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Teoria dos Bens Sociais na Economia do Setor Público

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Economia do Setor Público
Teoria dos Bens Sociais
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 entender a relação dos bens sociais com as falhas de mercado; 
•	 identificar as teorias dos bens sociais;
•	 compreender o modelo dos Gastos Públicos de Tiebout.
Nesta aula, vamos falar sobre os bens sociais e sua relação 
com as falhas de mercado e as principais teorias relativas à 
oferta dos bens sociais.
Bons estudos!
4ºaula
27
Seções de estudo
1- Bens Sociais e as Falhas de Mercado
2- Teoria dos Bens Sociais
3- O modelo dos Gastos Públicos de Tiebout
1 - bens Sociais e as Falhas de Mercado
É fundamental para importância da economia do setor 
público os bens sociais que dão suporte às atividades do 
governo. Sabemos que algumas decisões do governo seguem 
algumas conotações políticas, mas a Economia do Setor 
Público poderá mostrar qual a melhor alternativa para a 
solução pretendida pelos formuladores das políticas públicas.
A essa altura do nosso curso, já sabemos que existem 
algumas falhas de mercado que fazem com que o sistema 
tradicional de mercado não leve à eficiência econômica como 
um todo. Isso nos diz que, algumas atividades que resultam 
em custo social como, por exemplo, as externalidades, não 
teriam seus efeitos eliminados ou minimizados por intermédio 
do preço de mercado, mas pela intervenção do setor público. 
Já vimos também as características dos bens públicos 
sobre a rivalidade e exclusividade desses bens. Abaixo temos 
essa relação que é importante para caracterização do bem 
público.
Fonte: Economia do Setor Público uma Abordagem Introdutória (2000).
2 - Teoria dos bens Sociais
A essa altura do nosso curso, já sabemos que existem 
algumas falhas de mercado que fazem com que o sistema 
tradicional de mercado não leve à eficiência econômica como 
um todo. Isso nos diz que, algumas atividades que resultam 
em custo social como, por exemplo, as externalidades, não 
teriam seus efeitos eliminados ou minimizados por intermédio 
do preço de mercado, mas pela intervenção do setor público. 
Musgrave (1969) definiu bem social como aquele bem 
cujo consumo é disponível a qualquer pessoa, ou seja, o 
consumo por um indivíduo NÃO EXCLUI nem reduz o 
consumo de outra pessoa na sociedade. Partindo dessa relação, 
temos que o consumo adicional não gera um acréscimo de 
custo. 
E em Economia, quando estamos falando de acréscimo 
de custo pelo consumo adicional de 1 unidade, estamos 
falando do quê??? Isso mesmo, falamos de CUSTO 
MARGINAL!!! Portanto, se o consumo adicional não implica 
em um acrescimento de custo, então, temos que marginal é 
igual a zero. Se o custo marginal é igual a zero, assim deveria 
ser também o preço. 
Esse conceito, que já vimos anteriormente, é uma das 
características de um bem público: são bens NÃO RIVAIS. 
Por outro lado, os bens públicos são também não excludentes, 
diferentemente dos bens PRIVADOS que são bens RIVAIS 
e EXCLUDENTES. Dada essa diferenciação, o objetivo é 
determinar qual é o equilíbrio SOCIALMENTE ÓTIMO 
entre os bens públicos e os bens privados, e como se dá a 
alocação ótima dos fatores entre esses dois setores.
Já sabemos das características básicas da análise de 
equilíbrio parcial da oferta e demanda para estabelecer o preço 
e a quantidade de equilíbrio. Na figura abaixo temos a curva 
de demanda e oferta para um BEM PRIVADO.
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
Nessa figura, A e B representam a curva de demanda 
de dois indivíduos, com certa distribuição de renda e dos 
preços para os outros bens. A soma horizontal das curvas de 
demandas individuais, A e B, resulta na curva de demanda 
do mercado, dada por Da+b. Essa curva é o limite máximo 
das compras dos dois indivíduos dado qualquer preço 
estabelecido. 
Sabemos que o equilíbrio é a interseção entre a curva 
de oferta e demanda. Logo, se SS´ representa a curva de 
oferta, então, o equilíbrio seria determinado pelo preço OP 
e a quantidade de equilíbrio é representada por Q, que é a 
soma da demanda dos indivíduos A e B, dados por Qa e Qb, 
respectivamente. 
