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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
ANA MARIA SIMÕES SILVA 
ELIANE DOS REIS SOUTO 
FULVIA CUSUMANO REIS 
LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA 
MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA 
ROSIANE PATRÍCIA MARRI 
 
 
O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Américo Brasiliense/Matão-SP 
2021 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Bkawzsrv8o0 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Bkawzsrv8o0
 
 
ANA MARIA SIMÕES SILVA 
ELIANE DOS REIS SOUTO 
FULVIA CUSUMANO REIS 
LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA 
MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA 
ROSIANE PATRÍCIA MARRI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão do curso de Pedagogia 
da Universidade Virtual do Estado de São Paulo 
(UNIVESP), apresentado como requisito para 
obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 
 
Orientadora: Prof.ª. Me. Fabiana Ap. 
Menegazzo Cordeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Américo Brasiliense/Matão-SP 
2021 
 
 
 
ANA MARIA SIMÕES SILVA 
ELIANE DOS REIS SOUTO 
FULVIA CUSUMANO REIS 
LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA 
MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA 
ROSIANE PATRÍCIA MARRI 
 
 
O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso de Licenciatura em 
Pedagogia da Universidade Virtual do 
Estado de São Paulo (UNIVESP), como 
requisito parcial avaliativo para a obtenção 
do título de licenciatura plena em 
Pedagogia. 
 
 Sob a orientação da Prof.ª Me. Fabiana Ap. 
Menegazzo Cordeiro 
 
 
 
 
Aprovado em: __________________ 
Conceito: ______________________ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
___________________________________________________________________________ 
Professora Me. Fabiana Ap. Menegazzo Cordeiro UNIVESP 
 
 
 
___________________________________________________________________________ 
Prof. UNIVESP 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente artigo busca evidenciar as oportunidades de aprendizagens mais 
significativas e reais, para o desenvolvimento cognitivo dos educandos na etapa da 
educação infantil por meio da aplicação da metodologia ativa de aprendizagem por 
projeto, especificamente pelo uso de pictograma. Justifica-se tal abordagem, pelas 
mudanças dos perfis dos professores e estudantes ao longo da história da educação 
e da sociedade, e com isso, pela importância do tema na formação inicial e continuada 
dos docentes. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico 
qualitativo, e para enriquecer o estudo foi organizado e aplicado um projeto com uso 
de pictogramas, além da aplicação de um instrumento de coleta de dados no mesmo 
campo de aplicação do projeto. Os resultados coletados apontam para a importância 
do trabalho com a metodologia por projetos na educação infantil, que propiciou aos 
estudantes a aquisição de aprendizagem significativa, por meio do encontro de 
conhecimentos já produzidos e utilizados intencionalmente, além das aprendizagens 
adquiridas pelos discentes na implementação da prática pedagógica por projeto. 
 
Palavras-chave: educação Infantil; metodologia ativa; pictogramas; projetos 
pedagógicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
1 METODOLOGIAS ATIVAS ...................................................................................... 7 
2 METODOLOGIA POR PROJETO ........................................................................... 9 
3 O PAPEL DO PROFESSOR NO TRABALHO COM PROJETOS ......................... 14 
4 DA TEORIA À PRÁTICA: COLETANDO DADOS POR MEIO DA APLICAÇÃO DE 
UM PROJETO. .......................................................................................................... 17 
4.1 Apresentação da escola ................................................................................ 17 
5 O PROJETO: A LEITURA POR MEIO DE PICTOGRAMAS ................................. 20 
5.1 Observações quanto ao desenvolvimento do projeto ................................ 23 
6 REFLEXÕES QUANTO AOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA 
METODOLOGIA POR PROJETO ............................................................................ 26 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 29 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 311 
APÊNDICE A – Imagem do cartaz do projeto ........................................................ 35 
APÊNDICE B – Educadora apresentando as figuras dos alimentos ................ 366 
APÊNDICE C – Educadora e crianças analisando as imagens dos alimentos 377 
APÊNDICE D – Educadora e educandos colando os pictogramas ..................... 38 
APÊNDICE E – Crianças montando o cardápio .................................................. 399 
APÊNDICE F – Estudantes selecionando os pictogramas dos alimentos ......... 40 
APÊNDICE G – Crianças montando o cartaz do cardápio ................................. 411 
APÊNDICE H – O cardápio no pátio da instituição de ensino ........................... 422 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Segundo Almeida e Fonseca Júnior (2000, p. 22) “o trabalho com projetos é 
uma maneira de facilitar a atividade e a ação com a participação da criança ao produzir 
fatos de ordem social e trocar informações, fazendo com que se rompam as limitações 
do cotidiano”. 
Assim, a presente pesquisa com a temática e o estudo da metodologia ativa 
por projetos, tendo como produto a construção e aplicação de um projeto intitulado “A 
leitura por meio de pictogramas”, oportunizou para alunos e professores da Educação 
Infantil o desenvolvimento da leitura do cardápio da merenda escolar por meio de 
imagens. 
Portanto, a metodologia de projetos pode auxiliar na ampliação da visão 
interdisciplinar e transdisciplinar, pois representa um processo metodológico de 
aprendizagem que envolve níveis de integração, interconexão, inter-relacionamento 
de informações, agregação de informações, conteúdos, conhecimentos e saberes na 
busca de uma abordagem mais complexa (BEHRENS, 2008, p. 102). 
Assim, esta pesquisa se justifica pela necessidade em aprofundar os 
conhecimentos teóricos e práticos sobre a metodologia baseada em projetos na 
formação acadêmica e prática, inicial e continuada dos profissionais da educação, 
considerando as demandas para o uso desta metodologia frente à nova Base Nacional 
Comum Curricular e à necessidade de promover metodologias que protagonizem o 
aluno como sujeito ativo nos processos de ensino e aprendizagem. 
Dessa forma, o trabalho tem como objetivo geral pesquisar a importância da 
metodologia de projeto para o desenvolvimento da habilidade de leitura por meio de 
um projeto envolvendo pictogramas e cardápio alimentar para as crianças da Primeira 
Etapa (três anos) da Educação Infantil. E, consequentemente, como objetivos 
específicos, a exposição da metodologia de aprendizagem por projetos; apresentar 
e aplicar uma proposta de projeto para fomento da habilidade de leitura por meio de 
um projeto que envolva pictogramas relacionados à montagem e leitura de um 
cardápio alimentar a ser exposto no refeitório de uma escola; demonstrar os 
benefícios ao trabalhar com projetos na Educação Infantil e identificar o papel do 
professor ao trabalhar a leitura por meio do desenvolvimento do projetoacima 
mencionado. 
6 
 
A metodologia para aporte teórico da pesquisa foi a bibliografia qualitativa, e 
para a investigação do problema da pesquisa, foi realizada pesquisa de campo e 
aplicação do produto da pesquisa, sendo um projeto de leitura por meio de 
pictogramas. 
Os resultados coletados apontam para a importância do trabalho com a 
metodologia por projetos na educação infantil que propicia aos alunos a aquisição de 
aprendizagem ativa, protagonista e significativa para ele, tornando-o parte de todo o 
processo de ensino aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 METODOLOGIAS ATIVAS 
 
