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Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Cris� Convulsiv� Pediatria Emergências e Cuidados Hospitalares: Capítulo 13 - Tratado de Pediatria: Crise Epiléptica A crise epiléptica é a ocorrência neurológica clínica mais frequente da emergência pediátrica. Crise epiléptica→ manifestação clínica resultante de descargas neuronais excessivas, paroxísticas e síncronas de um grupo de neurônios corticais. Convulsão (ou crise convulsiva) → manifestações motoras da crise epiléptica (contrações musculares anormais e excessivas). Crise focal → restrita a um hemisfério cerebral. ● Evolui para generalizada em até 30% dos casos; ● Com ou sem perda da consciência. Crises generalizadas → ambos os hemisférios cerebrais. ● Acomete ambos os lados do corpo; ● Cursando com perda de consciência. Estado de Mal Epiléptico (EME) → tempo de duração da crise. ● Acima de 30 min; ● > 5 min, já que elas podem perpetuar-se com frequência + complicações sistêmicas associadas a crises com duração inferior a 30 min. Etiopatogênes� Durante a crise epiléptica ocorre: ↑ consumo de O2 e glicose e da produção de lactato e CO2. Fase inicial: descarga simpática → taquicardia, hipertensão e hiperglicemia. Quando a ventilação se torna inadequada e/ou os mecanismos compensatórios tornam-se insuficientes → hipoxemia, hipercarbia e acidose respiratória. EME → falhas nos mecanismos normais que limitam as crises (ou seja, quando a excitação é excessiva ou a inibição é inefetiva). ● hipoxemia; ● acidemia; ● hiperglicemia (fase inicial) ou hipoglicemia (EME prolongado); ● hipertensão (fase inicial) ou hipotensão (EME prolongado); ● hipertermia; ● rabdomiólise; ● hiperpotassemia; ● mioglobinúria; ● insuficiência renal aguda. Causas: ● crises febris; ● epilepsia; ● infecções do SNC; ● asfixia perinatal e encefalopatia hipóxico-isquêmica não progressiva; ● hipoglicemia; ● distúrbios eletrolíticos (principalmente hipocalcemia, hipomagnesemia e hipernatremia); ● deficiência de piridoxina; ● erros inatos do metabolismo,; ● TCE; ● hemorragia intracraniana; ● AVC; ● intoxicações exógenas ou abstinência a álcool ou drogas antiepilépticas; Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� ● tumores do SNC; ● hiperviscosidade sanguínea. Crise sintomática aguda→ agressão aguda ao SNC: manejo emergencial. Manisfestaçõe� Clínica� Os dados que sugerem crise epiléptica: ● presença de aura; ● movimentos tônicos, clônicos ou tônico-clônicos; ● movimentos anômalos dos olhos; ● perda da consciência; ● perda do controle esfinctérico. Pode ocorrer cianose central. Na maior parte das vezes, a crise é seguida de período pós-ictal com confusão mental, irritabilidade e fadiga. Crises epilépticas não param com restrição passiva e não se alteram quando se chama a atenção ou se movimenta a criança. O paciente que simula crise mantém seus reflexos de autoproteção e localiza estímulo doloroso. Fatores precipitantes: ● doença sistêmica atual, febre ou infecção; ● sintomas neurológicos, convulsões prévias; ● trauma; ● ingestão de medicamentos ou tóxicos; ● vacinação recente; ● doenças crônicas. Exame fisico: ● sinais vitais; ● sinais de infecção e de irirtação meningea; ● sinais de HIC (abaulamento de fontanela, bradicardia, hipertensão, alterações do ritmo respiratório e edema de papilas à fundoscopia); ● sinais externos de trauma; ● sinais de doenças crônicas. Exame neurológico após a crise: ● sonolência; ● ataxia; ● confusão mental; ● irritabilidade. Sinais de risco: ● déficits neurológicos focais; ● alteração prolongada da consciência. Paralisia de Todd: após uma crise focal, pode haver déficit neurológico focal → mesmo lado do corpo que a crise que o antecedeu (até 24 horas após o final da crise). �ame� Complementare� Não existem exames complementares indicados para todas as crianças atendidas em serviço de urgência e emergência por crises epilépticas. Investigação: ● glicemia capilar à beira do leito (EME); ● eletrólitos e gasometria arterial; ● hemograma e hemocultura (infecção); ● triagem toxicológica (sem causa aparente); ● amônia sérica e pesquisa de erros inatos do metabolismo (dosagem de aminoácidos na urina e de ácidos orgânicos no sangue; sinais de doença sistêmica e sem causa identificada); ● dosagem sérica de drogas antiepilépticas (para todas as crianças que usarem habitualmente essas drogas). Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Coleta de LCR: ● sinais de irritação meníngea; ● toxemia; ● período pós-ictal prolongado ou alteração mantida da consciência; ● crises no período neonatal. Indicações de TC: ● trauma; ● doença neurocutânea; ● pacientes portadores de derivação ventrículo-peritoneal; ● sinais clínicos de HIC; ● crises focais; ● déficits neurológicos focais; ● estado pós-ictal prolongado; ● estados hipercoaguláveis (p.ex., anemia falciforme e síndrome nefrótica); ● doenças hemorrágicas (hemofilias ou outras deficiências de fatores de coagulação, plaquetopenia ou disfunção plaquetária); ● estados de imunossupressão (aids, neoplasias). TC de crânio antes da coleta de LCR por punção lombar. Eletroencefalografia: suspeita de EME não convulsivo ou de atividade de crise refratária. Tratament� Manejo inicial: ● colocar o paciente em local seguro; ● mantendo posição neutra da cabeça; ● via aérea pérvia, ventilação e circulação adequadas; ● oferecer oxigênio suplementar; ● acesso venoso ● monitorização (cardíaco, oxímetro de pulso e PA). Crises que duram mais de 3 a 5 minutos devem ser medicadas. Glicemia de ponta de dedo → hipoglicemia: push endovenoso com glicose 25% 2 a 4ml/kg de peso. RN e crianças intoxicação por isoniazida → piridoxina (50 a 100 mg/dose endovenosa ou intramuscular). inoniazida: indicação terapêutica → tuberculose. Droga inicial: benzodiazepínico (1ª escolha: lorazepam → EV ou retal e 2ª escolha: midazolam → EV, IM, intranasal e bucal). Se não for o lorazepam → droga antiepiléptica de manutenção deve ser iniciada rapidamente. Benzodiazepínico: dose pode ser repetida até 3x. Caso não pare a crise: fenitoína ou fosfenitoína (dose de ataque). Excelente tratamento de urgência do EME: não deprimem o nível de consciência. Caso não pare: fenobarbital ou o ácido valproico (dose de ataque EV). Caso não haja resolução da crise: UTI → midazolam EV contínuo, tiopental ou propofol. EME refratário. Convulsã� Febri� Evento benigno → crianças com > 1 mês de vida: doença febril não causada por infecção do SNC. O principal fator predisponente é a herança familiar. Na grande maioria das vezes, a crise resolve-se rápida e espontaneamente. Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Crise� Neonatai� O cérebro neonatal imaturo é mais excitável e pode não sustentar atividade epileptiforme organizada. Súbitas e difíceis de reconhecer: ● movimentos anômalos dos olhos, lábios ou língua; ● movimento de pedalar; ● apneia. Crises sintomáticas agudas. Causas mais comuns: ● eventos hipóxico-isquêmicos (60%); ● infecção (5 a 10%). O RN: internação hospitalar → via aérea, respiração e circulação. Glicemia de jejum: corrigir hipoglicemia com valores <40mg/dL. Realização: ● ultrassonografia transfontanela ou TC de crânio; ● coleta de eletrólitos; ● gasometria arterial; ● hemograma e hemocultura; ● cálcio e magnésio séricos; ● análise de urina tipo I e urocultura; ● triagem toxicológica; ● coleta de LCR (vírus herpes). Sem causa identificada: pesquisa de erros inatos do metabolismo. Pelo maior risco de depressão respiratória associado ao uso de benzodiazepínicos, a primeira escolha terapêutica é o fenobarbital. O RN → antibioticoterapia de amplo espectro (uso de aciclovir, até que se tenha afastado a hipótese de infecção do SNC). Neurologia: Capítulo 2 - Tratado de Pediatria: Epilepsia na Infância Crises focais: originam-se em redes neuronais limitadas