Grátis
7 pág.

Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG)
Denunciar
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Mariana Polycarpo Garcia 
5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Mariana Polycarpo Garcia 
Pré-visualização | Página 1 de 3
Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) 1 Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) Definições HIPERTENSÃO ARTERIAL → PA >140/90 mmHg em pelo menos 2 medidas (4h intervalo), com paciente sentada, braço ao nível do coração; aparelhos de coluna de mercúrio ou aneroides, não digitais PROTEINÚRIA → é a excreção de 0,3g de proteína em urina de 24h ou 1+ ou mais em fita, pelo menos 2 ocasiões (24 é melhor); ou relação ptn/cr urinária dosagem única ≥0,3mg/dL PLAQUETOPENIA → <100.000 plaquetas/mm3 (mais grave se <50.000) ELEVAÇÃO DE ENZIMAS HEPÁTICAS → TGO (AST) ou TGP (ALT) >60, DHL>600 ANEMIA MICROANGIOPÁTICA → bilirrubina >1,2 mg/dL; presença significativa de esquizócitos no campo periférico (>5%) Classificações Hipertensão crônica Observada antes da gravidez ou antes de 20 semanas de gravidez ou diagnosticada na gravidez e não se resolve após 12 semanas do pós parto Pré eclâmpsia/eclâmpsia Ocorre após 20 semanas de gestação (ou antes em doença trofoblásticas gestacional ou hidropsia fetal) com proteinúria e desaparece até 12 semanas após parto Na ausência de proteinúria, deve haver cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal, plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas, creatinina >1,1 mg/dl, ou ainda edema pulmonar ou convulsão para suspeitar de pré clâmpsia Aumento de 30 mmHg na PA sistólica ou 15 mmHg na PA diastólica, não deve classificar como pré eclâmpsia se PA <140/90 mmHg Classificada em leve ou grave: GRAVE → pelo menos 1 ou mais dos sintomas/sinais: PAD ≥110 mmHg Oligúria <500ml/24h ou 25ml/h Creatinina sérica >1,2 mg/dl Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaleia e distúrbios visuais) Dor epigástrica ou hipogástrica direita, vômitos Evidência clínica ou laboratorial de coagulopatia Plaquetopenia <100.000/ml Aumento de enzimas hepáticas (TGO, TGP, DHL) e bilirrubinas Presença de esquizócitos em sangue periférico Sinais sugestivos (AVC, ICC, cianose, RCIU, oligodrâmnio) Dor torácica, dispneia obs.: proteinúria >2g/24h ou 2+ não é considerado sinal de gravidade ECLÂMPSIA → presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma, não causadas por outras doenças convulsivantes (na gravidez, parto e puerpério) PRÉ ECLÂMPSIA SOBREPOSTA À HIPERTENSÃO → é o surgimento da pré eclâmpsia em mulheres com hipertensão prévia (proteinúria surge ou agrava após 20 semanas, trombocitopenia e aumento de enzimas hepáticas podem surgir) Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) 2 Hipertensão gestacional É a hipertensão arterial que surge pela primeira vez após 20° semana da gestação, sem estar acompanhada de nenhum sinal, sintoma ou alteração laboratorial que caracterize a pré-eclâmpsia. Tratar como pré eclâmpsia Diagnóstico é retrospectivo Se melhorar até 12 semanas pós parto é hipertensão transitória da gravidez; se persistir além de 12 semanas, é hipertensão crônica Síndrome HELLP SÍNDROME HELLP (hemólise, disfunção hepática, plaquetopenia): Hemólise (H) = anemia, bilirrumia >1,2 e esquizócitos sangue periférico (>5%); Disfunção hepática (EL) = AST/ALT >70, DHL >600; Plaquetopenia (LP) (<100.000) → indicação de interrupção da gravidez obs.: edema é comum na gestante e não deve ser usado nessas classificações Etiologia da pré eclâmpsia Ainda é desconhecida. Acredita-se numa combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais que determinam o defeito na invasão trofoblástica das arteríolas espiraladas. Esse defeito causa redução da pressão de perfusão uteroplacentária, com consequente isquemia/hipóxia da placenta no decorrer da gestação. Essa isquemia libera fatores, como citocinas pró inflamatórias que iniciam uma cascata de eventos que determinam a disfunção endotelial dos vasos, com aumento da resistência vascular. A pré eclâmpsia compromete todos os órgãos e sistemas maternos, com maior intensidade no