 
A maioria dos adultos da sociedade atual frequentaram a escola e participaram 
de aulas em sua grande maioria, expositivas, os estudantes ouviam, liam livros 
didáticos e memorizavam o conteúdo, ou seja, o típico ensino tecnicista. As avaliações 
eram quase que exclusivamente por meio de provas, vinculadas diretamente à 
atribuição de notas, que buscavam apenas quantificar os estudantes e não qualificar 
o que foi apreendido por eles, com perguntas que não desenvolviam a reflexão e nem 
a criticidade do discente. Mas, atualmente, a escola vem abrindo espaço para novas 
técnicas educacionais, para manter e dar a oportunidade para o aluno, elas estão 
inovando por meio das metodologias ativas. 
Um exemplo de metodologia ativa é a aprendizagem baseada em projetos, 
tema deste trabalho. Segundo Oliveira e Pontes (2011) a metodologia ativa é o 
processo de colocar o discente como responsável por sua aprendizagem e 
desenvolvimento. 
Para Freire (1996) é muito importante deixar claro que para ensinar é preciso 
considerar vários fatores para conseguir a atenção e a altivez do aluno na sala de 
aula. Manter o rigor metódico, a pesquisa, e o respeito aos saberes do aluno, a 
criatividade, ética, estética e o reconhecimento da sua identidade cultural. 
Segundo Moran (2018) o papel do professor é imprescindível para desenhar o 
caminho, mediar as atividades de maneira individual e no coletivo. E apontar o 
percurso ao assumir o papel de gestor e orientador nos aspectos empreendedores e 
inovadores. 
Desse modo, existem várias metodologias ativas tais como: 
● Web Quest: é uma metodologia de ensino e aprendizagem que utiliza 
diferentes recursos além da web para o desenvolvimento de uma tarefa de 
investigação proposta pelo professor (BACICH e MORAN, 2018). 
● Aprendizagem baseada em projetos: é uma metodologia desenvolvida por meio 
de um intenso processo de investigação elaboração de produtos de modo de 
colaboração cooperação e interdisciplinaridade (MONTEIRO E ZANOLLI, 
2018). 
● Sequência didática: é uma metodologia de ensino e aprendizagem composta 
por um conjunto de atividades planejadas para ensinar um conteúdo 
constituído, com passos e etapas ligadas entre si, e organizados de acordo 
8 
 
com os objetivos propostos pelo professor para tornar o aprendizado mais 
significativo e eficiente (BACICH e MORAN, 2018). 
● Gamificação: é utilizada dentro do contexto escolar como uma alternativa para 
auxiliar o professor e o aluno no processo de ensino aprendizagem, e que 
supera a abordagem tradicional. Os recursos digitais computadores, tablets, 
smartphones, são um meio de aproximação do cotidiano do estudante com o 
ambiente escolar (MONTEIRO E ZANOLLI, 2018). 
● Ensino híbrido: é um modelo de educação formal que se caracteriza por 
combinar tempos espaços, e atividades, metodologias e os públicos diversos, 
misturando ensino presencial e propostas de ensino on-line por meio da 
tecnologia (COUTINHO, 2019). 
● Dividir a sala em estações: é a divisão da sala em grupos de trabalho, por 
exemplo, o professor divide a sala em equipes para trabalhar a escravidão no 
Brasil, uma turma pesquisa na internet sobre a temática, a outra pesquisa nos 
livros, a outra cria desenhos sobre a escravidão, e outra vai escrever um texto 
sobre o que sabem da escravidão, o que pensam sobre o tema (BACICH e 
MORAN, 2018). 
● Aula por resolução de problemas: o professor propõe atividades que desafiam 
o aluno (MONTEIRO E ZANOLLI, 2018). 
As metodologias ativas ainda encontram resistência por parte de alguns 
professores que têm receio do que é novo, mas também por não estarem 
familiarizados com a Tecnologias da Informação e Comunicação, por exemplo. 
Logo, Masson et al. (2012) corrobora que a metodologia baseada em projetos 
precisa ser realizada sem esquecer dos quatro pilares da educação: aprender a 
conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprendera ser. Os pilares garantem 
que o estudante tenha uma aprendizagem completa. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2 METODOLOGIA POR PROJETO 
 
 
O trabalho com projetos na educação infantil rompe o modelo de fragmentação 
da educação, ressignifica o espaço escolar e o transforma, com várias interações 
entre estudantes e docentes. 
Dessa forma, Roldão (2009) afirma que a escola, como espaço social, reflete a 
sociedade em que vivemos, ou melhor, é parte dela e necessita fomentar espaços que 
permitam a integração, aprendizagem, participação e convívio dos estudantes, é ainda 
um espaço de convívio social e cultural que promove a interação entre os sujeitos e 
que proporciona o desenvolvimento das aprendizagens por meio das habilidades, 
atitudes e valores. 
Assim, o trabalho com projetos proporciona uma aprendizagem multidisciplinar 
e permite articulações diferenciadas de cada estudante envolvido no processo. A 
metodologia de projetos estimula uma aprendizagem para lidar com o conhecimento, 
superando a perspectiva de acumulação e memorização de informações ou 
conteúdos (BEHRENS, 2008). 
Sendo assim, o trabalho com projetos pedagógicos na educação infantil, uma 
estratégia inovadora, eficaz, e desafiadora ao trabalhar diversos conteúdos e temas 
presentes no ambiente escolar, tais como: multiculturalismo, brincadeiras, 
comportamento, valores. Tais trabalhos têm o intuito de proporcionar às crianças o 
desenvolvimento da sua aprendizagem. 
Para Barbosa e Horn: 
 
A pedagogia de projetos vê a criança como um ser capaz, competente, com 
um imenso potencial e desejo de crescer. Alguém que se interessa, pensa, 
duvida, procura soluções, tenta outra vez, quer compreender o mundo a sua 
volta e dele participar, alguém aberto ao novo e ao diferente. Para as 
crianças, a metodologia de projetos oferece o papel de protagonistas das 
suas aprendizagens, de aprender em sala de aula, para além dos conteúdos, 
os diversos procedimentos de pesquisa, organização e expressão dos 
conhecimentos. (BARBOSA E HORN, 2008, p. 87). 
 
