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Aeroporto e transporte aéreo A operação de uma unidade aeroportuária está inserida em um contexto macro de sistema de transportes, urbanização e indução ao desenvolvimento econômico. A economia nacional e/ou regional, associada à política de desenvolvimento governamental, é um fator de suma importância para o crescimento dos diversos setores do aeroporto, bem como do tráfego aéreo regional. Já falamos que o aeroporto é um equipamento urbano essencial para o desenvolvimento socioeconômico de algumas regiões. Porém ele é mais do que isso! Veja. O aeroporto é um equipamento urbano de funcionamento e administração bastante complexos, uma vez que suas atividades não se resumem, simplesmente, à função principal de um aeroporto, ou seja, transportar passageiros e carga pelo modo aéreo. Analise a citação abaixo! A fim de se organizar “soberanamente em sua plenitude política, administrativa e social, um estado em desenvolvimento precisa ter os meios essenciais de comunicação com todas as suas regiões e comunidades” . Silva (1991) Isso quer dizer que, nem sempre, o transporte de superfície é capaz de atender plenamente a essa solicitação fundamental de integração nacional, por questões geográficas e naturais que, muitas vezes, exigem investimentos gigantescos e poderiam ser intransponíveis. Como podemos solucionar esse problema então? Com o transporte aéreo, que atua de forma eficaz e vem utilizando, no nosso país, infraestrutura bastante limitada, como é o caso do sistema aeroportuário existente atualmente na Amazônia. Pista de pouso na Amazônia. E o avião? Como podemos defini-lo? Avião bandeirante em pista de pouso na Amazônia. O avião é um instrumento necessário e imprescindível ao desenvolvimento urbano, econômico e social de uma região e até mesmo de uma nação. Importante! Sabemos que o sistema de transporte constitui um elemento central na estruturação do espaço urbano, influenciando os padrões de distribuição da população e dos usos e valoração do solo. A correlação transporte-estrutura urbana atua de forma que as ações produzidas no primeiro geram impactos na segunda e vice-versa. Sistema aeroportuário O sistema aeroportuário visa dispor a malha aeroviária de um país ou região, com o objetivo de prover o modal aéreo à população. Ele também pode ser estadual, contemplando as instalações presentes naquela região: aeroportos públicos (estaduais e municipais); aeródromos privados. O sistema adequado depende das necessidades territoriais e de acessibilidade, por questões econômicas, sociais, recreativas, estratégicas ou de difícil acesso, como é o caso de grande parte das cidades da região Amazônica. Este sistema é dividido conforme a função desempenhada: Atividade esportiva/recreacional; Aviação comercial (regular e não regular); Aviação geral; Agrícola; Militar. Para implantar aeroportos que atendam adequadamente às necessidades de acesso ao transporte aéreo, são elaborados documentos de planejamento que orientam o desenvolvimento dessas unidades. Veja alguns exemplos: Plano Aeroviário Nacional; Plano Aeroviário Estadual; Plano de Sistema Metropolitano. O Brasil possui planos aeroviários estaduais, aprovados pelo órgão regulador para todas as unidades da federação. Certamente, você já leu e vem consultando diversas publicações e normas aeroportuárias. Você conseguiria identificar aquelas que trazem, de maneira clara, informações sobre o sistema aeroportuário e seu impacto no transporte aéreo? Com tudo o que vimos até aqui, torna-se fundamental caracterizar este equipamento urbano e sua estrutura administrativa. Esst é o tema do nosso próximo assunto. Aeroportos O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA, 1986) apresenta definições para aeroporto e aeródromo. Veja: Considerando sua função, Horonjeff et al. (2010) definem o aeroporto como um equipamento urbano que tem como principal objetivo a transferência de pessoas e/ou cargas de uma origem até um destino, atendendo-os de forma rápida, eficiente e segura. E quem são as pessoas? São os passageiros que necessitam de regularidade dos serviços do transporte aéreo com oferta de voos que atenda às necessidades de negócios, turismo, lazer, saúde, educação, dentre outras. Para atender o usuário, o aeroporto requer uma infraestrutura de apoio bastante complexa. Veja. Infraestrutura básica: refere-se ao abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e de rede de telefonia, assim como tratamento de esgoto. Infraestrutura de superfície: composta pelo sistema viário de acesso e pela rede de transportes urbanos que viabilizam a intermodalidade dos transportes. Infraestrutura aeroportuária: formada pelas áreas descritas na imagem a seguir. No que concerne à infraestrutura aeroportuária, esta é formada pelos seguintes setores: Área de Manobras: composta pela pista de pouso e decolagem e pelo sistema de pistas de táxi. Área de Movimento: composta pela área de manobras e pátios de aeronaves. Área Terminal: composta pelo terminal de passageiros e pelo estacionamento de veículos. Área Secundária: composta pelos setores da aviação geral. Área de Apoio: área destinada aos demais componentes aeroportuários, essenciais para a operação de um aeroporto. Setorização de um aeroporto. Além disso, um aeroporto é um sistema que pode ser dividido operacionalmente em lado ar e lado terra. LADO AR: O lado ar pode ser definido como a área do aeroporto onde estão localizadas as operações das aeronaves e as áreas relacionadas a elas. LADO TERRA: O lado terra é definido como a área de uma unidade aeroportuária onde o embarque e o desembarque do passageiro se conectam com o terminal de passageiros, incluindo as facilidades de carga, o estacionamento de veículos e o sistema de acesso. Veja na imagem, a seguir, como as áreas de um aeroporto se dividem entre lado ar e lado terra. Lado ar e lado terra de um aeroporto. Estrutura operacional de um aeroporto. Por conta do alto grau de desenvolvimento e de solicitação de infraestrutura