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- Formação do Estado-nação e elementos constitutivos do Estado, com especial atenção às passagens do sistema feudal para o Estado moderno absolutista e deste para o Estado Liberal -Noções de povo, nação e população. Origem da soberania. Características do território. -Origem da soberania e suas características quanto ao Estado: 1- Supremacia de poder; 2- Poder supremo do Estado em relação a outros poderes ou para decidir sobre determinadas matérias; 3- Poder do Estado; 4- Qualidade essencial do Estado; 5- Sinônimo de independência. - Una; Indivisível; Inalienável; Imprescritível; Originário; Exclusivo; Incondicionado; Coativo. Justificativas e teorias da soberania: - Teoria do direito divino: Todo o poder vem de deus: Ex: o faraó. - Teoria da soberania popular: Tem origem no próprio Povo: É a teoria mais condizente com o regime democrático da maioria das nações. Características do território: O território constitui-se do solo, ou território propriamente dito, o subsolo, as águas territoriais, as ilhas, os rios, os lagos, os portos, os mares interiores, os golfos, o espaço aéreo que está sobre o solo. Divisão do território O território pode ser: a) real ou terrestre – que é a superfície ocupada pela nação e circunscrita por suas fronteiras; b) ficto – quando por uma ficção de direito se reputa território o que material e geograficamente não o é. Por exemplo, tudo aquilo que, de acordo com o principio da extraterritorialidade, é considerado um prolongamento da nação cujo pavilhão ostenta, a saber: os navios de guerra e as aeronaves militares onde quer que se encontrem; os edifícios ocupados oficialmente por agentes diplomáticos e consulares localizados noutro país; o mar territorial e o espaço aéreo a ele superposto; c) flutuante – que é a extensão do mar sob a jurisdição do Estado, ou território marítimo; são os navios de guerra, quando têm arvorada a bandeira nacional; d) volante – é o representado pela aviação militar, considerada, ficticiamente, parte do território nacional, quando em país estrangeiro ou em viagem pelo espaço aéreo livre. - Democracia: características e formas (direta, semidireta e representativa) Características: 1. Órgão político máximo a quem é assinalada a função legislativa deve ser composto diretamente eleitos pelo povo 2. Junto ao órgão legislativo, deve haver outras instituições com dirigentes eleitos, como os órgãos da administração local ou o chefe de Estado e/ou de governo 3. Sufrágio universal 4. Igualdade no direito de voto 5. Pluralismo político, social e cultural 6. Existência de alternativas e opções reais de poder 7. Princípio da maioria 8. Respeito aos direitos das minorias, sejam grupos ou indivíduos. Formas: Democracia direta: exercida em Atenas, no período clássico. Dela todos os cidadãos podiam participar, diretamente, apresentando projetos de leis e votando nos projetos apresentados por seus iguais. O corpo de cidadãos atuava, então, como um Poder Legislativo, e o Poder Executivo (governo) deveria submeter-se às decisões tomadas nas assembleias legislativas. Devido ao número restrito de cidadãos, a prática direta da participação era viável, e os jovens de famílias que podiam participar da tomada de decisões eram educados para a participação cidadã. Democracia representativa: é um tipo que surge junto ao parlamentarismo e ao republicanismo. É uma forma mais atual que permite um exercício indireto da democracia por meio da eleição de representantes para os poderes Legislativo e Executivo. Alguns fatores atuam para o surgimento deste tipo de democracia, como o sufrágio universal (voto estendido a todos); a elaboração de constituições que impedem a segregação e regulamentam a vida pública e a vida política, instituindo a igualdade; a necessidade de alternância do poder; e a impossibilidade de uma participação direta de todos devido à ampliação da cidadania. Apesar de haver benefícios para esse tipo de regime democrático, como a participação de todos, existem, como contraponto, as brechas para que os representantes, eleitos pelo povo, não atuem em prol de seus eleitores, mas em benefício próprio. Democracia Semidireta ou participativa: situada entre a democracia direta e a democracia indireta (representativa), a democracia semidireta participativa é composta pela eleição de representantes para atuarem nos poderes Legislativo e Executivo e pela possibilidade de participação direta da população nas tomadas de decisões governamentais e