 O trabalho com projetos na educação infantil é importante por possibilitar e 
corroborar no processo de ensino e aprendizagem, pois desenvolve e aprimora as 
habilidades da aprendizagem bem como as emocionais, que no decorrer do 
crescimento e desenvolvimento dos estudantes será transformado em diversas 
competências. 
10 
 
As autoras Barbosa e Horn (2008), asseveram que o projeto pedagógico é uma 
estratégia que amplia a visão de mundo, pois é uma metodologia inovadora em termos 
de estruturação e organização pedagógica, contemplando uma visão multifacetada 
dos conhecimentos e informações. 
Portanto, Monteiro et al. (2013) ressalta que o trabalho com projetos na 
educação infantil propicia grandes contribuições para desenvolver as competências e 
habilidade das crianças, além de ser um desafio para os educadores, que precisam 
romper com a visão arcaica na qual a criança é um ser sem conhecimento, pois, as 
crianças possuem saberes prévios, e se tornam protagonistas do seu próprio 
conhecimento, desenvolvendo cada etapa percorrida do projeto junto com seu 
professor. 
Segundo Nogueira (2003): 
 
Os projetos, na realidade, são verdadeiras fontes de investigação e criação, 
que passam sem dúvida por processos de pesquisas, aprofundamento, 
análise, depuração e criação de novas hipóteses, colocandoem prova a todo 
momento as diferentes potencialidades dos elementos do grupo, assim como 
as suas limitações (NOGUEIRA, 2003, p. 80). 
 
Desse modo, Barbosa e Horn (2008) afirmam que é importante o trabalho com 
projetos, uma vez que possibilita a pesquisa, o estudo, o exercício da crítica, a reflexão 
em grupo, a argumentação. Além disso, as autoras também asseguram que a 
elaboração de tais trabalhos, deve ser feita com as crianças. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010) 
corroboram que os projetos pedagógicos nas escolas de Educação Infantil devem ser 
desenvolvidos com base nos fundamentos norteadores, tais como: princípios éticos 
da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; 
princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e 
do respeito à ordem democrática; princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, 
da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. 
Para Almeida e Fonseca Júnior (2000) o projeto rompe com as fronteiras 
disciplinares, pois possibilita a articulação de diferentes áreas de conhecimento, 
possibilitando o desenvolvimento das investigações e ao mesmo tempo estabelecem 
uma articulação horizontal com uma relação de reciprocidade entre elas, tendo em 
seu pano de fundo a unicidade do conhecimento em construção. 
Em consonância, Hernández (1998) corrobora que o ensino por meio de 
projetos qualifica como uma pesquisa transdisciplinar, já que é compartilhada por 
11 
 
várias disciplinas interpretadas por uma busca de resolução de problemas e uma 
aproximação da realidade do contexto social do aluno com o objeto de estudo. 
Nesse sentido, Barbosa e Horn (2008), afirmam que os projetos não possuem 
durabilidade fixa, ou seja, podem durar três semanas, um mês ou até um ano. Para 
as autoras os projetos passam por três momentos decisivos, são eles: primeiro, a 
definição do problema partindo de um fato que instiga o aluno; segundo, o 
planejamento que trata de sua organização e as etapas propostas, além da 
concretização do projeto que é o trabalho feito junto com as crianças; e o terceiro 
passo é a avaliação e a comunicação, que envolvem a reflexão sobre as informações 
coletadas e produzidas pelos educandos. 
Silva (2013) acrescenta que: 
 
O trabalho com projetos didáticos deve, como pressuposto, levar toda a 
comunidade escolar a conhecer e compreender as particularidades e as 
ações que serão necessárias para a sua realização, desde a definição dos 
objetivos que serão alcançados em todo o desenvolvimento, até a formulação 
e execução das atividades previamente organizadas e planejadas com o 
propósito de trabalhar aspectos dos conteúdos de ensino, focando as 
dificuldades do processo de ensino e aprendizagem, facilitando a 
aprendizagem dos alunos.(SILVA, 2013, p.16) 
 
Outro fator importante apontado por Oliveira e Pontes (2006) é que o trabalho 
com projetos torna possível uma proposta educacional correlacionada com a 
afetividade, pois cria condição para que as crianças busquem descobrir, refletir, 
defender e respeitar pontos de vistas. 
Neste sentido Barbosa e Horn (2008) ressaltam a importância de as atividades 
serem planejadas, para que os objetivos sejam alcançados, e que a prática 
pedagógica possua uma sequência, permitindo que a criança tenha um 
desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. 
Polido (2015), por sua vez, destaca que o desenvolvimento da metodologia de 
projetos no contexto escolar é composto de quatro etapas: a primeira é a 
problematização que, segundo ele, é o ponto de partida, que orientará o 
desenvolvimento do projeto, nessa etapa os alunos expressarão suas ideias, crenças, 
conhecimentos e hipóteses explicativas sobre o problema levantado. As hipóteses 
iniciais orientarão a intervenção pedagógica no sentido de adotar o caminho mais 
adequado ao desenvolvimento do trabalho (POLIDO, 2015). 
Já a segunda etapa é intitulada de desenvolvimento, que é o período de busca 
às respostas para as questões colocadas e para as hipóteses levantadas durante a 
12 
 
fase de problematização. Nesta etapa os alunos utilizarão estratégias mediadas pelo 
professor e pelo próprio grupo (POLIDO, 2015). 
A síntese é como se denomina a terceira etapa e, durante este período, o 
conhecimento construído deve ser organizado de acordo com o modelo escolhido 
para a apresentação dos resultados, selecionando um recurso para tal: relatório, 
painel de apresentação, mural, blog, entre outros (POLIDO, 2015). 
E, finalmente, temos a quarta etapa, a avaliação, em que como o próprio nome 
diz, consiste em avaliar todo o processo de desenvolvimento do projeto, levando em 
conta também a autoavaliação realizada pelos estudantes, a avaliação das equipes 
de trabalho e avaliação das estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas para 
alcançar os fins propostos. Entretanto, a avaliação de um projeto deverá ser orientada 
no sentido dos resultados obtidos, isto é, se o problema que foi colocado inicialmente 
foi respondido ou não (POLIDO, 2015). 
Desenvolver e elaborar um projeto não é tarefa fácil, pois precisa estar de 
acordo com as necessidades e interesses das crianças e com faixa etária das 
mesmas, pois os direitos de aprendizagem e desenvolvimento precisam ser 
garantidos, como prescreve a Base Nacional Comum Curricular, BNCC (BRASIL, 
2017). 
O trabalho com projeto também possui um caráter de imprevisibilidade e 
flexibilidade, pois o projeto pode durar um ano e em seu decorrer as crianças vão 
agregando novas dúvidas, ideias e até a necessidade de mudar o produto final ou 
acrescentar outras atividades. 
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, RCNEI (BRASIL, 
1998) corrobora: 
 
 Alguns projetos, como fazer uma horta ou uma coleção, podem durar um ano 
inteiro, ao passo que outros, como, por exemplo, elaborar um livro de 
receitas, podem ter uma duração menor. Por partirem sempre de questões 
que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato com as práticas 
sociais reais. Dependem, em grande parte, dos interesses das crianças, 
precisam ser significativos, representar uma questão comum para todas e 
partir de uma indagação da realidade. É importante que os desafios 
apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças. 
(BRASIL, 1998, p. 57) 
 
Na educação infantil o trabalho com projeto tem como objetivo o 
desenvolvimento da aprendizagem de forma mais atrativa e lúdica para o aluno. 
13 
 
