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Cargos e Salários Edison de Almeida Costa Filho Curso Técnico em Recursos Humanos Educação a Distância 2021 Cargos e Salários Edison de Almeida Costa Filho Curso Técnico em Recursos Humanos Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | Set. 2021 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor(es) Autor(es) Edison de Almeida Costa Filho Revisão Edison de Almeida Costa Filho Coordenação de Curso Daniela Glaete Soares Lins Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Jonara Medeiros Siqueira Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 4 1.Competência 01 | Compreender o Plano de Cargos e Salários .......................................................... 6 1.1. Uma breve história do salário .................................................................................................................... 6 1.2. O que é um Plano de Cargos e Salários? ................................................................................................... 8 1.2.1 Plano de Cargos e Salários X Plano de Carreira. ................................................................................ 10 1.2.2. Nomenclaturas utilizadas no plano de cargos e salários. ................................................................. 10 1.3. Processo de Análise e Descrição de Cargo .............................................................................................. 13 1.4 Requisitos para Formulação e Implantação do Projeto de Cargos e Salários .......................................... 15 1.4.1 Os principais termos utilizados na análise de cargo são: .................................................................. 18 2.Competência 02 | Trabalhando o Planejamento de Carreiras Organizacionais ............................... 21 2.1 Conceito e importância do Planejamento de Carreiras Organizacionais ................................................. 22 2.1.1. A importância do Planejamento de Carreiras Organizacionais ........................................................ 23 2.1.2 Tipos de Planejamento de Carreiras Organizacionais ....................................................................... 24 2.2 O que é um organograma empresarial e para que serve? ....................................................................... 27 2.3 Fatores que influenciam na competitividade do mercado de trabalho ................................................... 30 2.4 Salários e Remuneração............................................................................................................................ 33 3.Competência 03 | Estudo das Remunerações Fixa e Variável .......................................................... 35 3.1 Sistema de Remuneração ......................................................................................................................... 36 3.2 Remuneração Estratégica ......................................................................................................................... 37 3.2.1. Os tipos de remuneração mais comuns são: .................................................................................... 38 3.3 Critérios para a construção de um plano de remuneração ...................................................................... 42 4.Competência 04 | Análise das Transições, Âncoras e Trajetórias de Carreira ................................. 47 4.2. Âncoras de Carreiras ................................................................................................................................ 49 4.3 Transições de Carreiras ............................................................................................................................. 54 Conclusão ............................................................................................................................................. 58 Referências ........................................................................................................................................... 59 Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 61 4 Introdução Olá, caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a disciplina de Cargos e Salários. A política de cargos e salários adotada para os empregados é uma das mais importantes dentro das diretrizes de uma empresa, visto que o sucesso de uma organização está fundamentado na qualidade e na dedicação de seu pessoal. Desse modo, quando a organização tem uma política salarial coerente, com incentivos e motivação adequados, a produtividade é estimulada, havendo maior esforço e interesse por parte do empregado. De acordo com Chiavenato (1999, p. 229), “a avaliação dos cargos é o processo através do qual se aplicam critérios de comparação dos cargos para se conseguir uma valoração relativa interna dos salários dos diversos cargos”. Logo, um plano de cargos e salários, bem estruturado, visa a compatibilidade entre os salários propostos pela empresa e os salários pagos no mercado. A estrutura dos cargos e de seus respectivos salários é vertical, distribuída entre os níveis estratégicos, táticos e operacionais. Cabe aos Recursos Humanos operacionalizar o processo de produção e promover a adequada repartição de verbas salariais, considerando o perfil de cada profissional, de modo a preservar a consistência interna e ajustar aos níveis praticados no mercado, promovendo uma remuneração clara e transparente, de acordo com a legislação trabalhista vigente. Esta disciplina é parte integrante do Módulo de Departamento de Pessoal do curso Técnico em Recursos Humanos ofertado pela Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco, na modalidade de Ensino a Distância (EaD), através de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e dividida em quatro competências que serão apresentadas semanalmente através dos recursos e materiais didáticos disponibilizados ao estudante. Na Competência 01 estudaremos a importância do Plano de cargos e salários nas organizações e sua implicação para o trabalhador, para o mercado e a sociedade em geral; o Desenho e avaliação de cargos, analisando fatores de especificações como requisitos mentais, físicos, responsabilidades e condições de trabalho. Na Competência 02 abordaremos de maneira teórica, com base em pesquisas bibliográficas, o Planejamento de Carreiras Organizacionais, a estrutura e as vantagens do Plano de Carreiras com a definição dos papéis. 5 Na Competência 03 faremos um estudo das Remunerações Fixa e Variável, seus componentes e definições sobre esses dois tipos de remuneração e aprenderemos também como construir um plano de remuneração que seja capaz de motivar o colaborador e manter a operação da empresa dentro do seu plano de metas.Na 4ª e última Competência estudaremos a Análise das Transições, Âncoras e Trajetórias de Carreira, dentro do sistema de gestão de pessoas. Ao concluir as quatro competências desta disciplina, você terá adquirido habilidades, conhecimentos e atitudes sobre os sistemas de remuneração; será capaz de entender a importância de cargos e salários e como esses são formados dentro de um planejamento; compreender como implantar um plano de cargos e salários; conhecer as principais ferramentas de planejamento utilizadas em Recursos Humanos para atrair e reter talentos, mas organizações. Bons estudos! Competência 01 6 1.Competência 01 | Compreender o Plano de Cargos e Salários Caro(a) estudante! A área de Recursos Humanos vem se tornando como uma das mais estratégicas dentro das organizações, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor. Em um mercado de constantes transformações como o atual, que se torna mais exigente a cada dia, é de fundamental importância que o Plano de Cargos e Salários esteja alinhado com o ambiente organizacional para proporcionar a redução de custos operacionais, motivar empregados e atender a legislação. Nesta primeira competência vamos conhecer um pouco da história do salário e compreender o que é um Plano de Cargos e Salários, suas nomenclaturas e terminologias utilizadas, conhecer o processo de análise e descrição de cargos e os requisitos para Formulação e Implantação do projeto de cargos e salários. Agora que você ouviu o podcast, vamos caminhar juntos, rumo ao conhecimento sobre essa competência. Iniciando com um breve histórico sobre salário. 