estatais. Tal participação dá-se por meio de plebiscitos e assembleias populares locais que, computando a participação popular e os seus resultados, quando somados ao todo, interferem nas ações políticas. - Direitos Humanos: complexidades, desenvolvimento histórico, universalismo x relativismo. Complexidades: Objetivou demonstrar a intrínseca relação e dependência do desenvolvimento humano (a vida digna) e da efetivação dos direitos humanos positivados à complexidade social e política da sociedade desenvolvimento histórico: universalismo x relativismo: -O Universalismo é fundamentado no direito natural, pois existiria um conjunto mínimo de direitos que estabeleceria a proteção dos seus membros, de forma inibidora das divergências culturais. -O Relativismo cultural defende que as normas referentes aos D.H deverá estabelecer critérios de formulação baseado em cada contexto cultural. - Autocracias, com atenção especial a totalitarismo e nazismo Autocracias Excesso de poder; poder absoluto e inquestionável: o governo russo à época dos czares era quase uma autocracia absoluta. Tipo de governo em que uma pessoa ou um grupo de pessoas detém o poder completo sobre uma nação; autarquia. Totalitarismo O totalitarismo foi um regime político que surgiu e desapareceu em países europeus no século XX. Os regimes totalitários têm em comum o controle total da vida pública e da vida privada. Para se manterem, os países que adotaram o totalitarismo elegeram líderes totalitários, que centralizaram as diversas figuras do poder e a atuação do Estado em si mesmos, além de investirem fortemente em propaganda e elegerem inimigos em potencial, que se tornaram a maior justificativa interna para que o totalitarismo funcionasse. Podemos observar três exemplos maiores e principais de totalitarismo na Europa do século XX: o nazismo, de Hitler, o fascismo, de Mussolini, e o stalinismo, na União Soviética. Porém, as ditaduras autoritárias de Franco (Espanha) e Salazar (Portugal) podem ser consideradas totalitárias, além de terem inspirações no fascismo italiano de Benito Mussolini Características Podemos elencar alguns elementos em comum que delineiam o conceito de totalitarismo, tanto no exemplo de regime totalitário de extrema-esquerda (União Soviética) quanto nos regimes totalitários de extrema-direita (Alemanha e Itália). Esses elementos são: Cenário caótico da crise: A Alemanha, no momento de ascensão do partido nazista, passava por crise financeira e institucional deixada pela Primeira Guerra Mundial, o que resultou na fome e no desemprego. Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães surgiram como uma esperança de recuperação. No início, Hitler recebeu forte apoio popular. Não foi diferente na Rússia, que também foi devastada pela Primeira Guerra e por anos de monarquia czarista. Em 1917, quando estourou a Revolução Russa, os líderes do movimento (Lenin tornou-se o mais importante líder do processo revolucionário) prometeram eliminar as mazelas enfrentadas pelo país. Com a saída de Lenin do poder, Stalin, o sucessor, impôs um regime totalitário de esquerda, que tinha como principal inimigo os anticomunistas. Identificação de um inimigo em comum: em todos os regimes totalitários, podemos encontrar a identificação de inimigos potenciais em comum, que, em geral, são gruposque não partilham do interesse do regime ou que são escolhidos para servirem de alvo da indignação popular. Tendo um alvo em comum, é mais fácil manter o povo unido em prol de um objetivo final. No caso do stalinismo, o inimigo era o burguês; para os nazistas, o inimigo central era o povo judeu, além de ciganos, comunistas e homossexuais; para os fascistas, os inimigos eram os estrangeiros, os antinacionalistas e os críticos do Estado forte, como os anarquistas. Controle total da vida da população: é característica comum dos regimes totalitários o controle da vida da população, tanto no âmbito público quanto no âmbito privado. Essa característica difere o totalitarismo das ditaduras, pois ela confere ao Estado plenos poderes de decidir arbitrariamente sobre tudo aquilo que a população pode ou não acessar, em todos os aspectos de sua vida. Isso faz com que o Estado seja excessivamente inflado, estabelecendo um elo entre totalitarismo e autoritarismo, o que pode causar confusão entre o totalitarismo e o comunismo. Apesar de haver o registro de um regime totalitário de esquerda (o stalinismo), não se pode dizer que os regimes totalitários sejam, essencialmente, de esquerda ou que o