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NUCLEO DE PRATICA JURIDICA IV 
Aluno: Mateus Ramos Ainsworth 
Matrícula: 201601335075 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DO FORO REGIONAL 
DE JACAREPAGUA – RJ 
 
 
 JOANA, estado civil, profissão, inscrita no CPF sob nº_____, email:_____, residente 
e domiciliada no endereço_____, bairro de Vila Valqueire, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, CEP: 
_____, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado infra-assinado, com 
fulcro no Art.77 do Código de Processo Civil, inciso V, ajuizar a presente: 
 
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
 
 Em face da empresa Companhia de Energia Elétrica, pessoa jurídica de direito 
privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº______, com sede em ______, N°__ , Rio de 
Janeiro - RJ, CEP ______,. 
 2 – MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica de direito público, CNPJ N°___, 
podendo ser citada na pessoa do Senhor Prefeito ou do Procurador Municipal, endereço 
eletrônico:________, a ser encontrado na Praça Municipal, s/n, ____, Rio de Janeiro – RJ, com 
base nos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
DAS PUBLICAÇÕES 
Conforme instrumento procuratório juntado em doc. anexo, o demandante outorga poderes ao 
_____, OAB/RJ ___.___. Diante do exposto, vem requerer que todas as publicações sejam feitas 
em nome do patrono constituído, sob pena de nulidade. 
 
DA COMPENTÊNCIA 
Conforme disciplina o Artigo 53, no seu inciso V, do Código de Processo Civil, será competente 
o juízo do domicílio do autor ou do lugar do ato ou fato nas ações em que se discuta reparação 
de dano. Nesta senda, é competente o juízo do fórum regional de Jacarepaguá – RJ, para 
processamento e julgamento do presente feito, tendo em vista o fato ter ocorrido nesta cidade. 
 
DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA DO MUNICIPIO 
O município do Rio de Janeiro deve figurar no polo passivo desta demanda como responsável 
subsidiário por eventuais créditos que sejam inadimplidos pela acionada, em razão de ter este 
outorgado à prestação do serviço de água da localidade, mediante concessão ao litisconsorte 
apontado acima. 
 
 
I. DOS FATOS 
 
 No início do ano de 2022 a companhia de energia elétrica instalou postes de energia na rua 
da autora, passando os cabos muito próximos de sua residência. 
 Momento em que a mesma, questionou sobre a passagem dos cabos que estavam próximos 
de sua residência. Diante do fato, fez reclamação conforme protocolos disponibilizados vide 
anexo, alertando sobre os possíveis riscos atinentes aos cabos perto de sua residência e a 
empresa foi omissa quanto verificação. 
 No dia 01/04/2022, por volta das 19h30min, Joana estava em sua residência no segundo 
andar, na área da varanda, quando foi pegar uma roupa que estava no varal, e foi surpreendida 
com uma descarga elétrica sendo arremessada para fora de seu apartamento, caindo na calçada 
de seu prédio. 
 Mediante a descarga elétrica, Joana ficou desacordada e foi socorrida pelo seu filho, que 
prontamente a levou para a emergência do hospital. 
 A descarga elétrica se deu, pois, um cabo de alta tensão que passa corrente elétrica se soltou 
do poste e encostou no varal, que é de alumínio, motivo pelo qual ocorreu o aterramento 
inadequado no referido objeto. 
 Em razão do acidente, ocorrido por culpa exclusiva da ré, a autora apresentou queimaduras 
de 1º, 2º e 3º graus em 30% (Trinta por cento) da superfície corporal, abrangendo tórax, 
anteroposterior, membros superiores, coxas e perna esquerda, conforme laudo disponibilizado 
em anexo. 
 Joana ficou internada por aproximadamente 1 (Um) mês e faz acompanhamento médico 
regular, além de consulta com psicólogos, em razão do abalo psicológico sofrido em razão do 
acidente. 
 
