Resto – Ingestão Parâmetros: Maistro (2000): � Aceitáveis taxas de até 10%. � Verifica-se índices nas UAN variando de 4 a 7%; Vaz (2006): � O usual em UAN são valores entre 2 e 5%. MAISTRO, 2000 ; VAZ , 2006. Avaliação do Resto Fatores que podem influenciar os valores do resto: – Qualidade da preparação servida; – Temperatura das preparações; – Repetição das preparações no cardápio; – Apetite do comensal; – Aceitação das preparações servidas pelos usuários da UAN; VAZ , 2006. Avaliação do Resto – Tempo disponível para que os comensais realizem as refeições; – Forma de distribuição (se pode se servir uma única vez ou repetir caso deseje); – Utensílios utilizados para a distribuição (tamanho adequado ao per capita definido); – Porcionamento realizado (Per capita da UAN). VAZ , 2006. Avaliação das Sobras A avaliação das Sobras pode ser utilizada para medir: Eficiência do planejamento: – Falhas na determinação do no. de refeições; – Super dimensionamento do per capita; – Falhas de treinamento em relação ao porcionamento; ABREU et al, 2007. Avaliação das Sobras – Utensílios de servir inadequados; – Preparações incompatíveis com o padrão do cliente ou com seus hábitos alimentares. Eficiência da produção de alimentos: – Má aparência ou apresentação dos alimentos. ABREU et al, 2007. Avaliação das Sobras As sobras representam os alimentos ou preparações que foram produzidos mas não foram distribuídos/ servidos. As sobras podem ser de 02 tipos: �Sobra “limpa”: o alimento produzido e que não foi levado para o balcão; mas que permaneceu em condições adequadas de temperatura, durante o período de distribuição; ABREU et al, 2007. Avaliação das Sobras �Sobra “suja” ou sobra de balcão: considera-se o alimento que foi colocado para a distribuição mas não foi servido e sobrou nos gastronorms. Indicadores utilizados: 1. Percentual de sobras: � Representa a relação entre a quantidade de alimento que sobrou em relação ao que foi produzido; ABREU et al, 2007. Avaliação das Sobras � Não existe um valor percentual de sobras, considerado ideal, contudo Vaz (2006) coloca como aceitáveis valores de até 3%. % de Sobras = (total de alimento produzido – quantidade de alimento servido= sobra x 100/ Peso da refeição distribuída ABREU et al, 2007, VAZ, 2006. Exercício Qual o percentual de sobra de um restaurante que serve 800 refeições por dia, com uma produção de 710 kg de alimentos, 32 kg de sobra, 12 Kg de cascas e 24 kg de resto. % Sobra: 32 kg x 100 / (710 kg - 32 kg – 12 kg) = 3.200 kg /666 kg = 4,8% Avaliação das Sobras � Percentual pode variar também conforme a Margem de Segurança utilizada no planejamento; � Recomenda-se que a UAN faça a avaliação e estabeleça um parâmetro próprio tendo por base as avaliações de rotina ao longo do tempo. ABREU et al, 2007. Avaliação das Sobras 2. Sobras per capita: � Avalia a quantidade de sobras por usuário por refeição servida. � Vaz (2006) traz como aceitáveis valores variando entre 7 e 25 gramas por pessoa. Sobras per capita = quantidade de sobras** (g) / n° de comensais do dia ** Quantidade de sobras = Sobra “limpa” + sobra de balcão ABREU et al, 2007; VAZ, 2006. Exercício Qual o valor de sobra per capita de um restaurante que serve 800 refeições por dia, com uma produção de 710 kg de alimentos, 32 kg de sobra, 12 Kg de cascas e 24 kg de resto. Sobra per capita: 32 kg / 800 pessoas = 0,040 kg ou 40 g por cliente Através da pesquisa junto ao comensal Avaliação do Planejamento de Cardápios Pesquisas de Satisfação Enquetes ou pesquisas de satisfação representam importantes instrumentos para avaliação não só do cardápio mas dos serviços prestados aos usuários. PROENÇA et al, 2005. � O formulário deve ser simples, rápido de ser respondido e permitir que o cliente possa contribuir com sugestões e críticas. � A freqüência de aplicação deve ser determinada pela UAN. � O resultado em % pode favorecer o acompanhamento anual da satisfação do cliente. Pesquisa de Satisfação SENAC, 2007. Pesquisas de Satisfação Formas usuais em UAN: �Painel eletrônico; �Livros de Sugestão; �Aplicação de questionários; �Para crianças – escala hedônica; �Observação no ‘refeitório’ durante a distribuição das refeições. PROENÇA et al, 2005. Pesquisas de Satisfação Podem ser utilizados como indicadores nas pesquisas de satisfação, diversos itens, entre eles os abaixo relacionados: �Variedade dos cardápios; �Apresentação das preparações; �Temperatura; �Uso