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Resumo Política Externa Brasileira - Rio Branco a San Tiago Dantas

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Resumo PEB I - P1 
 
1. Introdução 
a. Aspiração Internacional e Política Externa - LIMA 
A autora aborda a questão territorial tratada por meio de negociação e arbitragem, contida 
na agenda de Política Externa durante a gestão de Rio Branco, quem carrega o rótulo de 
mito fundador da diplomacia brasileira 
- A formação do Estado brasileiro nos moldes de Estado autônomo e com base num 
discurso soberanista e desenvolvimentista 
- As alianças de política externa com o governo dos EUA tinham um cunho 
pragmático, da defesa dos interesses nacionais 
- Pode-se considerar a Política Externa Brasileira insulada, com base na centralização 
no Executivo e na participação da elite brasileira, a qual legitimava os 
posicionamentos do Brasil. Esses aspectos refletem uma estrutura social oligárquica 
e meritocrática 
Papel de mediador em temas de economia e comércio internacionais 
Modelos de Política Externa: 
- inglês (de relação especial com os EUA): interdependência econômica, aliança militar 
e distanciamento regional (relação triangular: Brasil, EUA e América Latina) 
- francês (de autonomia) 
- e alemão (de inserção regional) 
Houveram três momentos de ruptura: pós-1964, Geisel (1974) e Collor (1990) 
 
2. A construção do Estado e a Política Externa no Império 
a. O Brasil e a ideia de América Latina - BETHELL 
A aproximação com a América Latina é mais construída do que natural 
- E fora construída a partir de uma perspectiva europeia (francesa, sob à dominação 
de Napoleão III no México) no contexto de independência dos Estados da América 
Espanhola e Portuguesa 
Construção do Estado com base em um padrão europeu de soberania 
- A Política Externa surge vinculada ao Estado, com a primeira agenda sobre o tema de 
definição de fronteiras (construção do Estado territorial) 
- Até então, as relações externas do Brasil eram com a Europa: um Estado monárquico 
com resistências às iniciativas interamericanas 
- Diferenciação Brasil e resto da América Latina no século XIX: império, escravidão, 
monarquia, agrário; havia uma aversão de Simon Bolívar ao Brasil, com base nessa 
estrutura política e social, o que o fez decidir por excluir do Congresso do Panamá 
A iniciativa bolivariana via como inimigos os EUA, por possuírem interesse territorial na 
América Latina (destino manifesto dos EUA sobre a América Latina), bem como a Europa 
- A não inserção do Brasil partia que questões não só identitárias, como políticas e o 
Brasil estava fora dessas construções políticas, uma vez que era um império, próximo 
à Europa, escravocrata e monarquia 
Bia Carvalho
Modelos de política externa;
Formação do Estado brasileiro (questão territorial)
Alinhamento pragmático com os EUA
Multilateralismo comercial e político
PEx centralizada e elitista
Bia Carvalho
Construção do Estado no padrão europeu
Diferenciação Brasil - América Latina
Pan-Americanismo na vertente bolivariana e monroísta
Republicanismo e aval para participação das Conferências Pan-Americanas
Guerra Hispano-Americana → Pan Americanismo: liderança no Ocidente pelos ideais de 
republicanismo, liberdade e democracia (englobando a América do Sul) 
- Evitar a desintegração espanhola e a intervenção das metrópoles 
- Doutrina Monroe (1823) 
- Nesse mesmo período, na Europa, haviam esforços para a restauração monárquica 
pós Napoleão 
As relações Brasil-EUA no final do século XIX revelavam incoerência entre os ideais 
presentes no Brasil e os defendidos pelo pan americanismo 
- Sob D. Pedro II, o Brasil possuía uma postura cosmopolita e uma política externa em 
busca de autonomia frente às potências 
O abolicionismo não estava necessariamente ligado ao fim da monarquia. No entanto, foi da 
Proclamação da República (um ano após a Abolição da Escravatura), em 1889, que surgiu o 
aval internacional para a participação do Brasil da Conferência de Washington 
 
