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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 1 Tipos de tanques e as Inspeções realizadas para armazenagem de Petróleo e de seus derivados. Cristiane Nascimento da Cruz Pimentel (Uninorte) 1 cris_joany@hotmail.com Pouliane Assis Morais (Uninorte) 1 pouliane.assis@gmail.com Marcela Aparecidaa Roque (Uninorte) 1 marcelaroque@hotmail.com Elias V. da C. Santos Junior (Uninorte) 2 Ejunior13@hotmail.com Resumo Este artigo trata-se do requisito final para obtenção do titulo de Especialista em Engenharia do Petróleo e tem por objetivo identificar os tipos de tanques existentes em distribuidoras de derivados de petróleo, e os ensaios que são realizados para verificar a qualidade de seus produtos, e comparar se existe diversificação nos ensaios realizados, onde os tanques são recipientes cuja função é armazenar produtos químicos, portanto podem ser construídos de diversas formas e materiais a depender das características e o tipo de produto. Quando se armazenam substâncias perigosas, reduzir o risco de vazamento é essencial. A corrosão do tanque de armazenamento pode causar contaminação ambiental e perdas. Como resultado, é necessário garantir a segurança e a confiabilidade dos tanques, construindo-os de acordo com as normas de padronização e realizando os ensaios exigidos nas mesmas. Palavra Chave: Tanques, Armazenagem, Ensaios. 1. Introdução De acordo com Cardoso (2004), quando o derivado de petróleo vem da refinaria, ele é armazenado nas distribuidoras secundárias em diferentes tipos de tanques. Para cada tipo de derivado armazenado, são realizados diferentes ensaios para a verificação da qualidade, devido à densidade, a coloração e outros fatores dos mesmos serem diferentes. Um tanque de armazenamento ou de armazenagem é um recipiente destinado a armazenar fluidos à pressão atmosférica e a pressões superiores à atmosférica. Estes tanques podem ter dimensões variadas, indo desde 2m de diâmetro até 50m ou mais. A sua construção pode ser feita com teto fixo ou flutuante, interno ou externo, dependendo sempre das características e o tipo de produto a armazenar. É de extrema importância realizar-se, de forma regular e periódica, a verificação e limpeza das estruturas e equipamentos utilizados para armazenar os produtos. Os tanques armazenam os diversos produtos envolvidos na produção em uma unidade de processo, da pressão atmosférica até baixas pressões (aproximadamente 15 psig). Os vários tipos de Tanques existentes em distribuidoras de derivados de petróleo demonstram que as diversificações nos ensaios realizados em tanques, são realizadas de acordo com o produto a ser armazenado, pois eles previnem o risco de vazamento, evitando a contaminação ambiental e as perdas (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). Segundo Ballou (2001) a missão da logística é disponibilizar o produto ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e com as condições combinadas. Na indústria do petróleo, são inúmeras as situações logísticas onde a armazenagem de petróleo e de seus derivados faz-se 1 Pós-graduandas em Engenharia do Petróleo junto ao Centro Universitário do Norte (UNINORTE/LAUREATE). 2 Orientador, Geólogo, Mestre em Geociências e Docente no curso de Engenharia do Petróleo do Uninorte/Laureate. PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 2 necessária, seja para cumprimento de planejamentos e programações de refinarias – seja para sua estocagem em terminais e bases de distribuição até o transporte para outras instalações (por dutos, navios ou caminhões). Desta forma, a capacidade de armazenamento das unidades operacionais passa a ser uma característica fundamental do funcionamento de todo o sistema logístico este tipicamente desempenhado por equipamentos industriais denominados: tanques de armazenamento (CARDOSO 2004). Esses tanques são construídos em diferentes tipos, formas, tamanhos e com variados tipos de materiais. Os tanques podem ser de aço ou de outros materiais não combustíveis adequados, devem ser de material compatível com o líquido a ser armazenado. As características do líquido armazenado, tais como volatilidade, inflamabilidade, temperatura e pressão de armazenamento são importantes fatores na