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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ANA MARIA SIMÕES SILVA ELIANE DOS REIS SOUTO FULVIA CUSUMANO REIS LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA ROSIANE PATRÍCIA MARRI O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Américo Brasiliense/Matão-SP 2021 https://www.youtube.com/watch?v=Bkawzsrv8o0 https://www.youtube.com/watch?v=Bkawzsrv8o0 ANA MARIA SIMÕES SILVA ELIANE DOS REIS SOUTO FULVIA CUSUMANO REIS LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA ROSIANE PATRÍCIA MARRI O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de conclusão do curso de Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP), apresentado como requisito para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientadora: Prof.ª. Me. Fabiana Ap. Menegazzo Cordeiro Américo Brasiliense/Matão-SP 2021 ANA MARIA SIMÕES SILVA ELIANE DOS REIS SOUTO FULVIA CUSUMANO REIS LUCIENE AYLA VIANA DE OLIVEIRA MAYRA APARECIDA MARCELLINO BOTECHIA ROSIANE PATRÍCIA MARRI O TRABALHO DOCENTE COM A METODOLOGIA POR PROJETOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP), como requisito parcial avaliativo para a obtenção do título de licenciatura plena em Pedagogia. Sob a orientação da Prof.ª Me. Fabiana Ap. Menegazzo Cordeiro Aprovado em: __________________ Conceito: ______________________ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________________ Professora Me. Fabiana Ap. Menegazzo Cordeiro UNIVESP ___________________________________________________________________________ Prof. UNIVESP RESUMO O presente artigo busca evidenciar as oportunidades de aprendizagens mais significativas e reais, para o desenvolvimento cognitivo dos educandos na etapa da educação infantil por meio da aplicação da metodologia ativa de aprendizagem por projeto, especificamente pelo uso de pictograma. Justifica-se tal abordagem, pelas mudanças dos perfis dos professores e estudantes ao longo da história da educação e da sociedade, e com isso, pela importância do tema na formação inicial e continuada dos docentes. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico qualitativo, e para enriquecer o estudo foi organizado e aplicado um projeto com uso de pictogramas, além da aplicação de um instrumento de coleta de dados no mesmo campo de aplicação do projeto. Os resultados coletados apontam para a importância do trabalho com a metodologia por projetos na educação infantil, que propiciou aos estudantes a aquisição de aprendizagem significativa, por meio do encontro de conhecimentos já produzidos e utilizados intencionalmente, além das aprendizagens adquiridas pelos discentes na implementação da prática pedagógica por projeto. Palavras-chave: educação Infantil; metodologia ativa; pictogramas; projetos pedagógicos. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 1 METODOLOGIAS ATIVAS ...................................................................................... 7 2 METODOLOGIA POR PROJETO ........................................................................... 9 3 O PAPEL DO PROFESSOR NO TRABALHO COM PROJETOS ......................... 14 4 DA TEORIA À PRÁTICA: COLETANDO DADOS POR MEIO DA APLICAÇÃO DE UM PROJETO. .......................................................................................................... 17 4.1 Apresentação da escola ................................................................................ 17 5 O PROJETO: A LEITURA POR MEIO DE PICTOGRAMAS ................................. 20 5.1 Observações quanto ao desenvolvimento do projeto ................................ 23 6 REFLEXÕES QUANTO AOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA POR PROJETO ............................................................................ 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 29 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 311 APÊNDICE A – Imagem do cartaz do projeto ........................................................ 35 APÊNDICE B – Educadora apresentando as figuras dos alimentos ................ 366 APÊNDICE C – Educadora e crianças analisando as imagens dos alimentos 377 APÊNDICE D – Educadora e educandos colando os pictogramas ..................... 38 APÊNDICE E – Crianças montando o cardápio .................................................. 399 APÊNDICE F – Estudantes selecionando os pictogramas dos alimentos ......... 40 APÊNDICE G – Crianças montando o cartaz do cardápio ................................. 411 APÊNDICE H – O cardápio no pátio da instituição de ensino ........................... 422 5 INTRODUÇÃO Segundo Almeida e Fonseca Júnior (2000, p. 22) “o trabalho com projetos é uma maneira de facilitar a atividade e a ação com a participação da criança ao produzir fatos de ordem social e trocar informações, fazendo com que se rompam as limitações do cotidiano”. Assim, a presente pesquisa com a temática e o estudo da metodologia ativa por projetos, tendo como produto a construção e aplicação de um projeto intitulado “A leitura por meio de pictogramas”, oportunizou para alunos e professores da Educação Infantil o desenvolvimento da leitura do cardápio da merenda escolar por meio de imagens. Portanto, a metodologia de projetos pode auxiliar na ampliação da visão interdisciplinar e transdisciplinar, pois representa um processo metodológico de aprendizagem que envolve níveis de integração, interconexão, inter-relacionamento de informações, agregação de informações, conteúdos, conhecimentos e saberes na busca de uma abordagem mais complexa (BEHRENS, 2008, p. 102). Assim, esta pesquisa se justifica pela necessidade em aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos sobre a metodologia baseada em projetos na formação acadêmica e prática, inicial e continuada dos profissionais da educação, considerando as demandas para o uso desta metodologia frente à nova Base Nacional Comum Curricular e à necessidade de promover metodologias que protagonizem o aluno como sujeito ativo nos processos de ensino e aprendizagem. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo geral pesquisar a importância da metodologia de projeto para o desenvolvimento da habilidade de leitura por meio de um projeto envolvendo pictogramas e cardápio alimentar para as crianças da Primeira Etapa (três anos) da Educação Infantil. E, consequentemente, como objetivos específicos, a exposição da metodologia de aprendizagem por projetos; apresentar e aplicar uma proposta de projeto para fomento da habilidade de leitura por meio de um projeto que envolva pictogramas relacionados à montagem e leitura de um cardápio alimentar a ser exposto no refeitório de uma escola; demonstrar os benefícios ao trabalhar com projetos na Educação Infantil e identificar o papel do professor ao trabalhar a leitura por meio do desenvolvimento do projetoacima mencionado. 