3. O advento da República e a Política Externa na Primeira República 
a. História da Política Exterior do Brasil - CERVO 
República (1889) 
- O reconhecimento pela Comunidade Internacional destacava o caráter pacífico com 
o qual havia se dado a proclamação. No entanto, havia um receio do 
comprometimento da institucionalidade devido ao viés militar da Primeira 
República; temia-se a possibilidade de instauração de uma ditadura Militar, o que 
distanciaria o advento da República da vontade nacional. Por isso, algumas nações 
aguardaram as primeiras eleições para reconhecer 
- Por sua vez, os EUA tinham o interesse de reconhecer antes da Europa, assumindo 
uma postura coerente com o Pan americanismo, de modo a se tornar um “padrinho 
de batismo político”, o que se consolidou em uma aliança entre Brasil-EUA (dessa 
forma, observa-se que havia também o interesse do Brasil) 
- Concomitantemente, houve o fim da simpatia e do otimismo britânico. Estes 
teceram críticas à administração pública do Brasil, a partir do receio acerca da 
liberalização e das condições de comércio. Eles sugeriam que após D. Pedro II, a 
administração do país estava na mão de aventureiros, anarquistas, próximos às 
repúblicas hispânicas. Desse modo, desde o princípio, a diplomacia brasileira 
buscava desfazer sua imagem negativa no cenário internacional, a fim de não 
comprometer as finanças e a economia nacionais 
- A diplomacia brasileira no início da vida republicana visou mitigar os efeitos 
negativos das convulsões internas no exterior 
- O interesse do Brasil na relação e na aliança com os EUA estava na consolidação do 
território nacional, uma vez que a questão lindeira de política externa fora herdada 
do período imperial. Além disso, a América do Sul se inseria na agenda política 
externa, com um interesse comercial baseado no sentimentalismo republicano 
(privilegiar o contexto americano - republicanizar as RIs) 
Bia Carvalho
Reconhecimento internacional da proclamação da república no Brasil
Medo do militarismo
Interesses dos EUA - padrinho político
Aversão europeia
Efeitos negativos no exterior
Interesse brasileiro na relação com os EUA para resolver questões territoriais
Revolta da Armada, intervenção e consolidação do poder de Floriano Peixoto
- Rupturas: pan americanismo → americanização; monarquia/Europa → 
república/sistema continental; organização de novas instituições e PEx 
- A rivalidade com a Argentina se agravou após a euforia republicana, devido à 
preocupação com o rearmamento naval como pretensão hegemônica na platina 
- A Revolta da Armada (1893-94): iniciou de um movimento contrário à assunção de 
Floriano Peixoto, por parte da Marinha, criando uma rivalidade entre Marinha e 
Exército, o que gerava um contexto interno de instabilidade. A repercussão no 
exterior gerava preocupação quanto à integridade da unidade nacional e à 
possibilidade de aproximação das condições no restante da América do Sul 
- Logo, houve uma intervenção em nome dos “interesses superiores da 
humanidade”, por parte de EUA, Grã-Bretanha, França e Portugal, a qual foi 
bem vista pelo governo de Floriano Peixoto, muito embora ferisse a 
soberania nacional. Todos eles possuíam interesses comerciais 
- 
 
 
Barão de Rio Branco (1902-12) 
- A política externa brasileira foi figurada em rio Branco, o que permitiu a 
continuidade com as trocas de governo. Diante disso, ele assumiu o rótulo de mito 
fundador, pois a diplomacia ligou-se ao Estado- Consolidação do Americanismo pela aproximação com os EUA, o que servia às elites 
políticas do Brasil. Rio Branco enxergava a Doutrina Monroe como um instrumento 
de defesa da integridade territorial no continente, em face de agressões europeias, e 
de liberalidade para o desenvolvimento de cada nação americana 
- Os EUA possuíam prerrogativa de política internacional (atuando de maneira 
intervencionista), com base no Corolário Roosevelt, que afirmava a sua tarefa de 
dirigir povos menos competentes. Diante do medo da agressividade europeia, 
valorizava-se o papel dos EUA na política internacional no continente sul-americano 
- Na visão da Argentina, a aproximação do Brasil com os EUA era como um 
pacto pelo qual o Brasil exerceria hegemonia na América do Sul, por 
delegação norte-americana (rearmamento naval brasileiro) 
Bia Carvalho
Mito fundador - ligado ao Estado e não a governos
Americanismo - pragmatismo da Doutrina Monroe para os interesses brasileiros (medo da Europa)
Rearmamento e delegado da doutrina monroe na América Latina
Preservação da paz no continente pela nova potência mundial em ascensão (realismo de Rio Branco)
- Rio Branco possuía uma visão mais realista, enxergando o peso dos EUA na 
nova distribuição de poder mundial e a América Latina em sua área de 
influência. Logo, ele pregava a amizade com um caráter 
defensivo-preventivo, uma vez que não havia coesão suficiente entre os 
países hispânicos para se opor aos EUA 
- Era como se a integridade e a paz na América Latina fosse consequência da 
efetividade da Doutrina Monroe 
 