seleção do tipo de tanques a ser utilizado (NBR 17505-2-2006). Segundo Cardoso (2004), os tanques são classificados de acordo com a finalidade a que se destinam, como: Tanques de armazenamento, tanques de recebimento, tanques de resíduo e tanques de mistura, quanto ao tipo, quanto ao fundo, ao costado e ao teto. Neles são estocadas: Matérias-primas, produtos intermediários e produtos finais. Tanques de armazenamento inicialmente parece tratarem-se de um equipamento simples e fácil de lidar. Porém os riscos que envolvem estes equipamentos: como a corrosão, que é a deterioração de um corpo sólido por meio de uma ação química ou eletroquímica provocada pelo meio ambiente, exige atenção e práticas direcionadas desde a fase de projeto até a sua desativação e conseqüente retirada do local onde foi instalado, existindo normas e procedimentos para toda atividade relacionada (PETROBRÁS 1984). A partir de uma visita realizada em uma distribuidora secundária, localizada na cidade de Manaus, foi possível identificar os tipos de tanques e os ensaios realizados nos produtos recebidos das distribuidoras primárias. De acordo com o roteiro de inspeções em tanques do IBAMA (2007), os serviços de inspeção em tanque de armazenamento incluem alguns parâmetros a serem analisados, como a densidade, quantidade, cor, viscosidade, massa específica, etc. 2. Logística Segundo Cardoso (2004) logística é o planejamento, organização e controle de processos relacionados à produção, armazenagem, transporte e distribuição de bens e serviços. Uma base de distribuição é a instalação com facilidades necessárias ao recebimento de combustíveis, ao armazenamento, mistura embalagem e distribuição, em uma dada área de mercado. As bases de distribuição representam os centros de distribuição de combustíveis, e assume o papel da armazenagem de produtos das distribuidoras. (BALLOU2001). Segundo Ballou (2001), a distinção entre Bases Primárias e Secundárias está no ponto de origem do produto. Caso a fonte supridora seja uma Refinaria ou Terminal, a base é classificada como Primária. Se a fonte de suprimento for uma Base Primária da Distribuidora, a base é classificada como Secundária. Geralmente as Bases Primárias estão localizadas perto das fontes supridoras diretas, ou seja, as Refinarias ou Terminais. A função das Bases Secundárias é atender mercados distantes dos pontos de oferta, de maneira a atender ao mercado ao menor custo. As distribuidoras são agentes fundamentais na cadeia de suprimento de combustíveis, uma vez que atuam na aquisição, armazenamento, transporte, comercialização e o controle da qualidade dos combustíveis líquidos. 3. Tipos de Tanques De acordo com Cardoso (2004), tanques são equipamentos destinados ao armazenamento de combustíveis líquidos, podendo ser construídos de diversas formas e materiais a depender das PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 3 características, da quantidade e do tipo de produto a ser estocado. Os Tanques de Armazenamento podem ser classificados de acordo com suas características de projeto como: Tanques Atmosféricos Tanques de Baixa Pressão 3.1 Tanques Atmosféricos Os tanques atmosféricossão usados para o armazenamento de fluídos de baixa volatilidade. Estes são líquidos que têm na temperatura de armazenamento uma pressão de vapor absoluta inferior à atmosférica. Pressão de vapor é a pressão na superfície do líquido causada pelos vapores do próprio líquido, ela varia diretamente com o aumento da temperatura, devem ser projetados, construídos, instalados e ensaiados de acordo com os objetivos das respectivas aprovações, ou dentro dos objetivos das normas: ABNT NBR 7821, API STD 650, entre outras (NBR 17505-2). Os tanques são normalmente construídos em aço carbono, aço liga ou outros materiais dependendo do serviço. Normalmente os tanques atmosféricos são soldados, ainda encontramos tanques rebitados e parafusados. As normas que regulamentam o projeto e a construção desses tanques em aço carbono são as seguintes: NBR 7821 Abr/83 da ABNT – Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados. API Standard 650 – Walded steel tanks for oil storage. API Standard 12A – Specification for oil storage tanks with riveted shells (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). Segundo Cardoso (2004), os tanques são classificados de acordo com a finalidade a que se destinam, como: Tanques de armazenamento, tanques de recebimento, tanques de resíduo e tanques de mistura, quanto ao tipo, quanto ao fundo, ao costado e ao teto. Existem as mais distintas classificações de tanques, como: Tanques de Teto Fixo, Tanques de Teto Móvel, Tanques de Teto com Diafragma Flexível e Tanques de Teto Flutuante (FELIPE, 2006). 