1.1. Uma breve história do salário Para entendermos sobre o salário, vamos aprender como surgiu esse conceito e o que ele representava. Antes da humanidade inventar a moeda, a remuneração do trabalho humano era feita com mercadorias, como carneiro, porco, sal e peles. A palavra salário, aliás, surgiu a partir da porção de sal. O sal como uma iguaria era tão raro que podia ser facilmente trocado por vestimentas, armas, alimentos e etc. Mas antes, que tal você ouvir o podcast desta competência? Vá lá , que eu espero você aqui! Competência 01 7 Segundo FRANCO (2007) a origem da palavra salário vem do latim salarium, derivação de sal, que à época do império romano era uma das formas de remunerar os soldados por seus serviços ao Império. Literalmente uma porção de sal. Figura 1 – Salário do Trabalhador na época do império Romano Fonte: site satteva.com Descrição da Figura: uma colher de madeira, cheia de sal grosso, com porções derramadas sobre uma mesa de madeira. Fim da descrição. Da forma como conhecemos hoje o salário, surgiu a partir do século XIV. Antes desse tempo os servos e pessoas de classes mais pobres, como os camponeses, viviam nas terras de senhores feudais. Essas pessoas não recebiam nenhum tipo de remuneração pelos trabalhos realizados nas terras feudais. Porém podiam retirar o sustento delas como alimentos e uma casa para morar. Entretanto, às vezes sobravam legumes, frutas, hortaliças, caças e pescas nessas terras. Com a autorização dos senhores feudais era permitido que os servos vendessem esses itens em feiras nas cidades. Muitas vezes os donos das terras cobravam tributos por esse tipo de venda. O sal era à época um item extremamente valioso por ter várias funções como ajudar na cicatrização de ferimentos dos soldados; melhorar o sabor dos alimentos; e conservar os alimentos, especialmente as carnes. Por ser raro e também monopólio de alguns governos, servia de moeda de troca. Esse tipo de pagamento durou por todo o Império Romano, cerca de 5 séculos. Os imperadores e povos romanos adoravam tanto o sal que ele era considerado uma espécie de dádiva (presente) da deusa da saúde, Salus. Com a chegada do século XV e o surgimento de cidades, países em expansão territorial e viagens marítimas, começa a surgir a ideia de que o trabalho deve ser remunerado. Há casos de que Competência 01 8 até escravos eram remunerados pelos seus feitos em guerras por conquistas territoriais e em descobrimentos na era das grandes navegações. O conceito de salário como conhecemos hoje surgiu na era pós Revolução Industrial no século XVIII e ampliação do capitalismo. 1.2. O que é um Plano de Cargos e Salários? O plano de cargos e salários é considerado um processo de recompensa, cujo principal objetivo é motivar e incentivar os funcionários a serem eficientes e eficazes em suas respectivas funções, além de satisfazer cada um pessoalmente e profissionalmente, auxiliando no alcance dos objetivos organizacionais Desse modo o objetivo do plano de cargos e salários é ajustar as necessidades estruturais de organizações, bem como as expectativas dos trabalhadores, considerando as etapas de elaboração, classificação, procedimento, vantagens e desvantagens, de modo a proporcionar aos colaboradores uma remuneração justa e adequada aos valores previstos pela legislação, buscando a melhoria do desempenho da equipe como um todo, com foco nos resultados e metas da organização. Figura 2 – Salário do Trabalhador Fonte: site simplypag.com Descrição da Figura: cédulas de cem reais dentro de uma Carteira de Trabalho- CTPS, cor azul com letras branca e Previdência Social. Fim da descrição. Vamos dar uma olhada no vídeo a seguir para entender melhor, de forma lúdica, como se processa na prática um Plano de Cargos e Salários: https://www.youtube.com/watch?v=1X8rAanJyTQ https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm https://www.youtube.com/watch?v=1X8rAanJyTQ Competência 01 9 A partir da política de Administração de Cargos e Salários de uma organização pode-se reconhecer a capacitação profissional e o desempenho de seus funcionários. Segundo o escritor CHIAVENATO (1999), o desenvolvimento técnico-profissional do funcionário e sua contribuição efetiva para os resultados da organização serão os indicadores utilizados para esse reconhecimento. As organizações, de maneira geral, precisam investir em políticas de estruturação de planos de carreiras, de modo a incentivar o desenvolvimento de seu funcionamento, criando salários compatíveis com os cargos, funções e responsabilidades, desenvolvendo principalmente, uma política salarial justa. Para que isso aconteça, se faz necessário um levantamento de cargos existentes na organização, buscando a avaliação das reais necessidades de continuidade ou criação de novos cargos, redefinição de outros e mudanças, considerando a estrutura e as atividades da organização. Vejamos a seguir um exemplo de fluxo para estruturar um plano de cargos s salários: Figura 3 - Estruturação do plano de cargos e salários Fonte: Adaptação do autor ao conteúdo do livro CHIAVENATO (2010) Descrição da Figura: Fluxograma, com caixas nas cores verde e azul, das etapas de análise dos cargos de uma organização, começando pelos dados preliminares e descrição dos cargos internos, avaliando esses cargos na empresa Fim da descrição. Competência 01 10 A avaliação de cargos é um processo integrante e importante na elaboração do Plano de Cargos e Salários, quase sempre realizado após a Definição da estrutura de cargos e tem por base a descrição das atividades. De acordo com CHIAVENATO, 2010, o objetivo principal desse processo é atribuir valor para cada cargo da organização, conforme o seu grau de relevância, assim como, inserir esses valores numa escala hierárquica, que em seguida será aplicada na base da estrutura de salários. 1.2.1 Plano de Cargos e Salários X Plano de Carreira. É muito comum vermos profissionais se confundirem entre os termos “Plano de Cargos e Salários” e “Plano de Carreira”. São duas ferramentas distintas, apesar de estarem relacionadas na mesma área de interesse.Entenda: • Plano de Cargos e Salários: É focado na empresa, ou seja, define quais os cargos e funções existem na empresa, suas definições, faixas salariais e as competências necessárias para que o profissional preencha cada um deles. • Plano de Carreira: É focado nos colaboradores, isto é, indica o caminho que cada profissional pode percorrer dentro da empresa, determinando as competências necessárias para cada posição e a expectativa da empresa acerca da posição. 1.2.2. Nomenclaturas utilizadas no plano de cargos e salários. Como pudemos perceber pela leitura do item anterior que o plano de cargos e salários é considerado um processo de recompensa, cujo principal objetivo é motivar e incentivar os funcionários a serem eficientes e eficazes em suas respectivas funções, além de satisfazer cada um pessoalmente e profissionalmente, auxiliando no alcance dos objetivos organizacionais. Para entendermos melhor o plano de cargos e salários, vamos estudar os termos mais comuns utilizados no setor e seus significados: Importante! Anote: Em geral as organizações realizam periodicamente as avaliações dos cargos, seja por necessidade interna de corrigir possíveis distorções nos seus quadros, ou para adequar-se ao mercado, quando necessário. http://www.metadados.com.br/blog/index.php/2016/10/20/plano-de-cargos-e-salarios-inicie-estruturando-os-cargos-na-sua-empresa/ http://www.metadados.com.br/blog/index.php/2016/10/20/plano-de-cargos-e-salarios-inicie-estruturando-os-cargos-na-sua-empresa/ Competência 01 11 O que é Cargo? É o nome dados a todas as funções e tarefas exercidas pelo colaborador dentro da empresa. Também podemos dizer que é a posição que o funcionário ocupa dentro da empresa. Ao descrever um cargo, se relaciona claramente os deveres e responsabilidades atribuídas ao indivíduo que o irá ocupar esse cargo. Em outras palavras é o agrupamento de atribuições e responsabilidades da mesma natureza, nível de complexidade e requisitos, por exemplo assistente administrativo de contas pagar, operador de máquina de solda, etc. O que é Função? Algumas vezes confundido como cargo, a Função é o conjunto de responsabilidades atribuída ao empregado no momento da sua contratação. O colaborador pode ter uma ou mais funções dentro do seu cargo. A função é baseada no conjunto de tarefas realizadas. É baseada no conjunto de tarefas realizadas. Tendo em vista suas complexidades e características. Englobando as responsabilidades que lhe são impostas. Também pode ser definido como o conjunto de tarefas atribuídas a cada indivíduo na organização, por exemplo: assistente de departamento de contabilidade, arquivista do setor de pessoal, digitador do departamento de finanças, etc. O que é salário? Salário ou remuneração é o conjunto de vantagens habitualmente atribuídas aos empregados, em contrapartida de serviços prestados ao empregador, em quantia suficiente para satisfazer as necessidades próprias e da sua família. Desde a década de 1930 que o Brasil possui na legislação um valor mínimo que deve ser pago para o funcionário, conhecido por salário mínimo e seu valor pode variar de acordo com a categoria da atividade do trabalhador. Esse valor do salário mínimo é normalmente atribuído por associações ou sindicatos a que pertence o empregado. Existem formas pelas quais se permite que o salário seja pago, são elas: por tempo de trabalho; por produção; por tarefa (comissão); e, misto, quando o funcionário recebe um valor fixo Competência 01 12 mais um valor por vendas, por exemplo. Este assunto das remunerações veremos com detalhes na Competência 3 mais adiante neste e-book. O que são Tarefas? É o conjunto de atividades realizadas pelo funcionário. Tudo que ele executa diariamente no seu trabalho para que posso cumprir com suas responsabilidades e contribuição para a que a organização alcance seus objetivos, por exemplo: arquivar, digitar, copiar, inspecionar, supervisionar, etc. O que são Benefícios? Os benefícios são também conhecidos como remuneração indireta, são agregados ao salário para beneficiar os colaboradores e seus familiares. Existe uma grande variedade de benefícios como vale alimentação, vale refeição, auxílio transporte, assistência médica, assistência odontológica, auxílio creche, auxílio transferência, auxílio moradia, auxílio educação, vale combustível, cesta básica, auxílio medicamento, telefone celular, seguro de vida, bonificações por metas, viagens, etc. Alguns benefícios são negociados em acordos trabalhistas pela categoria do empregado. Em geral as empresas oferecem um plano de benefícios aos seus