 
 
Visão realista de Rio Branco {pragmatismo nas escolhas e orientação por interesses} 
- A questão do Acre: ideologia da Doutrina Monroe era de contenção da influência 
europeia no território. Dessa forma, sendo as companhias presentes no Acre 
europeias, elas poderiam gerar influência ou dominação como ocorreu da inserção 
da Inglaterra na Índia. Por isso, o Brasil denuncia o governo bolivariano como 
território litigioso que ia contra os valores da Doutrina Monroe 
- O contexto sul-americano: enxergava-se a Doutrina Monroe como “delegada” ao 
Brasil na América do Sul, uma vez que houve rearmamento e inserção diplomática 
nos EUA. Além disso, havia a política de boa-vizinhança com o resto do continente, 
como estratégia de equilíbrio de poder (contra a Argentina). Embora não houvesse 
contestação por parte do Brasil, não se pode afirmar que houve alinhamento 
automático, uma vez que havia defesa dos interesses e pretensões nacionais 
 
b. A Raiz das Coisas: Rui Barbosa - CARDIM 
Rui Barbosa 
Bia Carvalho
Entrada do Brasil na Política Internacional (Haia, 1907)
Defesa da igualdade jurídica entre os Estados (oposição aos EUA) - pioneirismo da multilateralidade em âmbito mundial
Imagem ruim para representar o Brasil internacionalmente
Fracasso da Conferência de Haia
Único país da América Latina a entrar na guerra - alinhamento com os EUA e rompimento com Alemanha
- Individualmente, um homem com carreira política em defesa do progresso e 
desenvolvimento econômico, da República e da abolição, Rui Barbosa contribuiu 
para tópicos da Constituição Federal de 1891, a partir das ideias de Estado, Direito e 
liberdade, federalismo e universalismo 
- Sua figura marcou a entrada do Brasil na política internacional, em Haia, em 1907. 
Além disso, em termos de política externa, ele participou como membro da Suprema 
Corte Permanente de Justiça Internacional da Liga das Nações e foi negociador na 
questão do Acre 
- Rui Barbosa observava a existência de poucos Estados autônomos no concerto 
mundial e criticava o sistema internacional, uma vez que não havia igualdade no 
tratamento das nações, sobretudo acerca do processo decisório. Portanto, ele 
defendia a igualdade jurídica entre os Estados, opondo-se à proposta de criação de 
um Tribunal Permanente de Arbitragem - o que os EUA apoiavam (essa divergência 
evidencia que não houve alinhamento automático) 
- Embora o Brasil já tivesse histórico de multilateralidade na sua atuação em 
Conferências Pan Americanas, pode-se dizer que Rui Barbosa foi pioneiro da 
diplomacia multilateral em âmbito mundial 
- A escolha de Rui Barbosa para representação na Conferência de Haia não foi 
imediata, pois sua aparência não era favorável à imagem externa do Brasil. 
No entanto, apesar da primeira escolha de Rio Branco ter sido Joaquim 
Nabuco, problemas físicos o impediam de comparecer eficazmente do 
encontro 
- De modo geral, a Conferência em Haia visava discutir o questões para controle de 
guerras. Contudo, a 1ª GM evidencia seu fracasso nesse ponto 
- Primeira Guerra Mundial: os EUA tornam-se o principal parceiro comercial do 
Brasil a partir de 1916, colhendo frutos do americanismo; após rompimento 
de relações com a Alemanha, em 1917, o Brasil reconhece o Estado de 
Guerra e é o único país da América do Sul a participar da guerra 
- Racionalização e burocratização da Política Externa Brasileira, por meio do Itamaraty 
e do MRE 
 
