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Gestão de Plano de Saúde e Auditoria Hospitalar 2

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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
Unidade II
3 ASPECTOS GERAIS E REGULAMENTÁRIOS DA LEI DOS PLANOS DE SAÚDE 
Antes de aprofundarmos nosso estudo sobre a ANS, é importante destacar que esse órgão possui a 
função de controlar, normatizar e fiscalizar os planos de saúde.
 Lembrete
A Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, foi a responsável por criar a ANS.
Contudo, antes da criação da ANS, foi decretada a Lei nº 9.656, em 3 de junho de 1998, que dispõe 
sobre a regulamentação dos planos e seguros privados de assistência à saúde, com a finalidade de 
estabelecer a cobertura obrigatória de todas as doenças listadas na Classificação Estatística Internacional 
de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da OMS.
Antes da Lei dos Planos de Saúde, os usuários dos planos contavam apenas com o Código de Defesa 
do Consumidor (CDC), criado pela Lei nº 8.078/90.
De uma maneira geral, em relação à Lei dos Planos de Saúde, a legislação permite que o consumidor 
contrate o plano de referência com a cobertura, seja de maneira integral (de referência), seja segmentada.
O plano com cobertura segmentada pode ser dividido do seguinte modo:
• ambulatorial;
• hospitalar;
• hospitalar com obstetrícia;
• odontológico;
Em 2001, por meio da medida provisória nº 2.177‑44, estabelece‑se o seguinte:
Art. 1º. Submetem‑se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de 
direito privado que operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do 
cumprimento da legislação específica que rege a sua atividade, adotando‑se, 
para fins de aplicação das normas aqui estabelecidas, as seguintes definições:
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Unidade II
I – Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços 
ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós‑estabelecido, por 
prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a 
assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais 
ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede 
credenciada, contratada ou referenciada, visando à assistência médica, 
hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas 
da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao 
prestador, por conta e ordem do consumidor;
II – Operadora de Plano de Assistência à Saúde: pessoa jurídica constituída 
sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade 
de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso 
I deste artigo;
III – Carteira: o conjunto de contratos de cobertura de custos assistenciais 
ou de serviços de assistência à saúde em qualquer das modalidades de que 
tratam o inciso I e o § 1º deste artigo, com todos os direitos e obrigações 
nele contidos.
§ 1o. Está subordinada às normas e à fiscalização da Agência Nacional de 
Saúde Suplementar – ANS qualquer modalidade de produto, serviço e 
contrato que apresente, além da garantia de cobertura financeira de riscos 
de assistência médica, hospitalar e odontológica, outras características que 
o diferenciem de atividade exclusivamente financeira, tais como:
a) custeio de despesas;
b) oferecimento de rede credenciada ou referenciada;
c) reembolso de despesas;
d) mecanismos de regulação;
e) qualquer restrição contratual, técnica ou operacional para a cobertura de 
procedimentos solicitados por prestador escolhido pelo consumidor; e
f) vinculação de cobertura financeira à aplicação de conceitos ou critérios 
médico‑assistenciais.
§ 2º. Incluem‑se na abrangência desta Lei as cooperativas que operem 
os produtos de que tratam o inciso I e o § 1º deste artigo, bem assim as 
entidades ou empresas que mantêm sistemas de assistência à saúde, pela 
modalidade de autogestão ou de administração.
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§ 3º. As pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior 
podem constituir ou participar do capital, ou do aumento do capital, de 
pessoas jurídicas de direito privado constituídas sob as leis brasileiras para 
operar planos privados de assistência à saúde.
§ 4º. É vedada às pessoas físicas a operação dos produtos de que tratam o 
inciso I e o § 1º deste artigo (BRASIL, 2001).
Com a regulamentação do setor por meio da Lei nº 9.656/98 e a criação da ANS, houve a fusão e 
ampliação da cobertura assistencial dos contratos de planos de saúde, como a proibição da limitação 
do número de consultas, de cobertura para exames e de prazo para internações, mesmo em leitos de 
alta tecnologia. Como benefício, proporcionou o princípio da não discriminação dos consumidores, 
por conta da essencialidade do serviço, atendendo ao princípio da dignidade da pessoa humana, 
fundamento da Constituição.
A Lei nº 9.656/98, em seu artigo 11, dispõe a respeito da vedação da exclusão de cobertura para 
doença e lesão preexistente (DLP) após o cumprimento do prazo de 24 meses da data de contratação 
dos produtos (tipos de planos oferecidos pelas operadoras), seguindo assim o princípio da dignidade 
da pessoa humana. Destaca que, para qualquer DLP após o cumprimento do prazo estabelecido, esta 
deverá ser coberta pela operadora sem qualquer tipo de cobrança ao beneficiário.
3.1 Aspectos gerais da lei de criação da ANS
A ANS é a agência reguladora do Governo Federal e também é vinculada ao Ministério da Saúde. 
Atua em todo o território nacional e tem como objetivo a normatização, a regulamentação, o controle 
e a fiscalização do setor de planos de saúde no Brasil.
Nesse contexto, o termo suplementar representa que o cidadão, além de utilizar o sistema público 
como seu direito à saúde, ainda contrata serviços privados como opção ao tratamento médico, serviços 
estes que são fornecidos por planos de saúde.
A ANS é criada em 2000, por meio da Lei nº 9.961, e sua finalidade institucional é a de promover a 
defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais e 
contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País.
Art. 1º. É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia 
sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e 
foro na cidade do Rio de Janeiro – RJ, prazo de duração indeterminado 
e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação, 
normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a 
assistência suplementar à saúde.
Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à ANS é 
caracterizada por autonomia administrativa, financeira, patrimonial e 
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de gestão de recursos humanos, autonomia nas suas decisões técnicas e 
mandato fixo de seus dirigentes.