6 A metodologia para aporte teórico da pesquisa foi a bibliografia qualitativa, e para a investigação do problema da pesquisa, foi realizada pesquisa de campo e aplicação do produto da pesquisa, sendo um projeto de leitura por meio de pictogramas. Os resultados coletados apontam para a importância do trabalho com a metodologia por projetos na educação infantil que propicia aos alunos a aquisição de aprendizagem ativa, protagonista e significativa para ele, tornando-o parte de todo o processo de ensino aprendizagem. 7 1 METODOLOGIAS ATIVAS A maioria dos adultos da sociedade atual frequentaram a escola e participaram de aulas em sua grande maioria, expositivas, os estudantes ouviam, liam livros didáticos e memorizavam o conteúdo, ou seja, o típico ensino tecnicista. As avaliações eram quase que exclusivamente por meio de provas, vinculadas diretamente à atribuição de notas, que buscavam apenas quantificar os estudantes e não qualificar o que foi apreendido por eles, com perguntas que não desenvolviam a reflexão e nem a criticidade do discente. Mas, atualmente, a escola vem abrindo espaço para novas técnicas educacionais, para manter e dar a oportunidade para o aluno, elas estão inovando por meio das metodologias ativas. Um exemplo de metodologia ativa é a aprendizagem baseada em projetos, tema deste trabalho. Segundo Oliveira e Pontes (2011) a metodologia ativa é o processo de colocar o discente como responsável por sua aprendizagem e desenvolvimento. Para Freire (1996) é muito importante deixar claro que para ensinar é preciso considerar vários fatores para conseguir a atenção e a altivez do aluno na sala de aula. Manter o rigor metódico, a pesquisa, e o respeito aos saberes do aluno, a criatividade, ética, estética e o reconhecimento da sua identidade cultural. Segundo Moran (2018) o papel do professor é imprescindível para desenhar o caminho, mediar as atividades de maneira individual e no coletivo. E apontar o percurso ao assumir o papel de gestor e orientador nos aspectos empreendedores e inovadores. Desse modo, existem várias metodologias ativas tais como: ● Web Quest: é uma metodologia de ensino e aprendizagem que utiliza diferentes recursos além da web para o desenvolvimento de uma tarefa de investigação proposta pelo professor (BACICH e MORAN, 2018). ● Aprendizagem baseada em projetos: é uma metodologia desenvolvida por meio de um intenso processo de investigação elaboração de produtos de modo de colaboração cooperação e interdisciplinaridade (MONTEIRO E ZANOLLI, 2018). ● Sequência didática: é uma metodologia de ensino e aprendizagem composta por um conjunto de atividades planejadas para ensinar um conteúdo constituído, com passos e etapas ligadas entre si, e organizados de acordo 8 com os objetivos propostos pelo professor para tornar o aprendizado mais significativo e eficiente (BACICH e MORAN, 2018). ● Gamificação: é utilizada dentro do contexto escolar como uma alternativa para auxiliar o professor e o aluno no processo de ensino aprendizagem, e que supera a abordagem tradicional. Os recursos digitais computadores, tablets, smartphones, são um meio de aproximação do cotidiano do estudante com o ambiente escolar (MONTEIRO E ZANOLLI, 2018). ● Ensino híbrido: é um modelo de educação formal que se caracteriza por combinar tempos espaços, e atividades, metodologias e os públicos diversos, misturando ensino presencial e propostas de ensino on-line por meio da tecnologia (COUTINHO, 2019). ● Dividir a sala em estações: é a divisão da sala em grupos de trabalho, por exemplo, o professor divide a sala em equipes para trabalhar a escravidão no Brasil, uma turma pesquisa na internet sobre a temática, a outra pesquisa nos livros, a outra cria desenhos sobre a escravidão, e outra vai escrever um texto sobre o que sabem da escravidão, o que pensam sobre o tema (BACICH e MORAN, 2018). ● Aula por resolução de problemas: o professor propõe atividades que desafiam o aluno (MONTEIRO E ZANOLLI, 2018). As metodologias ativas ainda encontram resistência por parte de alguns professores que têm receio do que é novo, mas também por não estarem familiarizados com a Tecnologias da Informação e Comunicação, por exemplo. Logo, Masson et al. (2012) corrobora que a metodologia baseada em projetos precisa ser realizada sem esquecer dos quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprendera ser. Os pilares garantem que o estudante tenha uma aprendizagem completa. 9 2 METODOLOGIA POR PROJETO O trabalho com projetos na educação infantil rompe o modelo de fragmentação da educação, ressignifica o espaço escolar e o transforma, com várias interações entre estudantes e docentes. Dessa forma, Roldão (2009) afirma que a escola, como espaço social, reflete a sociedade em que vivemos, ou melhor, é parte dela e necessita fomentar espaços que permitam a integração, aprendizagem, participação e convívio dos estudantes, é ainda um espaço de convívio social e cultural que promove a interação entre os sujeitos e que proporciona o desenvolvimento das aprendizagens por meio das habilidades, atitudes e valores. Assim, o trabalho com projetos proporciona uma aprendizagem multidisciplinar e permite articulações diferenciadas de cada estudante envolvido no processo. A metodologia de projetos estimula uma aprendizagem para lidar com o conhecimento, superando a perspectiva de acumulação e memorização de informações ou conteúdos (BEHRENS, 2008). Sendo assim, o trabalho com projetos pedagógicos na educação infantil, uma estratégia inovadora, eficaz, e desafiadora ao trabalhar diversos conteúdos e temas presentes no ambiente escolar, tais como: multiculturalismo, brincadeiras, comportamento, valores. Tais trabalhos têm o intuito de proporcionar às crianças o desenvolvimento da sua aprendizagem. Para Barbosa e Horn: A pedagogia de projetos vê a criança como um ser capaz, competente, com um imenso potencial e desejo de crescer. Alguém que se interessa, pensa, duvida, procura soluções, tenta outra vez, quer compreender o mundo a sua volta e dele participar, alguém aberto ao novo e ao diferente. Para as crianças, a metodologia de projetos oferece o papel de protagonistas das suas aprendizagens, de aprender em sala de aula, para além dos conteúdos, os diversos procedimentos de pesquisa, organização e expressão dos conhecimentos. (BARBOSA E HORN, 2008, p. 87). O trabalho com projetos na educação infantil é importante por possibilitar e corroborar no processo de ensino e aprendizagem, pois desenvolve e aprimora as habilidades da aprendizagem bem como as emocionais, que no decorrer do crescimento e desenvolvimento dos estudantes será transformado em diversas competências. 