c. A candidatura do Brasil a um assento permanente na Liga das Nações - 
GARCIA 
- O Brasil esteve presente na Conferência de Paz de Paris, no pós-guerra, o que 
significou a representatividade da América Latina e das potências menores. Dessa 
forma pode-se dizer que o Brasil atuou como membro fundador da Liga das Nações. 
No entanto, quanto à participação efetiva na Liga, o Brasil buscou uma estratégia de 
troca com os EUA, já que eles recusaram a participação. O Brasil defendia a 
necessidade de um representante do continente americano, ainda mais um aliado às 
potências vitoriosas da guerra. 
Bia Carvalho
Atuação na Conferência de Paz de Paris - membro fundador da Liga
Estratégia de troca com os EUA - necessidade de representante do continente
Certa autonomia em relação aos EUA
Pretensão em assumir um assento permanente refletia questões internas: crise da República Velha
- Pode-se dizer que por ser o único país da América, ainda que como membro 
não-permanente, a participação na Liga das Nações representava um 
alinhamento não automático com os EUA, certa autonomia 
- A pretensão do Brasil em assumir um assento permanente na Liga das Nações partia 
do contexto interno, uma vez que o governo e a velha república encontravam-se em 
crise e a obtenção de prestígio internacional serviria como um escape 
 
4. A Política Externa do primeiro governo Vargas a Kubitschek 
a. Estado Novo: política externa e projeto nacional - CORSI 
De que forma a política externa foi importante para o desenvolvimento econômico e o 
surgimento de um projeto nacional? 
 
- Contexto internacional da segunda metade da década de 1930: política 
armamentista de Hitler; invasão da Etiópia pela Itália, expansionismo japonês na 
Ásia; guerra civil espanhola. Todas disputas imperialistas por área de influência 
- Na América Latina, a disputa pela área de influência se dava entre EUA e Alemanha, 
o que se intensificou após a Primeira Guerra 
- A Alemanha desempenhava sua influência por meio de propaganda 
ideológica, marcos de compensação e comércio exterior. Já os EUA, com uma 
economia mais fechada do que a britânica, sentiam-se ameaçados pela 
Alemanha, além de possuir interesse estratégico e geopolítico no Nordeste 
brasileiro e firmarum Acordo Comercial com o Brasil em 1934 
- Acirramento dos conflitos internacionais e a industrialização como alternativa de 
desenvolvimento: o Brasil tinha um projeto nacional que direcionava as escolhas 
políticas do governo Vargas. Apesar do peso econômico e da democracia que os EUA 
representavam e do totalitarismo presente na Alemanha, o Brasil via em ambos os 
países possibilidades de novos rumos de Política Externa e Econômica. As grandes 
potências tinham objetivos e interesses expansionistas sobre os países mais fracos 
em posição de vulnerabilidade e o governo brasileiro que lutava por mercados e 
matérias primas mobilizou toda a sua política externa em torno de questões 
econômicas 
- Instabilidade na América do Sul, marcada pela Guerra do Chaco entre Bolívia e 
Paraguai, pela Questão da Letícia entre Peru e Colômbia, além da rivalidade histórica 
entre Brasil e Argentina 
- Internamente, o Brasil observava seu atraso econômico, a instabilidade 
política e o despreparo das forças armadas. Logo, o governo assumiu um 
objetivo de conquistar a independência nacional, desfazendo-se de tal 
vulnerabilidade, por meio do desenvolvimento industrial. A meta era 
transformar o Brasil em potência regional, tornando-se preeminente na 
América do Sul, com o apoio dos EUA 
- Visando ampliar mercados, exportações e produção de manufaturados, a 
política econômica do Brasil associou o Estado à burguesia nacional. Dessa 
Bia Carvalho
Contexto internacional de disputas imperialistas por área de influência
Disputa entre EUA e Alemanha no pós 1ªGM
Industrialização para desenvolvimento - projeto nacionalista (governo Vargas)
Política independente em defesa do projeto nacional e dos interesses econômicos
Mercados externos, siderurgia, aparelhamento naval
Necessidade de estabilidade e possibilidade de se tornar potência na América Latina
Investimentos do setor público e do setor privado (burguesia nacional)
Brasil assumia riscos na relação com os EUA em nome de sua industrialização
forma, não só o Estado estimularia setores estratégicos, bem como o capital 
privado tornava-se importante no processo de industrialização (foco em bens 
de produção e infraestrutura) 
- O objetivo de independência nacional do Brasil passava por termos militares, pela 
capacidade de produzir armamentos e fortalecer a economia, bem como por um 
projeto de siderurgia/indústria pesada desde 1939 
- Política externa mais independente: embora não se abandonasse o americanismo, 
flexibilizaram-se as relações em torno dos interesses nacionais, favorecendo os 
intercâmbios militares e comerciais com a Alemanha. Nesse sentido, diz-se que o 
governo Vargas soube aproveitar os espaços das disputas imperialistas (dos 
interesses dos EUA e da Alemanha no território brasileiro) 
- A Alemanha era o segundo principal parceiro comercial do Brasil (comércio 
de compensação), o que feria a necessidade dos EUA de atrair e manter 
aliados diante de sua política de boa-vizinhança. No entanto, o Brasil 
mantinha intercâmbio militar com a Alemanha e, em 1938 firmou um acordo, 
o que gerou um atrito com os EUA, haja vista o acordo de livre comércio 
prévio entre eles → O Brasil assumia riscos em nome do interesse da 
industrialização 
- Os EUA, sob Roosevelt, pressionam o Brasil, argumentando sobre dumping 
alemão e sobre os limites impostos pelo acordo de livre comércio em 1935; 
porém tinham dificuldade em enquadrar rigidamente o Brasil 
 