comunismo seja uma proposta totalitária. Centralização do poder: para se sustentarem, os regimes totalitários centralizaram o poder nas mãos de um líder ou de um grupo político, o que levou ao culto à personalidade e, como estratégia, os grupos ou líderes propagaram o nacionalismo e o patriotismo como elementos essenciais para o crescimento da nação. Há também o unipartidarismo. Propaganda: todos os regimes totalitários investiram fortemente em publicidade para propagarem os ideais totalitários e manterem o domínio ideológico sobre o povo. A ideia era manter o apoio popular, mesmo em momentos de crise. A propaganda nazista, stalinista e fascista foi extremamente fortes, sempre apresentando o líder e o Estado como os salvadores da pátria contra os inimigos. Qualquer indício de pensamento liberal ou antinacionalista (como a defesa da cultura e da economia globalista) era combatido com a incisiva propaganda, que dominava todos os meios de comunicação, afinal, todos os meios de comunicação foram estatizados. As rádios, o cinema, os jornais, tudo que fosse meio de disseminação cultural deveria passar pelo crivo do Estado. Para controle efetivo dos meios de comunicação e garantia da propaganda, os líderes totalitários criaram ministérios e secretarias para regulamentação midiática. Medo, terror e policiamento: há um constante policiamento da população, justificado pelo medo do governante de seus governados e vice-versa. O terror é espalhado como sendo um elemento real, o que causa medo nas pessoas, que se permitem serem governadas totalitariamente. Eliminação das singularidades: o Estado totalitário elimina as diferenças existentes entre as pessoas, criando um corpo total igual, ao implantar as mesmas ideias nas pessoas por meio da propaganda, impor os mesmos produtos para o consumo e controlar as suas vidas privadas. - Nazismo O Nazismo foi um movimento ideológico nacionalista, imperialista e belicista. Nos moldes do fascismo, que se desenvolveu na Itália, o nazismo esteve sob a liderança de Adolf Hitler, entre os anos de 1933 a 1945. Características do Nazismo Totalitarismo – O indivíduo pertenceria ao Estado não poderia ser liberal nem parlamentar, pois não deveria fragmentar-se em função de interesses particulares. Como o fascismo, o nazismo era antiparlamentar, antiliberal e antidemocrático. Deveria ter um único chefe, o Führer. Esses princípios podiam ser resumidos em: um povo (Volk), um império (Reich), um chefe (Führer). Racismo – Segundo essa ideologia, os alemães pertenciam a uma raça superior, a raça ariana, que sem se misturar a outras raças, deveria comandar o mundo. Os judeus eram considerados seus principais inimigos. O combate a outras ideologias, como o marxismo, o liberalismo, a franco- maçonaria e a Igreja católica, era fundamental. Antimarxismo e Anticapitalismo – Para Hitler, o marxismo era produto do pensamento judaico, uma vez que Marx era judeu e propunha a luta de classes; o capitalismo só iria agravar as desigualdades, ambos atentavam contra a unidade do Estado. Nacionalismo – Para o nazismo, as humilhações surgidas com o Tratado de Versalhes deveriam ser destruídas. Deveria ser construída a Grande Alemanha, que constituía o agrupamento das comunidades germânicas da Europa, como a Áustria, os Sudetos e Dantzig. - Constituição, poder Constituinte, a questão do guardião da Constituição (Kelsen x Schmitt). Constituição Poder Constituinte A questão do guardião da Constituição (Kelsen x Schmitt) A proposta teórica de Carl Schmitt ganhou publicação inicial em 1929, sob o título O Tribunal Constitucional como guardião da Constituição. Em 1931, ele publica uma versão ampliada daquelas reflexões, denominada O guardião da Constituição. Hans Kelsen, no mesmo ano de 1931, divulga sua resposta e o faz por meio do texto intitulado Quem deve ser o guardião da Constituição? Enquanto Kelsen acredita na prevalência de um Tribunal de Justiça Constitucional, Schmitt afirma que cabe ao Presidente do Reich a tarefa de salvaguardar a Constituição (em nome do povo) JUDICIAL REVIEW O controle de constitucionalidade (judicial review) é, em linhas gerais, a verificação de adequação de atos normativos, leis e regramentos, à Constituição. Esta representa a base de todo ordenamento jurídico. É norma orientadora dos poderes constituídos. Para garantir essa função basilar e orientadora, ou seja, para assegurar que essa norma seja respeitada, surge o Sistema de Controle de Constitucionalidade
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