10 As autoras Barbosa e Horn (2008), asseveram que o projeto pedagógico é uma estratégia que amplia a visão de mundo, pois é uma metodologia inovadora em termos de estruturação e organização pedagógica, contemplando uma visão multifacetada dos conhecimentos e informações. Portanto, Monteiro et al. (2013) ressalta que o trabalho com projetos na educação infantil propicia grandes contribuições para desenvolver as competências e habilidade das crianças, além de ser um desafio para os educadores, que precisam romper com a visão arcaica na qual a criança é um ser sem conhecimento, pois, as crianças possuem saberes prévios, e se tornam protagonistas do seu próprio conhecimento, desenvolvendo cada etapa percorrida do projeto junto com seu professor. Segundo Nogueira (2003): Os projetos, na realidade, são verdadeiras fontes de investigação e criação, que passam sem dúvida por processos de pesquisas, aprofundamento, análise, depuração e criação de novas hipóteses, colocandoem prova a todo momento as diferentes potencialidades dos elementos do grupo, assim como as suas limitações (NOGUEIRA, 2003, p. 80). Desse modo, Barbosa e Horn (2008) afirmam que é importante o trabalho com projetos, uma vez que possibilita a pesquisa, o estudo, o exercício da crítica, a reflexão em grupo, a argumentação. Além disso, as autoras também asseguram que a elaboração de tais trabalhos, deve ser feita com as crianças. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010) corroboram que os projetos pedagógicos nas escolas de Educação Infantil devem ser desenvolvidos com base nos fundamentos norteadores, tais como: princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. Para Almeida e Fonseca Júnior (2000) o projeto rompe com as fronteiras disciplinares, pois possibilita a articulação de diferentes áreas de conhecimento, possibilitando o desenvolvimento das investigações e ao mesmo tempo estabelecem uma articulação horizontal com uma relação de reciprocidade entre elas, tendo em seu pano de fundo a unicidade do conhecimento em construção. Em consonância, Hernández (1998) corrobora que o ensino por meio de projetos qualifica como uma pesquisa transdisciplinar, já que é compartilhada por 11 várias disciplinas interpretadas por uma busca de resolução de problemas e uma aproximação da realidade do contexto social do aluno com o objeto de estudo. Nesse sentido, Barbosa e Horn (2008), afirmam que os projetos não possuem durabilidade fixa, ou seja, podem durar três semanas, um mês ou até um ano. Para as autoras os projetos passam por três momentos decisivos, são eles: primeiro, a definição do problema partindo de um fato que instiga o aluno; segundo, o planejamento que trata de sua organização e as etapas propostas, além da concretização do projeto que é o trabalho feito junto com as crianças; e o terceiro passo é a avaliação e a comunicação, que envolvem a reflexão sobre as informações coletadas e produzidas pelos educandos. Silva (2013) acrescenta que: O trabalho com projetos didáticos deve, como pressuposto, levar toda a comunidade escolar a conhecer e compreender as particularidades e as ações que serão necessárias para a sua realização, desde a definição dos objetivos que serão alcançados em todo o desenvolvimento, até a formulação e execução das atividades previamente organizadas e planejadas com o propósito de trabalhar aspectos dos conteúdos de ensino, focando as dificuldades do processo de ensino e aprendizagem, facilitando a aprendizagem dos alunos.(SILVA, 2013, p.16) Outro fator importante apontado por Oliveira e Pontes (2006) é que o trabalho com projetos torna possível uma proposta educacional correlacionada com a afetividade, pois cria condição para que as crianças busquem descobrir, refletir, defender e respeitar pontos de vistas. Neste sentido Barbosa e Horn (2008) ressaltam a importância de as atividades serem planejadas, para que os objetivos sejam alcançados, e que a prática pedagógica possua uma sequência, permitindo que a criança tenha um desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. Polido (2015), por sua vez, destaca que o desenvolvimento da metodologia de projetos no contexto escolar é composto de quatro etapas: a primeira é a problematização que, segundo ele, é o ponto de partida, que orientará o desenvolvimento do projeto, nessa etapa os alunos expressarão suas ideias, crenças, conhecimentos e hipóteses explicativas sobre o problema levantado. As hipóteses iniciais orientarão a intervenção pedagógica no sentido de adotar o caminho mais adequado ao desenvolvimento do trabalho (POLIDO, 2015). Já a segunda etapa é intitulada de desenvolvimento, que é o período de busca às respostas para as questões colocadas e para as hipóteses levantadas durante a 12 fase de problematização. Nesta etapa os alunos utilizarão estratégias mediadas pelo professor e pelo próprio grupo (POLIDO, 2015). A síntese é como se denomina a terceira etapa e, durante este período, o conhecimento construído deve ser organizado de acordo com o modelo escolhido para a apresentação dos resultados, selecionando um recurso para tal: relatório, painel de apresentação, mural, blog, entre outros (POLIDO, 2015). E, finalmente, temos a quarta etapa, a avaliação, em que como o próprio nome diz, consiste em avaliar todo o processo de desenvolvimento do projeto, levando em conta também a autoavaliação realizada pelos estudantes, a avaliação das equipes de trabalho e avaliação das estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas para alcançar os fins propostos. Entretanto, a avaliação de um projeto deverá ser orientada no sentido dos resultados obtidos, isto é, se o problema que foi colocado inicialmente foi respondido ou não (POLIDO, 2015). Desenvolver e elaborar um projeto não é tarefa fácil, pois precisa estar de acordo com as necessidades e interesses das crianças e com faixa etária das mesmas, pois os direitos de aprendizagem e desenvolvimento precisam ser garantidos, como prescreve a Base Nacional Comum Curricular, BNCC (BRASIL, 2017). O trabalho com projeto também possui um caráter de imprevisibilidade e flexibilidade, pois o projeto pode durar um ano e em seu decorrer as crianças vão agregando novas dúvidas, ideias e até a necessidade de mudar o produto final ou acrescentar outras atividades. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, RCNEI (BRASIL, 1998) corrobora: Alguns projetos, como fazer uma horta ou uma coleção, podem durar um ano inteiro, ao passo que outros, como, por exemplo, elaborar um livro de receitas, podem ter uma duração menor. Por partirem sempre de questões que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato com as práticas sociais reais. Dependem, em grande parte, dos interesses das crianças, precisam ser significativos, representar uma questão comum para todas e partir de uma indagação da realidade. É importante que os desafios apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças. (BRASIL, 1998, p. 57) Na educação infantil o trabalho com projeto tem como objetivo o desenvolvimento da aprendizagem de forma mais atrativa e lúdica para o aluno. 