b. Neutralidade dependente: o caso do Brasil (1939-42) - MOURA 
- Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os EUA assumiram um 
posicionamento neutro. Por sua vez, o Brasil mantinha relações tanto com os EUA, 
quanto com a Alemanha, sobretudo comerciais. No entanto, o episódio de Pearl 
Harbor em 1941 ocasionou na entrada dos EUA na guerra e na pressão sobre o Brasil 
para um posicionamento, por meio de negociações de aparelhamento militar (que ia 
de encontro ao objetivo de independência nacional do Brasil) 
- Em 1940, uma Comissão Mista Brasil-EUA tinha sido criada, com base no 
interesse estratégico dos norte-americanos no Nordeste brasileiro 
- Equidistância pragmática: para o autor, era a estratégia assumida pelo Brasil em 
relação às duas potências (EUA e Alemanha), o que permitia uma capacidade de 
barganha em prol de seus interesses nacionais (militares, políticos e comerciais) 
- Autonomia na dependência: apesar do americanismo característico da diplomacia 
brasileira, a neutralidade na eclosão da segunda guerra era negociada em nome dos 
interesses nacionais brasileiros {siderurgia, aparelhamento militar e processo 
decisório). Essa barganha foi possível até 1941, com a entrada dos EUA na guerra 
 
- 1930: redefinição devido à manutenção do conservadorismo; nova lógica de 
negociação com Alemanha e EUA, em vista de oportunidades 
Bia Carvalho
Equidistância pragmática - capacidade de barganha entre as duas potências (EUA e Alemanha)
Pearl Harbor (1941) e pressão para posicionamento do Brasil
Fim da barganha com a entrada dos EUA na guerra
Alinhamento com os EUA
- 1937: Estado Novo; neutralidade e necessidade de aparelhamento militar 
(Alemanha) e projeto siderúrgico (EUA) 
- 1939: bloqueio naval britânico resolve o impasse norte-americano do comércio de 
compensação entre Brasil e Alemanha, no entanto a influência política e militar se 
mantém 
- 1941: Pearl Harbor e o valor de solidariedade continental aliado ao americanismo 
permitem uma negociação do aparelhamento militar com os EUA, em troca da 
entrada do Brasil na guerra contra a Alemanha 
- 1942: entrada do Brasil na guerra e fim da estratégia de equidistância pragmática 
(alinhamento com os EUA) 
 
c. A Segurança Coletiva Continental: o sistema interamericano, o TIAR e a 
Guerra Fria - MOURA 
- Organização do cenário internacional e regional 
- 1944: Dumbarton Oaks 
- 1945: Yalta, Conferência no México (sistema de segurança regional), Ata de 
Chapultepec 
- 1947: TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) 
- 1948: OEA 
- Compromisso de rompimento das relações dos países latinos com o Eixo; e Brasil 
condicionado pelos acordos com os EUA para obtenção de fundos 
 
