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1 Louyse Jerônimo de Morais Imobilismo Referência: aula da prof. Manuella de Sousa Introdução Toda especialidade tem doenças que podem levar o paciente a ficar acamado. Se o paciente não for rapidamente reabilitado e se não tiver movimento, a tendência é a imobilidade. Tal conceito não se refere a ficar parado, mas sim a ficar deitado sem conseguir se mexer sozinho – sem mobilidade. É interessante entender que é uma síndrome irreversível [não tem volta]. A causa desses pacientes com síndrome de imobilidade, normalmente, é por negligência do serviço de saúde ou ignorância da família, que deixou o paciente na mesma posição, sem mudança de decúbito, sem mobilidade. A tendência do acamado é, cada vez mais, se proteger em posição fetal. Definição Trata-se de um conjunto de alterações que repercutem negativamente sobre o organismo, tendo origem na imobilidade. • Imobilidade: ato ou efeito resultante da supressão de todos os movimentos de uma ou mais articulações em decorrência da diminuição das funções motoras, impedindo mudança de posição ou translocação corporal. • Síndrome da imobilização: conjunto de sinais e sintomas resultantes da supressão de quase todos os movimentos articulares, com prejuízo da mudança corporal, comprometimento da independência, incapacidade, fragilidade e morte. Perfil do idoso • Idoso frágil • Internado em hospital ou instituição • Repouso prolongado e forçado • Desnutrido • Múltiplas comorbidades presentes • Submetido a iatrogenias Critérios diagnósticos Os critérios diagnósticos maiores são dois e são obrigatórios: • Alteração cognitiva que surge ou piora com a imobilidade • Múltiplas contraturas: mais de duas. Tenta abrir o membro, se ele não abrir todo, pensa em contratura. Não conta se for por acidente, apenas se for contratura adquirida pela imobilidade. Critérios menores • Disfagia: uso de sonda, gastrostomia etc. • Dupla incontinência: cocô e xixi na fralda. • Úlceras de pressão: força sobre área; a força é o nosso peso e a área são as proeminências ósseas; as regiões mais pontudas ganham úlcera primeiro – região occipital, pontas de escápulas, região sacral, trocânter e calcanhar. o Grau I: pele intacta com hiperemia o Grau II: perda parcial da espessura, com úlcera superficial e vermelhidão o Grau III: perda de tecido total, podendo ver gordura subcutânea. o Grau IV: visualização de músculo, tendão ou osso. o Indeterminada: a base está coberta por escara, não sendo possível classificar. • Fragilidade da pele: púrpura, por exemplo. • Afasia A úlcera por pressão é uma lesão grave e frequente. É desencadeada por uma compressão por mais de duas horas de uma área tecidual restrita que produz pressão e, consequentemente, isquemia por colabamento dos vasos sanguíneos. Se ocorrer em até uma hora, é reversível. Após duas horas, torna-se irreversível. Classicamente, a lesão surge de dentro para fora, ou seja, é pior por dentro. Para evitar, deve-se proteger as proeminências ósseas e mobilizar o indivíduo a cada duas horas, pelo menos. A dor do paciente é manifestada por suor, taquicardia e testa franzida. Quando esses pacientes falecem, é preciso fraturar pernas e braços para poder entrar no caixão. É um paciente difícil de cuidar. Terapêutica Diante desse quadro, a medida maior é fazer cuidado paliativo. É tirar dor, tirar falta de ar, acolher família, diminuir a culpa. Se tiver infecção urinária, trata, se tiver pneumonia, trata. Se tiver pneumonia de repetição, não pode ficar dando antibiótico, a fim de não induzir resistência, uma vez que isso já mostra que o paciente não tem imunidade suficiente para responder. Sendo assim, na doença que ameaça a vida, já introduz na 2 Louyse Jerônimo de Morais família a necessidade de paliar. Levar o paciente para UTI não vai melhorar prognóstico, é um paciente que tem que falecer com a família, em casa. • Cuidados paliativos: oxigênio, sonda para hidratação e alimentação, analgésicos, aquecimento, posicionamento no leito, higiene, opioides, presença de familiares etc. O cuidado paliativo começa na doença que ameaça a vida, e não no fim da vida.
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