13 Convidar os pais para participar é de suma importância, para assim construir pontes entre família e escola. Dessa forma, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, RCNEI (BRASIL, 1998) ressalta que um dos ganhos ao se trabalhar com projetos é dar possibilidade para a criança desenvolver um assunto por meio de um eixo relacionado de trabalho, ampliando suas ideias sobre determinado tema e estabelecer inúmeras relações com o mundo a sua volta. Para Nogueira (2003) a metodologia de projetos funciona como uma estratégia para auxiliar na formação integral do aluno, pois fomenta o desenvolvimento das habilidades e competências relativas à formação empreendedora, que são essenciais para a construção do saber e da autonomia por parte do estudante. Logo, cabe ao professor garantir que do planejamento até a execução do projeto, as necessidades dos alunos da educação infantil sejam garantidas e que tenham flexibilidade. 14 3 O PAPEL DO PROFESSOR NO TRABALHO COM PROJETOS Na educação infantil o cuidar e o educar são indissociáveis, pois os espaços devem ser organizados para o bem-estar das crianças, como a sala de aula, o refeitório, os banheiros, a sala de repouso e o parque. Logo, o professor precisa refletir e lapidar sua prática pedagógica visando oportunizaruma aprendizagem de qualidade para os alunos. Para o RCNEI (BRASIL,1998) entender, conhecer e reconhecer o modo particular da criança, de ser e estar no mundo é um dos principais desafios da educação infantil e do professor. E, no que diz respeito à aprendizagem, o trabalho com projetos quando utilizado e bem planejado pelo professor se faz necessário por contribuir com o desenvolvimento pessoal e aprendizagem da criança. Dessa forma, Oliveira et al. (2012) corrobora: Os projetos da instituição educativa são compartilhados por muita gente, pelas crianças que constituem uma turma e seu professor, naquele que sempre está preocupado em ouvir, apresentar bons problemas, propor ótimos desafios para fazer com que cada um avance em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento. (OLIVEIRA et al., 2012, p.196). Assim, o docente deixa de ser aquele que ensina por meio dos conteúdos pré- estabelecidos e compreende que o conteúdo necessita estar relacionado com o interesse e os questionamentos das crianças. Portanto, o currículo tem que ser aberto e flexível, para propiciar momentos de aprendizagem mais significativa para os educandos, incumbindo- se de concretizar e fazer a mediação necessária para que o aluno consiga encontrar sentido naquilo que está aprendendo. Pois, segundo Hernández (1998), os projetos de trabalho possibilitam uma ressignificação dos espaços destinados ao ensino e aprendizagem para que voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes. Para tanto o RCNEI (BRASIL, 1998) ressalta que a função do docente é considerar como ponto inicial para sua prática educativa os conhecimentos prévios das crianças, adquiridos das diversas experiências sociais, cognitiva e afetiva vivenciadas por elas. Cabe ao professor, ao trabalhar com projetos, oferecer uma diversidade de situações em aula, momento no qual todos os alunos possam participar igualmente. Essas circunstâncias são regidas pela disposição do professor ao responder as constantes e insistentes indagações na busca dos alunos pelo conhecimento do 15 mundo exterior, o que facilita para o discente a sua aprendizagem. Desse modo, Freire aponta: [...] trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido pelo aprendiz. Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade. (FREIRE, 2002, p.12-13). Prado (2003) acrescenta que na pedagogia de projetos o aluno aprende no processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. E, portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação do professor, para criar situações de aprendizagem cujo foco incide sobre as relações que se estabelecem neste processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações. Portanto, há três aspectos fundamentais que o professor precisa considerar para trabalhar com projetos: as possibilidades de desenvolvimento de seus alunos, as dinâmicas sociais do contexto em que atua e as possibilidades de sua mediação pedagógica (PRADO, 2001). Neste sentido Behrens (2008) ressalta que a organização dos conhecimentos escolares exige o envolvimento do professor e do aluno em uma interconexão entre a concepção e a execução da ação que ocorrem no delineamento do processo e implicam em integrar a teoria e a prática. É de suma importância que na escola a criança tenha um aprendizado que faça com que ele desenvolva sua percepção e suas capacidades dentro do processo ensino aprendizagem, cabe, portanto, ao professor fazer a mediação e incentivar o discente nesse processo, proporcionando o ambiente necessário, momentos prazerosos, além de interação, cuidado com a criança, com afetividade, valores, significados, coordenação motora, força, equilíbrio e respeito às regras. De acordo com Prado (2001) o trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, consequentemente, na postura do professor. 16 Os projetos precisam ter sentido para os alunos, precisam ser construídos de modo significativo, articulados com o contexto educacional que favoreça a aprendizagem e a uma estrutura lógica que facilite o entendimento do estudante. (HERNÁNDEZ, 1998). Neste sentido, Nogueira (2003) destaca que cabe ao professor instigar os alunos a aprender mobilizando-os para chegar ao conhecimento de um tema que lhes interessa, para resolver alguns problemas do meio social ou natural que lhes são questionados, ou para formação e aprendizagem escolar. Assim, o professor precisa estar atento para possibilitar que o educando exponha suas dúvidas, opiniões, desejos, para poder intervir com o projeto pedagógico no qual a criança deve participar ativamente como construtora de seu conhecimento, e o papel do educador é mediar esse momento de ensino aprendizagem, demonstrando segurança para que os estudantes não fiquem com vergonha ou medo de dizer o que pensam. Neste sentido, Prado (2003) aborda que ao realizar um projeto o professor dá oportunidade para que a criança ressignifique o conhecimento já aprendido e estabeleça relações importantes entre o conhecimento que possui e o adquirido. Outra contribuição é apontada por Antunes (2012): O trabalho com a metodologia dos projetos somente se justifica quando os alunos colocam seu interesse e sua energia na busca de temas relevantes, essenciais para a aprendizagem no programa da disciplina. O ideal é que a escolha dos temas se desenvolva no consenso entre a orientação do professor e a curiosidade dos alunos. (ANTUNES, 2012, p. 87). Desse modo, Barbosa e Horn (2008) apresentam: Ao professor cabe oferecer as estruturas narrativas da tradição, mas também observar a emergência do novo, conectar os conhecimentos da realidade dos alunos aos conhecimentos científicos, ser um articulador, um membro mediador que oferece os apoios indispensáveis, tal como os andaimes de Jerome Bruner, para que as crianças o utilizem na construção de seu processo, mas assim que possível possam dispensar a centralidade da presença do educador. Seu papel junto ao grupo será o de intermediar as ações das crianças e os objetos do conhecimento. (BARBOSA, 2008, p.87) Assim, cabe ao professor oportunizar aos alunos novos conhecimentos, bem como uni-los aos já adquiridos por meio de suas vivências, de forma a potencializar seu desenvolvimento. 