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NUCLEO DE PRATICA JURIDICA IV 
Aluno: Mateus Ramos Ainsworth 
Matricula: 201601335075 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA DA 
CAPITAL – RJ 
 
 
 PEDRO, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº_____, email:_____, residente 
e domiciliado no endereço_____, bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, CEP: _____, 
vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado infra-assinado, com fulcro no 
Art.77 do Código de Processo Civil, inciso V, ajuizar a presente: 
 
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C INDENIZAÇÃO 
 
 Em face da empresa Águas Flutuantes SA, pessoa jurídica de direito privado, 
devidamente inscrita no CNPJ sob o nº______, com sede em ______, N°__ , Rio de Janeiro - RJ, 
CEP ______,. 
 2 – MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica de direito público, CNPJ N°___, 
podendo ser citada na pessoa do Senhor Prefeito ou do Procurador Municipal, endereço 
eletrônico:________, a ser encontrado na Praça Municipal, s/n, ____, Rio de Janeiro – RJ, com 
base nos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
DAS PUBLICAÇÕES 
Conforme instrumento procuratório juntado em doc. anexo, o demandante outorga poderes ao 
_____, OAB/RJ ___.___. Diante do exposto, vem requerer que todas as publicações sejam feitas 
em nome do patrono constituído, sob pena de nulidade. 
 
DA PRIORIDADE PROCESSUAL 
Necessário, ainda, na observância da prioridade processual no presente caso, uma vez que o 
Autor possui mais de 60 (sessenta) anos de idade, enquadrando-se no conceito de idoso, 
conforme estabelece Lei n° 10.741/03 (Estatuto do Idoso), com a previsão da referida garantia 
no Art. 71 do citado diploma legal. 
 
DA COMPENTÊNCIA 
Conforme disciplina o Artigo 53, no seu inciso V, do Código de Processo Civil, será competente 
o juízo do domicílio do autor ou do lugar do ato ou fato nas ações em que se discuta reparação 
de dano. Nesta senda, é competente o juízo da Comarca da Capital – RJ, para processamento e 
julgamento do presente feito, tendo em vista o fato ter ocorrido nesta cidade. 
 
DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA DO MUNICIPIO 
O município do Rio de Janeiro deve figurar no polo passivo desta demanda como responsável 
subsidiário por eventuais créditos que sejam inadimplidos pela acionada, em razão de ter este 
outorgado à prestação do serviço de água da localidade, mediante concessão ao litisconsorte 
apontado acima. 
 
 
I. DOS FATOS 
 
 Pedro, andando pela rua, caiu em um bueiro que estava aberto da empresa fornecedora de 
água da localidade, ele imediatamente foi socorrido por transeuntes e levado para o hospital 
público mais perto, foi examinado, feito os curativos e liberado logo em seguida. 
 Ocorre que com o passar dos dias, a perna esquerda de Pedro começou a ter uma piora e ao 
retornar ao hospital, foi constatado que estava com Fasciíte Necrotizante (FN) é uma infecção 
rara e grave, caracterizada por necrose extensa e rapidamente progressiva. Ela acomete o tecido 
celular subcutâneo e a fáscia muscular. 
 Tendo Pedro ficado internado por 2 (dois) meses e realizado diversas cirurgias, inclusive 
plásticas, vem a este juízo propor a presente demanda. 
 