Convidar os pais para participar é de suma importância, para assim construir pontes 
entre família e escola. 
Dessa forma, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, RCNEI 
(BRASIL, 1998) ressalta que um dos ganhos ao se trabalhar com projetos é dar 
possibilidade para a criança desenvolver um assunto por meio de um eixo relacionado 
de trabalho, ampliando suas ideias sobre determinado tema e estabelecer inúmeras 
relações com o mundo a sua volta. 
Para Nogueira (2003) a metodologia de projetos funciona como uma estratégia 
para auxiliar na formação integral do aluno, pois fomenta o desenvolvimento das 
habilidades e competências relativas à formação empreendedora, que são essenciais 
para a construção do saber e da autonomia por parte do estudante. 
Logo, cabe ao professor garantir que do planejamento até a execução do 
projeto, as necessidades dos alunos da educação infantil sejam garantidas e que 
tenham flexibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
3 O PAPEL DO PROFESSOR NO TRABALHO COM PROJETOS 
 
Na educação infantil o cuidar e o educar são indissociáveis, pois os espaços 
devem ser organizados para o bem-estar das crianças, como a sala de aula, o 
refeitório, os banheiros, a sala de repouso e o parque. Logo, o professor precisa refletir 
e lapidar sua prática pedagógica visando oportunizaruma aprendizagem de qualidade 
para os alunos. 
Para o RCNEI (BRASIL,1998) entender, conhecer e reconhecer o modo 
particular da criança, de ser e estar no mundo é um dos principais desafios da 
educação infantil e do professor. E, no que diz respeito à aprendizagem, o trabalho 
com projetos quando utilizado e bem planejado pelo professor se faz necessário por 
contribuir com o desenvolvimento pessoal e aprendizagem da criança. 
Dessa forma, Oliveira et al. (2012) corrobora: 
 
Os projetos da instituição educativa são compartilhados por muita gente, 
pelas crianças que constituem uma turma e seu professor, naquele que 
sempre está preocupado em ouvir, apresentar bons problemas, propor ótimos 
desafios para fazer com que cada um avance em seu processo de 
aprendizagem e desenvolvimento. (OLIVEIRA et al., 2012, p.196). 
 
Assim, o docente deixa de ser aquele que ensina por meio dos conteúdos pré-
estabelecidos e compreende que o conteúdo necessita estar relacionado com o 
interesse e os questionamentos das crianças. Portanto, o currículo tem que ser aberto 
e flexível, para propiciar momentos de aprendizagem mais significativa para os 
educandos, incumbindo- se de concretizar e fazer a mediação necessária para que o 
aluno consiga encontrar sentido naquilo que está aprendendo. Pois, segundo 
Hernández (1998), os projetos de trabalho possibilitam uma ressignificação dos 
espaços destinados ao ensino e aprendizagem para que voltem para a formação de 
sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes. 
Para tanto o RCNEI (BRASIL, 1998) ressalta que a função do docente é 
considerar como ponto inicial para sua prática educativa os conhecimentos prévios 
das crianças, adquiridos das diversas experiências sociais, cognitiva e afetiva 
vivenciadas por elas. 
Cabe ao professor, ao trabalhar com projetos, oferecer uma diversidade de 
situações em aula, momento no qual todos os alunos possam participar igualmente. 
Essas circunstâncias são regidas pela disposição do professor ao responder as 
constantes e insistentes indagações na busca dos alunos pelo conhecimento do 
15 
 
mundo exterior, o que facilita para o discente a sua aprendizagem. Desse modo, Freire 
aponta: 
[...] trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender precedeu 
ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente 
fundante de aprender. Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que 
não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar 
ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não 
pode ser realmente aprendido pelo aprendiz. Quando vivemos a 
autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma 
experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, 
estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a 
decência e com a seriedade. (FREIRE, 2002, p.12-13). 
 
Prado (2003) acrescenta que na pedagogia de projetos o aluno aprende no 
processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações que 
incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de 
conhecimento. E, portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina 
por meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo 
a atuação do professor, para criar situações de aprendizagem cujo foco incide 
sobre as relações que se estabelecem neste processo, cabendo ao professor 
realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido 
naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações. 
Portanto, há três aspectos fundamentais que o professor precisa considerar 
para trabalhar com projetos: as possibilidades de desenvolvimento de seus alunos, 
as dinâmicas sociais do contexto em que atua e as possibilidades de sua mediação 
pedagógica (PRADO, 2001). 
Neste sentido Behrens (2008) ressalta que a organização dos conhecimentos 
escolares exige o envolvimento do professor e do aluno em uma interconexão entre a 
concepção e a execução da ação que ocorrem no delineamento do processo e 
implicam em integrar a teoria e a prática. 
É de suma importância que na escola a criança tenha um aprendizado que faça 
com que ele desenvolva sua percepção e suas capacidades dentro do processo 
ensino aprendizagem, cabe, portanto, ao professor fazer a mediação e incentivar o 
discente nesse processo, proporcionando o ambiente necessário, momentos 
prazerosos, além de interação, cuidado com a criança, com afetividade, valores, 
significados, coordenação motora, força, equilíbrio e respeito às regras. De acordo 
com Prado (2001) o trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino 
e aprendizagem e, consequentemente, na postura do professor. 
16 
 
Os projetos precisam ter sentido para os alunos, precisam ser construídos de 
modo significativo, articulados com o contexto educacional que favoreça a 
aprendizagem e a uma estrutura lógica que facilite o entendimento do estudante. 
(HERNÁNDEZ, 1998). 
Neste sentido, Nogueira (2003) destaca que cabe ao professor instigar os 
alunos a aprender mobilizando-os para chegar ao conhecimento de um tema que lhes 
interessa, para resolver alguns problemas do meio social ou natural que lhes são 
questionados, ou para formação e aprendizagem escolar. 
Assim, o professor precisa estar atento para possibilitar que o educando 
exponha suas dúvidas, opiniões, desejos, para poder intervir com o projeto 
pedagógico no qual a criança deve participar ativamente como construtora de seu 
conhecimento, e o papel do educador é mediar esse momento de ensino 
aprendizagem, demonstrando segurança para que os estudantes não fiquem com 
vergonha ou medo de dizer o que pensam. 
Neste sentido, Prado (2003) aborda que ao realizar um projeto o professor dá 
oportunidade para que a criança ressignifique o conhecimento já aprendido e 
estabeleça relações importantes entre o conhecimento que possui e o adquirido. 
Outra contribuição é apontada por Antunes (2012): 
 
 O trabalho com a metodologia dos projetos somente se justifica quando os 
alunos colocam seu interesse e sua energia na busca de temas relevantes, 
essenciais para a aprendizagem no programa da disciplina. O ideal é que a 
escolha dos temas se desenvolva no consenso entre a orientação do 
professor e a curiosidade dos alunos. (ANTUNES, 2012, p. 87). 
 