a um hemisfério. O local de início é consistente, embora possa haver variabilidade caracterizando semiologias diferentes (autonômica, motora, sensitivo-sensorial, psíquica) e não compromete necessariamente aconsciência. Padrão de propagação envolvendo ambos os hemisférios→ crises epilépticas bilaterais convulsivas (componentes tônicos, clônicos ou tônico-clônicos). Crises generalizadas: podem ser corticais ou subcorticais, nascem em um determinado local e rapidamente se propagam, envolvendo redes neurais bilaterais, podendo ser simétricas ou assimétricas. Semiologicamente, crises generalizadas são tônico-clônicas, podem ou não estar associadas a ausências (típicas, atípicas, mioclônicas), mioclonias palpebrais, mioclonias tônicas ou atônicas e a componentes tônicos, atônicos e clônicos de forma isolada. Crises neonatais: podem ser focais ou generalizadas. Crise� Neonatai� As crises manifestam-se com: ● enrijecimento do corpo com ou sem apneia; ● desvio tônico dos olhos para cima ou para os lados; ● abalos mioclônicos; ● movimentos focais de um segmento ou de ambos os membros de um mesmo lado; ● movimentos clônicos multifocais bilaterais. Para um diagnóstico de certeza, a monitorização eletroencefalográfica (EEG) é a melhor ferramenta. Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Causas: ● aminoacidopatias; ● encefalopatia bilirrubínica; ● encefalopatia hipóxico‑isquêmica; ● abstinência de drogas; ● distúrbios metabólicos; ● distúrbios dos ácidos orgânicos; ● doenças infecciosas; ● traumas cranianos decorrentes de complicações no parto; ● dependência de piridoxina e de ácido fólico; ● incontinência pigmentar; ● doenças neurocutâneas. 1. Convulsõe� neonatai� familiare� benigna� Autossômico dominante → afetam canal de potássio, são voltagem-dependentes. Genes KCNQ2 e KCNQ3. O RN desenvolve crises clônicas multifocais entre a 1ª e a 4ª semana de vida (pode ocorrer crises de apneia associadas). O prognóstico é bom. 2. Encefalopati� mioclônic� precoc� (Síndrom� d� Aicard�) Sexo feminino → cromossomo X. Associada a várias malformações do encéfalo. Primeiras horas de vida: mioclonias erráticas que envolvem membros ou face, em território bem delimitado. As crises repetem‑se e passam a ser contínuas, durante o sono e anárquicas. As crises motoras focais → desvio tônico dos olhos com ou sem clonias, ou fenômenos autonômicos. A evolução para espasmos infantis do tipo tônico ocorre por volta de 3 a 4 meses. O prognóstico é ruim para aqueles que sobrevivem ao 1º ano de vida (50%), por causa do grave comprometimento mental e motor. EEC: Vigília e Sono Surtos espículas, ondas agudas e lentas irregulares, com duração variável de 1 a 5seg, seguidas por períodos de atenuação do traçado, caracterizando um padrão surto‑supressão, que pode ser síncrono ou assíncrono Entre o 3º e o 5º mês de vida, esse padrão é substituído por uma hipsarritmia atípica. 3. Síndrom� d� Ohtahar� Início: 1º mês de vida (às vezes antes dos 20 dias). São generalizadas, geralmente com flexão e extensão dos membros, eventualmente associadas com espasmos assimétricos, ou crise tônico‑clônica unilateral. Período interictal: estado neurológico normal. Evolução: comprometimento motor variável (diplegia, hemiplegia, quadriplegia, ataxia ou distonia) e retardo mental progressivo. Etiologia: lesional ou metabólica. Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Epilepsia� � Síndrome� Epiléptica� d� Lactent� 1. Epilepsi� Mioclônic� d� Lactent� Tem início entre 4 e 24 meses em uma criança normal. Crises breves e generalizadas. Abalos mioclônicos que variam de intensidade. ● Queda de cabeça, associada ou não a movimentos de rotação dos olhos para cima; ● Elevação dos membros superiores; ● Flexão dos membros inferiores. Pode ocorrer em qualquer hora do dia → desaparecem à noite. Sem crise associada. Tratamento: ácido valproico. Desaparecem até 5 anos de idade. Não existe interferência no desenvolvimento neuropsico‑ motor quando o diagnóstico e o tratamento são precoces. Solicitar EEG. O prognóstico é bom. Idade escolar e/ou adolescência, convulsões tônico‑clônicas generalizadas, controladas com a reintrodução das DAE e, às vezes, distúrbio de aprendizado e comprometimento cognitivo. 