3.1.1Tanques de Teto Fixo O teto é construído junto à estrutura do costado. Sua posição não varia. O teto pode ser cônico, curvo, plano, esferoidal ou semi-esferoidal (SIQUEIRA, 2010). Figura 1-Tanques de teto fixo Fonte: apostila SENAI- monitoramento de controle de processos 2003 3.1.2 Fixo com Diafragma Flexível Possuem um revestimento interno projetado para deformar-se, suportando a expansão liquida ou gasosa do fluido. Esta membrana flexível normalmente é feita de plástico. É muito usado em sistemas fechados, ajudando a diminuir os prejuízos causados pela acumulação de vapores indesejados (SIQUEIRA, 2010). PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 4 3.1.3 Teto Móvel O teto desloca-se de acordo com a pressão exercida pelo vapor. É necessária a existência de dispositivos de segurança que evitem acidentes provocados por uma possível sobre pressão. Para evitar as perdas com a evaporação usa-se um vedante entre o teto e a parede do tanque (SIQUEIRA, 2010). Figura 2: Tanque de teto móvel Fonte: Guia – 9 Inspeção de Tanques de Armazenamento-IBP1970 3.1.4 Flutuante Neste tipo de tanque o teto flutua sobre o produto que está armazenado (Figura 5). A cobertura movimenta-se de acordo com o esvaziamento ou enchimento. A razão principal pela qual são utilizados é por reduzirem as perdas do produto em conseqüência da evaporação. Estes tanques devem possuir um sistema de selagem, visto que o seu teto flutuante move-se internamente em relação ao costado (SIQUEIRA, 2010). Figura 3 - Tanques de Teto Flutuante. Fonte: SENAI - Monitoramento de Controle de Processos2003 O teto flutuante apresenta os principais tipos construtivos: a) Teto Flutuante Simples: consiste essencialmente de um lençol de chapas. O teto é enrijecido por uma estrutura metálica, na sua parte superior, para lhe conferir a necessária estabilidade. É o tipo mais simples e de construção mais barata. b) Teto Flutuante com Flutuador: possui, na construção convencional, um disco central e um flutuador na periferia do teto. Apresenta maior flutuabilidade, menor perda por evaporação e maior custo do que o tipo anterior. c) Teto Flutuante Duplo: possui dois lençóis de chapas ligados, por uma estrutura metálica formando compartimentos estanques. É uma estrutura robusta e de excelente flutuabilidade. (SIQUEIRA, 2010). PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 5 4. Tanques de Baixa Pressão São aqueles projetados para operar a pressão entre 0,05 e 1,05 Kg/cm2. Tais tanques são usualmente construídos de aço carbono e, mais comumente, soldados. A norma que regulamenta o seu projeto e construção é a API Standard 620. Os tanques de baixa pressão podem também ser construídos de acordo com o código de vasos de pressão não sujeitos à chama, exceto para os valores da taxa de trabalho do material, que deverão ser mais altas. São usados para o armazenamento de fluidos mais voláteis, como: Petróleo bruto leve, mistura para uso na gasolina, nafta leve, pentano e produtos químicos voláteis. Estes são líquidos que têm na temperatura de armazenamento uma pressão de vapor absoluto entre 0,5 e 1,00 Kg/cm2. (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). 