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UCI: introdução ao estudo da medicina 
 
TBL: 
Segredo médico: 
“o que, no exercício ou fora do exercício e no 
comércio da vida, eu vir ou ouvir, que não seja 
necessário revelar, conservarei como segredo” 
O sigilo médico é o mais antigo e universal princípio da 
tradição médica. Para a caracterização do delito de 
quebra do sigilo, faz-se necessário: 
➢ Existência de um segredo: fato conhecido por 
alguém ou por um número limitado de pessoas 
interessadas na sua inviolabilidade, ás quais a 
divulgação poderia causar certos danos. 
➢ Conhece-lo em razão de função, ofício, 
ministério ou profissão: sigilo médico é o 
silêncio que o profissional da medicina está 
obrigado a manter sobre fatos que tomou 
conhecimento em face de sua profissão 
trazendo maior confiança para o paciente 
➢ Ausência de justa causa: interesse de ordem 
moral ou social que autorize ou não 
cumprimento de uma norma contanto que os 
motivos sejam justificadores de tal violação 
➢ Possibilidade de dano a outrem: não é 
necessário para a caracterização de delito o 
aparecimento de danos concretizados, basta a 
possibilidade de tal dano 
➢ Existência de dolo: o crime é sempre punido 
por dolo e não por culpa, pois faltariam os 
elementos necessários para a sua violação. 
Então quando outra pessoa ouve um médico 
falando com outro sobre a doença de uma 
pessoa não ocorre a quebra de sigilo. 
Escolas doutrinárias: 
➢ Absolutista: impõe sigilo absoluto em todos os 
casos 
Quando se diz que não houve quebra do sigilo: 
➢ Doenças transmissíveis 
➢ A pedido do paciente maior e capaz ou seus 
responsáveis legais em um documento escrito 
Conflitos entre o médico e o segredo: 
➢ Entre o médico e sua profissão/seu 
compromisso histórico. Ex: um portador que se 
recusa a se afastar do emprego podendo 
passar a doença para mais gente 
➢ Entre o médico e o paciente. Ex: um paciente 
que apresenta características de um futuro 
suicida pode ser contado para os familiares 
➢ Entre o médico e os imperativos de ordem 
legal: se o profissional ficar na dúvida sobre se 
deve informar apenas o que se pergunta ou se 
deve esclarecer todo o caso. Dessa forma ele 
fica livre de qualquer responsabilidade futura 
 
Situações especiais: 
➢ Em causa própria: as opiniões divergem se está 
excluída a antijuridicidade de quebra de sigilo 
quando em defesa de um interesse próprio e 
legítimo. Ex: um médico sendo processado por 
seu paciente pode falar sobre o caso para se 
defender 
➢ Estudantes de medicina: está obrigado 
moralmente ao silêncio daquilo que vê ou se 
apercebe na sua formação técnica e intelectual 
➢ Revelação do paciente: se o médico precisar 
levar ao paciente o conhecimento de seu 
diagnóstico não pode ser considerado quebra 
de sigilo 
➢ Esposa/esposo do médico: o sigilo nunca pode 
ser para o simples interesse particular ou 
afetivo do médico 
➢ Segredo “post mortem”: a quebra de sigilo pós 
morte se enquadra no crime de violação ao 
respeito dos mortos 
➢ Aids e sigilo: o sigilo pertence ao paciente e 
somente a ele cabe abrir mão desse direito 
exceto em justa causa e dever legal. É 
justificável a notificação obrigatória pelo médico 
às autoridades sanitárias de todos os casos 
clinicamente suspeitos ou com diagnóstico 
confirmados de Aids. No entanto, casos de 
portadores de sorologia positiva sem 
apresentar um quadro clínico da síndrome não 
devem ser notificados, com exceção dos 
doadores de sangue/orgãos/tecidos. 
➢ Segredo e perícia médica: os peritos estão 
autorizados legalmente a revelar de forma 
textual a lesão verificada em acidentes no 
serviço, as doenças profissionais e as doenças 
graves/contagiosas/incuráveis, não necessitando 
enquadrá-las em rótulos genéricos de invalidez 
permanente por acidente em serviço ou 
doença grave e contagiosa prevista em lei 
➢ Requisição de prontuários: a obrigação d 
guardar o segredo médico também se estende 
aos prontuários e fichas hospitalares ou 
ambulatoriais 
➢ Revelação de crime: a lei nos obriga a 
comunicar à autoridade competente os crimes 
de ação pública que independa de 
representação e desde que essa comunicação 
não exponha o paciente a procedimento 
criminal 
➢ Informação à autoridade sanitária: o médico é 
obrigado a comunicar às autoridades sanitárias 
competentes a constatação de doenças 
infectocontagiosas 
➢ Privacidade e sigilo em informática médica: lei 
geral de proteção de dados 
➢ Tempo de guarda da informação: 20 anos para 
prontuários em papel e indeterminado para 
armazenado em computadores 
Imprensa: no caso de famosos deve-se ter a 
autorização da família para a divulgação 
Atestado médico: o CID deve ser dado com 
autorização do paciente