Art. 2º. Caberá ao Poder Executivo instalar a ANS, devendo o seu regulamento, 
aprovado por decreto do Presidente da República, fixar‑lhe a estrutura 
organizacional básica.
Parágrafo único. Constituída a ANS, com a publicação de seu regimento 
interno, pela diretoria colegiada, ficará a autarquia, automaticamente, 
investida no exercício de suas atribuições.
Art. 3º. A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse 
público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, 
inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, contribuindo 
para o desenvolvimento das ações de saúde no País (BRASIL, 2000).
Deacordo com a ANS, implantou‑se a primeira Agenda Regulatória em 2011. Neste documento, 
ratifica‑se o compromisso da ANS com a sociedade, assegurando a qualidade e a transparência da sua 
atuação. Permite, ainda, que:
• a sociedade opine sobre os assuntos tratados pela Agência e como estes devem ser encaminhados;
• o cidadão acompanhe a evolução das propostas preestabelecidas;
• as ações da ANS sejam cada vez mais claras; 
• a elaboração das normas do setor fique aberta à participação da sociedade, por meio de 
representação em câmaras técnicas e participação em consultas públicas.
 Saiba mais
Para saber mais a respeito da ANS, acesse: 
<www.ans.gov.br>.
3.2 Taxa de saúde
Com o exercício de poder de fiscalização da Lei nº 9.961/2000, ficou instituída a taxa de saúde 
suplementar, como disposto nos artigos seguintes:
Art. 18. É instituída a Taxa de Saúde Suplementar, cujo fato gerador é o 
exercício pela ANS do poder de polícia que lhe é legalmente atribuído.
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Art. 19. São sujeitos passivos da Taxa de Saúde Suplementar as pessoas 
jurídicas, condomínios ou consórcios constituídos sob a modalidade de 
sociedade civil ou comercial, cooperativa ou entidade de autogestão, 
que operem produto, serviço ou contrato com a finalidade de garantir a 
assistência à saúde, visando à assistência médica, hospitalar ou odontológica.
Art. 20. A Taxa de Saúde Suplementar será devida:
I – por plano de assistência à saúde, o seu valor será o produto da 
multiplicação de R$ 2,00 (dois reais) pelo número médio de usuários de 
cada plano privado de assistência à saúde, deduzido o percentual total 
de descontos apurado em cada plano, de acordo com as Tabelas I e II do 
Anexo II desta Lei;
II – por registro de produto, registro de operadora, alteração de dados 
referente ao produto, alteração de dados referente à operadora, pedido de 
reajuste de contraprestação pecuniária, conforme os valores constantes da 
Tabela que constitui o Anexo III desta Lei.
§ 1. Para fins do cálculo do número médio de usuários de cada plano privado 
de assistência à saúde, previsto no inciso I deste artigo, não serão incluídos 
os maiores de sessenta anos.
§ 2. Para fins do inciso I deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será 
devida anualmente e recolhida até o último dia útil do primeiro decêndio dos 
meses de março, junho, setembro e dezembro e de acordo com o disposto no 
regulamento da ANS.
§ 3. Para fins do inciso II deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será 
devida quando da protocolização do requerimento e de acordo com o 
regulamento da ANS.
§ 4. Para fins do inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados 
referentes ao produto ou à operadora que não produzam consequências 
para o consumidor ou o mercado de saúde suplementar, conforme disposto 
em resolução da Diretoria Colegiada da ANS, poderão fazer jus a isenção ou 
redução da respectiva Taxa de Saúde Suplementar.
§ 5. Até 31 de dezembro de 2000, os valores estabelecidos no Anexo III desta 
Lei sofrerão um desconto de 50% (cinquenta por cento).
§ 6. As operadoras de planos privados de assistência à saúde que se 
enquadram nos segmentos de autogestão por departamento de recursos 
humanos, ou de filantropia, ou que tenham número de usuários inferior 
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a vinte mil, ou que despendem, em sua rede própria, mais de sessenta por 
cento do custo assistencial relativo aos gastos em serviços hospitalares 
referentes a seus Planos Privados de Assistência à Saúde e que prestam ao 
menos trinta por cento de sua atividade ao Sistema Único de Saúde – SUS, 
farão jus a um desconto de trinta por cento sobre o montante calculado 
na forma do inciso I deste artigo, conforme dispuser a ANS. (Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 7. As operadoras de planos privados de assistência à saúde que comercializam 
exclusivamente planos odontológicos farão jus a um desconto de cinquenta por 
cento sobre o montante calculado na forma do inciso I deste artigo, conforme 
dispuser a ANS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 8. As operadoras com número de usuários inferior a vinte mil poderão 
optar pelo recolhimento em parcela única no mês de março, fazendo jus a 
um desconto de cinco por cento sobre o montante calculado na forma do 
inciso I deste artigo, além dos descontos previstos nos §§ 6º e 7º, conforme 
dispuser a ANS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 9. Os valores constantes do Anexo III desta Lei ficam reduzidos em 
cinquenta por cento, no caso das empresas com número de usuários inferior 
a vinte mil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 10. Para fins do disposto no inciso II deste artigo, os casos de alteração 
de dados referentes a produtos ou a operadoras, até edição da norma 
correspondente aos seus registros definitivos, conforme o disposto na Lei 
nº 9.656, de 1998, ficam isentos da respectiva Taxa de Saúde Suplementar. 
