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Abordagem das massas anexiais 1 Abordagem das massas anexiais Origem ovariana Patologia genética mais frequente entre os tumores da pelve. DESAFIO → confirmar natureza orgânica e afastar malignidade ETIOPATOGENIA: Funcionais (foliculares, corpo lúteo) Endométricos Neoplásicos benignos (cistos dermoide/teratoma, fibroma, tumor de brenner) Neoplásicos malignos (tumor Brenner, coriocarcinoma, tumor Sertoli-Leydig etc) Cistos funcionais ovarianos Cisto folicular Cisto luteínico QUADRO CLÍNICO → dor, alteração do ciclo TOQUE → massa cística dolorosa URGÊNCIA → rotura cística, ou torção de anexos USG → cística, paredes lisas, regulares, geralmente <6cm TERAPÊUTICA: Controle USG em 2 meses Punção guiada (cistos grandes, muito incômodo, para ter certeza que não tem torção) Uso de ACO? (não resolve o cisto, mas cisto é proveniente do ciclo menstrual - ACO inibe formação de novos cistos, dando tempo para ter reabsorção do cisto atual) Laparoscopia (laparotomia) obs.: cisto funcional é absorvido com o tempo pelo organismo Aspectos clínicos e faixas etárias RN Maioria são funcionais (estímulos por hormônios maternos). Regridem entre 2 e 4 semanas. obs.: TERATOMA → massas identificadas no pré-natal Pré-menarca Cistos simples em 90% dos casos, uniloculares e de até 5cm CD → aguardar 2-3 meses e controle USG (sem ACO) Complicação mais frequente → torção obs: cisto maior do que 10cm, multiloculado, sólido → verificar se é neoplásico obs.: <9 anos = 80% malignos de células germinativas. Adolescência e pós-menarca Cistos funcionais em 70% dos casos. Medem entre 2-5cm CD → observar 2-3 meses e/ou ACO com controle USG DD → abcesso tubo-ovariano, gravidez ectópica Mecname Abordagem das massas anexiais 2 CISTO FUNCIONAIS → cistos funcionais foliculares e de corpo lúteo Endometriomas - 25% Tumores ovarianos neoplásicos benignos (teratomas, fibromas) Tumores ovarianos neoplásicos malignos (10%) Climatério Cistos residuais em mulheres assintomáticas → cistos simples (3-14%) ou malignos (10-20%) 60-70% diagnosticadas nos estágios III e IV Fatores de risco/proteção do câncer ovariano Fatores reprodutivos RISCO: Nuliparidade (risco aumentado em 30-60%) Indutores de ovulação (aumento 2,5 no risco) PROTEÇÃO: Uso de ACO por 5-10 anos - redução de 30-50% no risco Amamentação - fator protetor questionado Fatores genéticos RISCO: História familiar positivo - risco aumentado em 3-4x Síndrome hereditárias → Lynch I (CA colorretal) e II (colorretal e endométrio/ovários) Ovário/mama → risco de desenvolver câncer de 50% Gene HNPCC → familiares com CA de cólon, estômago, tireoide Fatores ambientais RISCO: Países industrializados - risco aumentado em 2x Dieta → gorduras saturadas (risco aumentado em 1,5x) Classificação das neoplasias ovarianas Células epitélio superfície → 65-70% Células germinativas → 15-20% Cordão sexual → 5-10% Metástase → 5% ORIGEM Céls epitélio superfície Cél germinativa Cordão sexual Metástase FREQUÊNCIA 65-70% 15-20% 5-10% 5% % MALIGNOS 90% 3-5% 2-3% 5% GRUPO ETÁRIO 20 anos 0-25 anos Todos Variado TIPOS - Seroso - Mucinoso - Endometrióide - de Brenner - de células claras - - Teratoma - Disgerminoma - do seio - Endodérmico - Coriocarcinoma - Fibroma - Tu céls granulosa e teca - Tu céls Sertoli- Leydig - Fibroma - Tu céls granulosa e teca - Tu céls Sertoli- Leydig Diagnóstico de massas ovarianas Clínico 1/3 são assintomáticas. Abordagem das massas anexiais 3 Tumor anexial palpável QD → dor pélvica agud aou crônica, cólicas, infertilidade, alterações de ciclos menstruais DD Cisto paraovariano, de inclusão peritonial, hidrossalpinge, abcesso tubo-ovariano, mioma degenerado, linfocele e gravidez ectópica ‼ USG‼ BAIXO RISCO: <10cm Septação ausente ou fina (1-2mm) Loculação unilocalar Ecodensidade hipoecogênico e homogêneo Excrescências papulares ausentes ALTO RISCO: ≥10cm Septação espessa Loculação multilocular Ecodensidade aumentada e/ou mista e/ou componente sólido Excrescências papulares presente obs.: mesmo com características de um, pode vir outro Características ultrassonográficas Baixo risco de malignidade Alto risco de malignidade Tamanho tumoral <10cm ≥10cm Septação Ausente ou fina (1-2mm) Espessa Loculação Unilocular Multilocular Ecodensidade Hipoecogênico Homogêneo Aumentada e/ou mista e/ou componente sólido Excrescências papilares Ausentes Presente Doppler colorido Avalia neovascularização. ‼ SUGERE MALIGNIDADE: ÍNDICE DE PULSATILIDADE <1.0 ÍNDICE DE RESISTÊNCIA <0.4 (grande fluxo) Marcadores tumorais