5. Inspeções em Tanques de armazenamento As razões para inspeções nos tanques de armazenamento são: a) verificação de suas condições físicas; b) determinação da taxa de corrosão; c) avaliação das causas de deterioração e/ou avaria; d) avaliação da integridade física. Com o conhecimento desses dados torna-se possível tomar medidas preventivas a fim de reduzir a probabilidade de incêndio ou perda de capacidade do armazenamento, manter seguras suas condições de trabalho, efetuar reparos ou determinar antecipadamente a necessidade de substituição e prevenir ou retardar deteriorações futuras. (Guia – 9Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970) 5.1. Tipos de Inspeções Inspeção Externa - É a inspeção de todos os componentes que podem ser verificados com o tanque em operação, incluindo base, diques e bacia de contenção. A corrosão externa do fundo do tanque pode ser problema sério, pois os materiais usados como base do tanque podem conter compostos químicos corrosivos. A presença de argila como contaminante da areia da base causa corrosão eletroquímica com conseqüente formação de alvéolos nos locais de concentração de argila (IBAMA 2007). Inspeção Interna - A inspeção programada de um tanque deverá ser realizada mais freqüentemente, a cada 1-2 anos, sem necessidade de retirar o tanque de operação; com as informações obtidas poder-se-á visualizar a necessidade de antecipar a inspeção interna programada. A inspeção interna deverá ser efetuada de acordo com o programado, ou por ocasião da retirada do tanque de operação para fins de limpeza, mesmo que o intervalo de inspeção previsto não tenha sido alcançado (IBAMA 2007). Inspeção Geral - É executada com o tanque fora de operação, consistindo de inspeção interna e externa de todos os componentes, incluindo base, diques e bacia de contenção. As válvulas de pressão e vácuo e o suspiro deverão ser totalmente inspecionados quanto ao entupimento e estanqueidade, se suas partes móveis estão livres, sem desgastes, sem corrosão no caso de válvulas com flutuadores, se estão estanques e se o nível de óleo esta correto. Os retentores de chama deverão ser inspecionados quanto a corrosão e entupimentos de sua colméia (IBAMA 2007). 5.2Periodicidade de inspeção 5.2.1Inspeção Externa dos Tanques a) Ambientes agressivos (úmidos e com gases derivados de enxofre, e cloretos) – Inspeção a cada 2,5 anos. b) Ambientes não agressivos – Inspeção a cada 5 anos. PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 6 5.2.2 Inspeção Geral dos Tanques em função do Produto Intervalos Produtos 05 Anos Diesel, Querosenes, Gasolina, Resíduos Não Tratados 08 Anos Resíduos leves tratados, álcool. 10 Anos Óleos Combustíveise Lubrificantes e produtos pesados ½ do Previsto Tanques de troca de produtos Tabela-1: Periodicidade de inspeções. Fonte: roteiro para inspeção de tanques – IBAMA 2007 6. Causas de deterioração A corrosão é a causa principal da deterioração das chapas de aço carbono de um tanque de armazenamento, por isso a localização, e medição são as razões principais da inspeção de um tanque. Existem 2 tipos de corrosões: a interna e a externa. (JAMBO, 2008) Corrosão Interna: A corrosão interna dos tanques de armazenamento depende das características do líquido armazenado e do material de que é construído o tanque. Assim como a eficiência do sistema de proteção contra corrosão (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). A corrosão mais severa ocorre em tanques que armazenam produtos químicos corrosivos ou produtos de petróleo contendo compostos corrosivos. Em muitos casos é necessário o uso de revestimento, os quais são mais resistentes às propriedades corrosivas do produto armazenado do que o material de que é feito o tanque (aço), (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). Fig - 4: Mostra o costado do tanque internamente, atestando a corrosão Fonte: Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970 A corrosão atmosférica externa do tanque pode variar entre desprezível e severa, dependendo das condições do ambiente, as quais podem ser classificadas como leve, de média intensidade e severa podendo ser localizada ou generalizada. A corrosão externa do fundo do tanque pode ser problema sério, pois os materiais usados como base do tanque podem conter compostos químicos corrosivos. A presença de argila como contaminante da areia da base causa corrosão eletroquímica com conseqüente formação de alvéolos nos locais de concentração de argila. A má preparação da base com drenagem deficiente pode permitir que a água, em contato com o fundo, provoque uma corrosão eletroquímica. Se o tanque armazena produto corrosivo e PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 7 houver vazamento através do fundo, o produto pode acumular-se entre a base e o fundo e corroer sua superfície externa (PETROBRÁS 2002). Fig5: Afigura mostra corrosões externas. Fonte: Guia 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970 A superfície externa do costado deverá ser inspecionada visualmente, a fim de se localizar áreas corroídas. Quando se evidencia uma extensa corrosão externa ou outras formas de avaria é necessário inspecionar toda a superfície do costado, qualquer evidência de corrosão deve ser investigada. Há também outras justificativas para se inspecionar um tanque de armazenamento, como: a verificação de vazamentos existentes ou em potencial a fim de prevenir perdas do material armazenado, diminuir áreas perigosas e salvaguardar a integridade humana e o patrimônio industrial, a extensão da vida útil do equipamento e o controle da deterioração do equipamento (PETROBRÁS 2002). Como líquido armazenado em qualquer tanque representa vultuoso investimento qualquer perda por vazamento não deve ser tolerada. Além disso, se a perda for instantânea e total, uma grande avaria pode ocorrer em equipamentos vizinhos ao tanque, assim como no meio ambiente (PETROBRÁS 2002). Uma inspeção visual é, normalmente, suficiente para se verificar as condições do isolamento térmico externo de um tanque. Inspeção cuidadosa deve ser feita ao redor de todas as conexões e ao redor do berço de tanques horizontais. Áreas de isolamentos encharcadas, deterioradas e sem chapa de proteção devem ser removidas para avaliação do costado, da ancoragem e do estado do isolamento nas áreas adjacentes instalado (Guia – 9 Inspeção De Tanques De Armazenamento-IBP 1970). 7. Critério de aceitação para ensaios e testes em tanques A inspeção de tanques de armazenamento perde consideravelmente seu valor a menos que os limites da corrosão e outras formas de deterioração que possam ser seguramente toleradas sejam razoavelmente bem conhecidas para o tanque em inspeção. Há, portanto, dois aspectos a serem considerados: 1º) a taxa de corrosão; 2º ) o limite seguro da deterioração. Como na maioria dos casos, a taxa de corrosão metálica pode ser obtida pela comparação das espessuras, de acordo com tabela abaixo: PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 8 ITEM DESCRIÇÃO ACEITAÇÃO NORMA DE REFERÊNCIA 1 Medições de espessura por ensaio de ultra-som (espessura mínima) Espessura mínima de acordo com a norma de fabricação, no mínimo 3,0 mm Asme – Seção V API std 653 ASME B 31.3 2 Inspeção visual do equipamento para avaliação de deformações no Costado Máx. 15 mm em 1000 mm Norma NBR 7821 ou API 650 3 Inspeção Dimensional 3.1 Avaliação da Verticalidade 1/200 X H (H = Altura do Tanque) Norma NBR 7821 ou API 650 3.2 Avaliação da Circularidade Conforme Norma Norma NBR 7821 ou API 650 4 Inspeção visual do equipamento / tubulação Norma NBR 7821 ASME B 31.3 Norma NBR 7821/83 e API 650 5 Ensaio por Líquido Penetrante ASME – Seção VIII ASME B 31.3 Norma NBR 7821/83 Norma API 650 ASME – Seção V 6 Ensaio Radiográfico ou Ensaio de Ultra-Som ASME – Seção VIII ASME B 31.3 Norma NBR 7821/83 Norma API 650 ASME – Seção V Tabela 2: Critérios de aceitação Fonte: roteiro para inspeção de tanques – IBAMA 2007 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 9 A partir da emissão dos relatórios de inspeção (RI, RNC, CLM e/ou CRM) através do sistema de gestão e controle de inspeção da Petrobras –INSPETRO são calculados os Índices de Rejeição do Fornecedor - IR relativos à inspeção de fabricação (IBAMA 2007). Os índices de rejeição estão divididos em quatro graus: leves, médios, graves ou gravíssimos. Índice de Rejeição Característica Peso Exemplos Leve Não-conformidade identificada pelo responsável pela inspeção da Petrobras, em relação ao Sistema da Qualidade do fornecedor, cuja implicação não afete o desempenho do equipamento, nem o prazo contratual, ou em nova visita. 0,125 a) Identificação de necessidade uma simples revisão de documentos internos; b) Identificação de vazamentos na bancada de testes do fornecedor que inviabilize momentaneamente, o testemunho do evento contratual. c) Pendência de aprovação de desenhos ou documentos gerados por exigência contratual, cuja não conformidade não venha acarretar em problemas relacionados à segurança e/ou funcionalidade do bem. d) Sistemática de rastreabilidade feita de forma prática aceitável, mas sem a elaboração de procedimento respectivos bem como seus registros;e) Ausência de ensaio ou ensaio executado em desacordo com as especificações, porém repetido com testemunho da inspeção, com resultados satisfatórios. Médio Não-conformidade no equipamento, detectada pelo responsável pela inspeção da Petrobras, com possibilidade de correção, sem implicação em prazo, ou em nova visita. 