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Epilepsia na gestação

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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Epilepsia na gestação 
Obstetrícia 
 
Crise epilética única 
Alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro; 
Não causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos (hiperêmese avançada que pode causar 
hipocalemia); 
Descarga neuronal anormal; 
Acompanhada ou não de perda de consciência. 
 
Na gravidez 
Pode afetar o desenvolvimento fetal (por conta dos momentos de hipóxia durante as crises); 
Aumento de risco de mortalidade materna; 
Medicação para o tratamento tem risco teratogênico (principalmente o lábio leporino). 
 
Divisão 
Crise parcial (atinge menor parte do cérebro) Crise generalizada (atinge partes grandes do 
cérebro) 
Simples (sem alteração 
de consciência, 
progride em direção a 
outras áreas homólogas 
do corpo e há crises 
tônico-clônicas). 
Complexa (com 
alteração do nível de 
consciência, podem se 
tornar generalizadas e 
há perda de 
consciência e 
convulsões). 
Envolvimento inicial simultâneo e generalizado 
de ambos os hemisférios cerebrais; há perda de 
consciência; contrações tônicas com rigidez 
postural e contrações clônicas generalizadas dos 
membros; crise de ausência pode ocorrer. 
 
Epilepsia na gravidez 
Os hormônios da gravidez afetam diretamente o limiar de convulsões: 
1) Estrogênio - aumenta excitabilidade neuronal; 
2) Progesterona - diminui excitabilidade neuronal. 
 Na gestante, precisamos mantê-la livre das convulsões e reduzir os efeitos adversos dos medicamentos. 
 
Convulsão materna isolada 
Feto é capaz de se recuperar com a melhora da crise convulsiva, mesmo que o feto possa desenvolver 
bradicardia nesse momento de crise; 
Menos perigosa; 
Não há necessidade de indicar cesariana; 
A cardiotocografia pode ser utilizada para avaliar o perfil biofísico fetal. 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
 
Mal epilético 
Crises convulsivas de repetição; 
Risco de morte 2x maior para a mãe e 50% maior para o feto por conta das bradicardias contínuas; 
Indicativo de cesariana. 
 
Etiologia para crises convulsivas 
Crise provocada 
ou sintomática 
Eclampsia AVE Infecções 
sistêmicas e no 
SNC 
Doenças 
autoimunes 
Hipoglicemia DHE Abstinência 
etílica 
Substâncias 
ilícitas e 
medicamentos 
Tumores 
cerebrais 1º ou 
metastáticos 
 
Diagnóstico 
Anamnese e exame físico; 
Exame neurológico; 
EEG - avaliar o estado de mal epilético não convulsivo 
TC de cérebro; 
Hemograma, glicemia, eletrólitos, ureia, creatinina e enzimas hepáticas; 
Exame liquórico (?) - avaliar indicações: sinais de irritação meníngea, febre, parestesia em membros, 
etc; 
RNM do crânio: maior sensibilidade que a TC; 
 
Diagnósticos diferenciais 
Síncope; 
Eclâmpsia; 
Hiperventilação; 
Aura migranosa; 
Transtorno do sono; 
AVE; 
Amnésia global transitória. 
 