- 1942-45: relações militares por acordos bilaterais (EUA-Brasil) 
- 1944: Dumbarton Oaks (EUA, URSS, GB deliberam sobre o formato futuro da ONU - 
Conselho de Segurança deliberativo e Assembleia Geral consultiva, com todas as 
organizações regionais subordinadas a ela) 
- 1945: Yalta (Roosevelt, Churchill e Stalin decidem sobre o fim da Segunda Guerra); 
Conselho de Segurança da ONU e o direito de veto das grandes potências, cujas 
rivalidades tornam o órgão inativo) 
- 1945: Conferência Interamericana no México para discutir sobre a posição da 
América Latina na Nova Ordem Internacional (sem a participação da Argentina), a 
partir de uma abordagem regional, o que representava um dilema aos EUA 
(globalistas v. regionalistas). Ficou estabelecida a assistência e solidariedade 
recíprocas, ou seja defesa mútua contra agressão) 
 
- EUA: política de boa vizinhança de Roosevelt; conceito multilateral de defesa (noção 
hemisférica/continental); defesa nacional (Exército e Marinha); ampliação do 
perímetro de defesa (Nordeste brasileiro) 
 
- Diminuição da capacidade de barganha do Brasil com os EUA, poisfoi estabelecida 
uma aliança especial para ajuda econômica, além disso, em 1945, Vargas saiu do 
poder 
Bia Carvalho
Contexto de fim da 2ªGM e início da Guerra Fria
Condicionamento do Brasil aos acordos com os EUA para obtenção de fundos
Política dos EUA de boa vizinhança - solidariedade continental e interesse geopolítico estratégico no NE brasileiro
Aliança especial com os EUA para ajuda econômica - diminuição da capacidade de barganha
Fim do governo Vargas/Estado Novo
Assinatura do TIAR e rompimento com a URSS
Alinhamento estreito aos EUA no governo Dutra
OEA e solidariedade hemisférica - hegemonia dos EUA no continente
- 1947: assinatura do TIAR e rompimento das relações com a URSS 
- Governo Dutra: novo governo constitucional a partir de 1946 
- Política Externa de alinhamento estreito aos EUA para defesa no novo 
conflito global, em busca de vantagens como posição militar única na 
América Latina. Além disso, participação na Conferência de Bretton Woods e 
das conversações no pós-guerra 
- A Doutrina Truman, aliada ao TIAR, serviram para fortalecer a contenção da 
URSS e estabelecer uma defesa hemisférica. Além disso, a Conferência de 
Bogotá que adotou a carta da Organização dos Estados Americanos, em 1948, 
serviu para consolidar a hegemonia norte-americana sobre o continente 
 