17 4 DA TEORIA À PRÁTICA: COLETANDO DADOS POR MEIO DA APLICAÇÃO DE UM PROJETO Na elaboração do presente trabalho foi adotada a combinação de metodologias, sendo a metodologia de pesquisa qualitativa, que se utilizou de pesquisas bibliográficas para formação de seu referencial teórico, referenciando vários autores que abordam a temática e a pesquisa de campo, que acompanhou a implementação do projeto de leitura e levantou dados por meio de instrumento de coleta no campo. Saliente (Gil, 2008, p. 44), que “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base no material já existente, tais como: livros, artigos científicos,tese de doutorado, dissertação de mestrado, revistas e artigos”. Já a pesquisa de campo foi realizada em uma escola de educação infantil no município de Araraquara, interior de São Paulo. A pesquisa de campo, por sua vez, é caracterizada pela investigação e coleta de dados junto a pessoas, utilizando o recurso da pesquisa, que tem com pressuposto a participação planejada do pesquisador na questão a ser investigada (FONSECA, 2002). A pesquisa de campo foi aplicada em um grupo de dezenove crianças, com idades entre dois anos e seis meses e três anos. Houve pronta recepção ao desenvolvimento do projeto. Através da pesquisa de campo foi possível observar que a escola é ampla, possui acesso para cadeirantes, o refeitório tem móveis adequados ao tamanho das crianças, as salas de aula são amplas com mobília adequada, possui cantinho para leitura e brinquedos. As famílias participam dos eventos escolares como apresentação escolar, reuniões de pais e mestres. A escola está em bom estado de conservação, é arejada e limpa. Sobre o perfil dos participantes, as crianças, destaca-se a agitação e a curiosidade com a proposta apresentada. Com a aplicação do projeto em si os educandos se familiarizaram com o conteúdo, compreenderam o tema e participaram ativamente da atividade proposta, que ocorreu no período de 08 até 19 de novembro de 2021. 4.1 Apresentação da escola 18 O Centro de Educação e Recreação é uma instituição de Educação Infantil que atende crianças de 0 a 6 anos de idade. Os educandos são distribuídos de acordo com a idade da seguinte forma: Berçários 1 e 2 (crianças de 0 a 2 anos e 3 meses), Classes Intermediárias (crianças de 2 anos e 4 meses até 3 anos), Terceira Etapa, Quarta Etapa e Quinta Etapa (crianças de 3 até 6 anos). O bairro onde o Centro de Educação e Recreação está inserido é um bairro de médio porte que começou a se formar há cerca de 35 anos, através de terrenos e casas particulares. A comunidade local possui uma boa estrutura, com uma vasta diversidade de estabelecimentos comerciais, como: supermercados, padarias, farmácias, lojas, açougues, quitandas, salões de beleza, clínica dentária, entre outros. Há também nas proximidades uma escola de nível Fundamental de (1º ao 5º ano) que atende as crianças de bairros vizinhos. A maioria dos moradores pertence à classe média baixa, com moradias em bom estado e veículos automotivos. O nível de escolaridade da comunidade local prevalece o nível fundamental I completo, porém, uma parcela significativa de pessoas possui o nível médio de ensino. Um contingente muito pequeno de moradores apresenta nível superior e uma pequena parte, os mais idosos, são analfabetos. O espaço físico da unidade está organizado da seguinte forma: ● Sala estruturada: com mesas e cadeiras, armários de aço, lousa e lousa digital. Nessa sala são realizadas atividades que requerem esse tipo de composição de sala; ● Sala de recursos: composta por estantes de madeira com brinquedos e material para desenho e pintura, biblioteca, mesinhas e cadeiras, computadores com acesso à internet e lousa; ● Sala de multimeios: composta de lousa, estantes com brinquedos afetivos (bonecas e carrinhos), televisão com acesso à internet, DVD, aparelho de som, arara com fantasias, fantoches e espelho; ● Sala da classe intermediária: a unidade apresenta duas salas de Classes Intermediárias, compostas de mesas, armários de brinquedos, espelho e aparelho de som; ● Diretoria; ● Refeitório: composto por mesas, cadeiras e bebedouro; ● Área de lazer: composta por 3 tanques de areia (com balanços, escorregador e túnel de concreto), onde são utilizados baldinhos com 19 pás e formas de modelagem; pracinha com bancos, solário com escorregador, castelinho e cavalinhos, áreas livres concretadas onde são realizadas atividades de coordenação motora ampla (roda cantada, brincadeiras livres e dirigidas) e bebedouro; ● Casinha de boneca: com brinquedos para o desenvolvimento afetivo; ● Quiosque: espaço coberto, aberto nas laterais; ● Cozinha com dispensa; ● Lactário; ● Lavanderia; ● Berçário I; ● Berçário II. A organização do cotidiano do Centro de Educação e Recreação se dá por meio de rotinas, rodízios, do brincar e das atividades educativas. Os rodízios possibilitam às crianças uma interação com todos os membros da comunidade escolar, presentes na instituição, favorecendo a multiplicidade de experiências no nível físico, cognitivo e afetivo. 20 5 O PROJETO: A LEITURA POR MEIO DE PICTOGRAMAS A criança, antes de adquirir as palavras inicia seu processo de comunicação com o mundo afora pelo registro de suas experiências por meio de imagens. Portanto, desde muito cedo as pessoas compreendem o mundo pelos símbolos, ou seja, leem as imagens. Dessa forma, trabalhar com imagens com crianças promove a leitura antes da palavra e ajuda a desenvolver a fala e a expressar ideias. Assim, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1989, p.11). Para Carneiro (2008): A percepção imagem está relacionada com a forma pela qual cada indivíduo pode captar a realidade e, ao mesmo tempo, entre outros fatores, está atrelada à história pessoal e familiar, à cultura, aos interesses e motivação de cada um. A imagem é vista e percebida pelo indivíduo que recorta e a compõe novamente em sua mente, agregando seus conhecimentos valores e emoções. (CARNEIRO, 2008, p.13) Para tanto, a leitura por pictogramas é importante por considerar que a leitura “é um processo de compreensão de expressões formais, simbólicas, não importando qual linguagem será utilizada” (MARTINS, 1994, p.30). Os pictogramas