0,25 a) Evento identificado pela Inspeção/Petrobras que gere uma RNC e parecer técnico do fornecedor, face estar fora da norma contratual e aceito pelo responsável pela Inspeção de Fabricação da Petrobras, sem necessidade de parecer da unidade requisitante.b) Não conformidade dimensional passível de correção. c) Falta de atendimento à completeza dos certificados de materiais. Grave Não conformidade no equipamento, detectada pelo responsável pela inspeção da Petrobras, sem condições de correção, com implicação em prazo, em nova visita, mesmo que haja a aceitação pelo cliente. 0,50 a) Curva de performance fora de norma, mesmo com aceite da unidade requisitante do equipamento. b) Falta de certificados de conformidade para equipamentos elétricos (Classificação de área). c) Evento acordado no Plano de Inspeção como testemunhado, porém realizado sem a presença da Inspeção/Petrobras e sem possibilidade de nova execução. d) Problemas técnicos documentais durante a realização dos testes que impeçam a realização dos mesmos.e) Utilização de profissional não atendendo aos requisitos de qualificação exigido.f) Falta de atendimento aos procedimentos e/ou exigências de processos especiais, previamente aprovados pela Petrobras: Ex. Soldagem, TT. g) Falta e/ou ensaio executado em desacordo com especificações, quando o teste não possa ser repetido.h) Não atendimento à NR-13 para vasos de pressão e decretos para área classificada.Substituição inadequada de componentes e/ou materiais. Gravíssimo Não conformidade detectada pelo responsável pela inspeção da Petrobras relacionada à atitude de má fé, adulteração de documentos e/ou identificação de componentes pelo fornecedor. 1 a) Adulteração de certificados; b) Fraudes Tabela-3: Índices de Rejeição Fonte: ABC da Inspeção de Fabricação (PETROBRÁS 2002) PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 10 Para constatação desses ensaios, é emitido um relatório de arqueação, conforme ANEXO I – Certificados de Arqueação. 8. Inspeções em produtos armazenados Assim, como existem as inspeções nos tanques de armazenamento, existem também as inspeções que são realizadas para garantir a qualidade do produto armazenado. De acordo com ABNT NBR 17505-1, as padronizações dos procedimentos relativos aos testes mínimos de controle de qualidade são necessários para a garantia das especificações dos produtos comercializados durante as operações de recebimento, armazenagem, transferência e entrega de derivados de petróleo e alcoóis, é de suma importância a coleta de amostras dos produtos, pelos seguintes motivos: a) Verificar a densidade do produto a fim de corrigi-lo a 20°C. b) Avaliar a qualidade e demais características do produto através de ensaios de laboratórios. c) Fazer a inspeção visual do produto durante as operações, particularmente no que diz respeito á presença de partículas contaminantes. d) Garantir e ter como provar a integridade do produto no decorrer das fases de operações. Os métodos de ensaio utilizados para os diversos testes, definidos abaixo devem ser realizados mediante o emprego de Normas Brasileiras (NBR) e Métodos Brasileiros (MB) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e de Normas da American Society for Testingand Materials (ASTM), conforme descrito nas Resoluções/CNP e Portarias/DNC/ANP até que venham ser substituídas. O programa de qualidade abrange as bases primárias (refinaria, polídutos e cabotagem), bases secundárias (caminhões-tanque / vagões-tanque / balsas-tanque), e centros coletores (incluindo produtos recebidos de usinas / destilarias) (ABNT NBR 17505-1). 