Desse modo, Barbosa e Horn (2008) apresentam: 
 
Ao professor cabe oferecer as estruturas narrativas da tradição, mas também 
observar a emergência do novo, conectar os conhecimentos da realidade dos 
alunos aos conhecimentos científicos, ser um articulador, um membro 
mediador que oferece os apoios indispensáveis, tal como os andaimes de 
Jerome Bruner, para que as crianças o utilizem na construção de seu 
processo, mas assim que possível possam dispensar a centralidade da 
presença do educador. Seu papel junto ao grupo será o de intermediar as 
ações das crianças e os objetos do conhecimento. (BARBOSA, 2008, p.87) 
 
Assim, cabe ao professor oportunizar aos alunos novos conhecimentos, bem 
como uni-los aos já adquiridos por meio de suas vivências, de forma a potencializar 
seu desenvolvimento. 
 
17 
 
4 DA TEORIA À PRÁTICA: COLETANDO DADOS POR MEIO DA APLICAÇÃO DE 
UM PROJETO 
 
Na elaboração do presente trabalho foi adotada a combinação de 
metodologias, sendo a metodologia de pesquisa qualitativa, que se utilizou de 
pesquisas bibliográficas para formação de seu referencial teórico, referenciando 
vários autores que abordam a temática e a pesquisa de campo, que acompanhou a 
implementação do projeto de leitura e levantou dados por meio de instrumento de 
coleta no campo. 
Saliente (Gil, 2008, p. 44), que “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base 
no material já existente, tais como: livros, artigos científicos,tese de doutorado, 
dissertação de mestrado, revistas e artigos”. 
Já a pesquisa de campo foi realizada em uma escola de educação infantil no 
município de Araraquara, interior de São Paulo. A pesquisa de campo, por sua vez, é 
caracterizada pela investigação e coleta de dados junto a pessoas, utilizando o 
recurso da pesquisa, que tem com pressuposto a participação planejada do 
pesquisador na questão a ser investigada (FONSECA, 2002). 
 A pesquisa de campo foi aplicada em um grupo de dezenove crianças, com 
idades entre dois anos e seis meses e três anos. Houve pronta recepção ao 
desenvolvimento do projeto. 
Através da pesquisa de campo foi possível observar que a escola é ampla, 
possui acesso para cadeirantes, o refeitório tem móveis adequados ao tamanho das 
crianças, as salas de aula são amplas com mobília adequada, possui cantinho para 
leitura e brinquedos. 
As famílias participam dos eventos escolares como apresentação escolar, 
reuniões de pais e mestres. A escola está em bom estado de conservação, é arejada 
e limpa. 
Sobre o perfil dos participantes, as crianças, destaca-se a agitação e a 
curiosidade com a proposta apresentada. Com a aplicação do projeto em si os 
educandos se familiarizaram com o conteúdo, compreenderam o tema e participaram 
ativamente da atividade proposta, que ocorreu no período de 08 até 19 de novembro 
de 2021. 
 
4.1 Apresentação da escola 
 
18 
 
O Centro de Educação e Recreação é uma instituição de Educação Infantil que 
atende crianças de 0 a 6 anos de idade. Os educandos são distribuídos de acordo 
com a idade da seguinte forma: Berçários 1 e 2 (crianças de 0 a 2 anos e 3 meses), 
Classes Intermediárias (crianças de 2 anos e 4 meses até 3 anos), Terceira Etapa, 
Quarta Etapa e Quinta Etapa (crianças de 3 até 6 anos). 
O bairro onde o Centro de Educação e Recreação está inserido é um bairro de 
médio porte que começou a se formar há cerca de 35 anos, através de terrenos e 
casas particulares. A comunidade local possui uma boa estrutura, com uma vasta 
diversidade de estabelecimentos comerciais, como: supermercados, padarias, 
farmácias, lojas, açougues, quitandas, salões de beleza, clínica dentária, entre outros. 
Há também nas proximidades uma escola de nível Fundamental de (1º ao 5º 
ano) que atende as crianças de bairros vizinhos. 
A maioria dos moradores pertence à classe média baixa, com moradias em 
bom estado e veículos automotivos. O nível de escolaridade da comunidade local 
prevalece o nível fundamental I completo, porém, uma parcela significativa de pessoas 
possui o nível médio de ensino. Um contingente muito pequeno de moradores 
apresenta nível superior e uma pequena parte, os mais idosos, são analfabetos. 
O espaço físico da unidade está organizado da seguinte forma: 
● Sala estruturada: com mesas e cadeiras, armários de aço, lousa e lousa 
digital. Nessa sala são realizadas atividades que requerem esse tipo de 
composição de sala; 
● Sala de recursos: composta por estantes de madeira com brinquedos e 
material para desenho e pintura, biblioteca, mesinhas e cadeiras, 
computadores com acesso à internet e lousa; 
● Sala de multimeios: composta de lousa, estantes com brinquedos 
afetivos (bonecas e carrinhos), televisão com acesso à internet, DVD, 
aparelho de som, arara com fantasias, fantoches e espelho; 
● Sala da classe intermediária: a unidade apresenta duas salas de Classes 
Intermediárias, compostas de mesas, armários de brinquedos, espelho 
e aparelho de som; 
● Diretoria; 
● Refeitório: composto por mesas, cadeiras e bebedouro; 
● Área de lazer: composta por 3 tanques de areia (com balanços, 
escorregador e túnel de concreto), onde são utilizados baldinhos com 
19 
 
pás e formas de modelagem; pracinha com bancos, solário com 
escorregador, castelinho e cavalinhos, áreas livres concretadas onde 
são realizadas atividades de coordenação motora ampla (roda cantada, 
brincadeiras livres e dirigidas) e bebedouro; 
● Casinha de boneca: com brinquedos para o desenvolvimento afetivo; 
● Quiosque: espaço coberto, aberto nas laterais; 
● Cozinha com dispensa; 
● Lactário; 
● Lavanderia; 
● Berçário I; 
● Berçário II. 
 A organização do cotidiano do Centro de Educação e Recreação se dá por 
meio de rotinas, rodízios, do brincar e das atividades educativas. Os rodízios 
possibilitam às crianças uma interação com todos os membros da comunidade 
escolar, presentes na instituição, favorecendo a multiplicidade de experiências no 
nível físico, cognitivo e afetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
5 O PROJETO: A LEITURA POR MEIO DE PICTOGRAMAS 
 
 
A criança, antes de adquirir as palavras inicia seu processo de comunicação 
com o mundo afora pelo registro de suas experiências por meio de imagens. Portanto, 
desde muito cedo as pessoas compreendem o mundo pelos símbolos, ou seja, leem 
as imagens. 
Dessa forma, trabalhar com imagens com crianças promove a leitura antes da 
palavra e ajuda a desenvolver a fala e a expressar ideias. Assim, “a leitura do mundo 
precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da 
continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1989, p.11). 
Para Carneiro (2008): 
 
A percepção imagem está relacionada com a forma pela qual cada indivíduo 
pode captar a realidade e, ao mesmo tempo, entre outros fatores, está 
atrelada à história pessoal e familiar, à cultura, aos interesses e motivação de 
cada um. A imagem é vista e percebida pelo indivíduo que recorta e a compõe 
novamente em sua mente, agregando seus conhecimentos valores e 
emoções. (CARNEIRO, 2008, p.13) 
 