vascular, hepático, renal e cerebral. A ativação endotelial determina basicamente: 1. Vasoconstrição e consequente aumento da resistência periférica 2. Alterações na permeabilidade capilar, responsável pelo edema 3. Ativação do sistema de coagulação Fisiologia 2° onda de invasão trofoblástica (16-20° semana) nas artérias espiraladas → perda da camada muscular → sistema muscular de baixa pressão Endotélio produz aumento prostaciclina e diminuição de tromboxano → leva a refratariedade a angiotensina II + anti- agregante plaquetário = alto fluxo. Fisiologia da DHEG ‼ 2° onda de invasão trofoblástica não ocorre ou ocorre incompletamente → não perde músculos → diminuição de prostaciclinas e auemtno de troboxano (TxA2) = alta resistência e baixo fluxo sanguíneo = hipertensão pós 20 semanas. Lesão endotelial sistêmica com hipóxia → alteração: rins, fígado, cérebro, pulmão… circulação útero-placentária Os rins sofrem com padrões anatomopatológicos (glomeruloendoteliose e esclerose fetal) com consequente proteinúria e comprometimento da filtração glomerular No fígado, ocorre isquemia em intensidade variável, acarretando disfunção com elevação dos níveis de transaminases. O edema e/ou hemorragia focais ou confluentes distendem sua cápsula, podendo resultar em ruptura hepática com hemorragia maciça. O cérebro pode ser afetado por isquemia, agravado por edema difuso, resultando em convulsão (eclâmpsia) ou AVC. Causa desconhecida - mecanismo imunológico? Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) 3 Prevenção Como não se sabe a causa definida, não é possível prevenir. Para impedir as manifestações clínicas da doença, podemos lançar mão de substâncias que atuam na sua fisiologia: Aspirina (benefícios moderados) Cálcio (benefícios 50%) Óleo de peixe, vitaminas C e E (sem evidência de melhora) ‼ Na prática → aspirina 100mg/dia (50-150) (até 36° semana) e cálcio 1-2g/dia, a partir da 12° semana até o final da gestação, naquelas com antecedentes de pré eclâmpsia, restrição de crescimento, eclâmpsia e síndrome HELLP Predição O estudo doppler das aa. uterinas com 24 semanas é o melhor fator preditivo de PE. O doppler deve ser considerado como + na presença de um índice de pulsatilidade alterado (acima do percentil 95 para a IG) em combinação ou não com a persistência da incisura protodiastólica bilateral nas aa. uterinas. A maior utilidade dessa avaliação doppler repousa em seu alto valor preditivo negativo. Desse modo, se uma paciente que tem alto risco clínico para PE (ex.: mãe, irmã com histórico) tiver um exame de dopplerfluxometria indicando bom fluxo diastólico nas aa. uterinas após a 25° semana, seu risco de desenvolver PE diminui. Em gestantes de baixo risco clínico para PE e CIUR, não há qualquer utilidade da avaliação doppler das aa. uterinas. Tratamento Fetos de mães com PE que permanecem internadas tem um risco de morte diminuído pela metade em comparação com os fetos das mães que não são internadas no hospital. Além disso, as pacientes com PE em regime hospitalar tem recém- nascidos com IG mais avançadas no parto e com maior peso ao nascer. O início do tratamento anti-hipertensivo, a partir de níveis de 140/90 mmHg, melhora o peso fetal, diminui as taxas de prematuridade, o diagnóstico de HAS grave, os casos de plaquetopenia e de transfusão. 💊 A droga de 1° escolha da crise hipertensiva é a nifedipina (VO). Pode-se, como alternativa, utilizar a hidralazina IV ou IM, com sucesso semelhante ao da nifedipina, mas com maior risco de hipertensão materna. Nitroprussiato de sódio (UTI) somente para encefalopatia hipertensiva ou nas não responsivas aos demais esquemas. O labetalol é eficaz, mas não temos disponível. Tratamento da hipertensão arterial aguda (PA>160/110 mmHg) 1. Posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo 2. Instalar soro glicosado a 5% em veia periférica 3. Administrar nifedipina 10mg VO e repetir 10mg a cada 30 min, se necessário 4. Se não houver resposta adequada, administrar hidralazina 5mg IV; se a PA não for controlada, repetir 5-10mg a cada 20 min Doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) 4 5. Verificar a PA materna