como desenhos e símbolos são pinturas antigas encontradas nas cavernas da pré-história (MICHAELIS, 2002) e estão em todos os lugares, tais como: aeroporto, hotéis, praias, ruas, semáforos, rodovias, museus, hospitais, restaurantes, bares, propagandas, internet, redes sociais, entre tantos outros. Logo, percebemos que vivemos em uma sociedade cercada por símbolos, portanto, é de suma importância incentivar a alfabetização pela imagem. Assim, a alfabetização visual por meio da leitura de imagem, tem por objetivo estimular o educando a aprender a ler, interpretar o mundo a sua volta, a posicionar- se criticamente sobre a sua realidade (TORRES, 2011, p.18). Portanto, a leitura por meio de imagem é uma maneira de observação com mais detalhes. A criança inicia essa leitura ainda bem pequena e quando está maior começa a ler imagens mais elaboradas, como obras de arte. Para Barbosa (2008): Compreender uma imagem implica ver construtivamente a articulação de seus elementos, suas tonalidades, suas linhas e volumes. Enfim, apreciá-la, na sua pluralidade de sentidos, sejam imagens da Arte erudita, popular, internacional ou local; sejam produções dos alunos; o meio ambiente natural 21 ou construído; imagens da televisão; informações visuais diversas presentes no cotidiano. (BARBOSA, 2008, p. 81). Para trabalhar com a leitura por meio da imagem na educação infantil é necessário que faça sentido para a criança. Pois, ao observar uma imagem, cada criança terá sua própria interpretação e significado diferente. Então, Carneiro (2008) corrobora que: É notório que o texto verbal e das imagens são fontes de informação diferentes. Enquanto a leitura do texto verbal é linear, progressiva e se dá numa ordem pré-estabelecida, da esquerda para direita e de cima para baixo, a leitura de imagem é descritiva e não possui uma ordem estabelecida. Entretanto, mesmo não estabelecendo uma estrutura fixa, pode-se afirmar que de um modo geral, a leitura de imagensapresenta características em comum com a leitura verbal. (CARNEIRO, 2008, p.47). Neste sentido, o trabalho com a imagem mobiliza a expressão, a criação e a comunicação, ampliando horizontes e intensificando as relações dos indivíduos consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Para tanto Torres (2011) afirma: Antes mesmo de uma criança aprender a escrever, e mesmo sem conhecer as cores, ou denominá-las, a criança já tem necessidade de rabiscar, desenhar. E o desenho pode ser uma ferramenta muito importante para inserção da criança no mundo da leitura verbal. Quando uma criança tem em suas mãos um lápis e uma folha de papel, independente de idade, ela possui uma necessidade de desenhar, mesmo com formas inexplicáveis, pois, para ela, o desenho ou o rabisco tem uma história por trás. (TORRES, 2011, p.26) Dessa forma, é notória a contribuição da leitura por meio da imagem ao fazer a criança se perceber como parte integrante da sociedade. A linguagem não verbal oportuniza que a criança se desenvolva e compreenda o tipo de sociedade (visual) que está inserida (AGUIAR, 2004). No entanto, Barbosa (2008) salienta que o significado da imagem para a criança está na relação estabelecida entre as vivências e o que ela vê. E as crianças, no decorrer de seu cotidiano, produzem conhecimentos prévios por estarem em contato com diferentes pictogramas, seja na escola, família ou comunidade. As imagens corroboram com o processo de aprendizagem da criança, pois fazem a ponte entre a criança e o mundo por meio das ilustrações, placas, panfletos, revistas, livros de história infantil, figuras, desenhos e outros. Por isso, Bernardi afirma que “as imagens e cores têm grande força no incentivo à leitura para as crianças, mesmo que estas ainda não tenham o domínio sobre a arte de ler e escrever” (BERNARDI, 2014, p. 27). 22 Assim, o projeto foi desenvolvido no período de 08 até 19 de novembro de 2021, com uma turma da classe intermediária, que é composta por 19 alunos com idade entre dois anos e seis meses e três anos. Ele consiste em trabalhar com as crianças a montagem do cardápio da escola por meio de figuras. Dessa forma, as crianças começaram a aprender como são os alimentos antes e depois do preparo, diferenciar legumes e outros tipos de vegetais, que até então, não conheciam. As cores, texturas (se é um alimento duro ou macio, por exemplo), sensações do paladar (doce, salgado, azedo, etc.), questionamentos se gostam ou se já experimentaram, também são temas debatidos com os educandos. Momentos antes da refeição foi feita uma roda com as crianças e deixado à disposição para a manipulação delas as figuras de diferentes tipos de alimentos, prontos e in natura, como carnes por exemplo. Então, são explicadas as diferenças, de onde cada alimento vem (origem) e porque é importante se alimentar com eles. No painel de papel cartolina, foi solicitado para que as crianças montassem a composição da refeição do dia. O projeto direciona para que este produto elaborado pelos estudantes, como um painel em cartolina, seja fixado no refeitório da escola, ficando exposto para que todos os alunos na Instituição de ensino possam observá-lo, fazendo a leitura do cardápio do dia por meio dos pictogramas (figuras). O projeto, dessa maneira, perpassa por várias áreas, pois trabalha a alimentação, incentivando a ingestão dos alimentos oferecidos na escola, e a leitura das figuras. As crianças estão ficaram envolvidas com a atividade, sentiram-se felizes em realizar o trabalho e depois compará-lo com o prato que é servido durante a refeição. Compreende-se que o referido projeto se relaciona por diversos aspectos com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previsto na BNCC (BRASIL, 2017), que elenca: ● Conviver: com crianças e adultos em pequenos ou grandes grupos; ● Brincar: em diferentes espaços, e tempos no seu cotidiano; ● Participar: do planejamento das atividades e da gestão escolar; ● Explorar: movimentos, gestos, sons, cores, palavras emoções; ● Expressar: como sujeito criativo e dialógico. 23 ● Conhecer-se: através da sua construção da sua identidade social, pessoal e cultural. E o campo de experiência abordado pelo projeto é: traços, sons, cores e formas – conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas (BRASIL, 2017, p.40). 