Para tanto, a leitura por pictogramas é importante por considerar que a leitura 
“é um processo de compreensão de expressões formais, simbólicas, não importando 
qual linguagem será utilizada” (MARTINS, 1994, p.30). 
Os pictogramas como desenhos e símbolos são pinturas antigas encontradas 
nas cavernas da pré-história (MICHAELIS, 2002) e estão em todos os lugares, tais 
como: aeroporto, hotéis, praias, ruas, semáforos, rodovias, museus, hospitais, 
restaurantes, bares, propagandas, internet, redes sociais, entre tantos outros. Logo, 
percebemos que vivemos em uma sociedade cercada por símbolos, portanto, é de 
suma importância incentivar a alfabetização pela imagem. 
Assim, a alfabetização visual por meio da leitura de imagem, tem por objetivo 
estimular o educando a aprender a ler, interpretar o mundo a sua volta, a posicionar-
se criticamente sobre a sua realidade (TORRES, 2011, p.18). 
Portanto, a leitura por meio de imagem é uma maneira de observação com mais 
detalhes. A criança inicia essa leitura ainda bem pequena e quando está maior 
começa a ler imagens mais elaboradas, como obras de arte. 
Para Barbosa (2008): 
 
 Compreender uma imagem implica ver construtivamente a articulação de 
seus elementos, suas tonalidades, suas linhas e volumes. Enfim, apreciá-la, 
na sua pluralidade de sentidos, sejam imagens da Arte erudita, popular, 
internacional ou local; sejam produções dos alunos; o meio ambiente natural 
21 
 
ou construído; imagens da televisão; informações visuais diversas presentes 
no cotidiano. (BARBOSA, 2008, p. 81). 
 
Para trabalhar com a leitura por meio da imagem na educação infantil é 
necessário que faça sentido para a criança. Pois, ao observar uma imagem, cada 
criança terá sua própria interpretação e significado diferente. 
Então, Carneiro (2008) corrobora que: 
 
 É notório que o texto verbal e das imagens são fontes de informação 
diferentes. Enquanto a leitura do texto verbal é linear, progressiva e se dá 
numa ordem pré-estabelecida, da esquerda para direita e de cima para baixo, 
a leitura de imagem é descritiva e não possui uma ordem estabelecida. 
Entretanto, mesmo não estabelecendo uma estrutura fixa, pode-se afirmar 
que de um modo geral, a leitura de imagensapresenta características em 
comum com a leitura verbal. (CARNEIRO, 2008, p.47). 
 
 Neste sentido, o trabalho com a imagem mobiliza a expressão, a criação e a 
comunicação, ampliando horizontes e intensificando as relações dos indivíduos 
consigo mesmo, com os outros e com o mundo. 
Para tanto Torres (2011) afirma: 
 Antes mesmo de uma criança aprender a escrever, e mesmo sem conhecer 
as cores, ou denominá-las, a criança já tem necessidade de rabiscar, 
desenhar. E o desenho pode ser uma ferramenta muito importante para 
inserção da criança no mundo da leitura verbal. Quando uma criança tem em 
suas mãos um lápis e uma folha de papel, independente de idade, ela possui 
uma necessidade de desenhar, mesmo com formas inexplicáveis, pois, para 
ela, o desenho ou o rabisco tem uma história por trás. (TORRES, 2011, p.26) 
 
Dessa forma, é notória a contribuição da leitura por meio da imagem ao fazer 
a criança se perceber como parte integrante da sociedade. A linguagem não verbal 
oportuniza que a criança se desenvolva e compreenda o tipo de sociedade (visual) 
que está inserida (AGUIAR, 2004). 
No entanto, Barbosa (2008) salienta que o significado da imagem para a 
criança está na relação estabelecida entre as vivências e o que ela vê. E as crianças, 
no decorrer de seu cotidiano, produzem conhecimentos prévios por estarem em 
contato com diferentes pictogramas, seja na escola, família ou comunidade. 
As imagens corroboram com o processo de aprendizagem da criança, pois 
fazem a ponte entre a criança e o mundo por meio das ilustrações, placas, panfletos, 
revistas, livros de história infantil, figuras, desenhos e outros. 
Por isso, Bernardi afirma que “as imagens e cores têm grande força no 
incentivo à leitura para as crianças, mesmo que estas ainda não tenham o domínio 
sobre a arte de ler e escrever” (BERNARDI, 2014, p. 27). 
22 
 
Assim, o projeto foi desenvolvido no período de 08 até 19 de novembro de 2021, 
com uma turma da classe intermediária, que é composta por 19 alunos com idade 
entre dois anos e seis meses e três anos. Ele consiste em trabalhar com as crianças 
a montagem do cardápio da escola por meio de figuras. 
Dessa forma, as crianças começaram a aprender como são os alimentos antes 
e depois do preparo, diferenciar legumes e outros tipos de vegetais, que até então, 
não conheciam. 
As cores, texturas (se é um alimento duro ou macio, por exemplo), sensações 
do paladar (doce, salgado, azedo, etc.), questionamentos se gostam ou se já 
experimentaram, também são temas debatidos com os educandos. 
Momentos antes da refeição foi feita uma roda com as crianças e deixado à 
disposição para a manipulação delas as figuras de diferentes tipos de alimentos, 
prontos e in natura, como carnes por exemplo. Então, são explicadas as diferenças, 
de onde cada alimento vem (origem) e porque é importante se alimentar com eles. No 
painel de papel cartolina, foi solicitado para que as crianças montassem a composição 
da refeição do dia. 
O projeto direciona para que este produto elaborado pelos estudantes, como 
um painel em cartolina, seja fixado no refeitório da escola, ficando exposto para que 
todos os alunos na Instituição de ensino possam observá-lo, fazendo a leitura do 
cardápio do dia por meio dos pictogramas (figuras). 
O projeto, dessa maneira, perpassa por várias áreas, pois trabalha a 
alimentação, incentivando a ingestão dos alimentos oferecidos na escola, e a leitura 
das figuras. 
 As crianças estão ficaram envolvidas com a atividade, sentiram-se felizes em 
realizar o trabalho e depois compará-lo com o prato que é servido durante a refeição. 
Compreende-se que o referido projeto se relaciona por diversos aspectos com 
os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previsto na BNCC (BRASIL, 2017), 
que elenca: 
● Conviver: com crianças e adultos em pequenos ou grandes grupos; 
● Brincar: em diferentes espaços, e tempos no seu cotidiano; 
● Participar: do planejamento das atividades e da gestão escolar; 
● Explorar: movimentos, gestos, sons, cores, palavras emoções; 
● Expressar: como sujeito criativo e dialógico. 
23 
 
● Conhecer-se: através da sua construção da sua identidade social, 
pessoal e cultural. 
E o campo de experiência abordado pelo projeto é: traços, sons, cores e formas 
– conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas (BRASIL, 
2017, p.40). 
 