d. A política externa no segundo governo Vargas - HIRST 
- Apesar de ser a mesma pessoa, a orientação da política externa do segundo governo 
Vargas, em comparação com o primeiro, é bem diferente, dado o contexto 
internacional distinto e o fato de que Vargas foi eleito. Externamente, os EUA 
assumiam a posição de potência mundial, não havendo mais a possibilidade de 
barganhar com outra, como fora com a Alemanha no pré 2ª Guerra Mundial. Além 
disso, internamente, havia um jogo de oposição dentro do Congresso 
- Em linhas gerais, o segundo governo Vargas modificava o objetivo de política externa 
vindo do governo Dutra como alinhamento estreito com os EUA, tornando-se em 
prol do desenvolvimento econômico, por meio de relações econômicas e comerciais 
internacionais. O princípio norteador da política externa do segundo governo Vargas 
era o alinhamento político e militar com os EUA, em nome da solidariedade 
ocidental. No entanto, o nacionalismo ainda se fazia presente no discurso 
autonomista do ponto de vista econômico, bem como na busca pelo fim da 
dependência e a ampliação das possibilidades internas, e também na utilização do 
capital estatal (vide Petrobrás) 
- Vargas partia da percepção da situação de marginalidade do Brasil no 
contexto internacional; isto é, ele identificava o desinteresse dos EUA e o fato 
de que o Brasil não possuía objeto de negociação. Para ele, era necessário 
recuperar o poder de barganha para atingir seu objetivo de política externa. 
Porém o desafio era encontrar outro lado para recorrer 
- Em 1952, o governo Vargas formalizou um decreto de regulamentação da remessa 
de lucros do capital estrangeiro, em busca de obter vantagens nas negociações com 
os EUA. Nesse mesmo ano, os EUA propuseram um Acordo Militar ao Brasil, o que 
gerou divergências no cenário político interno 
- A UDN surgira como um partido liberal e ligado à elite, que por sua vez era 
ligada ao capital estrangeiro. No entanto, eles serviram como oposição ao 
governo Vargas e assumiam posicionamentos distintos de acordo com o teor 
da negociação em pauta (internamente ao partido, havia divisões). Um 
exemplo da flexibilidade com que a UDN se mobilizava para posicionar-se 
como anti-Varguista foi a criação da Petrobrás como uma empresa estatal; se 
Bia Carvalho
Eleição de Vargas
Contexto internacional distinto: EUA como potência mundial e sem a opção da Alemanha
Contexto interno de oposição no Congresso
Vargas em prol do desenvolvimento econômico/nacionalismo - fim do alinhamento estreito de Dutra
Princípio norteador de PEx: alinhamento político e militar com os EUA (solidariedade ocidental)
Discurso autonomista no viés econômico - fim da dependência e ampliação das possibilidades internas, como o uso do capital estatal
Situação de marginalidade do Brasil e desinteresses dos EUA
Remessa de lucros para obter vantagens de negociação com os EUA
Acordo Militar e divergências no cenário político interno - expectativa de vantagens como em 1942 e discordância do setor militar nacionalista
UDN e os posicionamentos maleáveis em nome do anti-varguismo (exemplo: Petrobrás e capital estatal)
Envolvimento de múltiplas parcelas da sociedade + pressão do governo dos EUA
Esgotamento da política externa brasileira em termos de capacidade de barganha e obtenção de vantagens
fosse com base em seus princípios basilares, a UDN deveria ser contra a 
completa estatização, porém como o governo dos EUA também era, eles 
mobilizaram forças no Congresso para que Vargas fosse contrariado também 
a nível externo 
- Ao Acordo Militar, Vargas soube contornar a situação no âmbito político, por 
meio de um Acordo Atômico com os EUA, no qual fornecia minerais ao 
parceiro. A questão envolvida nesse Acordo Militar, era que havia 
expectativas de vantagens como em 1942, as quais foram frustradas. Além 
disso, a eclosão da Guerra da Coreia e a pressão para a participação do Brasil 
geraram maior oposição, dessa vez do setor militar nacionalista. Diante disso, 
Vargas via-se barganhando com múltiplas parcelas da sociedade: militares, o 
próprio partido, a oposição e a opinião pública; sem contar o governo 
americano e a proposta de um Acordo Militar, cujo processo decisório era 
dificultado 
- O governo dos EUA se opunha ao nacionalismo econômico do governo 
Vargas, e sua posição de potência mundial, estabelecia uma relação 
assimétrica com o Brasil, o qual perdia muito do seu espaço de negociação 
- Questiona-se se houve um esgotamento da política externa brasileira, em termos da 
capacidade de negociação e de obtenção de vantagens econômicas pelo 
alinhamento com os EUA 
 
e. Desenvolvimento e Multilateralismo - SILVA 
 
 
 