básica, o aeroporto atua como um indutor natural de crescimento urbano e de ocupação do solo, agregando um alto valor à área de entorno. Esta valorização depende do porte do aeroporto e da região onde ele está situado. Porém esta mesma população que, inicialmente, teve sua ocupação no entorno induzida pelas facilidades proporcionadas com a implantação do aeroporto, posteriormente, começa a sentir os efeitos negativos resultantes das operações aéreas, principalmente o ruído aeronáutico. Importante! Caso as autoridades municipais competentes não exerçam o seu papel de controle da organização da ocupação do solo, conforme previsto na Constituição Federal e, em especial, na Lei nº 7.565/1986, os benefícios iniciais gerados pela unidade aeroportuária começam a se transformar em grande incômodo, resultando em solicitações de intervenções nas atividades aéreas e, até mesmo, fechamento do aeroporto. Com isso, torna-se fundamental analisar os benefícios e impactos econômicos decorrentes da implantação e da operação de uma unidade aeroportuária, pois, neste momento, pode-se estimar qual a melhor alternativa para a região. Você sabe quais alternativas seriam essas? Desapropriação da população residente no entorno do aeroporto incompatível com a atividade aeroportuária. Interdição da unidade aeroportuária. Leia mais informações no art. 30, inciso VIII, da Constituição Federal, selecionando o botão ao lado. VISITE O SITE Confira outras informações no art. 44, § 4º, da Lei nº 7.565/1986, selecionando o botão ao lado. VISITE O SITE A análise das atuais condições operacionais da infraestrutura do Sistema de Aviação Civil Brasileiro tem revelado a existência de desequilíbrios entre a oferta deserviços aeroportuários e as demandas de tráfego em alguns dos principais aeroportos nacionais. Esses desequilíbrios têm derivado de algumas vertentes principais, que, muitas vezes, são ditadas pelo mercado de aviação civil, ou seja, pelos usuários, pelas companhias aéreas e pela indústria aeronáutica. Etapa 1 Aumento das operações nos horários de pico decorrentes da concentração dos voos em aeroportos específicos e horários preferenciais, somado aos efeitos da flexibilização do transporte aéreo que viabilizou a entrada das antigas companhias regionais no mercado doméstico regular. 2 https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_14.12.2017/art_30_.asp http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7565.htm Acelerado incremento das operações charters domésticas e internacionais, transportando principalmente turistas, que vêm pressionando fortemente a capacidade de determinados aeroportos nacionais não aparelhados para receber o aumento e a natureza desse tráfego. Etapa 3 Evolução tecnológica da frota, com novas exigências relativas ao suporte e à operação das facilidades e do serviços de infraestrutura aeroportuária. a 4 Recente e acentuado crescimento da demanda pelos serviços de transportes e armazenamento de carga nos aeroportos decorrente da opção dos usuários por um serviço mais rápido, mais eficiente e de melhor qualidade. 5 Insuficiência de recursos para investimentos no sistema para atendimento da acelerada evolução do transporte aéreo, embora o Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (PROFAA) já tenha investido R$ 230 milhões em 152 aeroportos, desde sua criação, em 1992. De acordo com previsões da Boeing (2013), a carga aérea no mundo vem expandindo-se a 6,4% a.a. e deve triplicar nos próximos 20 anos, superando em importância o tráfego de passageiros, que, segundo este mesmo estudo, apresenta taxa de crescimento de 5,1% a.a. Com isso, vemos como é importante que o setor promova uma análise das atuais condições operacionais da infraestrutura atual e daquela que seria a ideal para atender a toda essa demanda. Vamos conhecer um pouco mais sobre o sistema aeroportuário brasileiro e alguns fatos importantes sobre o transporte aéreo no país: O Brasil ainda não possui um Plano Aeroviário Nacional aprovado pelos órgãos competentes. Contudo o Conselho de Aviação Civil (CONAC) já determinou a elaboração desse documento de planejamento, que é fundamental para fornecer as diretrizes de desenvolvimento e operação adequadas para as unidades aeroportuárias existentes no Brasil. Todas as unidades da federação contam com o respectivo Plano Aeroviário Estadual. Este documento define um sistema aeroportuário estadual, descrevendo a função de cada aeroporto, assim como as diretrizes de desenvolvimento da infraestrutura aeroportuária. O Brasil conta com uma rede aeroportuária composta por 3.727 aeródromos civis, públicos e privados. Nesta contagem, estão incluídos os helipontos privados. Os planos aeroviários estaduais podem ser consultados no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Selecione o botão ao lado para conferir. VISITE O SITE Quantitativo de aeródromos e helipontos por tipo e por região geográfica. Tudo isso faz parte do Sistema de Aviação Civil (SAC) que é regulamentado pelas autoridades competentes do setor, seguindo as diretrizes do governo federal. Você conhece a estrutura do SAC? Se não conhece, não tem problema! A imagem, a seguir, mostra como ele está organizado. http://www.anac.gov.br/ Quando nos referimos à gestão das unidades constantes do sistema aeroportuário brasileiro, podemos citar como macroatribuições da autoridade aeroportuária as seguintes atividades: Coordenar e implementar a integração das ações definidas pelos órgãos reguladores e estratégicos. Compartilhar informações e sistemas de interesse. Otimizar o fluxo de pessoas e bens e a ocupação do espaço físico no aeroporto. Garantir níveis adequados de segurança, qualidade e celeridade das atividades cotidianas do aeroporto. As ações e atribuições de cada elo do sistema dependem da função a ser desempenhada por cada um deles. Podemos dividir essas ações em: estratégica, tática e operacional. Veja de forma sucinta essas ações. Competências na gestão do sistema aeroportuário.
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