5.1 Observações quanto ao desenvolvimento do projeto 
 
As crianças que participaram do projeto estão no estágio de desenvolvimento 
pré-operatório, se expressam simbolicamente. Algumas demostravam certo 
egocentrismo, brigam pelos brinquedos, apresentam uma habilidade que é a imitação 
(PIAGET,1987). 
Portanto, as crianças utilizam a linguagem oral para se comunicar, como pedir 
para ir ao banheiro, água, brinquedo. Algumas crianças estão no desfralde, outras já 
estão sem fralda na escola. 
É possível comprovar a independência dos discentes quando alguns pedem 
para ir ao banheiro sozinhos, por exemplo. Outros alunos já conseguem escovar os 
dentes sem ajuda. Nota-se que as crianças da escola estão ávidas pelas vivências e 
aprendizagens. 
O projeto desenvolvido na escola de educação infantil no município de 
Araraquara, teve a intencionalidade de desenvolver a leitura das crianças por meio de 
pictogramas e como atividade montar o cardápio da escola com imagens reais dos 
alimentos, com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: brincar, conviver, 
expressar, conhecer-se e explorar. 
Dessa forma, Carneiro (2008) pontua que a leitura a partir da imagem é 
intrinsicamente uma das primeiras habilidades a serem desenvolvidas nas crianças, 
pois é uma representação direta do código verbal escrito. 
A partir do desenvolvimento do projeto foi possível perceber que as crianças 
demonstraram autonomia ao ler o cardápio e relatar para os colegas o que haviam 
lido por meio dos pictogramas, gerando assim autonomia não só na leitura, mas 
também em saber o que será servido no refeitório da escola. 
Portanto, Freire (2015) assevera: 
 
 Por que, por exemplo, não desafiar o filho, ainda criança, no sentido de 
participar da escolha da melhor hora para fazer seus deveres escolares? Por 
que o melhor tempo para a tarefa é sempre a dos pais? Por que perder a 
24 
 
oportunidade de ir sublinhando aos filhos o dever e o direito que eles têm, 
como gente, de ir forjando sua própria autonomia? (FREIRE, 2015, p. 105). 
 
Em consonância Barbosa e Horn (2008): 
 
 A proposta de trabalho com projetos possibilita momentos de autonomia e de 
dependência do grupo; momentos de cooperação do grupo sob uma 
autoridade mais experiente e também de liberdade; momentos de 
individualidade e de sociabilidade, momentos de interesse e de esforço; 
momentos de jogo e de trabalho como fatores que expressam a 
complexidade do fato educativo. (BARBOSA E HORN20, 2008, p. 31) 
 
As Diretrizes Curriculares Nacionais pela Educação Infantil (BRASIL, 2010) 
afirmam que a criança deve ser centro do planejamento de forma que busque ela 
mesma seus conhecimentos, observe, narre, questione, construa, tal qual o art. 4º 
da Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa que as propostas 
pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do 
planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, 
relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e 
coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, 
questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura 
(BRASIL, 2010). 
Enfim, por meio do projeto foi possível constatar o avanço no desenvolvimento 
motor, cognitivo e com a interação social, pois as criançascomentavam com as outras 
crianças da outra sala que o cardápio do almoço estava no mural do pátio e qual era 
o conteúdo lido por eles. Dessa forma o projeto envolveu a escola toda. 
Assim, a leitura por meio da imagem possibilita aos alunos a ampliação do 
repertório imaginário, criativo, além de promover a construção de uma leitura crítica 
do mundo ao seu entorno e de si mesmo. 
Para o RCNEI (BRASIL, 1998) o objetivo do trabalho com projetos na educação 
infantil é a intencionalidade do projeto ao possibilitar às crianças a ampliação do seu 
conhecimento acerca de um assunto ou encontrar solução para um problema real. 
Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998): 
 
A organização de situações de aprendizagem orientadas ou que dependem 
de uma intervenção direta do professor permite que as crianças trabalhem 
com diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas 
não apenas nas propostas dos professores, mas essencialmente, na escuta 
das crianças e na compreensão do papel que desemprenham a 
experimentação e o erro na construção do conhecimento. (BRASIL, 1998, p. 
29) 
 
25 
 
E, por fim, é possível analisar que a metodologia de projeto contribui com 
aumento do vocabulário quanto á pronúncia de alguns legumes como: repolho, 
cenoura, acelga, pepino, beterraba. Também, notou-se a ampliação da alimentação 
das crianças que demonstraram interesse pela riqueza de detalhes que as imagens 
dos alimentos traziam enquanto montavam o cardápio juntamente com a educadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
6 REFLEXÕES QUANTO AOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA 
METODOLOGIA POR PROJETO 
 
Com a aplicação do projeto, ficou evidenciado que o cardápio diário passou a 
ser assunto entre os educandos, que as crianças demonstraram avanços na 
comunicação, na alimentação como comer frutas e salada, autonomia na escolha de 
qual alimento prefere, e a interação entre as crianças de forma geral. 
A metodologia por projetos no espaço escolar permite que a criança viva 
diversas experiências, vivencie suas descobertas, crie confiança em si e na 
capacidade de aprender, escolher a melhor decisão, escolher o que for apropriado 
para sua vida, defender suas ideias, saber ouvir, refletir, respeitar o outro são 
habilidades proporcionadas por esse tipo de aprendizagem. 
O projeto em questão, promoveu também a aprendizagem e o desenvolvimento 
cognitivo das crianças, uma vez que a maioria das estudantes fazia a leitura dos 
pictogramas em voz alta e com a pronúncia correta da palavra, sem infantilizá-la. 
 Piaget (1982) corrobora que a aprendizagem e desenvolvimento estão inter-
relacionadas, pois, a criança passa a se relacionar com o mundo, com o meio social 
e físico, desenvolvendo-se de maneira ampla e integral. Neste sentido, a criança por 
meio do envolvimento com o meio social, desencadeia vários processos internos de 
desenvolvimento que a levarão a um novo nível de conhecimento. 
Os autores Monteiro et al. (2013) assim como Hernández (1998), RCNEI 
(BRASIL, 1998), Barbosa e Horn (2008) corroboram com a importância de 
desenvolver a metodologia por projetos na escola e apontam que os professores ao 
trabalhar com projetos precisam considerar os conhecimentos prévios das crianças, e 
desenvolver temas que abordem a realidade do estudante, compreender que a 
criança é protagonista do seu processo de desenvolvimento. 
Outro avanço no desenvolvimento que algumas crianças apresentaram, foi o 
fato de organizar e guardar os brinquedos da sala de aula, pois seis alunos não 
guardavam os brinquedos e começaram espontaneamente a guardar. Então, as 
crianças aprenderam a cooperar, uma ação muito importante para nossa convivência 
em sociedade. 
Neste sentido, a metodologia por projetos é de suma importância por contribuir 
e colocar a criança em situações de ludicidade, e também é uma estratégia para 
trabalhar diversos conteúdos na escola e fora dela. 
27 
 