funcionários como complementação de salário. Existem alguns benefícios previstos em lei como o 13° salário para os funcionários contratados em regime CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, o FGTS – Fundo de garantia por Tempo de Serviço, férias remuneradas, descanso semanal remunerado, seguro-desemprego, faltas justificadas, entre outros. Os benefícios salariais são também uma forma especial de melhorar a remuneração, sem precisar realizar um aumento de salário. Como em muitos casos não há incidência de impostos trabalhistas, a medida pode, em alguns casos, ser mais vantajosa financeiramente do que um aumento salarial. Eles costumam ser aplicados quando o empregador busca: Quer saber mais sobre a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT? Acesse http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm https://www.pontotel.com.br/como-calcular-decimo-terceiro/ https://www.pontotel.com.br/como-calcular-ferias/ http://blog.spvale.com.br/gestao-de-beneficios/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm Competência 01 13 • Aumentar a motivação, o engajamento e a produtividade da equipe; • Atrair e reter talentos; • Melhorar a imagem empresarial, demonstrando que valoriza a equipe. A remuneração deve ser uma constante preocupação para gestores e trabalhadores, pois pessoas remuneradas de maneira adequada e satisfatória, executam suas tarefas com primazia e de maneira eficaz. Do mesmo modo, o profissional precisa ter seu papel bem definido junto à organização, bem como suas atribuições, relações e autoridade. É preciso se atentar ao fato que a comparação salarial entre os colaboradores pode ocorrer, de modo a evitar conflitos em relação a isso. 1.3. Processo de Análise e Descrição de Cargo Analisar um cargo significa detalhar as exigências que o cargo impõe ao seu ocupante nos aspectos de conhecimentos, habilidades e capacidades para desempenhar. A análise de cargo visa avaliar detalhadamente e apontar quais são os aspectos qualitativos de conhecimentos, habilidades e capacidades exigidas pelo cargo. Através dessa análise, são levados em conta os elementos operacionais, os fatores estratégicos, bem como determinar os requisitos físicos e mentais que o ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo impõe e também as condições em que o trabalho deve ser realizado. Análise e descrição de cargo possibilita a elaboração do Plano de Cargos e Salários que visa a motivação e o incentivo do crescimento profissional. Figura 4 - Crescimento Profissional Competência 01 14 . Fonte: https://www.treasy.com.br/blog/plano-de-cargos-e-salarios/ Descrição da Figura: homem de terno preto, gravata e pasta na mão subindo uma escada e a mão de homem desenhando os degraus. Fim da descrição A análise da função é um ponto importante na elaboração do plano de cargos e salários, pois o conhecimento das funções de cada cargo da empresa possibilita que o programa seja implantado da melhor maneira, por meio da análise de funções, descrição e avaliação dos cargos, pesquisa salarial e políticas de remuneração. A imagem a seguir mostra um exemplo de como realizar a avaliação de cargos nas organizações:Figura 5 - quadro com as etapas para Avaliação do cargo Fonte: Google Imagens Descrição da figura: o processo de descrição do cargo, inicia-se por uma pesquisa numa determinada fonte e dela se extraem os dados por um método de coleta de dados escolhido e, por fim se projeta a descrição mais a especificação do cargo. Fim da descrição. As organizações, de maneira geral, precisam investir em políticas de estruturação de planos de carreiras, de modo a incentivar o desenvolvimento funcional, criando salários compatíveis Importante! Qual a diferença entre cargo e função? Algumas pessoas confundem as duas definições. Cargo é o nome que se dá a posição que uma pessoa ocupa dentro de uma organização. Função é o conjunto de tarefas e responsabilidades relacionadas a esse cargo. Por exemplo o gerente de recursos humanos de uma organização. Esse é o cargo. Já suas atribuições são; administrar, distribuir tarefas e avaliar resultados, etc. https://www.treasy.com.br/blog/plano-de-cargos-e-salarios/ Competência 01 15 com os cargos, funções e responsabilidade, desenvolvendo, principalmente, uma política salarial justa. Com isso, se faz necessário um levantamento de cargos existentes, buscando a avaliação das reais necessidades de continuidade ou criação de novos cargos, redefinição de outros e mudanças organizacionais, considerando a estrutura e as atividades da empresa. Uma empresa organizada precisa ter nos seus quadros profissionais talentosos e atrair novos talentos. Esse é um fator essencial para que a organização seja reconhecida por clientes e pelo mercado de trabalho. Assim, a empresa precisa oferecer as melhores vantagens para um profissional qualificado, possíveis no seu orçamento e um plano de carreira organizado que valoriza o colaborador. Todo e qualquer funcionário terá de saber quais os postos pelos quais pode ascender à carreira, quais os benefícios, e o que precisam cumprir para concorrer a uma promoção, por exemplo. 1.4 Requisitos para Formulação e Implantação do Projeto de Cargos e Salários Cargos são funções substancialmente idênticas em relação à sua natureza, considerando tarefas executadas e especificações exigidas. Em uma organização típica, tem-se um número bem menor de cargos em comparação ao número de funções. Em outras palavras, cargo é o que cada colaborador pode desenvolver, o que faz, quando faz, como faz, onde faz e por que faz. Competência 01 16 Figura 6 - Quadro de Conteúdo do cargo Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/11004441/ CHIAVENATO (2004) Descrição da Figura: No quadro acima de fundo verde, com retângulos nas cores branco, azul e rosa, representando do conteúdo do cargo, cuja divisão em cinco perguntas: O que faz? Quais são as tarefas e atividades a executar; Quando faz? Em qual periodicidade executa, diária, semanal, mensal, anual, esporádica; Como faz? Através de pessoas, máquinas ou equipamentos, materiais, dados e informações; Onde faz? Local ou ambiente de trabalho; Por que faz? Objetivos do cargo, metas e resultados a atingir. Fim da descrição. Para desenhar um cargo, CHIAVENATO (2010) menciona que existem quatro condições fundamentais: • Conteúdo do cargo – conjunto de tarefas e atribuições que o funcionário deve desempenhar; • Métodos e processos de trabalho – como as tarefas e atribuições serão desempenhadas; • Responsabilidades – a quem o colaborador deve se reportar; • Autoridade – quem estará sob a supervisão do colaborador, ou seja, seus subordinados. Competência 01 17 Logo, se entende que o desenho de cargos é a descrição do conteúdo e dos métodos de trabalho e das relações com outros cargos. Desse modo, os cargos podem ser preenchidos de acordo com as descrições e as especificações propostas no desenho de cargos. Veja figura abaixo: Figura 7 - Quadro dos fatores de Especificações na análise de cargos Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/11004441/ Instituto Chiavenato (2004) Descrição da Figura: fluxograma com quatro colunas e quatro linhas retangular nas cores: azul, amarelo, verde, os quatro tipos de Fatores de Especificações; os requisitos mentais, físicos, responsabilidades e condições de trabalho e suas correspondentes necessidades/ações de cada um dos requisitos. Fim da descrição. As informações obtidas por meio da descrição e análise de cargos são utilizadas para que a melhor forma, meios e técnicas de recrutamento sejam empregados, de modo a tornar o processo de seleção o mais adequado possível. Também possibilita a avaliação de desempenho utilizada na definição de critérios e padrões empregados na avaliação do colaborador, das metas e dos resultados obtidos. No quesito treinamento e desenvolvimento, é possível observar quais são as necessidades de treinamento, possibilitando a elaboração de programas de T&D (Treinamento e Desenvolvimento de pessoas), além de servir de base para a avaliação e a classificação de cargos, bem como a elaboração de planos de carreira para a organização. Competência 01 18 1.4.1 Os principais termos utilizados na análise de cargo são: • Análise de cargo – É o estudo que visa avaliar e apontar quais são os aspectos qualitativos, habilidades e condições exigidas pelo cargo. Da análise, resulta a descrição e a especificação do cargo. • Especificação do cargo – É o relato dos requisitos, responsabilidades e esforços impostos ao ocupante do cargo. Esses relatos não devem ser longos e vagos e poderão não ser definitivos, uma vez que poderão sofrer modificações durante as avaliações dos cargos. • Descrição do cargo – É o processo que descreve o conjunto de tarefas, atribuições e funções realizadas pelo colaborador em determinado cargo. Seria representar por escrito o que se realiza no dia-a-dia. Vejamos a seguir um caso prático da descrição do cargo de Assistente Administrativo numa organização fictícia, mas que se assemelha muito com empresas no mundo real: Descrição Responsável por fornecer suporte a nossos gerentes e funcionários, auxiliar nas necessidades diárias de escritório e gerenciar as atividades administrativas gerais de nossa empresa. Deve ter excelentes habilidades de comunicação oral e escrita e ser capaz de organizar seu trabalho usando ferramentas, como o MS Excel. Responsabilidades • Atender e direcionar chamadas telefônicas; • Lidar com solicitações e consultas administrativas de superiores; • Organizar