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 11. Para fins do disposto no inciso I deste artigo, nos casos de alienação 
compulsória de carteira, as operadoras de planos privados de assistência à 
saúde adquirentes ficam isentas de pagamento da respectiva Taxa de Saúde 
Suplementar, relativa aos beneficiários integrantes daquela carteira, pelo 
prazo de cinco anos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
Art. 21. A Taxa de Saúde Suplementar não recolhida nos prazos fixados será 
cobrada com os seguintes acréscimos:
I – juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês 
seguinte ao do vencimento, à razão de 1% a.m. (um por cento ao mês) ou 
fração de mês;
II – multa de mora de 10% (dez por cento).
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§ 1. Os débitos relativos à Taxa de Saúde Suplementar poderão ser parcelados, 
a juízo da ANS, de acordo com os critérios fixados na legislação tributária. 
(Renumerado pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
§ 2. Além dos acréscimos previstos nos incisos I e II deste artigo, o não 
recolhimento da Taxa de Saúde Suplementar implicará a perda dos descontos 
previstos nesta Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177‑44, de 2001)
Art. 22. A Taxa de Saúde Suplementar será devida a partir de 1º de janeiro 
de 2000.
Art. 23. A Taxa de Saúde Suplementar será recolhida em conta vinculada 
à ANS.
Art. 24. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à ANS e apurados 
administrativamente, não recolhidos no prazo estipulado, serão inscritos em 
dívida ativa da própria ANS e servirão de título executivo para cobrança 
judicial na forma da lei.
Art. 25. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procuradoria 
da ANS (BRASIL, 2000).
 Saiba mais
Para saber mais a respeito da taxa de saúde, leia:
MATTFELDT, R. K. A taxa de saúde suplementar e sua compatibilidade 
com o Sistema Tributário Nacional. Jus Navigandi, Teresina, mar. 2000. 
Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/1430/a‑taxa‑de‑saude‑supleme
ntar‑e‑sua‑compatibilidade‑com‑o‑sistema‑tributario‑nacional#ixzz3i3g
OZLlJ>. Acesso em: 7 dez. 2015.
3.2.1 Taxa de saúde suplementar por beneficiário
A taxa de saúde suplementar por beneficiário é uma das maneiras de arrecadação da ANS. Para tal, 
todas as operadoras devem fazer seu recolhimento trimestral – essa taxa é calculada de acordo com o 
número de beneficiários.
Caso a operadora queira, ela pode fazer jus a descontos de acordo coma legislação vigente, desde 
que respeite os prazos estipulados. O recolhimento das demais taxas deve ser realizado quando ocorrido 
o fato gerador.
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A figura a seguir apresenta o passo a passo de forma clara:
1 • Informar seu CNPJ (apenas os 8 primeiros digitos), a senha de acesso e clicar OK.
2
• Selecionar o trimestre no qual deseja lançar as informações e clicar em “Enviar Consulta“.
• O número de beneficiários informados deverá ser o total do último dia de cada mês.
3 • Os beneficiários que completarem 60 anos no trimestre considerado deverão ser informados no campo “Faixa Etária“ como maior ou igual a 60 anos.
4
• As informações enviadas para o Sistema de Arrecadação devem estar de acordo com as informações prestadas 
ao SIB, tanto em quantidade e faixa etária dos benficiários quanto em relação à abrangência geográfica e à 
cobertura de seus planos.
5 • A operadora que solicitar o cancelamento de autorização de funcionamento deverá informar o quantitativo do beneficiário até o deferimento e a conclusão da solicitação, mesmo que ele seja zero.
6
Os dados deverão ser lançados de acordo com as seguintes orientações:
• No campo “Abrangência“, deve‑se escolher a abrangência geográfica referente aos planos do quantitativo de 
beneficiários a serem lançados.
• No campo “Faixa Etária“, deve‑se escolher a faixa etária relacionada às informações anteriormente lançadas.
• No campo dos meses, devem‑se lançar os quantitavos de beneficiários relacionados às três informações anteriores.
7 • Lançadas todas as informações, clicar em “Gravar/Calcular“ e, no fim, clicar em “Emitir GRU“.
Figura 11 – Passo a passo para realizar o recolhimento da taxa de saúde suplementar por beneficiário
3.3 Operadoras e seguradoras de plano de saúde
O setor de saúde suplementar é composto por operadoras de planos privados de assistência à saúde, 
por uma rede de prestadores de serviços (como hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios) e pelos 
beneficiários de planos de saúde.
Em junho de 2012, envolviam aproximadamente 1.571 operadoras de planos de saúde – que atendiam a cerca 
de 48,7 milhões de beneficiários em planos de assistência médica – e 17,6 milhões em planos exclusivamente 
odontológicos, totalizando um mercado com receita de cerca de 84,5 bilhões de reais no ano de 2011.
Os tipos de convênio referem‑se à forma de remuneração de um determinado atendimento ou 
serviço prestado pela unidade de saúde.
Esses convênios podem ser:
• SUS;
• particulares;
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• planos de saúde públicos;
• planos de saúde privados.
De acordo com a ANS (2014a), desde sua criação, o número de operadoras em atividade apresentou 
uma redução gradativa. O gráfico a seguir destaca que o número de operadoras médico‑hospitalares em 
execução foi reduzido à metade.
670 719 717 658 625 600 585 577 551 491 477 433 425 416 392 364
346343359365366391403408413415
449469481505480441
1.390
2.400
2.000
1.600
1.200
800
400
0
dez/00Até
dez/99
dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13 dez/14
1.969 1.992
1.749
1.649 1.576 1.524 1.468
1.377
1.269 1.216 1.183 1.173 1.119 1.074 1.041
2.004
1.458 1.456 1.381 1.345 1.302 1.242 1.197 1.168
1.118 1.068 1.044 1.005 960 912 673
Médico‑hospitalares Exclusivamente odontológica
Médico‑hospitalares em atividade Exclusivamente odontológica em atividade
Figura 12 – Gráfico ilustrando as operadoras de planos privados de saúde em atividade
Ainda de acordo com o Caderno de Informação da Saúde Suplementar (2014a), de janeiro a dezembro 
de 2014, houve 43 registros de operadoras e 84 operadoras tiveram seus registros cancelados.