Outra situação pode ser representada pelos bens sociais 
na figura a seguir. Nesse caso, a curva de demanda do 
mercado para o bem social é representada por Da+b. Essa 
curva é a soma vertical das curvas de demanda individuais 
que representa o preço da valorização individual da unidade 
marginal e o fato de que ambos os indivíduos consomem o 
mesmo montante desse bem.
28Economia do Setor Público
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
Nesse caso, o custo total do bem é dividido entre os dois 
indivíduos, de acordo com suas valorizações, de modo que a 
soma dos preços pagos por cada um cubra o custo da oferta 
desse bem. O nível de equilíbrio se dá na interseção dessa 
curva com a curva de oferta SS´, representada pelo ponto 
E. Neste ponto de equilíbrio, a quantidade é dada por OQ, 
consumida igualmente pelos dois indivíduos, sendo que A 
pagaria o preço OPa e B pagaria o preço OPb. A receita total 
obtida é igual a OP, que é suficiente para cobrir os custos 
totais da oferta desse bem.
Vocês conseguem perceber a diferença entre bens 
privados e bens sociais???? Os indivíduos são tomadores 
de QUANTIDADE para os bens sociais, enquanto que 
para os bens privados eles são tomares de PREÇO. Isso 
quer dizer que no mercado privado os indivíduos A e B 
pagam o MESMO PREÇO para obter DIFERENTES 
QUANTIDADES enquanto que no mercado de bens sociais 
eles pagam PREÇOS DIFERENTES para obter a MESMA 
QUANTIDADE. 
Outra teoria é a TEORIA DE LINDAHL, que também 
faz a divisão dos bens em dois diferentes tipos. O primeiro 
tipo tem a característica de que o consumo por um indivíduo 
acaba por reduzir o total disponível para os outros indivíduos 
da sociedade, e o segundo tipo é aquele bem no qual o 
consumo de uma pessoa não afeta o total disponível para 
outro indivíduo.
No primeiro tipo, onde há a redução do total disponível 
para a sociedade, a curva de demanda do mercado pode ser 
derivada da soma das demandas individuais, ou seja, dada às 
condições de preço no mercado, o indivíduo maximizaria 
sua utilidade de acordo com as suas necessidades e suas 
disponibilidades de recursos. Já no segundo tipo, a curva de 
demanda do mercado não pode ser derivada da soma das 
demandas individuais.
Se não há a curva de demanda do mercado para os bens 
sociais, como acontece a determinação do seu preço e da sua 
quantidade???? A solução para essa resposta proposta por 
Lindahl é baseada na troca voluntária e nos princípios dos 
sistemas da tributação. Ou seja, aquele indivíduo que espera 
obter um benefício maior teria que contribuir mais de acordo 
com o custo da oferta do bem em questão. 
As figuras a seguir mostram graficamente essa solução, 
tomando-se por base apenas dois indivíduos na sociedade. 
Ambas as figuras mostram os ganhos esperados por dois 
indivíduos, medidos pelas suas curvas de demanda.
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
As curvas nas duas figuras representam as curvas de 
utilidade marginal para ambos os indivíduos, medidas em 
termos monetários. A demanda individual estabelece o preço 
do bem, ou seja, se o indivíduo A tivesse de pagar o valor 
total da oferta do bem (isto é, 100%), a demanda seria zero. 
Entretanto, a demanda poderia ser representada por ON ou 
OM se A se dispusesse a pagar respectivamente 70% ou 50% 
dos custos da oferta desse bem. A mesma relação pode ser 
aplicada ao indivíduo B.
Podemos, então, perceber que, como a demanda é zero 
no caso do indivíduo arcar com 100% desse custo, então, esse 
bem não seria produzido. Por outro lado, esse bem poderia 
sim ser ofertado por intermédio de uma cooperação entre 
os dois indivíduos, tal que o custo total fosse dividido entre 
ambos. Assumindo-se essa premissa de que os indivíduos A e 
B dividirão os custos, a posição de equilíbrio pode ser obtida. 