2. Síndrom� d� Wes� Caracteriza-se pela tríade crises em espasmos, deterioração mental e atraso neuropsicomotor. EEG: hipsarritmia. Início: 3 a 7 meses de idade (pico: 5 meses). Afeta mais meninos. Pode não ter uma causa determinante ou etiologia variável. Os espasmos são divididos em três tipos: flexor, extensor e mistos. Flexor: espasmos → pescoço, tronco e membros, com adução ou abdução dos braços. Jack-knife: braços jogados para fora; Salaam: a flexão é muito marcada com as pernas esticadas para cima. Extensor: extensão de pescoço, tronco e membros, que podem permanecer em adução ou extensão. Mistos: espasmos manifestam‑se de forma agrupada (repetitiva), mais comuns logo ao despertar ou durante a sonolência. Duram em média 2 a 3seg e intervalos de 5 a 15seg. Geralmente são simétricos; → assimétricos: refletem a presença de uma lesão estrutural. Paciente: Criança que vinha se desenvolvendo de modo aparentemente normal → confunde com cólica do lactente. Demora em fazer diagnóstico → piora no prognóstico: regressão cognitiva e retardo neuropsicomotor. O tratamento começa logo que é diagnosticado (anamnese, quadro clínico e EEG com hipsarritmia). Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� O tratamento com ACTH (hormônio): controle de espasmos e normalização do EEG. Patologia de base: esclerose tuberculosa → vigabatrina. 3. Síndrom� d� Drave� As crianças são normais antes das crises, que começam durante o 1º ano de vida e são febris. Mutação neuronal nos canais de cálcio do gene SCN1A. Início: As crises febris são rápidas, unilaterais e ocorrem durante a subida da temperatura. Clônicas. Evolução: progressivamente mais longas, resistentes ao tratamento e podem determinar status epiléptico. A partir do 2º ano de vida: generalizadas com ataques mioclônicos maciços → várias vezes durante o dia, sem associação com estado febril (quedas ao solo). Também ocorre: crises focais + palidez, cianose labial, fenômenos atômicos e/ou automatismos. Lento e progressivo retardo psicomotor e cognitivo. O diagnóstico de certeza é dado pelo aparecimento dos ataques mioclônicos. Criança com crises febris recorrentes durante o 1º ano de vida e tem um EEG com ponta‑onda desencadeada por fotoestimulação → síndrome de Dravet. Epilepsia� d� Infânci� 1. Epilepsi� co� ponta� centrotemporai� (EPCT) Idade de início: 4 e 10 anos Crises noturnas. Causa mais provável: evidências de antecedentes de epilepsia na família. Podem ocorrer agrupamento de crises durante alguns dias, principalmente na fase inicial da doença, seguido por meses ou até anos com o paciente assintomático. Clínica: As crises são focais: ● contrações tônicas ou clônicas em um lado da face (comissura labial) ● dificuldade para falar, para engolir a saliva; ● tremores de língua; ● comprometimento de todo o hemicorpo sem perda da consciência. Portadores de EPCT demonstram excelente potencial cognitivo e têm o exame neurológico normal. Obs: distúrbio da linguagem persistente relacionado à idade de início da epilepsia. Localização: Córtex rolândico inferior na profundidade da fissura de Sylvius. Epilepsia idade-dependente. 2. Epilepsi� Ausênci� n� Infânci� Idade de início: 6/7 anos. Epilepsia generalizada primária. Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� As crises iniciam de forma abrupta, duram, em média, 15 segundos e podem ocorrer várias vezes ao dia. Acentuado comprometimento da consciência com a interrupção da atividade. EEG: típico e define diagnóstico, mostrando descargas de espícula onda lenta a 3 Hz de projeção difusa, bilateral, que não se fragmentam e se acentuam durante a hiperventilação. Tratamento: ácido valpróico, etossuximida e/ou lamotrigina. Remissão: até os 12 anos com prognóstico bom → diagnóstico precoce e EEG não mostre fotossensibilidade. Hiperventilação. 