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Hipotireoidismo: causas e sintomas

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HIPOTIREOIDISMO 
 
Introdução: 
É uma síndrome clínica resultante pela síntese/secreção insuficiente ou ação inadequada 
dos hormônios tireoidianos nos tecidos resultando em lentificação generalizada do 
metabolismo. 
Classificação: 
- Hipotireoidismo primário: 95% dos casos 
- Hipotireoidismo central secundário (de causa hipofisária levando a uma deficiência de 
TSH) ou terciário (deficiência hipotalâmica do TRH); 
- Hipotireoidismo periférico ou extratireoidiano (raro) é uma resistência à ação periférica 
dos HT ou metabolização aumentada 
Hipotireoidismo primário 
Os fatores associados ao risco aumentado de hipotireoidismo primário são: 
Idade > 60 anos, sexo feminino, bócio, doença nodular tireoidiana, uso de iodo radioativo 
ou radiação externa na cabeça e pescoço, doença autoimune tireoidiana e extra 
tireoidiana, alguns fármacos (amidarona), baixa ingestão de iodo. 
Etiologia: 
- Autoimune: tireoidite de Hashimoto (principal causa em áreas suficientes de iodo); 
- Nutricional: carência de iodo (principal causa em áreas carentes de iodo); 
- Efeito Wolff-Chaikoff: excesso de iodo intratireodiano pode inibir a síntese hormonal 
(alguns fármacos ricos em iodo como amidarona, contrastes radiológicos); 
- Diminuição do tecido tireoidiano funcionante: tireoidites como Hashimoto, riedel, pós 
parto, subagudas, até mesmo a doença de graves e o tratamento de hipertireoidismo; 
Drogas: amidarona, tionamidas (antitireoidianos)... 
- Congênito: disgenesia da glândula (defeito na formação glandular durante a 
empriogênese), é detectado no período neonatal (teste do pezinho!!!!) que pode ser 
transitório (resolve até os 3 anos de idade) ou permanente (é uma das principais causas 
de retardo mental que pode ser prevenido) 
 