- Operação Pan-Americana (1958): foi uma proposta de JK para atrair investimentos 
dos EUA para todo o continente. Assim como Vargas, percebendo a condição de 
marginalidade em relação aos EUA, ele realiza uma inflexão na Política Externa 
Brasileira, em busca de autonomia na solidariedade, condicionando o alinhamento 
aos EUA a benefícios às nações em condição de subdesenvolvimento. O argumento 
se baseava na possibilidade desse subdesenvolvimento gerar problemas de 
Bia Carvalho
OPA proposta por JK
Necessidade de desenvolver o continente para afastar a ameaça comunista
Inflexão na PEB - autonomia na solidariedade e condicionamento do alinhamento aos EUA com benefícios
Desenvolvimento e Multilateralidade
Incoerência entre autonomia e alinhamento (fracasso de Vargas)
Apoio dos EUA às ditaduras na América Latina
segurança, e, consequentemente, uma ameaça comunista no continente (1959: 
Revolução Cubana) 
- Nesse contexto, nota-se uma continuidade do caráter desenvolvimentista e 
de multilateralidade da política externa brasileira 
- JK exigia um compromisso por parte dos EUA com o desenvolvimento, sobretudo do 
continente. De certa forma, a sua proposta, a Operação Pan-Americana, revela que 
autonomia e alinhamento são incoerentes (o que teria sido a dificuldade para 
governabilidade de Vargas)- País de inserção periférica; teoria da dependência 
- Condicionamento externo: EUA e América Latina sob a Guerra Fria 
- Havia baixa prioridade de investimento dos EUA para a América Latina, 
principalmente durante o governo Eisenhower (republicano). No seu segundo 
governo, surge o princípio de Coexistência Pacífica (1956) 
- A URSS observa a movimentação e passa a oferecer ajuda econômica aos 
países subdesenvolvidos. A saída dos EUA para conter a influência soviética 
na América Latina, foi o apoio às ditaduras militares no continente. No 
entanto, a oscilação de preços dos itens de exportação aumentavam a 
vulnerabilidade econômica da América Latina. E, além da recusa por acordos 
de estabilização de preços pelos EUA, o Congresso norte-americano 
demonstrava certa resistência em auxiliar o Terceiro Mundo. Logo, em 1958, 
houve o rompimento com o FMI, por parte do governo brasileiro 
- A eleição de JFK mudou o rumo das relações entre EUA e América Latina, 
firmando uma aliança para o progresso. Entretanto, em 1962, Cuba foi 
expulsa da OEA e a crise dos mísseis agravou as relações entre os dois países. 
O Brasil mostrou-se desfavorável à primeira decisão, revelando o caráter 
independente da política externa do governo Jânio/Jango 
 
5. A Política Externa Independente 
a. O Nacionalismo Desenvolvimentista e a Política Externa Independente - 
VIZENTINI 
- Jânio e Jango 
- Desenvolvimento: busca por ampliação do mercado externo (retomada das 
relações diplomáticas e comerciais com a URSS), a partir da formulação 
autônoma dos plano de desenvolvimento econômico, com o Plano Trienal 
- Desarmamento/Desenvolvimento: busca pela manutenção da paz por meio 
da coexistência pacífica, o que justificava o desenvolvimento econômico do 
Terceiro Mundo 
- Descolonização: não intervenção em assuntos internos, autodeterminação 
dos povos, primado absoluto do Direito Internacional 
 
b. San Tiago e Política Externa Independente - ARCHER 
- San Tiago Dantas foi o Ministro das Relações Exteriores a partir de 1961. Ele 
promoveu uma reunião, contando com a presença de diplomatas e especialistas em 
diversos assuntos, para discutir e examinar os temas de relações internacionais 
pertinentes à Política Externa Brasileira. Essa reunião serviu para sistematizar a 
política externa independente característica do período Jânio/Jango 
- Ordenamentos da PEx independente: preservação da paz (desarmamento), 
não intervenção e autodeterminação (descolonização), ampliação do 
mercado externo (desenvolvimento) 
- Desenvolvimento e multilateralismo - ajuda internacional: articulação de 
pequenas e médias potências fora ou à margem das ideologias e das 
polarizações militares 
- O Brasil assumiu uma posição autonomista, em busca de independência e, 
para isso, resistia à adesão automática às diretrizes dos EUA. Pela primeira 
vez, pode-se dizer que houve uma oposição ao Americanismo 
- Além da retomada das relações com a URSS, houve uma diversificação nas 
relações externas do Brasil, incluindo países africanos e, sobretudo, uma 
aproximação com as nações latino-americanas (não só comerciais, como 
diplomáticas - UNCTAD -, embora o Brasil nunca pertencesse ao movimento 
dos não-alinhados) 
- Premissas de Política Externa estabelecidas: desenvolvimento e emancipação 
econômica; conciliação entre democracia e reforma social para o fim da luta de 
classes 
-

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