Tabela 1 – Resumo do registro de operadoras (Brasil – dezembro/2014)
Registro Total Operadoras médico-hospitalares
Operadoras exclusivamente 
odontológicas
Registros novos (1) 43 31 12
Registros cancelados (1) 84 64 20
Operadoras em atividades 1.425 1.041 384
Operadoras com beneficiários 1.219 873 346
Fonte: ANS (2014a, p. 14).
3.4 Cadastro de beneficiário
O beneficiário é a pessoa física, titular ou dependente, que possui direitos e deveres definidos 
em legislação e em contrato assinado com a operadora de plano privado de saúde para garantia da 
assistência médico‑hospitalar e/ou odontológica.
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Esse termo se refere ao vínculo de uma pessoa com um plano de saúde de uma determinada 
operadora. Como um mesmo indivíduo pode possuir mais de um plano de saúde – mais de um vínculo –, 
o número de beneficiários cadastrados acaba sendo superior ao número de indivíduos que possuem 
planos privados de assistência à saúde.
O número de beneficiários ativos é calculado utilizando as datas de adesão (contratação) 
e cancelamento (rescisão) do plano de saúde atual do beneficiário, informadas ao Sistema de 
Informações de Beneficiários (SIB). Esse procedimento garante que todo beneficiário será computado, 
independentemente do momento em que a operadora envia o cadastro à ANS. Em contrapartida, faz 
que a informação seja atualizada de forma contínua, tornando‑a sempre provisória.
3.4.1 Consultas médicas por beneficiário 
Mede‑se o número de consultas médicas por qualquer especialidade em relação ao total de 
beneficiários. Cálculo: número de consultas no ano/número médio de beneficiários de planos privados 
ambulatoriais no ano.
Em dezembro de 2014, o cadastro da ANS registrou 50,8 milhões de vínculos a planos privados 
de assistência médica. Os planos exclusivamente odontológicos, por sua vez, 21,4 milhões de 
vínculos de beneficiários.
Tabela 2 – Beneficiários de planos privados de saúde por cobertura assistencial do plano 
(Brasil – 2000‑2014)
Data Assistência médica com ou sem odontologia Exclusivamente odontológico
dez/00 31.161.481 2.603.001
dez/01 31.727.080 3.062.681
dez/02 31.513.309 3.677.782
dez/03 32.074.667 4.325.568
dez/04 33.840.716 5.312.915
dez/05 35.441.349 6.204.404
dez/06 37.248.388 7.349.643
dez/07 39.316.313 9.164.386
dez/08 41.468.019 11.061.362
dez/09 42.561.398 13.253.744
dez/10 44.921.064 14.507.721
dez/11 46.145.515 16.931.998
dez/12 47.894.565 19.016.669
dez/13 49.545.919 20.275.966
set/14 50.809.249 21.410.359
Fonte: ANS (2014a, p. 9)
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60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
(M
ilh
õe
s)
10,0
0,0
dez/00
2,6 3,1 3,7 4,3
5,3 6,2 7,3
9,2 11,1
13,3 14,5
16,9 19,0
20,3 21,4
50,849,547,946,144,942,641,6
38,337,235,433,832,131,531,731,2
dez/02 dez/04 dez/06 dez/08 dez/10 dez/12dez/01 dez/03
Assistência médica com ou sem odontologia
Exclusivamente odontológico
dez/05 dez/07 dez/09 dez/11 dez/13 dez/14
Figura 13 – Gráfico dos beneficiários de planos privados de saúde por cobertura assistencial do plano (Brasil – 2000‑2014)
3.5 Documento de Informações Periódicas (Diops)
O Diops/ANS foi estabelecido a fim de reunir informações cadastrais e financeiras para o acompanhamento 
das operadoras em relação à saúde econômico‑financeira e a manutenção dos dados cadastrais.
As operadoras devem enviar o Diops periodicamente à ANS. Esse documento é composto de quadros 
cadastrais, gerenciais, demonstrativos e de informações gerais. Esse registro objetiva fornecer condições 
para que a Diretoriade Normas e Habilitação das Operadoras (Diope) possa efetuar o controle, o 
monitoramento e o acompanhamento das operadoras.
De acordo com a ANS, algumas das principais atribuições da Diope são:
• Orientar as operadoras de planos de saúde sobre: 
— constituição, organização e funcionamento;
— observar qualificação, contabilidade, estatística e dados atuariais sobre reservas e provisões;
— analisar critérios de constituição de garantias econômico‑financeiras, bem como parâmetros 
de capital e patrimônio líquido;
— analisar a criação de fundo, contratação de seguro garantidor ou outros, recuperação financeira, 
regimes especiais de direção fiscal e liquidação extrajudicial.
• conceder e cancelar o registro e a autorização de funcionamento
• autorizar cisão, fusão, incorporação, alteração ou transferência do controle societário
• planejar e coordenar qualificação e acreditação das operadoras de planos de saúde, bem como 
inabilitar o exercício de cargos diretivos
• aprovar as propostas de saneamento na direção fiscal
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Unidade II
4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE PRODUTOS (SIP)
O SIP foi instituído pela Resolução RDC nº 85 da ANS. Esse sistema tem como finalidade monitorar a 
qualidade da assistência prestada aos consumidores de planos de saúde, em complementação ao Diops.
Trata‑se de um sistema composto de planilhas, e estas devem ser preenchidas com a mesma 
periodicidade do Diops, de acordo com a quantidade de beneficiários da operadora e por grupo de 
beneficiários. É obrigatório para todas as operadoras de planos de saúde com registro ativo na ANS, 
excetuando‑se aquelas classificadas como administradoras de benefícios.