9. Visita à distribuidora Para a realização da visita, foi enviado por email um pedido de visita técnica com o oficio da instituição em anexo para o gerente da distribuidora. Após o recebimento da resposta, vieram descritos a data e o horário agendado. Para a visita nesta distribuidora secundária, localizada na cidade de Manaus, foi utilizado o seguinte questionário: 1. Quais os tipos de derivados existem nesta base de distribuição? R: Nesta base estão armazenados: Gasolina, diesel, QAV, álcool hidratado, álcool anidro 2. Dependendo do derivado, existe alguma diferença entre o tipo de tanque, onde vai ser armazenado? R: Sim, seguimos de acordo com a norma da Petrobrás (N-270, 1997), onde recomenda-se o tipo de tanque a ser usado de acordo com o produto que vai ser armazenado. 3. Quais os ensaios de qualidade realizados nesta unidade? R: os ensaios realizados nesta unidade estão descritos no Anexo 2 – Certificado de Ensaio 4. Onde são realizados, e qual o período em que são realizados? R: São realizados no laboratório desta unidade, a cada nova transferência de produtos. 5. Esses ensaios também são realizados nas balsas tanque? R: Sim, pois elas são um meio de distribuição. 6. Em que momento? R: no momento em que o produto é recebido para o armazenamento e no momento do carregamento dos diversos meios de distribuição do mesmo. 7. O que são verificados nesses ensaios? R: Dependendo do produto são verificados: o aspecto, a cor, a porcentagem de enxofre, a massa específica, a viscosidade, a corrosividade, o índice de cetano, o ponto de fulgor, a PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 11 água, os sedimentos, a condutividade, a temperatura, etc, pode-se ter como modelo desses ensaios, o anexo II. 8. Em relação aos tanques, existe freqüência para manutenção? R: Sim, é efetuada de acordo com o programado no plano de controle de manutenção, ou por ocasião da retirada do tanque de operação para fins de limpeza, mesmo que o intervalo previsto para a manutenção não tenha sido alcançado. 9. O que são verificados nesta manutenção? R: verifica-se as condições físicas do tanque, pontos com alta da taxa de corrosão, causas de deterioração e/ou avaria, pintura. 10. O que acontece se houver um vazamento? R: Existe um plano de ação de emergência, onde pessoas treinadas conduzem os demais trabalhadores pelas rotas de fuga, para áreas externas da distribuidora. E ao redor dos tanques há bacias de contenções que seguem as diretrizes da OHSAS 18001:2007. Quem apresentou à distribuidora, foi a Técnica de Segurança do trabalho, no parqueamento da mesma há 14 tanques, onde são armazenados Gasolina, diesel, QAV, álcool hidratado, álcool anidro. Cada rotina de inspeção está relacionada a um determinado material e tem como objetivos: orientar o responsável pela inspeção de recebimento sobre todas as etapas do processo que necessitam de intervenção da inspeção, padronizar as ações de inspeção, instruir sobre os critérios de aceitação e rejeição do material e, quando necessário, ressaltar detalhes que devem ser observados durante a atividade. De acordo com a ANP-50, o produto, ao ser comercializado pelos produtores e importadores, deverá ser acompanhado de cópia legível do respectivo certificado da qualidade ANEXO 3 – Certificado de Qualidade. 10. Conclusão Esse trabalho teve por finalidade esclarecer diversos aspectos que são de grande importância para essa área de estudo. Ao identificarmos os tipos de tanques existentes em distribuidoras e os tipos de ensaios que são realizados para verificar a qualidade de seus produtos, onde foi abordado o conceito, de que todos esses ensaios são fundamentados em alguma Norma ou Portaria, para que os clientes tenham uma garantia na qualidade dos combustíveis adquiridos. Em decorrência da inspeção geral de um tanque já em utilização e para efeitos práticos, torna-se possível, considerando uma taxa de corrosão definida,aumentar sua vida útil provável, nele aplicando urna ou mais das seguintes medidas: a) armazenar líquidos mais leves; b) reduzir a capacidade de armazenagem, diminuindo a altura de utilização do tanque; c) aumentar a eficiência das juntas soldadas, através de uma inspeção rigorosa; d) empregar chapas de reforço nas conexões acima de 2" .