Primeiramente vamos inverter o diagrama do indivíduoB:
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
Agora, vamos colocar em um mesmo gráfico as 
alternativas de ambos os indivíduos para encontrar a posição 
de equilíbrio.
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
29
Dado que AO e OB são as origens, o equilíbrio se dá no 
ponto E´, na quantidade de bem dada por q, dividindo o custo 
total, cada um contribuindo com um montante equivalente 
a P. Qualquer outra quantidade diferente de q não geraria o 
equilíbrio, pois os valores que A e B estão dispostos a pagar 
seriam diferentes. Veja que no ponto P`` o indivíduo A está 
disposto a adquirir q´´, enquanto o indivíduo B está disposto 
a adquirir q´, ou seja, não há consenso.
Portanto, nesse exemplo, q é a representação do nível de 
produção de equilíbrio do bem público, sendo essa quantidade 
consumida igualmente pelos dois indivíduos, uma vez que, neste 
caso, o consumo de A não está subtraindo o consumo de B.
Samuelson também dividiu os bens em duas categorias: 
bens privados e bens coletivos. Da mesma forma como já 
vimos anteriormente, os bens privados são aqueles bens cujo 
consumo por uma pessoa reduz a possibilidade de consumo 
para outros enquanto os bens coletivos são aqueles cujo 
consumo não afeta a disponibilidade para os demais. Essa 
diferença entre bens privados e bens coletivos pode ser 
demonstrada nas equações abaixo:
E qual é o nível ótimo de produção dos bens 
coletivos???? Essa resposta que o modelo de Samuelson 
procurou responder, utilizando algumas condições paretianas 
de bem-estar para estabelecer o equilíbrio entre bens privados 
e coletivos. Assim como nos demais casos, assumiu-se uma 
sociedade com dois indivíduos, A e B. 
Para Samuelson, o equilíbrio se dá pelas figuras abaixo, 
nas quais a Seção 1 é a curva de indiferença do indivíduo A 
para os bens X e G, a seção 2 é a curva de indiferença do 
indivíduo B, e a seção 3 mostra a possibilidade da produção 
para a economia.
Fonte: Economia do Setor Público, uma Abordagem Introdutória (2000).
Agora, podemos ver qual seria a máxima curva de 
indiferença de um indivíduo se fosse dado o mapa de 
preferência do outro. Assumindo que B2 (seção 2) representa 
a curva de utilidade do indivíduo B, podemos, então, derivar a 
curva de indiferença do indivíduo A, superpondo B2, na curva 
de possibilidade de produção F´ (seção 3). Considerando que 
o indivíduo B manterá sua curva de indiferença B2, podemos, 
então, determinar o conjunto possível de combinações dos bens 
públicos e privados disponíveis para o indivíduo A. Podemos 
ver isso pela curva de possibilidade de consumo de A dado por 
TT´ (seção 1). 
Essa curva de possibilidade de consumo de A é derivada 
da subtração vertical de FF´ menos B2 (seção 3). Nesta seção 
3, no ponto P, o indivíduo B consome G1 unidades do bem 
público e OX1 unidades do bem privado. Desde que B esteja 
consumindo todas as unidades disponíveis do bem privado, 
não há possibilidade desse bem para o indivíduo A, e desde que 
o bem público G esteja disponível para ambos os indivíduos, 
no ponto P´o indivíduo A consumiria zero unidade do bem 
privado e G1 unidades do bem público. O ponto Q´ (seção 1) é 
derivado da mesma forma. Assim, observa-se que entre P´ e Q´ 
existe uma série de combinações dos bens públicos e privados 
disponíveis para o consumo de A.
A curva de possibilidade de consumo TT´ nos mostra o 
conjunto de combinações dos dois bens para A, uma vez que 
o indivíduo B já teve sua satisfação maximizada. A função de 
utilidade máxima para o indivíduo A, dado que B permanecerá 
na curva de indiferença B2, será determinada pela tangência 
de seus mapas de preferência com a curva de possibilidade de 
consumo TT´ (seção 1). Nesta seção 1, no ponto M, o indivíduo 
A consumirá XA unidades do bem privado e G unidades do bem 
público. Por definição, o indivíduo B consumirá G unidades do 
bem público e XB do bem privado (ponto N seção 2). No ponto 
M (seção 1), para que o indivíduo A mude para uma curva de 
indiferença superior, terá de haver uma diminuição na utilidade 
do indivíduo B. Assim, as distribuições mostradas pelos pontos 
M e N representam uma combinação ótima de Pareto para os 
bens públicos e privados. No ponto M, tem-se que a inclinação 
da curva de possiblidade de produção é igual à inclinação de B2 
mais A1, isto é, TMST = TMS
A + TMSB, ou seja, a taxa marginal 
de transformação entre X e G iguala-se à soma da taxa marginal 
de substituição entre X e G para os indivíduos A e B. 
