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Gravidez Gemelar - Hipertensão (crônica, gestacional, pré-eclâmpsia e eclâmpsia)
PITÁGORAS
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AMANDA RODRIGUES GRAVIDEZ GEMELAR A gravidez gemelar é definida pela presença simultânea de 2 ou mais gestações, dentro do útero ou fora dele. Pode ser classificada em dupla, tripla e múltipla de elevada ordem: quádrupla, quíntupla, sêxtupla etc. CLASSIFICAÇÃO A classificação da gravidez gemelar baseia-se na: Quantidade de fetos: dupla, tripla, quádrupla etc. Quantidade de ovos fertilizados: zigotia Quantidade de placentas: corionia Quantidade de cavidades amnióticas: amnionia. ZIGOTIA Em relação à quantidade de ovos fertilizados, os gêmeos podem ser MZ ou DZ. GÊMEOS MONOZIGÓTICOS Os gêmeos monozigóticos (MZ), ou gêmeos verdadeiros, uniovulares ou univitelinos, cerca de 1/3 dos gemelares, resultam da fertilização de um óvulo por um único espermatozoide. Têm taxa mais ou menos constante de 1:250 nascimentos, que não está influenciada por raça, família ou idade. Podem corresponder a qualquer tipo de placentação, monocoriônica (MC) ou dicoriônica (DC). Têm o mesmo genótipo: o sexo é obrigatoriamente igual, como também são os grupos sanguíneos, as características físicas e as tendências patológicas. GÊMEOS DIZIGÓTICOS São também denominados fraternos, biovulares ou bivitelinos. Os gêmeos dizigóticos (DZ) são o resultado de 2 ovos fertilizados por 2 espermatozoides. A tendência para liberar mais de 1 óvulo espontaneamente pode ser familiar ou racial e aumenta com a idade. A placentação é obrigatoriamente dicoriônica (DC), embora a placenta possa estar fusionada. Representam 2/3 dos gemelares Têm incidência média de 1:80 gestações, embora seja variável de acordo com os países. CORIONIA/AMNIONIA (PLACENTAÇÃO) Os gêmeos DZ são sempre dicoriônica (DC): 2 placentas, embora possam estar fusionadas, uma só massa placentária. A placentação nos MZ pode ser de qualquer tipo e depende da época, em relação à fertilização, na qual ocorre a divisão do zigoto. Quando a divisão ocorre muito precocemente, durante os 3 primeiros dias após a fertilização, pela divisão da mórula, formam-se 2 blastocistos e os gêmeos serão dicoriônica, diamnióticos (DCDA) (30% dos MZ). Quando a divisão ocorre entre o 3º e o 8º dia após a fertilização, por divisão do embrioblasto, antes da formação do âmnio, o resultado será a placentação monocoriônica, diamnióticos (MCDA) (70% dos MZ). Se a divisão sucede entre o 8º e o 13º dia após a fertilização, por divisão completa do disco embrionário, depois da formação do âmnio, a placentação é monocoriônica monoamniótica (MCMA) (1% dos MZ). Quando a divisão ocorre após o 13º dia da fertilização, a separação do disco embrionário será incompleta, resultando em gemelidade imperfeita (rara); a placentação será obrigatoriamente monocoriônica, monoaminiótica (MCMA). AMANDA RODRIGUES COMPLICAÇÕES As principais complicações encontradas nesse tipo de gravidez são o parto pré-termo e a elevada morbidade e mortalidade fetal e neonatal. Há risco de natimortalidade aumentado em 5 vezes e de mortalidade neonatal em 7 vezes, principalmente quando associada a complicações da prematuridade. Comparadas a mulheres com gravidez única, aquelas com gravidez gemelar têm risco 6 vezes maior de parto pré-termo e 13 vezes maior de dar à luz antes de 32 semanas da gestação. O risco de paralisia cerebral é maior nos nascidos antes de 32 semanas do que naqueles de mesma idade gestacional, mas provenientes de gestação única. A morbidade e a mortalidade materna também estão elevadas na gravidez gemelar: hiperêmese, DMG (diabetes melito gestacional), hipertensão, anemia, hemorragia, parto cesáreo e depressão pós-parto. A pré-eclâmpsia na gravidez gemelar apresenta risco relativo 2,6 vezes maior do que na gravidez única e a doença tende a ocorrer