5.1 Observações quanto ao desenvolvimento do projeto As crianças que participaram do projeto estão no estágio de desenvolvimento pré-operatório, se expressam simbolicamente. Algumas demostravam certo egocentrismo, brigam pelos brinquedos, apresentam uma habilidade que é a imitação (PIAGET,1987). Portanto, as crianças utilizam a linguagem oral para se comunicar, como pedir para ir ao banheiro, água, brinquedo. Algumas crianças estão no desfralde, outras já estão sem fralda na escola. É possível comprovar a independência dos discentes quando alguns pedem para ir ao banheiro sozinhos, por exemplo. Outros alunos já conseguem escovar os dentes sem ajuda. Nota-se que as crianças da escola estão ávidas pelas vivências e aprendizagens. O projeto desenvolvido na escola de educação infantil no município de Araraquara, teve a intencionalidade de desenvolver a leitura das crianças por meio de pictogramas e como atividade montar o cardápio da escola com imagens reais dos alimentos, com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento: brincar, conviver, expressar, conhecer-se e explorar. Dessa forma, Carneiro (2008) pontua que a leitura a partir da imagem é intrinsicamente uma das primeiras habilidades a serem desenvolvidas nas crianças, pois é uma representação direta do código verbal escrito. A partir do desenvolvimento do projeto foi possível perceber que as crianças demonstraram autonomia ao ler o cardápio e relatar para os colegas o que haviam lido por meio dos pictogramas, gerando assim autonomia não só na leitura, mas também em saber o que será servido no refeitório da escola. Portanto, Freire (2015) assevera: Por que, por exemplo, não desafiar o filho, ainda criança, no sentido de participar da escolha da melhor hora para fazer seus deveres escolares? Por que o melhor tempo para a tarefa é sempre a dos pais? Por que perder a 24 oportunidade de ir sublinhando aos filhos o dever e o direito que eles têm, como gente, de ir forjando sua própria autonomia? (FREIRE, 2015, p. 105). Em consonância Barbosa e Horn (2008): A proposta de trabalho com projetos possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo; momentos de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e também de liberdade; momentos de individualidade e de sociabilidade, momentos de interesse e de esforço; momentos de jogo e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato educativo. (BARBOSA E HORN20, 2008, p. 31) As Diretrizes Curriculares Nacionais pela Educação Infantil (BRASIL, 2010) afirmam que a criança deve ser centro do planejamento de forma que busque ela mesma seus conhecimentos, observe, narre, questione, construa, tal qual o art. 4º da Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa que as propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010). Enfim, por meio do projeto foi possível constatar o avanço no desenvolvimento motor, cognitivo e com a interação social, pois as criançascomentavam com as outras crianças da outra sala que o cardápio do almoço estava no mural do pátio e qual era o conteúdo lido por eles. Dessa forma o projeto envolveu a escola toda. Assim, a leitura por meio da imagem possibilita aos alunos a ampliação do repertório imaginário, criativo, além de promover a construção de uma leitura crítica do mundo ao seu entorno e de si mesmo. Para o RCNEI (BRASIL, 1998) o objetivo do trabalho com projetos na educação infantil é a intencionalidade do projeto ao possibilitar às crianças a ampliação do seu conhecimento acerca de um assunto ou encontrar solução para um problema real. Segundo o RCNEI (BRASIL, 1998): A organização de situações de aprendizagem orientadas ou que dependem de uma intervenção direta do professor permite que as crianças trabalhem com diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos professores, mas essencialmente, na escuta das crianças e na compreensão do papel que desemprenham a experimentação e o erro na construção do conhecimento. (BRASIL, 1998, p. 29) 25 E, por fim, é possível analisar que a metodologia de projeto contribui com aumento do vocabulário quanto á pronúncia de alguns legumes como: repolho, cenoura, acelga, pepino, beterraba. Também, notou-se a ampliação da alimentação das crianças que demonstraram interesse pela riqueza de detalhes que as imagens dos alimentos traziam enquanto montavam o cardápio juntamente com a educadora. 26 6 REFLEXÕES QUANTO AOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA POR PROJETO Com a aplicação do projeto, ficou evidenciado que o cardápio diário passou a ser assunto entre os educandos, que as crianças demonstraram avanços na comunicação, na alimentação como comer frutas e salada, autonomia na escolha de qual alimento prefere, e a interação entre as crianças de forma geral. A metodologia por projetos no espaço escolar permite que a criança viva diversas experiências, vivencie suas descobertas, crie confiança em si e na capacidade de aprender, escolher a melhor decisão, escolher o que for apropriado para sua vida, defender suas ideias, saber ouvir, refletir, respeitar o outro são habilidades proporcionadas por esse tipo de aprendizagem. O projeto em questão, promoveu também a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo das crianças, uma vez que a maioria das estudantes fazia a leitura dos pictogramas em voz alta e com a pronúncia correta da palavra, sem infantilizá-la. Piaget (1982) corrobora que a aprendizagem e desenvolvimento estão inter- relacionadas, pois, a criança passa a se relacionar com o mundo, com o meio social e físico, desenvolvendo-se de maneira ampla e integral. Neste sentido, a criança por meio do envolvimento com o meio social, desencadeia vários processos internos de desenvolvimento que a levarão a um novo nível de conhecimento. Os autores Monteiro et al. (2013) assim como Hernández (1998), RCNEI (BRASIL, 1998), Barbosa e Horn (2008) corroboram com a importância de desenvolver a metodologia por projetos na escola e apontam que os professores ao trabalhar com projetos precisam considerar os conhecimentos prévios das crianças, e desenvolver temas que abordem a realidade do estudante, compreender que a criança é protagonista do seu processo de desenvolvimento. Outro avanço no desenvolvimento que algumas crianças apresentaram, foi o fato de organizar e guardar os brinquedos da sala de aula, pois seis alunos não guardavam os brinquedos e começaram espontaneamente a guardar. Então, as crianças aprenderam a cooperar, uma ação muito importante para nossa convivência em sociedade. Neste sentido, a metodologia por projetos é de suma importância por contribuir e colocar a criança em situações de ludicidade, e também é uma estratégia para trabalhar diversos conteúdos na escola e fora dela. 27 É importante salientar que nas escolas públicas municipais da cidade onde o projeto foi apresentado, durante as refeições, a criança não pode recusar nenhum alimento no prato, porém, não precisa comer os que não lhe agrada. Assim, antes do projeto, era nítido que muitos dos educandos não comiam determinados alimentos como legumes e vegetais. Porém, durante e após a realização do projeto na instituição de ensino pode-se notar que algumas crianças passaram a comer alimentos antes recusados por elas. Isso mostra que o projeto contribuiu com o desenvolvimento do paladar desses discentes. Desse modo, Hernandez (1998) aponta que a metodologia por projetos ressignifica os espaços de aprendizagem, para que eles