De acordo com a ANS, as informações em saúde são essenciais para a otimização da gestão em 
saúde. Contudo, para que possibilitem um adequado planejamento, implementação e avaliação dos 
resultados esperados, elas precisam ser sistematizadas e analisadas, subsidiando, quando necessário, o 
ajuste das estratégias programadas.
A informação pode ser utilizada em cada etapa da elaboração do programa, e algumas possibilidades 
de uso desses dados podem ser exemplificadas para gerar conhecimento e subsidiar a tomada de decisão.
A ANS disponibiliza algumas etapas de como obter essas informações:
Figura 14 – Etapas para obter a informação em saúde
Em relação à saúde suplementar, há variedades e quantidades de dados disponíveis, e estes podem 
fornecer informações relevantes para a gestão do programa. Essas informações assistenciais do SIP, 
os dados cadastrais do SIB e os registros econômico‑financeiros do Diops poderão ser utilizados pelas 
operadoras para planejar, implementar e avaliar os programas.
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
 Lembrete
O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira com o objetivo 
de garantir acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país.
4.1 Princípios do SUS
O SUS é formado pelo conjunto das ações e dos serviços de saúde sob gestão pública. Dessa maneira, 
é organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas. Atua em todo o território nacional, com direção 
única em cada esfera de governo.
A Lei nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde) regulamenta as ações e os serviços da saúde em todo o 
território nacional, estabelecendo, entre diversos fatores, os princípios, as diretrizes e os objetivos do SUS.
Essa lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes.
Em seu Capítulo I, artigo 5º, cita os objetivos do SUS:
Art. 5º. São objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS):
I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes 
da saúde;
II – a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos 
econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III – a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção 
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais 
e das atividades preventivas (BRASIL, 1990).
 Saiba mais
Para conhecer o campo de atuação do SUS, leia:
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L8080.htm>. Acesso em: 9 dez. 2015.
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Unidade II
Para entender as ações de representantes do governo no SUS, é importante definir quais os gestores 
do SUS e suas funções. Estes profissionais são designados para o desenvolvimento das funções do 
Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de 
Estado da Saúde; no municipal, o Secretário Municipal de Saúde.
De acordo com Souza (2002), é possível destacar quatro grandes grupos de funções (macrofunções) 
gestoras na saúde:
• formulação de políticas/planejamento;
• estão incluídas as atividades de diagnóstico da necessidade de saúde, a identificação das 
prioridades e a programação de ações;
• financiamento;
• coordenação, regulação, controle e avaliação (do sistema/das redes e dos prestadores públicos 
ou privados);
• prestação direta de serviços de saúde.
No artigo 7º, a Lei Orgânica da Saúde destaca os princípios e diretrizes do SUS:
Art. 7º. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) 
são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis 
de assistência;
II – integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e 
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, 
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade 
física e moral;
IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de 
qualquer espécie;
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e 
a sua utilização pelo usuário;
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a 
alocação de recursos e a orientação programática;
VIII – participação da comunidade;
IX – descentralização político‑administrativa, com direção única em cada 
esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e 
saneamento básico;
XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de 
serviços de assistência à saúde da população;
XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de 
meios para fins idênticos (BRASIL, 1990).
Integralidade
Equidade
Universalidade
Princípios doutrinários
Figura 15 – Princípiosdoutrinários do SUS
A doutrina do SUS compreende os seguintes aspectos:
• universalidade: todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, possuem direito 
ao acesso às ações e serviços de saúde;
• equidade: possui relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça, e todo cidadão será 
atendido conforme suas necessidades – até o esgotamento dos recursos que o sistema disponibilizar;
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Unidade II
• integralidade: este princípio considera as pessoas integralmente, atendendo a todas as suas 
necessidades, por isso a importância das integração de ações, que incluem a promoção da saúde, 
a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação.
 Observação
O Sistema Único de Saúde possui Princípios Doutrinários e Princípios 
Organizativos, os quais são importantes para o entendimento do SUS.
Participação da 
população
Regionalização e 
hierarquização Descentralização
Princípios organizacionais
Figura 16 – Princípios organizacionais do SUS
Dentre os princípios organizacionais do SUS, destacamos:
• regionalização e hierarquização: a disposição dos serviços deve ser realizada por meio de níveis 
crescentes de complexidade. Estes devem ser planejados a partir de critérios epidemiológicos e 
com definição e conhecimento da população em questão.
— a regionalização é um processo de articulação entre os serviços existentes visando ao seu 
comando unificado.
— a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção, garantindo formas de acesso 
a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos 
disponíveis em determinada região.
• descentralização: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis 
de governo. Tem como objetivo prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a 
fiscalização por parte dos cidadãos. A responsabilidade no SUS pela saúde deve ser descentralizada 
até o município, de maneira que devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, 
administrativas e financeiras para exercer essa função.
• participação popular: a sociedade deve participar do dia a dia do sistema, e isso se efetiva com 
a criação dos Conselhos e das Conferências de Saúde, que objetivam formular estratégias, assim 
como controlar e avaliar a execução da política de saúde.
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
O SUS possui um sistema de planejamento, que corresponde à atuação contínua, articulada, 
integrada e solidária do planejamento das três esferas de gestão do SUS, e pressupõe que cada 
esfera de governo realize o seu planejamento, articulando‑se a fim de fortalecer e consolidar os 
objetivos e as diretrizes do SUS, contemplando as peculiaridades, as necessidades e as realidades 
de saúde locorregionais.
Esse sistema almeja compactar as bases funcionais do planejamento, de monitoramento e da 
avaliação, bem como promover a participação social e a integração intra e intersetorial, considerando 
os determinantes e os condicionantes de saúde.