mais cedo. A probabilidade de gestação gemelar aumenta com a idade materna. Assim, eleva-se, aprox., de 16:1.000 nascidos vivos em mulheres jovens de 20 anos, para 70:1.000 nascidos vivos em mulheres de 40 anos. Os maiores contribuintes, todavia, para a gravidez gemelar são a reprodução assistida, a hiperestimulação ovariana nos ciclos induzidos com gonadotrofinas e a fertilização in vitro (FIV). Em 2010, nos Estados Unidos, 26% das gestações após FIV foram gemelares e 1,3% foram multifetais de elevada ordem. DIAGNÓSTICO Suspeita-se de gravidez gemelar quando o tamanho uterino está muito aumentado, em discordância com a idade da gestação. Ainda é singela a distinção entre a presença de 1 ou mais sacos gestacionais (SG). Os ecos fetais também são identificados, assim como os batimentos cardíacos. É trivial a associação de ovo anembrionado coexistindo com gestação normal (gêmeo evanescente). Em vista disso, embora a incidência clínica de gravidez gemelar ao momento do parto seja de 1:90, a frequência real, obtida pela ultrassonografia no início da gravidez, parece ser de 1:60. Aproximadamente 14% das gestações gemelares são reduzidas espontaneamente a gestação única até o final do 1º trimestre. É estimado que apenas 50% das gestações gemelares diagnosticadas no 1º trimestre terminem em parto gemelar. ULTRASSONOGRAFIA Do 1º trimestre da gravidez até o parto do 2º gemelar, a utilização da ultrassonografia no acompanhamento da gravidez gemelar é onipresente e indispensável. Entre as aplicações clínicas mais comuns estão a: determinação de corioamnionicidade; a confirmação da idade da gravidez; o diagnóstico de anomalias e de complicações; o exame do colo; a avaliação do crescimento fetal e do volume do líquido amniótico (LA); a localização da placenta; a posição fetal para a conduta no parto. CORIOAMNIONICIDADE A fase ideal para se determinar a corioamnionicidade é o 1º trimestre da gravidez. AMANDA RODRIGUES Antes de 10 semanas da gravidez há inúmeros sinais sonográficos que tornam possível a determinação da corioamnionicidade: Número de sacos gestacionais: Cada SG forma a própria placenta. Assim, a presença de 2 SG implica uma gravidez DC, enquanto SG único com 2 batimentos cardiofetais (bcf) identificados atesta gemelaridade MC. Número de cavidades amnióticas: Quando os gêmeos DA são identificados antes de 10 semanas, âmnios separados e distintos podem ser vistos pela ultrassonografia transvaginal (UST). Antes de 10 semanas, os 2 âmnios separados da gravidez DA ainda não se expandiram o suficiente para entrarem em contato e criarem a membrana (ou septo) intergemelar. Os 2 âmnios são extremamente finos e delicados, mas podem ser identificados como estruturas separadas na UST. Número de vesículas vitelinas: O número de vesículas vitelinas (VV) é útil para o diagnóstico da amniocidade. Quando 2 VV são vistas, a gravidez é DA, enquanto uma única VV, na maioria dos casos, indica gêmeos MA. Depois de 10 semanas, esses sinais sonográficos já não estão mais presentes: os SG já não são mais distintamente separáveis, e a membrana intergemelar está formada. Nesse estágio, novos sinais sonográficos para determinar amniocidade/corionicidade são procurados: (1) genitália fetal; (2) quantidade de placentas; (3) sinal twin peak ou lambda; e (4) características do septo intergemelar. Discordância sexual: Não é rotineiramente utilizada na ultrassonografia de 10 a 14 semanas. A discordância entre os sexos identifica a dicorionicidade; mas a concordância não a afasta. Número de placentas: Duas placentas separadas, distintas, sugerem dicorionicidade, mas uma única massa placentária pode ser indicativa de 2 placentas fusionadas. Sinal twin peak ou lambda: Esse sinal representa uma projeção do tecido corial placentário estendendo-se entre o septo intergemelar e representa a gemelidade DC. A monocorionicidade pode ser determinada