É fundamental um programa de manutenção preventiva, quer quanto a reparos quer quanto a substituições, pois previne paradas de emergência e permite que o material e mão de obra sejam programados antecipadamente a uma parada prevista. Avaliar as necessidades de inspeção e manutenção preventiva a curto e a longo prazo, em função das condições físicas observadas no decorrer da inspeção interna de tanques de armazenamento atmosféricos e de baixa pressão.Após a conclusão da presente pesquisa, acredita-se que foram atingidos os objetivos e as necessidades técnicas e teóricas relativas ao tipos de tanques existentes e os tipos de inspeções que são realizados nas Distribuidoras de Petróleo, considerando todas as variáveis aqui expostas como a padronização dos procedimentos relativos tanto aos testes realizados em tanques, como nos produtos são necessários para a garantia dos produtos comercializados.Para um estudo mais abrangente do tema seria necessário tais rotinas estarem inclusas no cotidiano. PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 12 Referências ABNT NBR 17505-2, Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Disponível em <http://www.abnt.org.br/>, acesso em 25 de Abril de 2014, às 15:30 horas. ALVES, Luiz Felipe Fontes Lopes.Tanques de Armazenamento em Concreto Protendido para Petróleo,Derivados e Biocombustíveis / Luiz Felipe Fontes Lopes Alves. – 2013 Apostila ABC da Inspeção. Disponível em <http://sites.petrobras.com.br/CanalFornecedor/portugues/requisitocontratacao/requisito_abcdain specao.asp> Acesso em 29 de Nov. 2014, 9:15. ApostilaControle de Qualidade – Disponível em<http://www.portosdoparana.pr.gov.br/arquivos/File/chamamento/Controles_de_Qualidade.p df> acesso em30 de Nov. 2014, 22:15. Apostila Curso de Formação de Operadores de Refinaria Química Aplicada– Corrosão. / Luiz Antonio Ferreira [et al.]. – Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002. Disponível em <http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/petrobras/corrosao.pdf> acesso em 29 de Nov. 2014, 8:25. Apostila PUC-Rio –Disponível em <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9226/9226_6.PDF> acesso em 20 de Out. 2014, 20:25. ApostilaRoteiro para Inspeção de Tanques Aéreos de Armazenamento de Combustíveis e suas Tubulações– Disponível em <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/category/57- p?download=5279:termo-de-referncia-roteiro-para-inspeo-de-tanques-areos-de-armazenamento- de-combustveis-e-suas-tubulaes> acesso em 26 de Abr. 2014, 22:00. Apostila Tanques – Disponível em <http://fabioferrazdr.files.wordpress.com/2008/08/3tanques.pdf > acesso em 25 de Out. 2014, 21:15. BALLOU, R.H (2001). Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Bookman. 1ª Edição. São Paulo. BARROS, E. M. "Tanques de Armazenamento", Apostila PETROBRÁS, 1984 – Disponível em <http://www.slideshare.net/mobile/assemilmontagens/apostila-de-tanques-2011> acesso em 20 de Ago.2014, 22:35. CARDOSO, Luiz Cláudio dos Santos. Logística do Petróleo: Transporte e armazenagem. Editora Interciência, Rio de Janeiro. 2004. GRUPO REGIONAL DE INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS NORTE-NORDESTE - Guia N°-9 – IBP - Inspeção de Tanques de Armazenamento – Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfL6UAI/guia-inspeção-taques-rev?part=7>acesso em Out. 2014,23:00. JAMBO, Hermano Cezar Medaber; Fofano, Socrátes, Corrosão – Fundamentos, Monitoração e Controle, Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2008 NBR 7821 - Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados. Disponível em<file:///C:/Users/usuario/Downloads/NBR%207821%20NB%2089%20%20Tanques%20sold ados%20para%20armazenamento%20de%20petroleo%20e%20derivados%20.pdf> acesso em 20 de Ago.2014, 22:00. PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 13 Resolução ANP-50 Disponível em <http://nxt.anp.gov.br/nxt/gateway.dll/leg/resolucoes_anp/2013/dezembro/ranp%2050%20- %202013.xml> acesso em: 25 de Set.2014, 21:00. SIQUEIRA,Prof. MSc. Robério Alves Siqueira, Curso: ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS, Ano: 2010. Centro Universitário Jorge Amado. Disponível em <http://xa.yimg.com/kq/groups/24400912/1315070801/name/AULA2+-TANQUES.ppt> acesso em 18 Out. de 2014, 9:00. ANEXOS Anexo 1 – Certificado de Arqueação PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 14 Anexo 2 – Certificado de Ensaio PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DO PETRÓLEO - UNINORTE / LAUREATE Manaus, AM, Brasil, novembro/2014 15 Anexo 3 – Certificado de Qualidade
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