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Atenção Farmacêutica I Giovanna Rêgo Terapia Antivaricosa Ocorre por conta da musculatura lisa das veias serem frágeis e não tem pressão intrínseca fora a contração muscular esquelética. A insuficiência venosa crônica (novo termo para varizes) é definida como uma anormalidade no funcionamento do sistema venoso por uma incompetência valvular (por algum motivo elas não conseguem reter o sangue então provoca refluxo venoso) associada ou não à obstrução do fluxo venoso. As veias têm válvulas que impedem o refluxo do sangue. Pode afetar o sistema venoso superficial (irriga a periferia), o sistema venoso profundo (coleta para o coração) ou ambos. Além disso, a disfunção venosa pode ser resultado de um distúrbio congênito ou pode ser adquirida. Os exercícios físicos de fortalecimento da região da panturrilha e tornozelo (pessoas com ou sem varizes), combinados ou não com exercícios aeróbicos, são eficazes como preventivo da instalação da doença venosa crônica. Justifica porque os membros inferiores tem mais dificuldade para vencer a gravidade Sedentários têm maior risco de insuficiência venosa. São sintomas relacionados à doença varicosa: - Sensação de peso nas pernas - Cansaço - Inchaço - Queimação - Pontadas - Dolorimento - Formigamento - Prurido - Pernas inquietas (tem a necessidade intrínseca de mexer as pernas) A insuficiência venosa é progressiva, tendo a classificação clínica (C): - Classe 0: sem sinais visíveis ou palpáveis, mas tem sintomas - Classe 1: telangiectasias e/ou veias reticulares (vasinhos) Telangiectasias (menores) Veias reticulares (maiores) - Classe 2: veias varicosas Veias varicosas - Classe 3: com edema - Classe 4: com alterações de pele (hiperpigmentação, lipodermatosclerose) - Classe 5: classe 4 com úlcera cicatrizada - Classe 6: classe 4 com úlcera ativa Mulheres são mais propensas a desenvolver varizes pela gestação (peso do peso) e hormônios (maior risco de trombos). E a classificação etiológica (E): - Congênita (EC): já nasceu com a doença - Primária (EP): a própria insuficiência venosa - Secundária (ES): pós-trombótica, pós-traumática e outras (ex.: gravidez) E a classificação anatômica (A): - Veias superficiais (AS) - Veias profundas (AD): trombose venosa profunda - Veias perfurantes (AP) E a classificação fisiopatológica (P): - Refluxo (PR): o sangue volta da válvula - Obstrução (PO): trombo - Refluxo e obstrução (PR,O): misto As veias perfurantes mantêm localizações transversais que conectam o sistema superficial ao profundo trazendo o sangue do superficial para o profundo (drena para o coração). A hipertensão venosa é o núcleo central dos sintomas apresentados na IVC. Com o aumento de pressão tem mais comprometimento circulatório levando a insuficiência venosa. Pressão venosa superficial distal (MI) de indivíduos normais: 80 a 90 mmHg em repouso. Durante o exercício: 30 a 40 mmHg Essa redução não acontece em indivíduos com IVC, podendo até aumentar. Possível causa das varizes primárias: Disfunção da parede venosa focal ou generalizada → insuficiência das válvulas por afastamento das cúspides secundariamente a essa dilatação. O sangue gera uma pressão hidrostática progressivamente maior que com ou sem a participação de veias perfurantes insuficientes e termina por transmitir-se aos capilares sanguíneos. Aumento da PV compromete a drenagem linfática no capilar anterógrado provocando edema. p Esse mecanismo explica a formação de edema (C3). Esse edema induz a cronificação da inflamação progressiva das varizes agravando ainda mais o quadro podendo progredir para a classe 4 (quadro sub-hemorrágico). Edema postural: Fruto de ficar de pé por muito tempo, também pode acometer indivíduos saudáveis, porém é considerado um indicador primário de descompensação funcional do sistema venoso, que se agravada pode gerar no surgimento de IVC nos MMII. Indivíduos que permanecem longos períodos em pé, mais do que apenas sentados, são mais propensos a edema postural. Meias de compressão As meias de suporte podem ser: - Preventivas ou profiláticas: devem comprimir abaixo de 15 mmHg (mercado nacional → “suave compressão” de 13 a 17 mmHg) - Terapêuticas: comprime acima de 15 mmHg (mercado nacional → “média e alta compressão”), porém são pouco eficazes em uso exclusivo, precisando associar a outras terapêuticas. Bandagens elásticas e inelásticas podem ser usadas desde que corretamente colocadas. Trombose Venosa Superficial (TVS) Com menos de 5 cm de comprimento e mais de 3 cm da junção safenofemoral ou safenopoplítea reage melhor ao tratamento conservador com compressão, resfriamento e