Ca125 → tu epiteliais Ca19.9 → Tu mucinosos Alfafetoproteína → tu células germinativas HCG → coriocarcioma Ca125 e Ca72.4 → disgerminoma Abordagem das massas anexiais 4 Videolaparoscopia Permite diagosticar e tratar a lesão. Padrão ouro em pacientes com endometriose. Lavado peritonial e biópsia em lesões suspeitas (congelação) Técnica conservadora, pouco agressiva e período de internação mais curto Endometriomas Frequente no mecname e raro antes da menarca e na pós-menopausa Podem causar dor, infertilidade, alteração do ciclo menstrual e aderências D → exame físcio, US, RM, CA125 (pouco específico) TTO → ooforoplastia com cistectomia, ooforectomia Tumores ovarianos neoplásicos Tumores epiteliais CISTOADENOMA SEROSO Frequência de 15-25%, maligno em 25%. Incidência entre 20-50 anos, normalmente assintomáticos. Uni ou multifoliculares, septos finos, medindo 5-15cm. Cistoadenoma seroso papilífero. 15% limítrofes TT → cistectomia com cápsula íntegra ou ooforectomia (quando for muito grande e fundido à parede do ovário) CISTOADENOMIA MUCINOSO Frequência 15%. Mais frequente entre 2-50 anos, podendo coincidir com a gestação. Podem atingir até 50cm, maligno em 10% Multilobulados, císticos, conteúdo viscoso (muco) - precisa retirá-lo íntegro Complicação → pseudomixoma peritonial (rompimento do cisto - saída do muco para o peritôneo) Outras células germinativas TUMORES CÍSTICOS São os mais frequentes e ocorrem por volta dos 30 anos. Líquido sebáceo e formações sólidas (ectoderma, endoderma e mesoderma). Bilateralidade frequente. Risco de malignização é raro. Tamanho de 5-10cm e 10-12% são bilaterais Complicação → torção em 3-15% dos casos TTO → cistectomia e/ou ooforectomia DISGERMINOMA 50% dos tumores germinativos são malignos. Podem ocorrer na infância, 2 e 3° década Produzem gonadotrofina coriônica (HCG). Sólidos, unilaterais. Cápsula íntegra, unilaterais → bom prognóstico Tumores do estroma gonádico TECOMAS E CÉLULAS DA GRANULOSA (feminizantes) 2% dos tumores ovarianos, predomínio na pós-menopausa. Unilaterais e raramento malignos Indução estrogênica em 70% dos casos TTO → ooforetomia e/ou histerectomia com anexectomia bilateral Abordagem das massas anexiais 5 TUMORES DE CÉLULAS HILARES (virilizantes) ou de CÉLULAS DE SERTOLI-LEYDIG Todas as idades. Estrutura citoplasmática → cristaloide de Reinke (estruturas proteicas eosinofílicas no citoplasma). Tumores sólidos. Alteração do cilo menstrual, hirsutismo. Produzem altos níveis de testoterona (na menopausa = virilização). GONADOBLASTOMA Tumor de células germinativas mais comuns, associados às alterações do desenvolvimento sexual (disgenesias). Podem produzir estrogênios e androgênios. TTO → retirada do ovário STRUMA OVARI Variante dos teratomas císticos benignos (predomínio de tecido tireoidiano) → produção ectópica de hormônios tireoidianos. Baixo potencial de malignidade Sólidas FIBROMA (BENIGNO) Tumores de células estromáticas da granulosa. Consistência firme, branco em sua superfície. Associação com ascite e hidrotórax → síndrome de Meigs TUMOR DE BRENNER Acinzentado ou amarelo ao corte. São benignos, mas podem ser de malignidade limítrofe. HISTOLOGIA → células cuboides claras - ninho de células de Walthard (células mesoteliais peritoneais) LUTEOMA DE GRAVIDEZ Tumor raro, podendo ser bilateral e até 12cm Virilização materna em 25% dos casos, iniciando no 2° trimestre (virilizaçãofetal em 50% dos casos) TTO → controle USG (geralmente, regride após o parto) Massas anexiais de origem tubária Salpingites, piossalpinge, abcessos tubo-ovarianos AG PRINCIPAIS → Neisseria e Chlamydia DIAGNÓSTICO: Clínico (sensibilidade 60-70%) Laboratorial USG (sinal da “roda dentada” = espessamento das pregas tubárias) Laparoscopia (padrão ouro) Sinais infecciosos presentes. Hidrossalpinge Secundária à processo infeccioso. Assintomática em sua maioria. Causa de infertilidade. D → USG, histerossalpingografia, falopioscopia (histeroscopia transcervical), laparoscopia com cromotubagem TTO → cirúrgico; pacientes candidatas à FIV → desconexão e/ou salpingectomia Adenocarcinoma Abordagem das massas anexiais 6 É o mais raro câncer genital. D → US com massa, corrimento, sangramento e dor; dosagem de CA125 TTO → histere total com anexe bilateral, omentectomia infracólica + linfadenectomia e lavado peritoneal para estadiamento Outras massas pélvicas Cisto seroso para-ovariano Leiomioma uterino Endometrioma peritonial Linfoceles Massa de origem intestinal e do TU Gravidez ectópica
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