e agendar compromissos; • Planejar reuniões e cuidas de atas detalhadas; • Enviar e reconciliar relatórios de despesas; • Atuar como o ponto de contato para clientes internos e externos; • Preparar relatórios e manter sistemas de arquivamento organizados. Competência 01 19 Requisitos • Ensino médio ou superior incompleto; • Conhecimento de sistemas e procedimentos de gerenciamento de escritório; • Conhecimento prático de equipamentos de escritório, como impressoras e projetores de multimídia; • Proficiência no MS Office (MS Excel e MS PowerPoint); • Excelentes habilidades de gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar o trabalho; • Atenção aos detalhes e habilidades para resolver problemas; • Excelentes habilidades de comunicação escrita e verbal; • Fortes habilidades organizacionais. “A avaliação de cargos é um termo que engloba técnicas em que aplicamos critérios comuns para a comparação de cargos, de modo a conseguir uma estrutura lógica, equitativa, justa e aceitável dos cargos (CHIAVENATO, 1999)”. É um processo em que analisamos e comparamos os conteúdos dos cargos, colocando-os em ordem de classes, podendo ser utilizadas como critério para o sistema de remuneração, sob uma base consistente e sistemática, de modo a construir uma hierarquia entre eles. Com a ordenação do cargo de cada colaborador, a tomada de decisão relacionada ao salário dos membrosde cada equipe se torna mais eficaz. Cada cargo possui sua própria importância, que deve ser determinada, de modo a ordenar ou hierarquizar os cargos de acordo com o seu valor, associando desse modo, uma tabela de remuneração para cada um. Existem alguns procedimentos para que a avaliação de cargos seja feita, conforme abaixo: • Escolha do comitê de avaliação, geralmente composta por: o Membros permanentes – gerente de RH, analista de cargos e salários e membros que devem participar de todas as avaliações; Competência 01 20 o Membros provisórios – aqueles correspondentes a sua área de supervisão, por exemplo: gerente administrativo para cargos administrativos, gerente operacional para cargos operacionais, etc.; o Membros opcionais – representantes do sindicato, por exemplo. • Elaboração de um manual de instrução para os avaliadores; • Elaboração de formulários de avaliação; • Fornecimento de cópias das descrições dos cargos para os avaliadores; • Cronograma a ser seguido na avaliação. Caso a organização tenha muitos cargos em sua estrutura, não é necessária a avaliação de todos eles, sendo estabelecidos cargos chaves para representar as diversas áreas da empresa. Como exemplo: Uma determinada organização tem três cargos para Analista de Recursos Humanos; Analista Junior, Analista Pleno e Analista Sênior. Basta a analisar o cargo- chave “Analista de Recursos Humanos”. Assim concluímos essa primeira competência sobre a compreensão do Plano de Cargos e Salários. Vá para os fóruns e coloque suas descobertas para os demais colegas de curso e interaja com eles e os professores sobre suas dúvidas. Lembro que nos Destaques existem mais materiais para se aprofundar nesse assunto, não deixe de visitar. Em seguida veremos juntos na segunda competência como trabalhar o planejamento de carreiras organizacionais. Um abraço e até lá! Ah! Mas não esqueça de assistir a vídeo aula dessa competência, que traz mais detalhe sobre cargos e salários. 21 Competência 02 2.Competência 02 | Trabalhando o Planejamento de Carreiras Organizacionais Olá Estudante! Nesta segunda competência estudaremos sobre o Planejamento de Carreiras, avaliando a temática sob a ótica e as necessidades de gestão organizacional, bem como para o profissional, e estabelecer os benefícios do planejamento de carreiras. Agora que você ouviu o podcast, vamos caminhar juntos, rumo ao conhecimento sobre essa competência. Observamos que o mercado de trabalho vem passando por muitas transformações que atingem diretamente as empresas e o significado das palavras “emprego, trabalho e carreira”, como até então conhecíamos. A estabilidade hoje em dia é algo que não depende somente do planejamento de carreira criado pelas empresas, mas também por busca pessoal do profissional. Segundo CHANLAT 1996, “após a Segunda Guerra Mundial, as sociedades industrializadas tiveram cerca de 30 anos marcados por um enriquecimento, um crescimento ininterrupto e melhoria nas condições de vida sem precedentes na História”. Nesse tempo eram grandes as ofertas de trabalho. Mas a partir da década de 90, com a globalização trazendo rapidez das informações, produção e comercialização, um dos principais efeitos sentido no mercado mundial foi o aumento da concorrência, que obrigou as organizações a se reestruturarem, buscando novos perfis para os seus trabalhadores. Com a concorrência mais acirrada entre as empresas temos início a uma nova era da busca por profissionais mais especialistas e focados, e por sua vez, mais preocupados com suas carreiras. Convido você a me acompanhar nesta Competência 2 e descobrir como estas transformações no mercado de trabalho podem interferir nas escolhas de carreiras dos profissionais e da importância do planejamento de carreiras para as organizações e para o indivíduo. Mas antes, que tal você ouvir o podcast desta competência? Vá lá , que eu espero você aqui! 22 Competência 02 Figura 8 - Planejamento Fonte: https://www.google.com/Search Descrição da Figura: um homem de costa, usando paletó de frente para uma parede fazendo desenhos de uma cidade, nuvens, ícones na cor preto e banco.Fim da descrição. 2.1 Conceito e importância do Planejamento de Carreiras Organizacionais Primeiramente, vamos entender o porquê da necessidade das organizações possuírem Planejamentos de Carreiras. Tendo em vista que qualquer empresa, mesmo aquelas sem fins lucrativos buscam a qualidade dos seus produtos ou serviços, permeando a produtividade e a interação sociocultural dos seus integrantes, se faz necessário a elaboração de um programa estruturado em que se estipula o caminho pelo qual cada funcionário irá seguir dentro de uma empresa, estabelecendo as competências necessárias em cada cargo e função e ainda qual é a expectativa da empresa em relação àquele cargo. Assim sendo, um planejamento de carreira de uma empresa tem como objetivos atrair e reter talentos proporcionando o desenvolvimento organizacional através de um melhor aproveitamento das potencialidades dos seus funcionários favorecendo um clima organizacional mais assertivo. Possibilita aos seus funcionários um modelo para eles construírem seus próprios planos de carreira, além de propiciar engajamento com a empresa, automotivação, e consequentemente aumento da sua produtividade, vislumbrando a possibilidade de se desenvolver cada vez mais e alcançar a sonhada estabilidade. Observe, no entanto, que falamos em Planejamento de Carreira Organizacional, e Planos de Carreira simplesmente. Baseado nas nomenclaturas de Pontes (1993), Planejamento de Carreira 23 Competência 02 Organizacional trata do estabelecimento das metas e das trajetórias de carreira dos funcionários, pautados nos Planos de Carreira, que são os instrumentos que definem as trajetórias de carreiras existentes na empresa. Assista o vídeo a seguir e entenda um pouco mais sobre esse tema. Figura 9 – Plano de carreira Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=T9j3YLTlJvQ Descrição da Figura: mulher parda, cabelos longos, usando camisa preta ao fundo espaço de trabalho. Ao lado direito escrita plano de carreira. Fim da descrição 2.1.1. A importância do Planejamento de Carreiras Organizacionais Para as empresas o processo de contratação de novos funcionários quando realizado constantemente, é dispendioso e causa desgaste, além do gasto de tempo necessário para que os novos funcionários adquiram experiência para desempenharem bem suas funções. Portanto para as empresas torna-se vital a elaboração de um planejamento de carreiras, pois além de trabalhar a sua imagem perante o mercado na conquista de novos talentos, possibilita o aumento do índice de retenção destes, além de reduzir o turnover facultativo, ou seja, as situações em que o funcionário pede demissão da empresa. NOTA: Em Recursos Humanos, o turnover ou rotatividade de pessoal é o nome dado ao fluxo de admissão e desligamento de funcionários em uma empresa. https://www.youtube.com/watch?v=T9j3YLTlJvQ 24 Competência 02 Figura 10 - Figura do Turnover Fonte: imagem free retirada do Istok Descrição: balão de fala amarelo com a tradução da palavra Turnover do inglês. Índice alto de turnover representa tanto perda financeira para a empresa quanto desgaste de sua imagem, e o tempo que a empresa demora para achar um substituto pode afetar sua produtividade e impactar os negócios. Além disso, quando a empresa possui planejamento de carreira, demonstra para seus funcionários que existe uma preocupação em fazê-los crescer ali, e dentre outras coisas, representa a sua responsabilidade de oferecer treinamentos constantes e aprimoramento dos seus profissionais. Fatores que geram interesse desses profissionais motivando- os e engajando-os a fim de conquistarempromoções e cargos hierarquicamente superiores. 