imobilização relativa. As pernas levantadas por um período para facilitar o refluxo diminuindo a pressão e a tensão. Na gravidez ocorre a compressão das veias impedindo o retorno venoso, sendo recomendado usar meias de compressão e repousar os pés para cima. Nos casos onde ocorreu a ulceração da pele o emprego de compressão elástica, com níveis de pelo menos 40 mmHg pode promover a cicatrização de forma mais eficiente. Resolução CFF nº 645, de 27 de julho de 2017: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19217910/UCEQlTzKXPyVi6cWuD3q0ksQ https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19217910/UCEQlTzKXPyVi6cWuD3q0ksQ Os farmacêuticos têm autorização, ao se especializar em estética, de fazer procedimentos invasivos para o tratamento de varizes. “"Art. 3°- Em função da habilitação o profissional farmacêutico, é o responsável técnico para compra e utilização das substâncias e equipamentos necessários para os procedimentos estéticos em consonância com a sua capacitação profissional. I - O profissional farmacêutico, legalmente habilitado em estética poderá fazer a escolha autônoma para uso de substâncias em conformidade com a tabela abaixo:” Promove a esclerose dos vasos (“mata a veia”). A escleroterapia com glicose é relativamente segura, pois não causa reações alérgicas na pele nem proporciona risco de choque anafilático ou úlceras isquêmicas, porém é uma causa importante de trombose venosa superficial, necessitando que a aplicação seja feita com bastante cuidado e técnica. Sua indicação é principalmente estética, devendo ser avaliada a perspectiva de melhora em relação aos riscos associados ao procedimento. Uma boa visualização pode ser conseguida pelo duplex-scan (ultrassom) ou pelo veinlite (venoscópio), que gera luz LED. Esse processo torna a pele com aparência afilada, o que facilita a visão do sangue intravenoso subcutâneo de forma mais nítida. Outras substâncias que podem ser usadas na escleroterapia: - Solução salina hipertônica - Glicerina cromada - Oleato de monoetanolamina - Polidocanol - Álcool - Espuma de polidocanol Porém não são autorizadas para uso farmacêutico. IN nº 120, de 9 de março de 2022 https://www.cff.org.br/userfiles/IN%20120%20-%20DE%209%20DE%20MARCO%20DE%202022.pdf C05B - Terapia varicosa - Heparina sódica (tópica) - Polissulfato de mucopolissacarídeo (tópico) A heparina é indicada para: - Flebites e tromboflebites superficiais - Hematomas e contusões - Dor pós escleroterapia venosa O efeito da heparina está baseado no seu efeito antitrombótico, angiogênico, anti-inflamatório e analgésico. A heparina tópica pode ser usada na tromboflebite porque a dilatação e as tortuosidades das veias varicosas predispõem a estase, inflamação e a trombose venosa superficial. A TVS afeta a veia safena magna em aproximadamente 60 a 70% dos casos e quando não é varicosa pode estar associada ao câncer (tem maior predisposição para desenvolver trombos), e em 5 a 13% dos casos ou à trombofilia em mais de 50% dos casos. Polissulfato de mucopolissacarídeo (Hirudoid®) pode aliviar a dor, o edema, o hematoma e a inflamação, sendo boa opção para o tratamento de flebite e trombose. No entanto, exige aplicações repetidase massagem subsequente e pode causar reação cutânea local ou dermatite de contato. Pode ser usado em hematomas e inflamação provocada por varizes e em processos inflamatórios localizados. Medicamentos de origem vegetal - Aesculus hippocastanum (castanha da índia) - Centella asiatica - Hamamelis virginiana - Vitis vinifera Mecanismo de ação: diminuem a permeabilidade capilar, reduzem os mediadores inflamatórios e melhoram o tônus venoso. Meios conservadores: Mudança do estilo de vida (exercício físico, não ficar em pé por muito tempo e meias de compressão). Tratamento cirúrgico Não existem ainda evidências suficientes que demonstrem o valor do tratamento cirúrgico. No entanto, a correção da insuficiência venosa superficial com a melhora funcional subsequente pode promover a melhora das alterações tróficas. O tratamento cirúrgico do sistema venoso profundo é reservado para os pacientes portadores de doença grave, casos em que o tratamento conservador é ineficiente. Conservador e tópico não funcionam → cirurgia Contraindicações para cirurgia: - Gravidez - Doença hemorrágica associada - Membro com isquemia - Presença de úlcera aberta e infectada - Linfedema do membro - Idade avançada Ultrassom, esclerofrequência e radioterapia são tão efetivos quanto a cirurgia convencional para o tratamento das varizes da veia safena magna. Não MIPs: - Diosmina - Hesperidina
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