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PRINCÍPIOS E MANEJOS DE INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS ✓ Tem duas origens principais: Periapical: - Em consequência de necrose pulpar e invasão bacterina subsequente do tecido periapical (tipo mais comum). Periodontal: - Resultando de uma bolsa periodontal profunda, que possibilita a inoculação das bactérias nos tecidos subjacentes. Obs.: A infecção odontogênica mais comum é o abcesso vestibular, onde pode gerar uma fístula crônica que drena para a cavidade oral. ✓ Após a inoculação inicial dos tecidos mais profundos, os microrganismos mais invasivos e de maior virulência (Streptococcus spp. Aeróbicos) dão início ao processo infeccioso do tipo CELULITE ✓ Posteriormente, as bactérias anaeróbicas crescem e tornam-se proeminentes. À medida que a infecção atinge uma fase mais crônica, instala-se o estágio de ABCESSO, as bactérias anaeróbicas irão predominar e, eventualmente, vão se tornar os únicos microrganismos causadores do processo infeccioso. PROCESSO INFECCIOSO ODONTOGÊNICO ✓ Vias de propagação: Continuidade: - Cárie – polpa – periápice – espaços faciais Sanguínea: - Venosa – trombose do seio cavernoso (via veia oftálmica inferior) - Arterial – bacteremia – endocardite ✓ Características dos espaços faciais: - Limitados por fáscias musculares - Virtuais - Preenchidos por gordura e tecido conjuntivo frouxo - Pouco vascularizados - Fácil propagação - Tratamento mais complexo ✓ Espaços faciais: A. Primários - Maxila: bucal, canino, infratemporal - Mandíbula: bucal, submentual, submandibular, sublingual B. Secundários - Mastigador: temporal superficial, temporal profundo, submassetérico, pterigomandibular 1. Infecções dos espaços faciais profundos associados a qualquer dente - Vestibular - Bucal - Subcutâneo 2- Infecções os espaços faciais profundos associados aos dentes superiores Andressa Vasconcelos - Infraorbitário - Bucal - Infratemporal - Seios maxilares e outros seios paranasais - Trombose do seio cavernoso 3- Infecções dos espaços faciais profundos associados aos dentes inferiores - Espaço do corpo da mandíbula - Submandibular - Sublingual - Submentoniano - Submassetérico - Pterigomandibular - Temporal superficial - Temporal profundo Esse escore de severidade é dado baseado nos espaços envolvidos pela celulite ou abcesso, avaliando-se os exames clínico e radiográficos. ✓ Espaços Mandibulares: Espaço Bucal: - Extensão de uma infecção dos dentes inferiores - Aumenta o volume da bochecha Espaço Lingual: - Comumente causada por infecções de molares inferiores, quando a raiz fica acima da linha milo-hióidea - O espaço fica entre o soalho da boca e o músculo milo-hióideo Espaço Submandibular - Abaixo do músculo milo-hióideo - Mais comum em 3º molar inferior - Raiz do dente abaixo da linha milo-hióidea Espaço Submentual: - Ao lado do espaço submandibular (ambos os lados) - O espaço fica entre a borda inferior da mandíbula e o osso hióide Obs.: Quando há envolvimento bilateral dos espaços submandibular, sublingual e submentual na forma de celulite de evolução rápida, caracteriza-se a Angina de Ludwig ✓ Infecções Odontogênicas Complexas: - Infecção de espaços faciais - Seio maxilar - Trombose do seio cavernoso - Celulite periorbital PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 1. Determinar a severidade da infecção ✓ Nos primeiros minutos: - Anamnese cuidadosa - Exame físico curto e abrangente - Determinar a localização anatômica - Determinar a taxa de progressão da infecção - Determinar o potencial de comprometimento das vias aéreas ✓ 3 fatores principais devem ser considerados: - Localização anatômica - Taxa de progressão - Comprometimento das vias aéreas ✓ Taxa de progressão: - Exame clínico e físico - Avaliar sinais e sintomas: edema, dor, trismo, comprometimento das vias aéreas ✓ Comprometimento das vias aéreas - Causa mais comum dos óbitos relatados por infecções odontogênicas é a obstrução das vias aéreas - Tentativas de entubação endotraqueal devem ser feitas, com abordagem cirúrgica direta CRICOTIROIDOTOMIA: Manobra de Emergência: Entre 24 e 72hs deve ser convertida em traqueostomia TRAQUEOSTOMIA: É um procedimento cirúrgico frequentemente realizado em pacientes necessitando de ventilação mecânica prolongada. A incisão é feita entre o 2º e o 3º anel traqueal. O objetivo é não prejudicar as cordas vocais do paciente ao passar o tubo de ar. 1- Cordas vocais 2- Cart. Tireóide 3- Cart. Cricóide 4- Cart. Traqueais 5- Balão 2- Avaliação das defesas do hospedeiro ✓ Comprometimento do sistema imune Fatores associados: - Diabetes - Terapia com esteróides - Transplante de órgãos - Malignidade - Quimioterapia - Doença renal crônica - Subnutrição - Alcoolismo - AIDS em estágio terminal 3- Decidir sobre o ambiente de tratamento ✓ Avaliação clínica: - Temperatura > 38,3ºC - Desidratação - Ameaça às vias aéreas - Infecção de espaços anatômicos com severidade moderada a alta - Necessidade de anestesia geral - Necessidade de controle hospitalar de doenças sistêmicas 4- Tratar cirurgicamente ✓ Manutenção das vias aéreas Quando ir para a sala de operação? - Para estabelecer a manutenção das vias aéreas - Severidades anatômicas de moderada a alta - Envolvimento de múltiplos espaços faciais - Infecção de progressão rápida - Necessidade de anestesia geral ✓ Drenagem cirúrgica - Anestesia efetiva - Conhecimento abrangente dos espaços fasciais - Incisão efetiva - Uso de hemostatos (extensos e curvos) – nunca deve ser fechado quando inserido na ferida cirúrgica - Importante dissecar em uma trajetória para o dreno, que inclua localizações onde existe maior probabilidade de pus - Tipos de dreno: Penrose: - Dispositivo de látex - Funcionamento por capilares - Permite escoamento de secreções - Indicações: monitoramento de sangramento pós-cirúrgicos e drenagem de abcessos Jackson Pratt (Hemovac): - Dispositivo de compressão - Rígido, drenagem contínua - Indicações: drenagem de fluídos Quanto tempo após a instalação os drenos devem ser retirados? - Até 72 horas depois - Normalmente o exsudato purulento para de fluir entre 24 e 72 horas depois de instalados - Drenagem cessando, deve ser retirado para evitar reação de corpo estranho ou granuloma inespecífico ✓ Teste de Cultura e Sensibilidade Quando realizar? - Infecção em espaços fasciais de severidade moderada ou maior - Infecções que não foram debeladas com terapia antibiótica - Infecções incomuns que gerem comprometimento médico e imune do paciente ✓ Incisão e Drenagem Passo a Passo: 1- Anestesia local terminal infiltrativa 2- Avaliação do ponto de flutuação 3- 4- Divulsão tecidual 5- Inserção de dreno 6- Dreno suturado Indicações para o uso de antibióticos: - Tumefação estendida além dos processos alveolares - Celulite - Trismo - Linfadenopatia - Febre alta - Pericoronarite grave - Osteomielite COLOCAÇÃO DE INCISÃO PARA DRENAGEM
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