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Ginecologia e Obstetrícia✿ - Turma III - Bruna Embacher Sanz MODIFICAÇÕES LOCAIS DO ORGANISMO MATERNO NA GRAVIDEZ _______________________________________________________________________________________________ ✿ Conceito • "As alterações fisiológicas observadas na gestação decorrem de fatores hormonais e mecânicos" (Rezende, obstetrícia fundamental, 2008). • “A gestação determina modificações locais ou genitais no organismo materno, que podem ser observadas, principalmente, no lado do útero onde o ovo se nida e desenvolve" (Guariento, Medicina Materno Fetal, 2001). ✿Mamas • Túrgidas e dolorosas a partir do 2° mês. • Aumentam de volume a partir do 5° semana de gestação. • Hiperplasia dos elementos glandulares. • Surgimento de delicadas veias abaixo da pele - Rede de Haller. • Aumento da pigmentação dos mamilos. • Hiperpigmentação da aréola secundária (mais externa) - Sinal de Hunter. • Hipertrofia das glândulas sebáceas periareolares - Tubérculos de Montgomery. - Camada de gordura protege contra atrito e consequentemente fissuras • Primeiro trimestre (1 a 14 semanas): crescimento e proliferação das células. • Segundo semestre (15 a 28 semanas): diferenciação final em célula madura que produz e secreta colostro - dependente da prolactina. • Terceiro trimestre (29 a 41 semanas e 6 dias): as alterações mais importantes ocorrem durante o primeiro e segundo trimestre. No terceiro trimestre, ocorre somente a hipertrofia. • Após o parto: queda do estrogênio e progesterona - produção de caseína com estimulo da prolactina (Inibida na gestação pela progesterona atuante em receptores prolactínios). OBS: → A mastite é divida em com e sem abscesso. * A primeira apresenta um quadro clínico sugestivo de calafrio, dor / calor/ rubor locais e uma formação cística. É indicada drenagem para o tratamento. * A segunda apresenta importantes diagnósticos diferenciais como tumores (incluindo câncer de mama). Ginecologia e Obstetrícia✿ - Turma III - Bruna Embacher Sanz ✿ Vagina e Vulva → Alterações fisiológicas ligadas ao parto normal (preparação). • Tumefação (aumento) e consistência amolecida. • Apresentam coloração vinho- róseo ao invés de rosa- claro. • Coloração arroxeada da mucosa vulvar, na região do vestíbulo já ao final do 1° mês (retenção sanguínea) - Sinal de Jacquemier ou Chadwick. • Propagação da coloração arroxeada à vagina - Sinal de Kluge. • O sinal de Osiander refere-se a sensação de pulsação da artéria vaginal durante a palpação, é decorrente da vascularização aumentada (aumento do diâmetro da artéria vaginal). • Hipertrofia da mucosa vaginal, tecido conjuntivo se torna frouxo e o músculo liso se hipertrofia (dados laboratoriais) para suportar a distensão ocorrida no parto. • Proliferação de lactobacilos (bacilos de Doderlein) que excretam H + reduzindo o pH vaginal (varia de 3,5 a 4,5). Como consequência as infecções fúngicas aumentam (a vulvovaginite mais comum durante a gravidez é a causada pela Candida albicans, devido à questões de oportunismo. Como sintoma a paciente desenvolve corrimento esbranquiçado e ardência). Ginecologia e Obstetrícia✿ - Turma III - Bruna Embacher Sanz ✿ Útero → Corpo: • Apresenta três camadas: peritônio ou perimétrio, miométrio e endométrio. • Modificações de: - Volume e peso - Forma - Situação - Consistência - Coloração → Volume e peso: • Útero não gravídico (fora da gravidez): - Peso: 50 a 70g. - Capacidade: 6 a 10 ml. • Final da gestação: - Peso: 800 a 12000 g. - Capacidade: ■ 4000 a 5000 ml. ■ 10.000 ml em situações especiais (gestações múltiplas ou polidrâmnio). • Primeiras 6 semanas: - Hiperplasia e formação de novas células pelo aumento de síntese de poliaminas. • Após a hipertrofia das fibras uterinas - participação do colágeno do miométrio: - Representam 40 a 50% do constituinte do corpo uterino. - Aumento da fração solúvel do colágeno - moléculas do colágeno tipo 1. - Favorecimento da distensibilidade da parede uterina. • Estímulo hormonal e desenvolvimento do concepto → crescimento uterino. • Três períodos de acomodação: - 1. Preparo: antes da nidação - hiperplasia do miométrio. - 2. Hipertrofia - até 4° ou 5° mês. - 3. Alongamento: depende do estiramento do miométrio com adelgaçamento de sua parede- estímulo hormonal (estrogênio). → Forma: • Fenômeno da conversão uterina: diminuição da hipertrofia, modificação na forma de crescimento uterino e aceleração do crescimento fetal. A partir da 20ª semana, ocorre a transformação da forma esferóide em cilíndrica, com diminuição da tensão e melhora da circulação. • No 7° mês predomina a forma ovóide. • Sinal de Piskacek: forma assimétrica uterina com crescimento maior na zona de implantação. → Situação: • Primeiro trimestre: acentua atitude fisiológica de anteversoflexão – compressão vesical e polaciúria. • Sinal de Noble-Budin: presença do do corpo uterino grávido nos fundos de saco laterais, que revela-se ao toque, tal qual tumor globoso de consistência amolecida. Ginecologia e Obstetrícia✿ - Turma III - Bruna Embacher Sanz • Dextrorrotação uterina: atribuída classicamente à presença do colo sigmóide à esquerda. A borda esquerda se anterioriza e a direita fica para trás. • No final da gestação: desaparecimento do fundo-de-saco anterior e apagamento do canal cervical ou esvaecimento da porção intravaginal do colo ( somente nas primigestas). → Consistência uterina: • Embebição gravídica- útero amolecido e pastoso. - Amolecimento como um todo, especialmente no local de implantação ovular. → Vascularização e coloração: • Fluxo sanguíneo: - Útero não gravídico: 50 ml/minuto. - Gravidez: 500 ml/ minuto. • Devido ao aumento do aporte sanguíneo, o útero adquire tonalidade vinhosa. → Istmo: • Alonga-se entre 8 e 12 semanas. • Sinal de Hegar → redução do tônus. • Incorpora-se ao corpo uterino até a 16ª semana. → Cérvice: • Nos primeiros meses: orienta-se para baixo e para trás. • Após: medianiza-se a medida que o útero aumenta de volume. • Amolecimento cervical – 16 semana • Amadurecimento cervical – cérvice frouxa e com maior capacidade de distensão. • Esvaecimento do colo – retração do comprimento cervical – expresso em porcentagem. • Dilatação do colo: ampliação em centímetros do diâmetro do OI – completa tem 10cm. • Epitélio endocervical: reflete intenso estímulo • Hormonal inerente à gestação – exposto ao contato íntimo com o meio vaginal. - Ectrópio ou Eversão – epitélio cilíndrico estendido para fora do OE – primigestas. - Abertura do OE – multíparas. → Tubas: • Dispõem –se quase perpendicularmente ao útero. • Ficam mais longas e volumosas pelo aumento da vascularização. → Ovários: • Início da gestação: persistência do corpo-lúteo. • 12° semana: declínio da excreção de gonadotrofina coriônica e conseqüente regressão do corpo-lúteo gravídico.
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