Hipotireoidismo central 
Etiologia: 
- Adquirido: qualquer processo neoplásico, inflamatório, infiltrativo, isquêmico ou 
traumático que comprometa a hipófise anterior e ou hipotálamo; As causas mais comuns 
em adultos são tumores em região hipotalâmico – hipofisária e o tratamento cirúrgico e 
ou radioterápico desses tumores. Em crianças são em tumores da região selar e o 
tratamento cirúrgico e ou radioterápico; 
- Congênito: Hipopituitarismo de defeitos congênitos na estimulação ou na síntese de TSH 
ou na sua estrutura são causas raras de HCC e são decorrentes de defeitos em vários 
genes; Lesões estruturais como hipoplasia hipofisária, defeitos da linha média e cistos da 
bolsa de Rathke são outras possíveis causas; 
O HCC transitório é supressão dos tireotrofos fetais por hipertireoidismo materno não 
adequadamente tratado. 
Hipotireoidismo periférico 
Etiologia: 
- Hipotireoidismo consuntivo: raros casos em que o hipotireoidismo resulta de excessiva 
inativação dos HT pela enzima iodotironina deiodinase 3 produzida por tumores; 
- Resistência aos HT: rara condição resultante de mutações nos genes dos receptores dos 
HT; 
Sinais e sintomas 
As manifestações são diretamente proporcionais ao tempo e intensidade de carência 
hormonal. Quadro leves e oligossintomáticos são inespecíficos e representam a maioria 
dos casos. 
Ocorrem duas mudanças básicas na ausência de 
hormônio tireoidiano: 1 – lentificação generalizada 
dos processos metabólicos e 2 – acúmulo de 
glicosaminoglicanos no interstício do órgão e tecidos; 
Há alterações metabólicas -> elevação de LDL, 
doença hepática gordurosa não – alcoólica, elevação 
de PCR, CPK, transaminases (tudo pode ser revertido 
com tratamento adequado do hipotireoidismo); 
Alterações endócrinas -> hiperprolactinemia (primário de longa duração não tratado); 
Neurológicas -> déficit cognitivo (em idosos muitas vezes é confundido com demência), 
lentificação dos reflexos tendinosos profundos, polineuropatia periférica, coma 
mixedematoso (mais grave, emergência endócrina!!!)... 
Pele e fâneros -> crônicos: pele seca, descamativa e áspera que pode ficar amarelada, 
cabelos secos, queda de cabelo, madarose, edemas facial, em MMII ou generalizado; 
Sistema cardiovascular -> bradicardia, baixo DC, hipofonese das bulhas cardíacas. 
Hipertensão diastólica, cardiomegalia (ICC ou derrame pericárdico); 
Sistema digestório -> anorexia, distensão gasosa, constipação, íleo paralítico, ascite,, 
DHGNA 
Sistema respiratório -> pode cursar com respirações lentas e rasas, dispneia, derrame 
pleural, apnéia do sono obstrutiva 
Sistema musculoesquelético -> altragia, rigidez articular, mialgia, aumento do CPK, 
miopatia; 
Sistema reprodutivo -> em mulheres: irregularidades menstruais, anovulação, 
infertilidade; em homens: redução da libido, disfunção erétil e oligoespermia (talvez pela 
diminuição da testosterona) 
Exame da tireoide 
- Bócio detectado nos primeiros meses ou anos de vida: indicativo de um defeito 
congênito na síntese dos hormônios tireoidianos; pode ser secundário a uma tireoidite de 
Hashimoto ou a grave deficiência alimentar de iodo; 
- Bócio + hipotireoidismo em adultos: quase sempre secundário à tireoidite de 
Hashimoto; 
- Hipotireoidismo central: sem bócio 
- Hipotireoidismo primário decorrente de ectopia, hipoplasia ou aplasia tireoidiana: sem 
bócio 
Hipotireoidismo na infância 
Pós parto os sinais e sintomas: sutis ou ausentes, pouco mais tarde o quadro se instala 
rápido com icterícia fisiológica, choro rouco, constipação, sonolência e hérnia umbilical; 
Se NÃO tratada dentre dos três primeiros meses, haverá um atraso na maturidade óssea 
e retardo mental (cretinismo) + edema da face e mãos; 
Quando aparece após os DOIS primeiros anos de vida, NÃO ocorre retardo mental 
verdadeiro, só baixa estatura, desempenho escolar deficitário, atraso puberal... 
Diagnóstico laboratorial 
- Hipotireoidismo primário: 
TSH elevado e T4 livre baixo 
- Hipotireoidismo central: 
T4 livre baixo e TSH baixo, inadequadamente normal ou algo elevado 
Tratamento 
Levotiroxina (LT4) em dose única diária mantida, sem prazo definido. Tomar em jejum, 
pela manhã, 30 a 60 min antes do desjejum. A dose ideal depende da idade e do peso. 
 Avaliação terapêutica e monitoramento: 
- No hipotireoidismo primário: TSH após 6 semanas, caso TSH persista elevado aumente – 
se a dose de LT4 em 12,5 a 25 mcg/dia até normalizar o TSH. Os exames devem ser feitos 
a cada 6-8 semanas até atingir a dose de manutenção (reavaliar a cada 6 a 12 meses); 
- No hipotireoidismo central: monitoramento e os ajustes das doses (T4 livre), T4 livre 
deverá ficar no terço superior da faixa de normalidade, os exames devem ser feitos a 
cada 6 – 8 semanas até atingir a dose de manutenção reavaliar a cada 6 a 12 meses; 
◦ - Hipotireoidismo refratário: casos que não se consegu normalizar o TSH, 
apesar de doses maiores que 1,9 mcg/kg/dia: Suspeitar de má adesão ao 
tratamento; 
◦ Suspeitar de condições que afetem a absorção da medicação, como doenças 
gastrintestinais e medicamentos. 
 - Hipotireoidismo subclínico: 
TSH elevado e T4 livre normal

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