2.1.2 Tipos de Planejamento de Carreiras Organizacionais Para se elaborar um plano de carreira em uma organização, como em qualquer outro planejamento, deve-se fazer uma análise da situação atual, os objetivos a serem alcançados, e por último, estabelecer as ações e seus prazos de implantação. Analisando a figura abaixo, encontraremos três tipos de Planos de Carreira, dentre os mais conhecidos no mercado. https://documentos.luz.vc/p/canvas-de-plano-de-carreira-em-pdf-para-impressao/ 25 Competência 02 Figura 11 - Planos de carreira Y, W e em Rede. Fonte: https://blog.tangerino.com.br/plano-de-carreira/ Descrição da figura: Colocados numa sequência, um ao lado outro, vemos na imagem os três tipos de planos de carreira mais comuns. O plano de carreira em Y: o colaborador escolhe entre ser especialista ou líder; Carreira em W: O colaborador escolhe entre cargos de gestor de projetos; Carreira em Rede: o colaborador passa por vários cargos e escolhe o caminho que quer seguir. Nas cores laranja e azul. Fim da descrição. Para planejamentos de carreiras organizacionais, são mais comumente encontrados três tipos conforme vem a seguir: Plano de carreira em Y O plano de carreira em Y é mais comumente usados por empresas que possuem uma estrutura mais formal com seus cargos e funções bem definidos. A letra “Y” faz uma alusão a uma bifurcação que aparece no caminho do profissional em ascensão, oportunizando-o escolher entre seguir como especialista da área técnica de um setor da empresa ou como gestor. Plano de carreira em W O plano de carreira em W como pode ser observado oferece mais uma via, onde o profissional desenvolve tanto suas características técnicas quanto as de liderança. Nesse tipo de planejamento, mais comum em setores de tecnologia, o que acontece é que o profissional não passa a ser uma liderança natural, orientando o desenvolvimento de seus subordinados, mas sim um líder técnico. 26 Competência 02 Plano de carreira em rede Outro tipo de plano de carreira, que pode ser considerado uma variação do planejamento em Y, é o em Rede. Nesse caso, em vez de vislumbrar apenas duas opções, o funcionário tem uma gama maior de opções de cargos a exercer dentro da empresa. A ideia é que o profissional evolua passando de um cargo ao outro considerando suas próprias habilidades e interesses. Para que esse plano seja colocado em prática, porém, a definição de metas que determinam se o profissional está apto para avançar ou não em sua trajetória é essencial. A existência de caminhos múltiplos para que um funcionário siga dentro da empresa permite, inclusive, que ele mude de um cargo técnico para um de gestão e vice-versa. Algo que lhe dá melhores oportunidades de conquistar suas metas pessoais e de descobrir a qual função se adapta melhor. Esse tipo de plano de carreira pode ser especialmente interessante para o referido caso de trabalhadores que não almejam cargos de liderança, mas sim vivenciar experiências relevantes em sua jornada profissional. Uma alternativa, portanto, para quem precisa considerar o perfil de seus funcionários diante das transformações vividas pelo mercado de trabalho nos últimos anos. Figura 12 - Tabuleiro de xadrez Fonte: https://impulsiona.org.br/xeque-mate-o-xadrez-mostra-seu-jogo/ Descrição da figura: mão suspendendo uma peça de xadrez em uma jogada do jogo de xadrez. Jogo com peças de madeira sobre um tabuleiro. Fim das descrições. Como já foi visto, um plano de carreira empresarial tem como objetivo unir as metas do empregado e da organização, potencializando o crescimento de ambos e para se elaborar um planejamento empresarial, primeiramente se faz necessário conhecer a estrutura organizacional da empresa a fim de decidir qual tipo de plano de carreira é o mais adequado. Portanto deve-se formatar o organograma empresarial, seus cargos existentes e até mesmo aqueles que a empresa considera necessário criar, para viabilizar o plano de carreira, seguindo as seguintes etapas: 27 Competência 02 1. Buscar a opinião dos funcionários. 2. Definir os caminhos para a progressão. 3. Estimular o aperfeiçoamento e investimento em treinamentos. 4. Estabelecer metas claras e processos claros. 5. Investir no feedback e na reavaliação. 6. Implementar. 2.2 O que é um organograma empresarial e para que serve? O organograma empresarial espelha como a empresa organiza seus grupos, áreas, departamentos, cargos e hierarquias e ajuda a simplificar todo o funcionamento da organização, e ajuda a garantir a agilidade na percepção de suas várias áreas de seu negócio. É também a representação gráfica de toda a estrutura da empresa, que consiste na configuração dos cargos e da relação entre as funções, autoridade e subordinação. Um organograma é extremamente importante para a empresa além de proporcionar que as informações da empresa estejam mais organizadas, o organograma também contribui para uma melhor visão sistêmica; mostra os pontos fortes da instituição e os que podem ser melhorados; promove um maior envolvimento entre os colaboradores e padroniza os processos da empresa. Existem vários modelos de organogramas que podem ser utilizados pelas empresas. Cada modelo possui características únicas e que também acabam trazendo certas vantagens e desvantagens. A empresa deve adotar um modelo que se encaixe melhor na sua estrutura e tipo de negócio. Vamos dar uma olhada rápida nos modelos mais utilizados no mercado; Organograma Clássico - Considerado como o mais simples e o mais comum, mostra a hierarquia da empresa de cima para baixo, podendo que suas caixinhas sejam representadas por pessoas, funções ou até departamentos. 28 Competência 02 Figura 13 - Organograma Clássico. Fonte: DocPlayer.com: https://docplayer.com.br/172406952-Analise-da-area-de-logistica-em-uma-empresa-de- papelao-ondulado.html Descrição: O quadro apresenta um organograma clássico do departamento de logística de uma empresa de papelão ondulado, mostrando a hierarquia a partir do Gerente de Logística e três níveis de funções abaixo, dentro de suas respectivas áreas. Organograma Horizontal – Apesar deste tipo de organograma apresentar a mesma essência que o anterior, a grande diferença em relação ao vertical está em sua representação gráfica onde as caixinhas são apresentadas horizontalmente, sendo que os cargos de estratégia e comando (mais importantes hierarquicamente) estão na esquerda, enquanto os cargos operacionais ficam na direita. Normalmente aplicado para organizar projetos ou departamentos de um estabelecimento, agregando uma percepção mais igualitária e menos hierárquica. Figura 14: Organograma Horizontal. Fonte: https://tecnoblog.net/267126/ https://docplayer.com.br/172406952-Analise-da-area-de-logistica-em-uma-empresa-de-papelao-ondulado.html https://docplayer.com.br/172406952-Analise-da-area-de-logistica-em-uma-empresa-de-papelao-ondulado.html https://tecnoblog.net/267126/ 29 Competência 02 Descrição: O quadro apresenta um organograma horizontal de uma empresa fictícia, mostrando os níveis hierárquicos a partir do quadrante à esquerda, tendo à direita os níveis de subordinação. Organograma Circular ou Radial – Este tipo de organograma, como seu próprio nome sugere, mostra a hierarquia de uma empresa de forma circular, colocando cada cargo da instituição lado a lado, tendo o cargo mais alto ao centro. Este modelo é muito usado por empresas que possuem o objetivo de passar uma ideia de colaboração entre seus membros e de trabalho em equipe, e não a ideia de chefes e subordinados. Figura 15 - Organograma Circular ou Radial. Fonte: https://www.pontotel.com.br/organograma-de-uma-empresa/ Descrição: O quadro apresenta um organograma circular de uma empresa fictícia,mostrando os níveis hierárquicos a partir do centro, onde figura o mais alto cargo. A partir dele, nos quatro lados, estão os níveis de subordinação mais próximos, até chegar em todos os níveis de subordinação. Organograma Linear de Responsabilidade (OLR) – Este modelo pode ser considerado por muitos como o mais diferente que existe, porque seu objetivo é mostrar a relação que existe entre as atividades ou processos da empresa, assim como entre as pessoas que são responsáveis por cada tarefa. Dessa forma, seu design não é feito focando na hierarquia da empresa. Além disso, ele usa diversos símbolos como legendas para cada relação que deseja exemplificar. É ideal para empresas com gestão de processos bem definida. https://www.pontotel.com.br/organograma-de-uma-empresa/ https://www.coalize.com.br/gestao-de-processos-nas-empresas 30 Competência 02 Figura 16 - Organograma Linear de Responsabilidade. Fonte: https://www.coalize.com.br/para-que-serve-um-organograma Descrição: O quadro apresenta um exemplo genérico, fictício de um organograma Linear de Responsabilidade, mostrando a relação entre as atividades e os responsáveis por elas. Utiliza símbolos pré-determinados para as atividades ou processos. Além desses quatro tipos de organogramas mais comuns encontrados nas empresas do mercado, existem outros tipos como o Organograma Matricial (Para Multinacionais), Organograma Setorial (para setores ou unidades de negócios na empresa). Cada um desses modelos é muito diferente um do outro, por isso que é extremamente importante que a empresa o defina a partir da ideia de como deseja demonstrar a hierarquia de seu local de trabalho para seus funcionários. 