contribuam com a formação das crianças, para que essas aprendam a serem ativas, atuantes, reflexivas e participativas, buscando assim, um estudante protagonista. Portanto, o professor quando utiliza a metodologia de trabalho como estratégia para desenvolver conteúdos que façam significado para os alunos, contribui para a formação integral dos estudantes de maneira mais eficaz. Assim, no projeto “A leitura por meio de pictogramas”, todas as dezenove crianças participaram do projeto do início ao fim. Logo, tal projeto foi o primeiro passo para as crianças lerem o mundo a partir dos pictogramas. Pois, a sociedade atual é repleta de signos linguísticos e, quanto antes a criança iniciar essa leitura, mais cedo ela estará preparada para compreender o mundo que a cerca. A referida metodologia por projeto colocou o aluno no centro do seu processo de aprendizagem, pois, quando o educando participa de forma ativa, aprende com mais clareza por meio da experiência e vivência. O trabalho com o projeto na educação infantil possibilita a articulação entre o conhecimento historicamente construído com os saberes prévios dos estudantes. Desse modo, o ensino por meio do trabalho com projeto, promove a ação do aluno na construção de seu desenvolvimento, além de aprimorar suas habilidades e competências. Assim, o RCNEI (BRASIL, 1998) salienta que: O processo que permite a construção de aprendizagens significativas pelas crianças requer uma intensa atividade interna por parte delas. Nessa atividade, as crianças podem estabelecer relações entre novos conteúdos e os conhecimentos prévios (conhecimentos que já possuem), usando para isso os recursos de que dispõem. Esse processo possibilitará a elas modificarem seus conhecimentos prévios, matizá-los, ampliá-los ou diferenciá-los em função de novas informações, capacitando-as a realizar novas aprendizagens, tornando-as significativas. (BRASIL, 1998, p.33) 28 O projeto foi uma estratégia para dar a oportunidade para as crianças iniciarem seu processo de alfabetização por meio da leitura de imagens, os pictogramas. A leitura da imagem irá acompanhar a criança durante toda sua vida escolar e social. Assim, Almeida (2013) corrobora: Por isso, a importância de levar as imagens para as salas de aula, trabalhar em cima das imagens que fazem parte do cotidiano dos alunos. Não se restringindo as mensagens visuais, mas também como elas influenciam a criança, sua percepção visual, seu pensamento, sua autoimagem, e seu autoconceito. (ALMEIDA, 2013, p. 116) A metodologia por projetos de trabalho na educação infantil é importante por não trabalhar o conteúdo particionado, pois articula uma etapa a outra, valorizando os conhecimentos já adquiridos, abrindo janelas para novos e ressignificando outros que passam a tomar corpo, serem mais complexos a partir das novas informações adquiridas. Enfim, houve a contribuição com o desenvolvimento integral das crianças da instituição de ensino 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa mostrou que o trabalho com projetos pedagógicos contribui de maneiraenriquecedora, norteadora e habilidosa por meio de uma prática docente que almeja o pleno desenvolvimento do estudante, para que assim, o aprendizado significativo alcance não somente as habilidades da aprendizagem em processo, mas também as habilidades socioemocionais, praticando e desenvolvendo assim, a autoestima, cooperação, a organização, a experiência do novo, trabalhar problemas da vida real da criança. Logo, contribui com um aprendizado mais eficaz, pois a criança aprende mais quando o conteúdo do projeto está relacionado com sua vivência. O trabalho com projetos é uma articulação entre o ato de pesquisar e o trabalho coletivo, objetivando a aprendizagem e autonomia da criança, pois torna o processo de ensino aprendizagem estimulante e questionador, para almejar e desenvolver novos conhecimentos em todo caminho educacional da criança na educação infantil até o final do ensino médio. Assim, a metodologia por projetos oportuniza às crianças e docentes a percepção de vários caminhos e distintos modos de aprendizado, colocando os estudantes como protagonistas no processo da sua aprendizagem. O trabalho com a metodologia por projetos possibilita que as aprendizagens perpassem os muros escolares e acompanhem a criança na sua trajetória como cidadão. Portanto, o papel do professor ao mediar o trabalho com projetos, é ser mediador e facilitador. Por esta metodologia, o professor precisa estar atento para elaborar as atividades de maneira lúdica, mas sem perder de vista a preocupação com a compreensão e a aprendizagem com significância dos muitos aspectos que o trabalho proporciona, compreendendo ainda, que o trabalho com projeto viabiliza a construção de sujeitos éticos, responsáveis e preocupados com o outro, com a natureza, com as questões sociais, com a saúde, visando a busca de soluções cabíveis ao cotidiano dos estudantes , para que assim, possam resolver seus problemas e no futuro possam ser protagonistas não apenas de questões escolares, mas da sua própria vida. A participação dos estudantes no decorrer do projeto deve ser ativa, para que possam aprender conteúdos, habilidades e comportamentos diversos, envolvendo múltiplas dimensões da formação do indivíduo. Permite que aprendam a cooperar, refletir, esperar a sua vez, ser organizado, criativo, criar hipóteses, resolver conflitos, 30 pensar em soluções para questões do cotidiano escolar. Desse modo, o trabalho com projetos na educação infantil constitui -se em uma ferramenta e estratégia eficaz que o professor e várias outras instituições podem utilizar para desenvolver uma aprendizagem específica. 31 REFERÊNCIAS AGUIAR, V.T. de. O verbal e o não verbal. São Paulo: Ed. Unesp, 2004 (Coleção Paradidáticos; Série Poder). ALMEIDA, A. P. D. O uso de imagens na educação. Disponível em: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/13286/1/2013_AmandaPereiradeAlmeida.pdf Acesso em: 24 out. 2021. ALMEIDA, F. J. Educação, projetos, tecnologia e conhecimento. São Paulo: PROEM, 2002. ALMEIDA, J. F.; FONSECA JÚNIOR, M. F. ProInfo: Projetos e ambientes inovadores. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000. ANTUNES, C. Um método para o ensino fundamental: O projeto. 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Acesso em: 25 out. 2021 35 APÊNDICE A – Imagem do cartaz do projeto 36 APÊNDICE B – Educadora apresentando as figuras dos alimentos 37 APÊNDICE C – Educadora e crianças analisando as imagens dos alimentos 38 APÊNDICE D – Educadora e educandos colando os pictogramas 39 APÊNDICE E – Crianças montando o cardápio 40 APÊNDICE F – Estudantes selecionando os pictogramas dos alimentos 41 APÊNDICE G – Crianças montando o cartaz do cardápio 42 APÊNDICE H – O cardápio no pátio da instituição de ensino
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