e quantidade de temperos; PROENÇA et al, 2005. Pesquisas de Satisfação �Quantidade da porção; �Qualidade dos serviços; �Higiene de ambiente e utensílios; �Comentários e sugestões para melhoria do cardápio servido e dos serviços prestados pela UAN. PROENÇA et al, 2005. Avaliação das características nutricionaisAvaliação do Planejamento de Cardápios Na existência das fichas técnicas de preparação, e do conhecimento da oferta per capita pode-se avaliar a composição do cardápio, quanto ao seu valor nutritivo, valor calórico e balanceamento dos nutrientes; além de informar componentes da preparação, per capita líquido, per capita bruto; fator de correção; NPU; % NDPcal. Pode também saber o custo da preparação. Avaliação Quantitativa do Cardápio SENAC, 2007. Através da metodologia proposta para o indicador resto ingestão é possível estimar: Oferta (refeição distribuída): Consumo: Refeição distribuída (oferta) = Peso do total de refeição produzida – Peso das sobras – Peso das partes não comestíveis (osso, espinhas, cascas de frutas, etc.). Consumo = Refeição distribuída (oferta) – Resto. Avaliação Quantitativa do Cardápio ABREU et al., 2003; PROENÇA et al, 2005. Exercício Qual o peso da refeição ofertada e da refeição consumida de um restaurante que serve 600 refeições por dia, com uma média de 560 kg de alimentos produzidos, 40 kg de sobra, 18 kg de resto e 5 kg de cascas e ossos. Ofertada: 560 kg – 40 kg – 5 Kg = 515 kg. Consumida: 515 kg – 18 kg = 497 kg. Grupo de pesquisadores da UFSC, dentro de trabalhos de pós-graduação desenvolveram métodos para avaliação qualitativa dos cardápios oferecidos por UANs. Método AQPC - Análise Qualitativa das preparações do cardápio. Avaliação Qualitativa do Cardápio PROENÇA et al, 2006. Método desenvolvido por Veiros, 2002 que avalia o cardápio através da observação da freqüência de frituras, presença e frutas, métodos de cocção utilizados na preparação a base de carne, tipos de alimentos presentes nas saladas, presença de alimentos ricos em enxofre; Avaliação Qualitativa do Cardápio PROENÇA et al, 2006. Outro aspecto observado é a oferta em uma mesma refeição de preparações a base de frituras e doces industrializados entre outros, bem como a combinação destes com carnes gordurosas. Avaliação Qualitativa do Cardápio PROENÇA et al, 2006. Importante ressaltar que o planejamento de um cardápio adequado não garante sua execução e um produto final de qualidade. Torna-se necessário o acompanhamento do processo produtivo. Avaliação Qualitativa do Cardápio PROENÇA et al, 2006. Método AQNS - Análise da Qualidade Nutricional e Sensorial Nessa metodologia as autoras utilizam os princípios do método APPCC para avaliar a qualidade nutricional e sensorial do cardápio ofertado pela UAN utilizando como indicadores: �As características sensoriais e da temperatura no recebimento; �Tempo para o armazenamento; PROENÇA et al, 2006. Avaliação Qualitativa do Cardápio �Temperatura para o descongelamento; �A padronização dos cortes de carnes; �A retirada da gordura aparente; �A padronização da quantidade de sal adicionada; �A utilização de meios mecânicos, químicos e enzimáticos para conferir maciez as carnes; PROENÇA et al, 2006. Avaliação Qualitativa do Cardápio �A utilização de ervas, especiarias ou outros ingredientes indicados para o tipo de preparação; �Binômio tempo e temperatura de cocção; �Controle da temperatura e da qualidade do óleo de fritura; �Avaliação das estratégias aplicadas para incorporar atributos de qualidade; �Avaliação da preparação- degustação. PROENÇA et al, 2006. Avaliação Qualitativa do Cardápio Referências ABREU, E. S. et al. Gestão de Unidade de Alimentação e Nutrição, 2ª ed, São Paulo, METHA, 2007. CANDIDO, C.C. et al. Nutrição: guia prático. São Paulo: Iátria,2006. KNIGHT, J. F. ; KOTSCHEVAR, L. H. Gestão, Planejamento e Operação de Restaurantes. 3 ª ed., São Paulo: Roca, 2005. MAISTRO, L.C. Estudo do Índice de Resto Ingestão em Serviços de Alimentação. Nutrição em Pauta, p.40-43, nov-dez, 2000. Referências PROENÇA, R.P.C. et al. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições. Florianópolis, Ed.da UFSC, 2006. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL. Administração na Alimentação Coletiva. São Paulo: SENAC, 2007. VAZ, C.S. Restaurantes: controlando custos e aumentando lucros. Brasília:LGE Editora, 2006. Obrigada!
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