Apresentamos os objetivos do sistema de planejamento do SUS:
• pactuar diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito do SUS e os instrumentos a 
serem adotados pelas três esferas de gestão;
• formular metodologias e modelos básicos dos instrumentos de planejamento, monitoramento e 
avaliação que traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de adaptação às particularidades de 
cada esfera administrativa;
• implementar e difundir uma cultura de planejamento que integre e qualifique as ações do 
SUS entre as três esferas de governo, bem como subsidiar a tomada de decisão por parte de 
seus gestores;
• desenvolver e definir uma rede de cooperação entre os três Entes Federados, permitindo um 
amplo compartilhamento de informações e experiências;
• apoiar e participar da avaliação periódica relativa à situação de saúde da população e ao 
funcionamento do SUS, provendo os gestores de informações que promovam o seu aperfeiçoamento 
e/ou redirecionamento;
• impulsionar a capacitação contínua dos profissionais que atuam no contexto do planejamento 
do SUS;
• monitorar e avaliar o processo de planejamento, as ações estabelecidas e os resultados 
alcançados, a fim de fortalecer o Sistema e de contribuir para a transparência do processo de 
gestão do SUS.
 Lembrete
A Lei nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde) regulamenta as ações e os 
serviços da saúde em todo o território nacional.
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Unidade II
4.2 Ressarcimento ao SUS
O ressarcimento ao SUS foi criado pelo artigo 32 da Lei nº 9.656/98. Regulamentado pelas normas 
da ANS, dispõe que as operadoras de planos privados de assistência à saúde são obrigadas por lei a 
restituir as despesas do SUS no eventual atendimento de seus beneficiários que estejam cobertos pelos 
respectivos planos.
O procedimento de ressarcimento ao SUS representa a instituição de um processo administrativo 
que visa restituir aos cofres públicos os recursos financeiros despendidos nos atendimentos realizados 
no âmbito do SUS aos beneficiários de operadoras de planos privados de assistência à saúde.
A ANS disponibiliza um esquema para o ressarcimento, como ilustrado na figura a seguir:
1 Atendimento
Os beneficiários do plano de saúde são atendidos pelo SUS.
2 Identificação
A ANS cruza os dados dos sistemas de informações do SUS com o SIB para identificar os atendimentos a 
beneficiários de planos de saúde, excluindo aqueles sem cobertura contratual.
3 Notificação
A ANS notifica a operadora a respeito dos atendimentos identificados.
4 Impugnação e recurso
A operadora pode contestar a identificação em duas instâncias administrativas. Caso comprove que os 
serviços prestados no atendimento identificado não têm cobertura contratual, a identificação é anulada. Se 
ficar demonstrado que o contrato cobre apenas parte do atendimento, a identificação é retificada.
5 Cobrança e recolhimento
Precluída a faculdade de impugnar ou recorrer, ou decidida em última instância administrativa, e mantida a 
identificação integralmente ou parcialmente, a ANS encaminha para a operadora notificação de cobrança dos 
valores devidos, e o prazo para pagamento ou parcelamento é de 15 dias.
6 Inadimplência
Caso os valores devidos não sejam pagos ou parcelados no prazo, a operadora fica sujeita à inscrição no 
Cadastro Informativo (Cadin) dos créditos de órgãos e entidades federais não quitados, à inscrição em dívida 
ativa da ANS e à execução judicial.
7 Repasse
Os valores recolhidos a título de ressarcimento ao SUS são repassados pela ANS para o Fundo Nacional de Saúde.
Figura 17 – Roteiro para o ressarcimento
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4.3 Rol de procedimentos
Em 2011, o presidente da ANS, Mauricio Ceschin, relatou que o rol de procedimentos e eventos em saúde 
é classificado em quatro grandes capítulos (figura a seguir). Há mais de 3 mil procedimentos dispostos de 
acordo com a segmentação dos planos ambulatorial, hospitalar ou hospitalar com obstetrícia.
Procedimentos gerais
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Procedimentos clínicos, ambulatorias e hospitalares
Procedimentos cirúrgicos e invasivos
Procedimentos diagnósticos e terapêuticos
Figura 18 – Classificação dos procedimentos
A revisão periódica do rol ocorre a cada dois anos e é da responsabilidade da Gerênciade Assistência à 
Saúde (Geas), da Gerência‑Geral de Regulação Assistencial, da Diretoria de Normas e Habilitação de Produtos.
Esse processo de revisão é auxiliado pelo grupo técnico, que é formado por representantes de 
entidades de defesa do consumidor, de operadoras de planos de saúde e de profissionais de saúde que 
atuam nos planos de saúde. Esse grupo tem como objetivo construir uma proposta de atualização 
do rol de procedimentos e eventos em saúde da ANS, de maneira a qualificar, democratizar e tornar 
transparente esse processo.
 Observação
Os procedimentos descritos constituem a referência básica de cobertura 
obrigatória nos planos privados de assistência à saúde, respeitando‑se a 
segmentação contratada e as exclusões previstas pelo artigo 10 da Lei nº 9.656/98.
O quadro a seguir destaca a classificação dos procedimentos existentes:
Quadro 2 – Classificação
OD Odontológico
AMB Ambulatorial
HCO Hospitalar com Obstetrícia
HSO Hospitalar sem Obstetrícia
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PAC Procedimentos de alta complexidade
DUT Diretriz de utilização
• Procedimentos gerais
Os procedimentos gerais são aqueles básicos, como as consultas iniciais em médicos e dentistas, bem 
como visitas ao hospital e acompanhamentos.
Quadro 3 – Descrição do rol de procedimentos e eventos em saúde
Procedimentos gerais
Procedimentos Segmentação PAC D. Ut.