2.3 Fatores que influenciam na competitividade do mercado de trabalho Existem fatores que possibilitam a empresa se tornar competitiva dentro do mercado de trabalho, como: o tamanho (porte) da empresa, sua localização, o grau de sindicalização, a lucratividade, plano de remuneração da empresa, as políticas internas, etc. Desse modo, as empresas em geral procuram criar programas de incentivos, atrelados na maioria das vezes, ao plano de remuneração que visam a satisfação do funcionário no ambiente de https://www.coalize.com.br/para-que-serve-um-organograma 31 Competência 02 trabalho no intuito de atrair e motivar os colaboradores, mantendo uma posição competitiva favorável perante a concorrência. Muitas delas ofertam ao mercado planos de incentivos individuais e em grupo. Quando se fala em plano de incentivo individual, este deve ser flexível para atender às necessidades individuais dos funcionários, lhes proporcionando uma vida pessoal e familiar mais tranquila e produtiva, promovendo condições para que as pessoas se desliguem de suas preocupações pessoais e se concentrem em suas atividades e funções dentro da organização (CHIAVENATO, 1999). Os incentivos individuais podem ser divididos em: a) Trabalho por produção, onde os funcionários recebem uma determinada quantia por cada unidade produzida; b) Plano de tempo padrão, estabelecendo taxas de incentivo baseadas em um tempo predeterminado como padrão. Caso o funcionário termine o trabalho em um tempo menor, seu pagamento se baseia no tempo padrão multiplicado pelo valor da hora trabalhada. Neste caso, as manutenções dos equipamentos bem como a qualidade dos produtos devem ser constantemente avaliadas para que não sejam afetados na medida em que os funcionários realizam seus trabalhos com mais rapidez, visando receber uma renda adicional; c) Bônus, pagamento de incentivos para os funcionários, creditado no final do ano e não incorporado ao salário do funcionário; d) Pagamento por mérito, onde o pagamento-base sofre um aumento de acordo com a maneira que o funcionário desempenha seu trabalho, atingindo determinado padrão de desempenho; e) Incentivo de vendas, que exige o entusiasmo e o impulso para as atividades, mantendo os funcionários sempre motivados por conta da natureza competitiva para o alcance de resultados, capitalizando colaboração e confiança dos funcionários; f) Remuneração de executivos, motivando seu desenvolvimento e o uso de capacidades que impulsionem na consecução dos objetivos organizacionais. 32 Competência 02 Desse modo, cada plano de incentivo citado acima deve se adequar ao perfil dos funcionários e às atividades exercidas por eles, satisfazendo cada colaborador de maneira individual, tanto na esfera econômica quanto na social. Por sua vez, os planos de incentivo de grupo permitem que os funcionários compartilhem os benefícios proporcionados pela melhoria da eficiência, incentivando o espírito de colaboração, ao invés do individualismo, recompensando a contribuição de todos para a empresa. Os modelos de planos de incentivo em grupo são: a) Remuneração de equipe, onde o objetivo é incentivar e estimular o trabalho de equipe e a coordenação entre os trabalhadores; b) Planos de incentivo de participação nos resultados, programas destinados ao aumento de produtividade e diminuição de custos de pessoal, compartilhando lucros com os funcionários; c) Plano Scalon, que implica em uma boa gestão, liderança, confiança e respeito entre funcionários e gerentes, resultando em eficiência, lucratividade, estabilidade para os funcionários e alta remuneração; d) Plano Rucker, inclui apenas trabalhadores da produção, mas pode ser expandido de modo a abranger todos os funcionários. As comissões são feitas a partir de sugestões de funcionários, baseando-se nos ganhos totais dos funcionários operacionais e o valor da produção criado pelos funcionários. De modo geral, os planos de incentivo têm o objetivo de criar um ambiente em que a colaboração e o trabalho em equipe sejam constantemente incentivados. 33 Competência 02 Figura 17 - Incentivando a competitividade empresarial. Fonte: https://capitalsocial.cnt.br/competitividade/#o-que-e-competitividade-empresarial Descrição: A figura mostra uma competição interna com vários funcionários de uma organização, todos buscando atingir em primeiro lugar, a linha de chegada que simboliza os objetivos empresarial. 2.4 Salários e Remuneração Remuneração é definida como um meio de recompensa externa ao indivíduo, estimulando comportamentos e motivando o trabalho, capaz de gerar motivação, comprometimento, espírito de equipe e alcance de metas e resultados, sendo o que o empregado recebe em troca de seu trabalho. Para Chiavenato (2010): Remuneração é a retribuição dada ao funcionário de acordo com o trabalho, dedicação e esforço pessoal desenvolvido por ele, através de seus conhecimentos e habilidades, podendo ser um pacote de recompensas quantificáveis que o empregado recebe por seu trabalho (CHIAVENATO, 2010, p. 167) De acordo com o autor, a remuneração é composta por três componentes principais, variando de uma organização para outra: • Remuneração básica – pagamento fixo que o funcionário recebe em forma de salário mensal ou por hora, de acordo com o seu trabalho; • Incentivos salariais – programas desenhados para recompensar os funcionários por conta de seu bom desempenho, por meio de bônus e participação nos resultados; • Benefícios – concedidos em forma de férias, seguro de vida, plano de saúde, refeições, transportes. Esses programas são chamados de remuneração indireta. Os sistemas de remuneração são capazes de proporcionar para o ambiente de trabalho a harmonia, oferecendo possibilidades de crescimento na carreira, além de proporcionar um sentimento de valorização dos funcionários e o respeito mútuo entre todos os colaboradores. Na Competência 03 estudaremos essa questão da remuneração com mais detalhes quando estudarmos os sistemas de remuneração. https://capitalsocial.cnt.br/competitividade/#o-que-e-competitividade-empresarial 34 Competência02 Finalizando a Competência 02 aprendemos como se trabalha o planejamento de carreias organizacionais. Releia o material em casos de dúvidas, se aproprie do aprendizado das videoaulas e vá ao fórum e publique suas dúvidas ou suas descobertas. Até a próxima competência! Um abraço e até lá! Ah! Mas não esqueça de assistir a vídeoaula dessa competência, que traz mais detalhe sobre salário e remuneração Competência 03 35 3.Competência 03 | Estudo das Remunerações Fixa e Variável Olá, estudante! A administração de cargos e salários, a avaliação de desempenho e o plano de carreira formam o processo e planejamento, execução e controle das recompensas salariais, como explicitado por Ferreira (2001). Entendendo-se por avaliação o desempenho as metodologias utilizadas para monitorar as execuções de tarefas, comportando habilidades, competências e aptidões, que fazem a diferença na determinação de remunerações seja em composição fixa ou variável. Agora que você ouviu o podcast, vamos caminhar juntos, rumo ao conhecimento sobre essa competência. Assim avaliando na prática a performance de profissionais ou equipes podemos perceber que nem todos deveriam ter a mesma remuneração final, visto que alguns se sobressaem a outros nesse aspecto. Imaginemos hipoteticamente um profissional que não atende bem, não tem compromisso com suas tarefas e não busca inovações, deveria ter a mesma remuneração final de um profissional que age de forma totalmente oposta? Nunca devemos esquecer que as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas impulsionam as organizações a incrementarem as condições remuneratórias, seja na área pública ou privada, buscando equilíbrio nas finanças, aumentando a competitividade através da qualidade dos serviços e a complexidade na gestão da área. As remunerações podem garantir formulações dinâmicas, agregando valor ao cargo e a função, de acordo com as competências apresentadas e desenvolvidas, substituindo um aumento de salário base por salário variável, benefícios flexíveis, premiação por habilidades, inovação e outras competências diferenciadas. A remuneração comporta salário base, inclusive adicionais, benefícios e salário variável, mas nunca esqueça de que remuneração não é salário e vice-versa. Então o salário base é um fixo e correlaciona-se aos desempenhos, habilidades e competências a serem desenvolvidas no cargo. Já o Mas antes, que tal você ouvir o podcast desta competência? Vá lá, que eu espero você aqui! Competência 03 36 salário variável é pontual e não incorporado ao salário base, aparecendo como comissionamento ou premiação Vamos entender quais as diferenças existentes nas remunerações e a melhor forma de administrá-las? 3.1 Sistema de Remuneração Podemos dizer que a remuneração hoje foi inspirada nos modelos americanos que chegaram ao Brasil na década de 40 com as primeiras técnicas aplicadas. De lá para cá, os modelos passaram desde empresas governamentais a multinacionais. Somente a partir dos anos 80, estabeleceu-se uma grande ligação entre os instrumentos de remuneração e os sistemas de desempenho, consolidando nos anos 90 com o surgimento, entre outras técnicas, da remuneração variável e da participação nos lucros e resultados. Com o avanço da tecnologia, e com a globalização, foi necessário que as estratégias de remuneração se renovassem constantemente, hoje podemos dizer que o sistema mais utilizado nas organizações visa contemplar a satisfação e a retenção de bons funcionários e a ferramenta em questão está focada em um sistema de remuneração por competências e habilidades. Vamos então tratar agora sobre o estudo da remuneração de pessoas, pois a forma de recompensa de um funcionário pelo seu trabalho é essencial para o funcionamento das organizações. Os conceitos de remuneração, segundo Chiavenato (2010) são: • Remuneração é o processo que envolve todas as formas de pagamento ou de recompensas dadas aos funcionários. • Remuneração é a função de RH que lida com