Essa distribuição dos preços dos bens públicos entre os 
indivíduos A e B é mostrada pela figura abaixo. Em termos 
marginais, observamos que a igualdade entre os preços e os 
custos marginais se dá de forma diferente entre os dois bens. 
Enquanto para os bens privados o total X = XA+XB leva à 
condição marginal de igualdade CMg = TMSA = TMSB, para os 
bens públicos o total X = XA = XB conduz à condição marinal 
CMg = TMSA + TMSB.
30Economia do Setor Público
3 - o modelo dos Gastos Públicos de 
Tiebout
A preocupação de provisão dos bens públicos também 
foi objeto de estudo de Charles Tibebout (1956). O modelo 
de gastos públicos de Tiebout tenta mostrar que é mais 
apropriado lidar com os dispêndios públicos em nível local 
do que em nível nacional. Isso aconteceria porque quando 
lidamos com nível local os gastos refletem melhor as 
preferências dos indivíduos. 
No nível central, as preferências do consumidor-eleitor são dadas, e o 
governo tenta se ajustar ao padrão destas preferências; enquanto isso, 
no nível local, os vários governos têm seus padrões de gastos e receitas 
mais ou menos fixados. Dados estes padrões, o consumidor-eleitor, 
como dito acima, move-se para a comunidade cujo governo local melhor 
satisfaz seu conjunto de preferências. Assim sendo, o que distingue 
o estudo do setor público local da Teoria Geral de bens Públicos é a 
possibilidade de migração entre as localidades (MiRANDA, RUbENS; 
2007).
Os principais pontos do modelo de dispêndio de Tiebout 
são:
	Possibilidade de migrações por parte dos indivíduos 
até que eles encontrem o governo local que ofereça 
os bens públicos que satisfaçam seus padrões de 
preferência;
	As diferenças entre os padrões de gastos e receitas 
seriam conhecidas pelos indivíduos; 
	Existe grande número de localidades entre as quais 
os indivíduos podem escolher uma para morar;
	Não haveria problemas sobre oportunidades de 
emprego, assumindo que não há problemas com a 
distribuição da renda;
	Não haveria externalidades entre as comunidades 
nos serviços públicos oferecidos;
	O padrão e conjunto dos serviços a serem oferecidos 
pela comunidade seguiriam as preferências dos seus 
atuais residentes, não havendo, em princípio, um 
tamanho ótimo para a comunidade. Esse ótimo 
seria definido em relação ao número de residentes 
para os quais se procuraria oferecer os serviços 
públicos ao menor custo possível. Da mesma forma 
que nas atividades privadas existiriam também na 
comunidade, alguns fatores fixos. Se não fosse assim, 
não haveria razões lógicas para se limitar o tamanho 
da comunidade, dado o seu padrão de preferência. 
Da mesma forma que a firma tem um custo médio 
mínimo que pode ser alcançado também por outra 
firma, poderiam existir comunidades com estruturas 
de custos iguais. A suposição que alguns fatores são 
fixos explica a limitação da comunidade em dobrar o 
seu tamanho pelo crescimento. Esse fator fixo pode 
ser, por exemplo, a área geográfica, e ele é necessário 
para determinar o número de comunidades.
	As comunidades abaixo do tamanho ótimo 
procurarão atrair novos residentes para diminuir 
seus custos médios. Situação oposta aconteceria 
com aquelas comunidades acima do tamanho ótimo. 
As que conseguissem obter níveis ótimos tentariam 
mantê-los.