Consultas, visitas hospitalares ou acompanhamento de pacientes
Aconselhamento genético AMB HCO HSO
Atendimento/acompanhamento em hospital‑dia psiquiátrico 
(com diretriz de utilização) HCO HSO DUT
Atendimento integral ao recém‑nascido (sala de parto, berçário e UTI) HCO
Atendimento médico do intensivista em UTI geral ou pediátrica HCO HSO
Atendimento pediátrico a gestantes (3º trimestre) AMB HCO
Atividade educacional para planejamento familiar AMB
Atividade educativa em saúde bucal OD
Condicionamento em odontologia (com diretriz de utilização) OD DUT
Consulta de aconselhamento para planejamento familiar AMB
Consulta com fisioterapeuta (com diretriz de utilização) AMB DUT
Consulta médica AMB
Consulta odontológica inicial OD
Consulta/sessão com psicólogo (com diretriz de utilização) AMB DUT
Consulta/sessão com psicólogo e/ou terapeuta ocupacional 
(com diretriz de utilização) AMB DUT
Consulta/sessão com fonoaudiólogo (com diretriz de utilização) AMB DUT
Consulta com nutricionista (com diretriz de utilização) AMB DUT
Consulta/sessão com terapeuta ocupacional 
(com diretriz de utilização) AMB DUT
Transporte extra‑hospitalar de pacientes graves com 
acompanhamento médico, do estabelecimento hospitalar de origem 
para outro estabelecimento de saúde
HCO HSO
Visita hospitalar HCO HSO
Fonte: ANS (2014a).
• Procedimentos clínicos, ambulatoriais e hospitalares
Esses procedimentos dividem‑se em tópicos, os quais possuem diversos tipos de procedimentos, que 
podem ser realizados em âmbito clínico e hospitalar. Exemplos: desde um acompanhamento clínico 
laboratorial, monitorização ambulatorial da pressão arterial, crioterapia, até terapia oncológica.
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
Procedimentos clínicos, ambulatoriais e 
hospitalares
Avaliações/acompanhamentos
Monitorizações
Reabilitação
Terapêutica
Figura 19 – Classificação dos tópicos para os procedimentos clínicos, ambulatoriais e hospitalares
• Procedimentos cirúrgicos e invasivos
Tais procedimentos dividem‑se em inúmeros tópicos, com diversos tipos de procedimentos. Compreendem 
desde biópsias e cauterização química, podendo ser realizadas em âmbitos ambulatorial ou hospitalares, até 
um tratamento ocular quimioterápico – classificado como procedimento de alta complexidade.
Procedimentos cirúrgicos e invasivos
Pele e tecido subcutâneo/mucosas e anexos
Olhos
Nariz e seios paranasais
Sistema musculoesquelético e articulações
Sistema cardiocirculatório
Sistema urinário
Sistema genital e reprodutor feminino
Transplantes de órgãos ou tecidos
Cabeça e pescoço
Orelha
Parede torácica
Sistema respiratório e mediastino
Sistema digestivo e anexos
Sistema genital e reprodutor masculino
Sistema nervoso ‑ Central e periférico
Outros procedimentos invasivos
Figura 20 – Classificação dos tópicos para os procedimentos cirúrgicos e invasivos
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Unidade II
• Procedimentos diagnósticos e terapêuticos
Esses procedimentos são empregados com o objetivo de auxiliar o diagnóstico, promovendo a 
terapêutica correta. Também se dividem em tópicos, cada um com diversos procedimentos. Exemplos: 
eletrocardiograma, audiometria, enteroscopia e exames de imagem como a ressonância magnética.
Procedimentos diagnósticos e terapêuticos
Eletrofisiológicos/mecânicos e funcionais
Laboratoriais
Genética
Medicina nuclear
Radioterapia
Endoscópicos
Medicina transfusional
Anatomia patológica e citopatologia
Métodos diagnósticos por imagem
Exames específicos
Figura 21 – Classificação dos tópicos para os procedimentos diagnósticos e terapêuticos
 Saiba mais
Para ter acesso a todo o Rol de Procedimentos da ANS, leia:
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Resolução 
Normativa nº 338, de 21 de outubro de 2013 e anexos. Rol de procedimentos 
e eventos em saúde, 2014. Ministério da Saúde: 25 fev. 2014. Disponível 
em: <http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/
Materiais_por_assunto/ProdEditorialANS_Rol_de_Procedimentos_e_
eventos_em_saude_2014.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2015.
4.4 Troca de Informações em Saúde Suplementar (Tiss)
A Tiss foi determinada como um padrão obrigatório para as trocas eletrônicas de dados de atenção 
à saúde dos beneficiários de planos entre os agentes da saúde suplementar. Seu objetivo é estabelecer 
os padrões das ações administrativas e auxiliar nas ações de avaliação e acompanhamento econômico, 
financeiro e assistencial das operadoras de planos privados de assistência à saúde, bem como formar o 
registro eletrônico de saúde.
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
O padrão Tiss tem por diretriz a interoperabilidade dos sistemas de informação em saúde preconizados 
pela ANS e pelo Ministério da Saúde, e ainda busca a redução da assimetria de informações para os 
beneficiários de planos privados de assistência à saúde.
O padrão Tiss é organizado em cinco componentes:
• organizacional: estabelece o conjunto de regras operacionais;
• conteúdo e estrutura: define a arquitetura dos dados utilizados nas mensagens eletrônicas e no 
plano de contingência, com o objetivo de coletar e disponibilizar os dados de atenção à saúde;
• representação de conceitos em saúde: responsável pelos termos para mostrar os eventos e itens 
assistenciais na saúde suplementar consolidados na Terminologia Unificada da Saúde Suplementar 
(Tuss);
• segurança e privacidade: designar requisitos de proteção, assegurando o direito individual ao 
sigilo, à privacidade e à confidencialidade dos dados de atenção à saúde, seguindo a legislação e 
baseando‑se no sigilo profissional de informações;
• comunicação: estipula os meios e os métodos de comunicação das mensagens eletrônicas 
definidas no componente de conteúdo e estrutura, e adota a linguagem de marcação de dados 
Extensible Markup Language (XML).