II. DO DIREITO 
 
II.I DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL OBJETIVA 
A presente ação de indenização por danos morais encontra-se alicerçada no Artigo 5°, inciso V 
da Constituição Federal, bem como nos artigos 186 e 927 do Código Civil. 
É sabido que um dos principais, senão o principal direito preconizado por nossa Carta Magna é 
o direito à vida. Resta claro no caso em análise, que tal direito foi violado e que a Fasciíte 
Necrotizante (FN), infecção rara e grave, caracterizada por necrose extensa e rapidamente 
progressiva, ocasionada pelo acidente, gera danos severos ao autor. A presente ação tem por 
finalidade apenas uma compensação por todo mal sofrido, pois as sequelas e traumas 
decorrentes de tal fato, são irreparáveis. 
Consubstanciando, é o entendimento conforme a R. decisão 
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJ-RJ – 
APELAÇÃO: APL 0006405-24.2017.8.19.0011 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR 
DANOS MATERIAS E MORAIS. MUNICÍPIO DO 
CABO FRIO. QUEDA DE PEDESTRE EM BUEIRO 
ABERTO EM VIA PÚBLICA. RESPONSABILIDADE 
CIVIL OBJETIVA DE ACORDO COM ART. 37, {6°. 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL. APELO 
DA URBE TENDO EM VISTA A OMISSÃO 
PERPETRADA PELA MUNICIPALIDADE AO 
MANTER ABERTO BUEIRO EM VIA PÚBLICA, 
VERIFICA-SE QUE O AUTOR SOFREU UMA 
QUEDA QUE LHE CAUSOU DIVERSAS 
ESCORIAÇÕES NO ROSTO E NO CORPO, SENDO 
NECESSÁRIO LEVAR PONTOS DE SUTURA, 4 
EXTERNOS E 3 DENTRO DA BOCA (IE 19, 23 E 27). 
DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM FIXADO 
EM R$10.000,00 (DEZ MIL REAIS), OBSERVA-SE 
A PROPORCIONALIDADE E A RAZOABILIDADE. 
JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA DEVEM SER 
MOFICADOS, CONFORME AS ORIENTAÇÕES 
FIRMADAS NOS TEMAS NÚMEROS 810 DO STF E 
905 DO STJ. RECURSO A QUE SE DÁ PARCIAL 
PROVIMENTO. 
Sabe-se que o serviço prestado, é de competência da administração pública municipal, e que 
esta, por sua vez, concede a empresas privadas que se habilitam a participar da concorrência, o 
direito de explorar o direito público por um determinado período. 
Ocorre que, pelo fato de a empresa privada ofertar aos cidadãos um serviço de caráter público, 
a mesma passa a ter obrigações e deveres advindos da relação do ente público com a população. 
Assim, se aplica a estas relações a responsabilidade por danos causados no exercício da 
prestação de serviço idêntica a responsabilidade que recai sobre o próprio ente da 
administração, chamada de responsabilidade objetiva. 
Dessarte, a responsabilidade pelo acidente é objetiva e independe do dolo ou culpa do agente, 
posto ali figura como prestadora de um serviço de caráter público. 
Isto posto, nota-se que a empresa Águas Flutuantes AS, agiu danosamente, agindo com 
imprudência e negligência ao deixar o bueiro aberto sem qualquer sinalização. Fazendo com que 
a Ré cometesse ato ilícito, devendo a mesma, diante de tal circunstancia, ser condenada a 
indenizar o Autor por todos os danos sofridos desde então, consoante afirmado anteriormente, 
os artigos 186 e 927 do Código Civil. 
 
II.II DO DANO MORAL 
Como é sabido, o instituto jurídico do dano moral ou extrapatrimonial possui três funções 
básicas: compensar alguém em razão de lesão cometida por outrem à sua esfera personalíssima, 
punir o agente causador do dano, e, por último dissuadir e/ou prevenir nova prática do mesmo 
tipo de evento danoso. Tais finalidades são dirigidas à pessoa que sofreu o dano, ao responsável 
pela ocorrência do dano e que o responsável pelo evento danoso, bem como a sociedade, não 
pode ou não deve voltar a repetir a sua prática. 
In casu, os danos morais significam, portanto, a imposição de pena pecuniária como forma de 
reprimenda pelo ilícito praticado, bem como caráter compensatório para a Vítima do dano 
causado pelo acidente decorrente do ato ilícito praticado pelas requeridas. 
Conforme mencionado anteriormente, o Autor merece ser indenizado já que sofreu lesão à sua 
integridade física e psíquica decorrente da ação por parte da Ré. Sendo assim, é possível 
considerar que o dano está vinculado à dor, angustia, sofrimento e tristeza. 
 
 
III. PEDIDOS 
 
Pelo exposto, requer: 
a) O julgamento pela procedência da ação para condenação das 
requeridas ao pagamento da indenização por danos morais no valor de 
R$________, bem como o pagamento das custas processuais e dos 
honorários de sucumbência ao percentual de 20% (vinte por cento) do 
valor da condenação, conforme disposto no Artigo 85, {1° e 2° do Código 
de Processo Civil; 
b) a citação das requeridas na pessoa de seus representantes legais, 
para requerendo, oferecerem reposta no prazo legal, sob pena de 
revelia e de serem tidoscomo verdadeiros todos os fatos alegados na 
exordial, prosseguindo-se nos demais termos e nos atos processuais, até 
final decisão; 
c) que seja declarada a responsabilidade subsidiaria do município do Rio 
de Janeiro, nos termos da fundamentação supra; 
d) que seja deferida a aplicação de multa de 10% (dez por cento) 
prevista no art. 523, {1° do Código de Processo Civil, caso haja atraso no 
pagamento do quantum indenizatório; 
d) Por fim, que as intimações sejam realizadas exclusivamente em nome 
do advogado subscritor, via Diário da Justiça, sob pena de nulidade. 
 
IV. DAS PROVAS 
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na 
amplitude do Art. 369 e seguintes do CPC. 
 
V. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$_____ (Atualizados) 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local/data 
 
Advogado 
OAB/UF