Conduta 
Na gravidez, temos: 
Menor absorção da medicação devido à êmese gravídica, à diminuição da motilidade do TGI e ao 
aumento do volume plasmático durante a gestação; 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
Maior atividade de enzimas hepáticas, plasmáticas e placentárias aumentando a metabolização dos 
anticonvulsivantes; 
Maior TFG aumentando a excreção de substâncias. 
- Monoterapia é tratamento de escolha: 
Drogas mais utilizadas: barbitúricos, carbamazepina e lamotrigina. Não usar ácido valproico e difenil-
hidantoina. 
ÁCIDO VALPROICO: 250mg a 3000mg/dia -2x/dia( comp 250 a 500mg); 
CARBAMAZEPINA200 a 1880mg/dia-2 a 3x/dia ( comp 200 e 400 mg); 
FENITOÍNA 100 a 500mg/dia- I°2x/dia ( comp 100mg); 
FENOBARBITAL 50 a300mg/dia- 1x/dia ( comp 100mg); 
LAMOTRIGINA 25 a 500mg/dia- | a 2x/dia (comp 25,50,100mg); 
- Outros fatores associados à gravidez 
Não aceitação da medicação, privação do sono, retenção de sal e água, hiperventilação e dor no TP 
(pode ser um risco para o desenvolvimento de uma crise epilética no momento do parto normal); 
Dosar as drogas e fazer modificação da dose: dosar mensalmente ou com maior frequência se ocorrerem 
convulsões para que haja ajuste na posologia das medicações de acordo com 
os níveis séricos encontrados; 
Alguns anticonvulsivantes reduzem absorção de ácido fólico (maior risco: fentoína e fenobarbital; 
menor risco: carbamazepina); 
Realizar suplementação de folato antes da concepção e durante a gestação (Dose de 0,5 - 5mg/dia); 
Algumas drogas (fenitoína, primidona e fenobarbital) também diminuem o transporte da vitamina K 
através da placenta = risco de hemorragia fetal e neonatal; 
- Suspenção do remédio durante a gestação aumenta o risco de 
Recorrência das crises; 
Risco de mal epilético; 
Traumatismo; 
Alterações na FC fetal; 
Hemorragia intracraniana fetal; 
Morte materna; 
Morte fetal. 
 
Acompanhamento fetal 
Exames: 
USG morfo 1T e 2T; 
Eco fetal: 22 - 28 semanas; 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
USG obstétrica entre 28 - 32 semanas para avaliar RCIU; 
Vitalidade fetal: perfil biofísico e doppervelocimetria. 
 
Alterações fetais 
Fendas orofaciais; 
Alterações cardíacas; 
Coagulopatia do neonato; 
Hipoplasia digital distal; 
Hipertelorismo. 
 
Complicações no parto 
Maior chance de abortamento espontâneo; 
Sangramentos durante a gestação; 
Hemorragia pós-parto; 
Necessidade de indução do parto; 
Cesárea; 
Prematuridade; 
Síndromes hipertensivas; 
RCF. 
 
 Acompanhamento puerperal 
AME deve ser encorajado porque a quantidade de anticonvulsivantes no leite materno é muito pequena; 
Anticonvulsivante pode alterar citocromo p450 aumentando o metabolismo dos anticoncepcionais, 
reduzindo sua função; 
Recomenda-se etinilestradiol 50 microgramas se ela não estiver amamentando. 
 
Estado de mal epilético 
Atividade clínica que se prolongue por mais de 5 min; 
Recuperação incompleta de consciência; 
Hipertermia, lesões renais e cerebrais. 
 Controle hemodinâmico: hipotensão arterial, acidose lática e hipoxemia. 
 Interrupção da gestação: se o quadro materno não controlado e se houver comprometimento fetal. 
 
Conduta na crise convulsiva 
 Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
 
 
 
a) ABC do trauma 
1. Manutenção de vias aéreas livres; 
2. Prevenção da hipoxemia; 
3. Acesso venoso calibroso, glicemia capilar e exames laboratorias. 
b) glicose hipertônica (40 - 60 mL) + tiamina 100 - 250 mg EV nas etilitas - 5 min; 
c) Diazepam 5 - 10 mg EV; 2 - 5 mg/min OU Midazolan 5 - 15 mg EV. 
d) Fenitoína 20 mg/kg EV: 50 mg/min (pacientes que não estão tendo crise convulsiva na eclâmpsia); 
e) Se persistir, fenitoína no máximo 30 mg/kg em 24h; 
f) Se persistir, fenobarbital 5 - 10 mg/kg EV, 100 mg/min; 
g) Se persistir, midazoloam contínuo com dose de ataque de 0,2 mg/kg e manutenção de 0,05 - 0,6 
mg/kg; 
h) Se persistir, propofol ou tiopental; 
i) Avaliação fetal: continuar gestação?

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