as recompensas que as pessoas recebem em troca do desempenho das tarefas organizacionais. • Remuneração inclui retornos financeiros e serviços tangíveis, além de benefícios aos empregados como parte das relações de emprego. • Remuneração é o pacote de recompensas quantificáveis que um empregado recebe pelo seu trabalho; inclui três componentes: remuneração básica, incentivos salariais e remuneração indireta/benefícios. Competência 03 37 • Remuneração é um processo de troca: de um lado, as expectativas de trabalho por parte da organização e, de outro, a recompensa que uma pessoa recebe pelo seu trabalho. Como pode ser notado, é possível que o processo de remuneração envolva mais do que a parte financeira, chamada de remuneração básica, podem-se incluir também os famosos benefícios, onde os mais comuns são: plano de saúde, vale alimentação, entre outros. Além desse, inclui-se nas possibilidades de remuneração os incentivos, que são programas desenhados para recompensar funcionários com bom desempenho. Abaixo teremos um esquema para facilitar o entendimento: Remuneração Total (conceito simples) Figura 18 – Remuneração Total. Fonte: Autoria Própria (2021). Descrição da figura: A figura acima representa o conceito básico de remuneração total que engloba a remuneração básica, os benefícios e os incentivos salariais. Fim da descrição 3.2 Remuneração Estratégica Para melhor entender sobre o sistema de remuneração é preciso se aprofundar nos modelos de Remuneração Estratégica. A partir de meados de 1980, começaram a surgir grandes mudanças organizacionais de grande impacto nas empresas devido ao desenvolvimento da tecnologia. Isso fez com que as instituições buscassem vantagem competitiva. A partir daí, surgiu a Competência 03 38 remuneração estratégica que se trata de um conjunto de modelos de pagamento em que os profissionais recebem adicionais a partir do seu desempenho. 3.2.1. Os tipos de remuneração mais comuns são: • Remuneração funcional: Chamado também de Plano de Cargos e Salários, este modelo de remuneração é um dos mais tradicionais e seu sistema depende de informações como: descrição de cargo, faixas salariais, política de administração dos salários etc. Componentes de um Sistema de Remuneração Funcional Figura 19 – Componentes de um Sistema de Remuneração Funcional Fonte: Autoria própria (2021) Descrição da Figura: Na figura de cincos setas lado da outra voltadas para o interior, formando uma estrela de cinco pontas, representando os componentes que influenciam e compõem o sistema de remuneração funcional, com Política Salarial, Avaliação de Cargos, Faixas Salariais, Pesquisa salarial e Política Salarial. Fim da descrição • Remuneração por habilidades: É uma maneira de incentivar a qualificação dos profissionais e vincular benefícios aos níveis de especialização. • Remuneração por competências: Enquanto a remuneração por habilidades é aplicada no nível operacional, a remuneração por competências é mais adequada aos demais níveis da organização. Aplica-se para empresas que operam em ambientes Competência 03 39 muito competitivos e para as quais a capacidade de inovação é fator crítico de sucesso. Sistema de Remuneração por Habilidade ou Competência, demostrado na figura abaixo: Figura 20 – Características principais de um Sistema de Remuneração por Habilidade ou Competência Fonte: Autoria própria (2021) Descrição da figura: Na figura vemos três hexágonos (figura geométrica), sendo dois na parte superior e o terceiro na parte inferior, centralizado no meio dos demais acima, representando os componentes de um Sistema de Remuneração por Habilidade ou Competência. Fim da descrição • Remuneração variável: Algumas empresas preferem optar por remunerarseus colaboradores por tarefas realizadas ou unidade de tempo. • Participação acionária: Vinculada aos objetivos de lucratividade da empresa e utilizada para reforçar o compromisso de longo prazo entre empresa e colaboradores. Normalmente aplicada em cargos de gestão cujos funcionários recebem uma porcentagem de ações da empresa, assim tornando-se coproprietários da mesma. Dessa forma os funcionários aumentam seu engajamento ao mesmo tempo em que se identificam melhor com a empresa. Características de um Sistema de Remuneração por Participação Acionária, no quadro abaixo: Competência 03 40 Quadro 01 – Características de um Sistema de Remuneração por Habilidade ou Competência. Fonte: Autoria própria (2021). • Salário indireto: Compreendem benefícios e demais vantagens; • Comissões e premiações: São tipos de remunerações variáveis. As comissões são uma porcentagem oferecida pela realização de um negócio, como negociação e vendas, por exemplo. Enquanto as premiações estão ligadas a metas da empresa. • Alternativas criativas: Incluem prêmios, gratificações e outras formas especiais de reconhecimento. De maneira resumida temos no quadro abaixo a representação dos tipos de remuneração: Cria vínculo de colaboradores com empresa já que passam a ser "donos". Sentimento de dono com os resultados, uma vez mais alcança-se as metas financeiras terá mais dividendos e valorização no mercado. Vantagem para a empresa: são benefícios alcançados sem desembolso de caixa. Dificíl operacionalização pois envolve legislação trabalhista e mercado financeiro. Competência 03 41 Figura 22 – Tipos de Remuneração. Fonte: Autoria própria (2021) Descrição da figura: Na figura um quadro com os tipos de remuneração, apontando no lado esquerdo pelos três modelos de Remuneração Fixa, Remuneração Variável e Formas Especiais. Fim da descrição Com isso, modelos de remuneração oferecem muitas vantagens para o colaborador e a empresa, mas é preciso tomar cuidado para que o funcionário não comece a trabalhar excessivamente. Dessa maneira, aos poucos ele pode deixar sua vida social e familiar em segundo plano, ignorar seus descansos, pausas e alimentação. Com esse ritmo, ele pode adoecer ou ficar estressado. Esse tipo de situação pode ocorrer com vários profissionais, o que leva à queda de qualidade de vida, conflitos, problemas no clima organizacional e redução da eficácia e da produtividade. Para evitar esse tipo de problema é importante conciliar a remuneração estratégica com políticas de bem-estar na empresa, focando no desenvolvimento de pessoas e no melhoramento das relações entre os colegas de trabalho. A administração das remunerações estratégicas traz alguns desafios para os gestores do RH. É preciso se preocupar em conciliar a compensação financeira com políticas de qualidade de vida para os profissionais, podem ser benefícios, ginástica laboral e momentos de convivência, por exemplo. Outro desafio é que os profissionais de recursos humanos precisam estudar a equipe para conhecer o perfil de cada colaborador e entender se o time se adapta bem à remuneração estratégica. Competência 03 42 Ainda, é preciso que, ao aplicar o pagamento com compensação financeira, a empresa mantenha esse esquema a longo prazo, para que o desempenho e a produtividade do time não caiam. 3.3 Critérios para a construção de um plano de remuneração Agora que você chegou até aqui, deve estar se perguntando, como elaborar uma política de remuneração na empresa? O sistema de remuneração é o conjunto de instrumentos coerentes e alinhados com a estratégia da empresa, de natureza material e imaterial, que constituem a contrapartida da contribuição prestada pelo empregado aos resultados do negócio, através do seu desempenho profissional e se destinam a reforçar a sua motivação e produtividade”. (CÂMARA 2000, apud Rito 2005, p.45). Chiavenato (1999) afirma que a construção do plano de remuneração requer cuidados pois provoca um forte impacto nas pessoas e no desempenho da organização pelos seus defeitos e consequências. O desenho do sistema de remuneração oferece dois desafios principais: de um lado, deve capacitar a organização para alcançar os seus objetivos estratégicos e, de outro lado, deve ser moldado e ajustado às características únicas da organização e do ambiente externo que a envolve. Existem nove critérios a definir na construção de um plano de remuneração: 1. Equilíbrio interno versus equilíbrio externo: O equilíbrio interno salienta que as pessoas estarão satisfeitas quando percebem que são pagas equitativamente em relação aos colegas com trabalho similar. Enquanto o equilíbrio externo obedece ao modelo do mercado de trabalho que fixa os salários conforme as ocupações similares de outras organizações do mesmo ramo de atividade. 2. Remuneração fixa ou remuneração variável: Como já vimos ao longo desta competência, a remuneração pode ser paga em uma base fixa - através de salários mensais ou por hora - ou pode variar conforme critérios previamente definidos como metas e lucros da organização. 3. Desempenho ou tempo de casa: A remuneração pode enfatizar o desempenho e remunerá-lo de acordo com as contribuições individuais ou por grupos ou pode enfatizar o tempo de casa do funcionário na organização. É muito comum no modelo americano empresarial o funcionário subir cargos conforme os anos na instituição. Competência 03 43 4. Remuneração do cargo ou remuneração da pessoa: A compensação pode focalizar como um cargo contribui para os valores da organização ou como os conhecimentos e habilidades da pessoa contribuem para o cargo ou para a organização. O sistema tradicional privilegia o salário pela contribuição do cargo e não pelo desempenho do funcionário. 