A hipótese de mobilidade é a ideia central do modelo de 
Tiebout. Uma pessoa poder escolher onde vai viver garante 
aos indivíduos descontentes com o padrão da sua comunidade 
que eles possam se deslocarpara aquelas comunidades que 
satisfaçam suas preferências. Esse resultado de ESCOLHA 
será ótimo no sentido de Pareto. Essa natureza ótima surge 
tanto do fato de bens públicos serem providos a um custo 
médio mínimo, como do fato de que cada indivíduo reside em 
uma comunidade onde sua demanda é exatamente satisfeita.
Analisando os 50 anos da teoria pura das finanças públicas locais com 
foco no modelo de Tiebout, Rubens Augusto Miranda (2007) chegou na 
seguinte conclusão em seu artigo publicado na Revista de Economia e 
Administração (DE MIRANDA, 2007):
os argumentos de Tiebout levam a uma visão extrema de mundo, mas 
esta nos permite concentrar a atenção no que faz do setor público local 
algo instigante, ou seja, a idéia de que o espaço tem um papel importante 
nas finanças públicas. Com o intuito de consumir determinados bens 
públicos, os consumidores devem residir na jurisdição em que eles são 
fornecidos. o espaço, portanto, se constitui em componente essencial 
da provisão de bens públicos, independentes de serem ou não baseados 
nas formulações de Tiebout.
o modelo de Tiebout tem um grande apelo entre os interessados em 
finanças públicas locais, em parte por causa de sua conveniência analítica 
e parte por causa da analogia entre a estrutura de comunidades e o 
modelo competitivo com o qual economistas estão tão familiarizados. 
Entretanto, o número de variantes do modelo é substancial, e este 
padece, muitas vezes, da inexistência ou ineficiência de equilíbrios.
As restrições impostas ao modelo original de Tiebout são claramente 
fortes, pois pensar em comunidades homogêneas e governos 
maximizadores de lucro conflita com o senso comum, mas a questão 
crucial é se este é suficientemente adequado para a economia pública 
local utilizá-lo, tanto com propósitos positivos como normativos.
Chegamos, assim, ao final da quarta aula. Espero que 
tenha ficado claro a relação dos bens sociais
retomando a aula
1 - Bens Sociais e as Falhas de Mercado
Na primeira seção, revisamos o conceito de bens sociais 
com características como não rivalidade e não exclusividade e 
sua relação com as falhas de mercado. 
2 - Teoria dos Bens sociais
Na segunda seção, iniciamos o estudo das teorias dos 
bens sociais, com destaque para a Teoria de Musgrave, de 
Lindahal e de Samuelson.
31
3 - O modelo de Gastos Públicos de Tiebout
Na nossa terceira seção, estudamos o modelo de gastos 
públicos de Tiebout, que tenta mostrar que é mais apropriado 
lidar com os dispêndios públicos em nível local do que em 
nível nacional. 
BECkER, Howard Saul. Sociological work. Transaction 
publishers, 1971.
BIDERMAN, Ciro; ARVATE, Paulo 
Roberto. Economia do setor público no Brasil. Elsevier, 2004.
DE MIRANDA, Rubens Augusto. 50 anos da teoria 
pura das finanças públicas locais: Tiebout or not Tiebout, 
that’s the question. Revista de Economia e Administração, v. 6, 
n. 2, 2007.
GIAMBIAGI, Fabio; ALEM, Ana; PINTO, Sol 
Garson Braule. Finanças públicas. Elsevier Brasil, 2017.
LUQUINI, Renan Henrique; DA CRUZ, André Diego 
Souza; DE CASTRO, Gustavo Henrique Leite. Verificação 
émpírica da curva de Laffer para o Brasil entre os anos de 
1996 a 2014. Economia & Região, v. 5, n. 1, p. 31-52.
MANkIw, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage 
Learning, 2009. 
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Instituições, bom 
estado e Reforma da Gestão Pública. Revista eletrônica sobre a 
reforma do Estado, v. 1, n. 1, p. 1-17, 2005.
REZENDE, Fernando et al. Finanças públicas. São 
Paulo: Atlas, 2001.
RIANI, Flávio. Economia Do Setor Público: Uma 
Abordagem Introdutória. Grupo Gen-LTC, 2000.
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações-Adam Smith: Vol. 
I. LeBooks Editora, 2020.
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