É importante salientar que nas escolas públicas municipais da cidade onde o 
projeto foi apresentado, durante as refeições, a criança não pode recusar nenhum 
alimento no prato, porém, não precisa comer os que não lhe agrada. Assim, antes do 
projeto, era nítido que muitos dos educandos não comiam determinados alimentos 
como legumes e vegetais. Porém, durante e após a realização do projeto na instituição 
de ensino pode-se notar que algumas crianças passaram a comer alimentos antes 
recusados por elas. Isso mostra que o projeto contribuiu com o desenvolvimento do 
paladar desses discentes. 
Desse modo, Hernandez (1998) aponta que a metodologia por projetos 
ressignifica os espaços de aprendizagem, para que eles contribuam com a formação 
das crianças, para que essas aprendam a serem ativas, atuantes, reflexivas e 
participativas, buscando assim, um estudante protagonista. 
Portanto, o professor quando utiliza a metodologia de trabalho como estratégia 
para desenvolver conteúdos que façam significado para os alunos, contribui para a 
formação integral dos estudantes de maneira mais eficaz. 
Assim, no projeto “A leitura por meio de pictogramas”, todas as dezenove 
crianças participaram do projeto do início ao fim. Logo, tal projeto foi o primeiro passo 
para as crianças lerem o mundo a partir dos pictogramas. Pois, a sociedade atual é 
repleta de signos linguísticos e, quanto antes a criança iniciar essa leitura, mais cedo 
ela estará preparada para compreender o mundo que a cerca. 
A referida metodologia por projeto colocou o aluno no centro do seu processo 
de aprendizagem, pois, quando o educando participa de forma ativa, aprende com 
mais clareza por meio da experiência e vivência. 
O trabalho com o projeto na educação infantil possibilita a articulação entre o 
conhecimento historicamente construído com os saberes prévios dos estudantes. 
Desse modo, o ensino por meio do trabalho com projeto, promove a ação do aluno na 
construção de seu desenvolvimento, além de aprimorar suas habilidades e 
competências. 
Assim, o RCNEI (BRASIL, 1998) salienta que: 
 
 O processo que permite a construção de aprendizagens significativas pelas 
crianças requer uma intensa atividade interna por parte delas. Nessa 
atividade, as crianças podem estabelecer relações entre novos conteúdos e 
os conhecimentos prévios (conhecimentos que já possuem), usando para 
isso os recursos de que dispõem. Esse processo possibilitará a elas 
modificarem seus conhecimentos prévios, matizá-los, ampliá-los ou 
diferenciá-los em função de novas informações, capacitando-as a realizar 
novas aprendizagens, tornando-as significativas. (BRASIL, 1998, p.33) 
28 
 
 
 O projeto foi uma estratégia para dar a oportunidade para as crianças iniciarem 
seu processo de alfabetização por meio da leitura de imagens, os pictogramas. A 
leitura da imagem irá acompanhar a criança durante toda sua vida escolar e social. 
Assim, Almeida (2013) corrobora: 
 
 Por isso, a importância de levar as imagens para as salas de aula, trabalhar 
em cima das imagens que fazem parte do cotidiano dos alunos. Não se 
restringindo as mensagens visuais, mas também como elas influenciam a 
criança, sua percepção visual, seu pensamento, sua autoimagem, e seu 
autoconceito. (ALMEIDA, 2013, p. 116) 
 
A metodologia por projetos de trabalho na educação infantil é importante por 
não trabalhar o conteúdo particionado, pois articula uma etapa a outra, valorizando os 
conhecimentos já adquiridos, abrindo janelas para novos e ressignificando outros que 
passam a tomar corpo, serem mais complexos a partir das novas informações 
adquiridas. Enfim, houve a contribuição com o desenvolvimento integral das crianças 
da instituição de ensino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A pesquisa mostrou que o trabalho com projetos pedagógicos contribui de 
maneiraenriquecedora, norteadora e habilidosa por meio de uma prática docente que 
almeja o pleno desenvolvimento do estudante, para que assim, o aprendizado 
significativo alcance não somente as habilidades da aprendizagem em processo, mas 
também as habilidades socioemocionais, praticando e desenvolvendo assim, a 
autoestima, cooperação, a organização, a experiência do novo, trabalhar problemas 
da vida real da criança. Logo, contribui com um aprendizado mais eficaz, pois a 
criança aprende mais quando o conteúdo do projeto está relacionado com sua 
vivência. 
O trabalho com projetos é uma articulação entre o ato de pesquisar e o trabalho 
coletivo, objetivando a aprendizagem e autonomia da criança, pois torna o processo 
de ensino aprendizagem estimulante e questionador, para almejar e desenvolver 
novos conhecimentos em todo caminho educacional da criança na educação infantil 
até o final do ensino médio. Assim, a metodologia por projetos oportuniza às crianças 
e docentes a percepção de vários caminhos e distintos modos de aprendizado, 
colocando os estudantes como protagonistas no processo da sua aprendizagem. 
O trabalho com a metodologia por projetos possibilita que as aprendizagens 
perpassem os muros escolares e acompanhem a criança na sua trajetória como 
cidadão. Portanto, o papel do professor ao mediar o trabalho com projetos, é ser 
mediador e facilitador. 
Por esta metodologia, o professor precisa estar atento para elaborar as 
atividades de maneira lúdica, mas sem perder de vista a preocupação com a 
compreensão e a aprendizagem com significância dos muitos aspectos que o trabalho 
proporciona, compreendendo ainda, que o trabalho com projeto viabiliza a construção 
de sujeitos éticos, responsáveis e preocupados com o outro, com a natureza, com as 
questões sociais, com a saúde, visando a busca de soluções cabíveis ao cotidiano 
dos estudantes , para que assim, possam resolver seus problemas e no futuro possam 
ser protagonistas não apenas de questões escolares, mas da sua própria vida. 
A participação dos estudantes no decorrer do projeto deve ser ativa, para que 
possam aprender conteúdos, habilidades e comportamentos diversos, envolvendo 
múltiplas dimensões da formação do indivíduo. Permite que aprendam a cooperar, 
refletir, esperar a sua vez, ser organizado, criativo, criar hipóteses, resolver conflitos, 
30 
 
pensar em soluções para questões do cotidiano escolar. Desse modo, o trabalho com 
projetos na educação infantil constitui -se em uma ferramenta e estratégia eficaz que 
o professor e várias outras instituições podem utilizar para desenvolver uma 
aprendizagem específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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35 
 
APÊNDICE A – Imagem do cartaz do projeto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
APÊNDICE B – Educadora apresentando as figuras dos alimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
APÊNDICE C – Educadora e crianças analisando as imagens dos alimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
APÊNDICE D – Educadora e educandos colando os pictogramas 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
APÊNDICE E – Crianças montando o cardápio 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
APÊNDICE F – Estudantes selecionando os pictogramas dos alimentos 
 
 
 
 
 
 
41 
 
APÊNDICE G – Crianças montando o cartaz do cardápio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
APÊNDICE H – O cardápio no pátio da instituição de ensino

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