5. Igualitarismo ou elitismo: A remuneração pode incluir o maior número possível de funcionários sob o mesmo sistema de remuneração (igualitarismo) ou pode estabelecer diferentes planos conforme os níveis hierárquicos ou grupos de funcionários (elitismo). 6. Remuneração abaixo do mercado ou acima do mercado: Os funcionários podem ser remunerados em um nível porcentual abaixo ou acima do mercado. Esta escolha afeta os custos da organização e a satisfação dos funcionários. 7. Prêmios monetários ou prêmios não-monetários: O plano de remuneração pode enfatizar funcionários motivados através de recompensas monetárias, como salários e prêmios salariais, ou pode enfatizar recompensas não-monetárias como cargos mais interessantes ou segurança no emprego. Os prêmios monetários são dados em dinheiro e reforçam a responsabilidade e o alcance individual de objetivos, enquanto os não-monetários reforçam o comprometimento com a organização. 8. Remuneração aberta ou remuneração confidencial: Os funcionários podem ter acesso aberto à informação sobre a remuneração de outros funcionários e sobre como as decisões salariais são tomadas (remuneração aberta), ou esse conhecimento é evitado entre os funcionários (remuneração confidencial). 9. Centralização ou descentralização das decisões salariais: As decisões sobre remuneração podem ser controladas em um órgão central ou podem ser delegadas aos gerentes das unidades organizacionais. No sistema centralizado, as decisões são tomadas e controladas em um órgão central, normalmente o Departamento de Recursos Humanos. No sistema descentralizado, as decisões são delegadas aos gerentes de linha. Competência 03 44 Para a construção de um plano de remuneração aderente é preciso planejar também o salário, dessa forma, de acordo com Marello (1988), para elaborar um plano de salários, devemos considerar as seguintes etapas: 1º. Realizar uma pesquisa de salários fora da empresa; 2º. Tabular e analisar os dados coletados; 3º. Construir as faixas salariais; 4º. Calcularos custos da implantação, das faixas salariais estabelecidas; 5º. Elaborar a política salarial da empresa; 6º. Administrar os planos de avaliação de salários criados. Mesmo tornando-se indispensável à existência do setor de Cargos e Salários, a pesquisa de salários é um trabalho demorado e relativamente complexo, por vezes onerosas. Existem também os sistemas de incentivos monetários que podem ser aplicados em quase todos os tipos de cargos. Para Davis e Newstron (2002, p.102): A ideia básica de todos eles é fazer com que o salário de um empregado varie na proporção de algum critério de desempenho, seja este relativo ao indivíduo, ao grupo de trabalho ou à própria organização. Estes critérios podem incluir a produção do empregado, os lucros da companhia, as unidades embarcadas ou a taxa que expresse a relação entre custos de mão-de-obra e preços de venda. O pagamento pode ser imediato ou após o decorrer de um certo período, como por exemplo nos casos de planos de participação nos lucros, também conhecido por PLR, Participação nos Lucros e Resultados. Não basta remunerar as pessoas pelo seu tempo dedicado à organização. É preciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível, a ultrapassar o desempenho atual e alcançar metas e resultados desafiantes formulados para o futuro (Chiavenato, 1999). Quer saber mais sobre PLR? Veja em GARRIDO, Laercio M. Participação Nos Lucros/Resultados. NBL editora, 1999. Em https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcove r&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt- BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV- GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%2 0lucros%20e%20resultados&f=false https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcover&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV-GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%20lucros%20e%20resultados&f=false https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcover&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV-GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%20lucros%20e%20resultados&f=false https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcover&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV-GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%20lucros%20e%20resultados&f=false https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcover&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV-GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%20lucros%20e%20resultados&f=false https://books.google.com.br/books?id=MGm3tg1Z_Z4C&printsec=fr%20ontcover&dq=participa%C3%A7%C3%A3o+nos+lucros+e+resultados%20&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjH-8GA6dXkAhV-GbkGHeJkDEkQ6AEIKTAA#v=onepage&q=participa%C3%A7%C3%A3o%20nos%20lucros%20e%20resultados&f=false Competência 03 45 O salário não garante a motivação. Profissionais com excelentes salários nem sempre estão motivados. Variados fatores como ambiente, clima condições de trabalho, respectivas de desenvolvimento, autonomia desafios interferem na motivação e não somente o salário. Segundo a Teoria da Motivação, desenvolvida pelo psicólogo Frederick Herzberg, o nível de rendimento dos profissionais varia de acordo com sua satisfação no trabalho, depende de como se sentem neste ambiente e dos fatores que influenciam em sua motivação e desmotivação. A Teoria de Herzberg é também conhecida como o estudo da “Satisfação”, pois visa medir o índice de motivação das pessoas, baseado em dois fatores que afetam o indivíduo: • "Fatores motivacionais"/ INTRÍNSECOS (que levam a satisfação). São fatores que estão sob o controle dos indivíduos, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha; • "Fatores higiênicos"/ EXTRÍNSECOS (que levam a insatisfação): São fatores administrados e decididos pela empresa, estão fora do controle das pessoas. Os principais fatores são: salário, tipos de supervisão, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, regulamento interno, etc. Figura 23 – Motivadores e Fatores de Higiene de Herzberg. Fonte: https://startupcreator.com.br/blog/motivadores-e-fatores-de-higiene-de-herzberg/ Descrição da Figura: No quadro acima os Motivadores e Fatores de Higiene de Herzberg, com duas setas largas na horizontal, em sentido oposto, do centro para as bordas direita e esquerda, são demonstrados na seta da esquerda os Fatores de Higiene, como políticas da empresa, supervisão, salários, etc. e na seta para a direita, os Fatores Motivacionais, como realização, reconhecimento, significância, etc. Fim da descrição https://startupcreator.com.br/blog/motivadores-e-fatores-de-higiene-de-herzberg/ Competência 03 46 Nesta competência vimos que um dos assuntos que mais chama a nossa atenção é a quantidade de tipos de Remuneração Variável. Quer saber mais sobre este assunto assista o vídeo abaixo “Remuneração Variável – 6 pontos críticos” Finalizando a Competência 03, aprendemos como o plano de remuneração é importante para a organização. Releia o material em casos de dúvidas, se aproprie do aprendizado das videoaulas e vá ao fórum e publique suas dúvidas ou suas descobertas. Até a próxima competência! Ah , falando em fórum tenho uma missão para você ! Um abraço e até lá! Consultora Denise Lustri da COHROS https://www.youtube.com/watch?v=gJ1PD5WyzvY De acordo com os preceitos estudados nesta competência, como você acha que seria o plano de remuneração perfeito para um funcionário? E para uma empresa? E para os dois? Venha para o fórum da competência e dê sua opinião! Ah! Mas não esqueça de assistir a vídeo aula dessa competência, que traz mais detalhe sobre plano de remuneração. https://www.youtube.com/watch?v=gJ1PD5WyzvY Competência 04 47 4.Competência 04 | Análise das Transições, Âncoras e Trajetórias de Carreira “Quando as pessoas fazem uma avaliação internamente em si,na procura de identificar o que gostam e o que lhes proporciona satisfação e prazer fica muito mais fácil tomar decisões perante oportunidades profissionais.” Dutra (1996, p.24) Lembro de cenas muito comuns de adultos perguntando a crianças o que elas pretendem “ser quando crescer”, ou também de ouvir alguém dizer “nasceu para isso! ” Ao observar uma aptidão nata em crianças ou até mesmo jovens. Pode-se perceber então, que desde a infância começamos a relacionar a escolha das nossas profissões pela junção de talentos e gostos, dentre outros fatores, com a escolha das nossas carreiras, aprendendo também que se deve optar pela profissão que nos proporcione satisfação. Agora que você ouviu o podcast, vamos caminhar juntos, rumo ao conhecimento sobre essa competência. Cada um de nós possui características próprias e estas por sua vez devem se relacionar com as ocupações que venhamos a exercer a fim de que, a satisfação no fazer nos propicie realização pessoal e consequentemente nos motivem ao exercício das profissões escolhidas. Mas, como saber das nossas vocações? Hoje contamos com serviços educacionais e estudos vocacionais que orientam como conhecer mais sobre as profissões de acordo com as aptidões e gostos que possuímos, a fim de ser obter mais assertividade nas escolhas das carreiras. Mas antes, que tal você ouvir o podcast desta competência? Vá lá , que eu espero você aqui! Competência 04 48 Figura 24 - Plano de Carreiras Fonte: otelmt.com.br/blog/festa-de-formatura-em-hotel/ Descrição da figura: Figura de momento de jogar os capelos de formatura para cima. Fim da descrição Para se entender mais sobre as escolhas e suas trajetórias,
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