Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A RESPOSTA À ACUSAÇÃO / DEFESA PRÉVIA Professor: Jefferson Calili Ribeiro A RESPOSTA À ACUSAÇÃO CPP: Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. A RESPOSTA À ACUSAÇÃO Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. A RESPOSTA À ACUSAÇÃO Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito, art. 23 do Código Penal) II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. Defesa prévia ou resposta à acusação? Via de regra, vemos o termo “defesa prévia” na Legislação de Tóxicos e “resposta à acusação” no Código de Processo Penal. Mas será que há alguma diferença entre elas ou são a mesma coisa e apenas possuem nomes diferentes? Para responder essa pergunta temos que analisar os dois ritos mencionados (o especial da Lei de Tóxicos – Lei 11.343/06 – e o comum do Código de Processo Penal – Decreto Lei 3.689/41). Defesa prévia ou resposta à acusação? RITOS Lei de Tóxicos – Lei 11.343/06 O M P oferece a denúncia e, antes do Judiciário analisar seu recebimento, a parte do pólo passivo é intimada (notificada) para apresentar a sua Defesa Prévia. Assim, vê-se que a denúncia ainda não foi recebida e que, portanto, não se pode falar na existência de um “réu”. O que temos, nesse caso, portanto, é a figura do indiciado ou do denunciado. Dessa feita, a defesa será prévia ao recebimento da denúncia, de modo a possibilitar, inclusive, que seja requerido o não recebimento da peça acusatória, nos termos do artigo 395 do Código de Processo Penal. Código de Processo Penal – Decreto Lei 3.689/41 No rito comum, do CPP, a “defesa” (agora nominada de forma genérica) é realizada após a denúncia já ter sido recebida pelo Judiciário (artigo 396). O Ministério Público oferece a denúncia; seu recebimento é analisado pelo Judiciário; e, caso seja recebida, o réu será intimado (citado) para oferecer resposta à acusação (artigos 396 e 396- A). Note que, nesse caso, o indivíduo que figura no pólo passivo da demanda já é formalmente acusado de praticar um crime, visto já ter sida oferecida e recebida a denúncia em seu desfavor. Logo, a peça de defesa será uma resposta à acusação, ou seja, uma resposta aos fatos contidos na denúncia. Defesa prévia ou resposta à acusação? Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. Defesa prévia ou resposta à acusação? Necessário destacar que o STJ entende ser “possível ao Juiz reconsiderar a decisão de recebimento da denúncia, para rejeitá-la, quando acolhe matéria suscitada na resposta preliminar defensiva relativamente às hipóteses previstas nos incisos do art. 395 do Código de Processo Penal”. (AgRg no REsp 1291039/ES, Rel. Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, DJe 02/10/2013) Defesa prévia ou resposta à acusação? A grande diferença entre ambas as “defesas” reside na matéria a ser abordada. Enquanto na resposta à acusação o principal seria, em tese, a absolvição sumária do acusado; na defesa prévia, a rejeição da denúncia. Esses são, ao menos, os objetivos que entendemos que o legislador quis dar às peças, principalmente em decorrência dos respectivos ritos. Referências • BONFIN, Edilson Mougenot. Curso de Processo Penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. • CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 24. Ed. São Paulo: Saraiva, 2018. • OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 20 ed. São Paulo, SP: Atlas, 2016
Compartilhar