É válido ressaltar o radar Tiss, dispositivo pesquisado para acompanhar a implantação do padrão Tisspor meio das operadoras de planos privados de assistência à saúde e pelos prestadores de serviços de 
saúde. Essa pesquisa possui como objetivo central orientar novos estudos e planos de ação da ANS e do 
Comitê de Padronização de Informações em Saúde Suplementar (Copiss).
O Copiss é considerado um grupo de trabalho feito para propor à ANS a melhora do padrão Tiss. Para 
tal, propõe que isso deve ser feito por meio das seguintes ações:
• revisão dos termos integrantes do componente de representação de conceitos em saúde;
• análise das solicitações de inclusões na Tuss;
• promoção da divulgação e acompanhamento da adoção do padrão Tiss;
• avaliação dos sistemas de informação da saúde suplementar coordenados pela ANS, visando à 
adequação do padrão Tiss;
• desenvolvimento e recomendação de estudos relativos à tecnologia de informação e comunicação 
em saúde.
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Unidade II
 Resumo
Nesta unidade foram abordados os tópicos referentes à lei dos planos 
de saúde (Lei nº 9.656/98) e o sistema de informações de produtos.
Com a criação da ANS em 2000, a referida lei auxiliou a defesa do 
interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as 
operadoras setoriais e contribuindo para o desenvolvimento das ações de 
saúde em todo o território nacional. As ações da ANS incluem a criação da 
taxa de saúde e da taxa de saúde suplementar por beneficiário, presidindo 
e adequando os serviços de saúde.
Em relação às operadoras e seguradoras de plano de saúde, estudamos que 
a ANS é responsável por fiscalizá‑las e adequá‑las, por isso, desde sua criação, 
o número de unidades em atividade apresentou uma redução gradativa.
Outro destaque dessa unidade foi o Documento de Informações 
Periódicas das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde (Diops), 
que foi estabelecido com a finalidade de reunir informações cadastrais 
e financeiras para o acompanhamento das operadoras em relação à 
saúde econômico‑financeira e a manutenção dos dados cadastrais. 
Compreendemos que o Diops possui um importante papel: orientar as 
seguradoras de saúde.
Para monitorar a qualidade da assistência prestada aos consumidores 
de planos de saúde, foi criado o Sistema de Informações de Produtos (SIP), 
instrumento que a ANS normatizou para o envio de informações.
Outro tópico relevante destacado nesta unidade é o SUS. Vimos 
seus princípios, que podem ser doutrinários (equidade, universalidade, 
integralidade) e organizativos (regionalização e hierarquização, 
descentralização, participação da população).
O rol de procedimentos estipulados pela ANS é classificado de maneira 
a facilitar sua identificação. São divididos em quatro grandes grupos: 
procedimentos gerais; clínicos, ambulatoriais e hospitalares; cirúrgicos e 
invasivos; e diagnósticos e terapêuticos.
Enfim, analisamos a Troca de Informações na Saúde Suplementar (TISS), 
que define padrões das ações administrativas e é obrigatória para as trocas 
eletrônicas de dados de atenção à saúde dos beneficiários de planos entre 
os agentes da saúde suplementar.
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Gestão de plano de saúde e auditoria hospitalar
 Exercícios 
Questão 1. A observância dos princípios fundamentais de contabilidade do CFC é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.
A norma contábil que determina a inclusão das receitas e despesas na apuração do resultado do 
período a que pertencerem, quando se correlacionarem de forma simultânea, independentemente de 
ter havido recebimento no caso de receita, ou pagamento, no caso de despesa, está contida no princípio 
fundamental de contabilidade da:
A) Competência.
B) Continuidade.
C) Oportunidade.
D) Tempestividade.
E) Uniformidade.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: o sincronismo entre os períodos de ocorrências de receitas e de despesas é tratado pelo 
princípio da competência.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da continuidade estabelece que a empresa tem duração ilimitada, 
independentemente de seus sócios ou acionistas.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da oportunidade considera que os valores devem ser contabilizados nos 
momentos em que ocorrem os eventos ou fatos econômicos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da tempestividade refere‑se ao processo de imediato reconhecimento dos 
ativos e dos passivos contábeis.
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Unidade II
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da uniformidade considera a manutenção de determinado critério ou princípio 
nos processos executados em vários períodos, permitindo a comparação entre valores e resultados.
Questão 2. O departamento responsável pelo controle de tributos da Seguradora Nacional Saúde, 
ao final do último exercício, elaborou um relatório contendo os seguintes dados:
Contas Valores
Capital social R$ 100.000,00
Reserva de reavaliação R$ 50.000,00
Reserva especial artigo 460 RIR R$ 10.000,00
Lucros acumulados até 2004 R$ 22.000,00
Lucro líquido do ano de 2005 
(ajustado para cálculo do limite) R$ 13.000,00
TJLP no ano 5%
Com base nas informações, considerando que não será efetuado nenhum ajuste no lucro real, qual é 
o valor máximo permitido pela legislação do imposto de renda a ser pago ou creditado a título de juros 
sobre o capital próprio, dedutíveis na base do lucro real da empresa?
A) R$ 11.000,00.
B) R$ 9.100,00.
C) R$ 7.250,00.
D) R$ 6.750,00.
E) R$ 6.500,00.
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