II. DO DIREITO 
 
II.I DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL OBJETIVA 
A presente ação de indenização por danos morais e estéticos encontra-se alicerçada no Artigo 
5°, inciso V da Constituição Federal, bem como nos artigos 186 e 927 do Código Civil. 
É sabido que um dos principais, senão o principal direito preconizado por nossa Carta Magna é 
o direito à vida. Resta claro no caso em análise, que tal direito foi violado e que as queimaduras, 
ocasionadas pelo acidente, gerou danos severos a autora. A presente ação tem por finalidade 
apenas uma compensação por todo mal sofrido, pois as queimaduras e traumas decorrentes de 
tal fato, são irreparáveis. 
Consubstanciando, é o entendimento conforme a R. decisão 
Superior Tribunal de Justiça STJ – AGRAVO 
INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: 
Agint no AREsp 1786720 PR 2020/0292816-8 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS E MATERIAIS. ALEGAÇÃO DE CULPA 
EXCLUSIVA DA VÍTIMA E FATO DE TERCEIRO. 
REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. DEVOLVIMENTO 
DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SUMULA 
7/STJ. PEDIDO DE REDUÇÃO DO QUANTUM 
FIXADOA TÍTULO DE DANOS MORAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. VALOR RAZOÁVEL. SÚMULA 
7/STJ. INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTOS QUE 
JUSTIFIQUEM ALTERAÇÃO DA DECISÃO 
AGRAVADA. 
Sabe-se que o serviço prestado, é de competência da administração pública, e que esta, por sua 
vez, concede a empresas privadas que se habilitam a participar da concorrência, o direito de 
explorar o direito público por um determinado período. 
Ocorre que, pelo fato de a empresa privada ofertar aos cidadãos um serviço de caráter público, 
a mesma passa a ter obrigações e deveres advindos da relação do ente público com a população. 
Assim, se aplica a estas relações a responsabilidade por danos causados no exercício da 
prestação de serviço idêntica a responsabilidade que recai sobre o próprio ente da 
administração, chamada de responsabilidade objetiva. 
Dessarte, a responsabilidade pelo acidente é objetiva e independe do dolo ou culpa do agente, 
posto ali figura como prestadora de um serviço de caráter público. 
Isto posto, nota-se que a empresa Companhia de Energia Elétrica, agiu danosamente, agindo 
com omissão, imprudência e negligência após inúmeros protocolos da autora solicitando 
avaliação do cabeamento, haja vista que transitavam em proximidade de sua residência. 
Fazendo com que a Ré cometesse ato ilícito, devendo a mesma, diante de tal circunstância, ser 
condenada a indenizar a Autora por todos os danos sofridos desde então, consoante afirmado 
anteriormente, os artigos 186 e 927 do Código Civil. 
 
II.II DO DANO MORAL E ESTÉTICO 
Como é sabido, o instituto jurídico do dano moral ou extrapatrimonial possui três funções 
básicas: compensar alguém em razão de lesão cometida por outrem à sua esfera personalíssima, 
punir o agente causador do dano, e, por último dissuadir e/ou prevenir nova prática do mesmo 
tipo de evento danoso. Tais finalidades são dirigidas à pessoa que sofreu o dano, ao responsável 
pela ocorrência do dano e que o responsável pelo evento danoso, bem como a sociedade, não 
pode ou não deve voltar a repetir a sua prática. 
In casu, os danos morais significam, portanto, a imposição de pena pecuniária como forma de 
reprimenda pelo ilícito praticado, bem como caráter compensatório para a Vítima do dano 
causado pelo acidente decorrente do ato ilícito praticado pelas requeridas. 
Conforme mencionado anteriormente, o Autor merece ser indenizado já que sofreu lesão à sua 
integridade física estética e psíquica decorrente da ação por parte da Ré. Sendo assim, é possível 
considerar que o dano está vinculado à dor, angústia, sofrimento e tristeza. 
 
 
III. PEDIDOS 
 
Pelo exposto, requer: 
a) O julgamento pela procedência da ação para condenação das 
requeridas ao pagamento da indenização por danos morais e estéticos 
no valor de R$________, bem como o pagamento das custas 
processuais e dos honorários de sucumbência ao percentual de 20% 
(vinte por cento) do valor da condenação, conforme disposto no Artigo 
85, {1° e 2° do Códigode Processo Civil; 
b) a citação das requeridas na pessoa de seus representantes legais, 
para requerendo, oferecerem reposta no prazo legal, sob pena de 
revelia e de serem tidos como verdadeiros todos os fatos alegados na 
exordial, prosseguindo-se nos demais termos e nos atos processuais, até 
final decisão; 
c) que seja declarada a responsabilidade subsidiaria do município do Rio 
de Janeiro, nos termos da fundamentação supra; 
d) que seja deferida a aplicação de multa de 10% (dez por cento) 
prevista no art. 523, {1° do Código de Processo Civil, caso haja atraso no 
pagamento do quantum indenizatório; 
d) Por fim, que as intimações sejam realizadas exclusivamente em nome 
do advogado subscritor, via Diário da Justiça, sob pena de nulidade. 
 
IV. DAS PROVAS 
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na 
amplitude do Art. 369 e seguintes do CPC. 
 
V. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$_____ (Atualizados) 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local/data 
 
Advogado 
OAB/UF