3. Síndrom� d� Panayiotopoul� Sintomas autonômicos (vômito + eversão da cabeça e dos olhos), acompanhados por convulsões focais motoras. As crises são clônicasdimidiadas ou tônico‑ -clônicas generalizadas. Idade de início: entre 2 e 11 anos. Crise breve → episódios de vômitos podem se repetir várias vezes + crises motoras prolongadas: estado de mal convulsivo. Pacientes com status epiléptico: retardo no crescimento do lobo pré-frontal → problemas neuropsicológicos. EEG: pontas na região occipital que predominam durante o sono. 4. Síndrom� d� Lenn�-Gastau� Prevalência: sexo masculino. Idade de início: entre 3 e 5 anos. Encefalopatia grave da Infância → 60% dos pacientes: causa etiológica uma lesão cerebral. Crises: Tônicas: envolvendo sobretudo a musculatura axial e membros. Ocorrem durante sono e vigília. Geralmente são simétricas, com ou sem perda da consciência, com alteração do ritmo respiratório e desvio ocular e, às vezes, automatismo gestual. Ausências atípicas: têm um começo e um fim progressivos, a perda de consciência é incompleta, permitindo de alguma forma a manutenção parcial da atividade que vinha sendo desenvolvida. Mioclonias maciças: anteriormente classificadas como crises atônicas, provocam queda abrupta da cabeça ou do corpo (head atack/drop atack). A indicação → capacete, objetivando evitar traumatismos graves. O EEG é significativamente alterado. Politerapia com DAE. 5. Síndrom� d� Landa�-Kleffner Não tem associação com doença de base nem história familiar de epilepsia. Prevalência: meninos. Idade de início: 3 a 5 anos. Afasia adquirida associada a uma alteração importante do comportamento. Vic tor i� K av� ur� Pa sch oal ett� Crises epilépticas generalizadas raras que remitem rapidamente após terapêutica medicamentosa. EEG: Hiperventilação e fotoestmulação. Prognóstico variável. 6. Encefalopatí� Epiléptic� Co� Descarga� Pont�-Ond� Continu� Durant� O Son� (EPOCS) Idade de início: 3 e 6 anos: desenvolvimento normal → ficam mais lentas, com perda nas habilidades cognitivas e, às vezes, com comprometimento da linguagem. Crises epilépticas: raras e geralmente noturnas. Desaparecem entre 10 e 15 anos. EEG: O status epiléptico duran‑ te o sono é determinado pela presença de ponta-onda contí‑ nua durante o sono de ondas lentas (POCSL) em 85% do traçado eletroencefalográfico. Epilepsia� d� Adolescênci� Começam na infância, persistem ao longo da adolescência e continuam durante a vida adulta. 1. Epilepsi� Ausênci� J�eni� Início: puberdade (entre 10 e 17 anos). Sem alterações neurológicas. As crises se manifestam logo ao despertar, de forma repetitiva, com perda abrupta da consciência. Menos frequente, mais leve e mais longa que a Infantil. Podem ocorrer mioclonias e crises tônico-clônicas generalizadas. Terapêutica com DAE. EEG: descargas paroxísticas são precipitadas pela hiperventilação e pelo despertar; raramente existe fotossensibilidade. 2. Epilepsi� Mioclônic� J�eni� Também conhecida como síndrome de Janz. Epilepsia generalizada idiopática, de etiologia genética (vários genes suscetíveis). Idade de início: 12 a 17 anos. Caracteriza-se por crises mioclônicas, irregulares, simples ou repetitivas, arrítmicas, predominantemente nos membros superiores, em geral ao despertar ou após privação de sono. Pode surgir: crises de ausência de curta duração e tônico-clônicas generalizadas→ depois das crises mioclônicas. Fatores precipitantes: ● privação de sono; ● exposição a fotossensibilidade; ● uso de álcool. EEG: padrão típico de espícula-onda bilateral rápido, 30% → desencadeado pela fotoestimulação. Responde bem ao tratamento → refratariedade quando a droga é retirada.
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