Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Luana da S. Magalhães Forezi luanaforezi@id.uff.br Niterói Agosto/2021 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR Universidade Federal Fluminense Departamento de Química Orgânica Período Remoto - GQO00032 1 2 REGRA DO DESDOBRAMENTO SPIN-SPIN N + 1 Continuando... 3 ü Os desdobramentos spin-spin surgem porque os hidrogênios em átomos de carbonos adjacentes podem “sentir” um ao outro. ü O hidrogênio do carbono A sente a orientação do spin do hidrogênio no carbono B ORIGEM DO DESDOBRAMENTO SPIN-SPIN δ do próton A é influenciado pela orientação do spin do próton B. - Diz-se que o próton A está acoplado ao próton B. - A “desdobra” B e B “desdobra” A (os dois podem adotar dois estados de spin). - Origem do desdobramento spin-spin. 4 - O espectro final é composto por dois dupletos. - Serão observados dois pares em qualquer situação desse tipo, exceto quando os HA e HB forem idênticos por simetria. Neste caso teria um único sinal. 5 Consideremos agora o GRUPO ETILA (CH3CH2-): - Os prótons da metila (CH3) geram um tripleto (n+1 = 3) centrado em 1,83 ppm. - Os prótons metilênicos (CH2) geram um quarteto (n+1 = 4) centrado em 3,20 ppm. PADRÃO E a intensidade dos picos no sinal????? 2H 3H quarteto tripleto 6 - Os prótons metilênicos são desdobrados pelos prótons das metilas, e, para entender o PADRÃO DE DESDOBRAMENTO, deve-se examinar os arranjos de spin possíveis dos prótons no grupo metila: - Alguns são iguais e por isso a razão de intensidade é 1:3:3:1. - Mesma análise para a metila: intensidade 1:2:1. n=2 n=3 7 TRIÂNGULO DE PASCAL ü É fácil verificar que as razões de intensidade de multipletos derivados da regra n + 1 seguem as linhas do algoritmo matemático chamado TRIÂNGULO DE PASCAL. o Se n = 2 (tripleto): 1:2:1 o Se n = 3 (quarteto): 1:3:3:1 o Se n = 4 (quinteto): 1:4:6:4:1 e assim por diante 8 CONSTANTE DE ACOPLAMENTO ü Valor quantitativo pelos quais os picos estão separados. ü Em um multipleto a separação entre os picos é denominado constante de acoplamento spin-spin. ü Representada pelo símbolo J (Hz). ü Medida de quão intensamente um núcleo é afetado pelos estados de spin de seu vizinho. JAB é o acoplamento entre os núcleos A e B. O aparelho fornece o valor de J. 9 10 ü Não importa a frequência do espectrômetro 11 ü Podem-se descrever dois átomos de H em átomos de carbono adjacentes como uma interação de três ligações, abreviando-se como 3J . ü Acoplamento homonuclear: entre dois núcleos iguais. ü Valores típicos comuns nesse acoplamento são ~ 6 a 8 Hz. PRÓTONS ALIFÁTICOS DE CADEIA ABERTA. ü Em alcenos, 3J em átomos de hidrogênio que são cis entre si têm valores próximos 10 Hz, enquanto em alcenos trans tem valores maiores de 16 Hz. 12 ACOPLAMENTO VIA TRÊS LIGAÇÕES (3J) ü Em geral são chamados de acoplamentos vicinais, porque os dois núcleos que interagem estão ligados em átomos vizinhos. 13 ü A magnitude depende do ângulo diedro α. o A magnitude da separação entre Ha e Hb é maior quando α = 0 ou 180º. o E menor quando α = 90º. 14 MARTIN KARPLUS (Químico e Austríaco): estudou a dependência da J com o ângulo diedro. -Quando duas ligações C-H α adjacentes são ortogonais (α = 90º, perpendiculares), deve ocorrer uma sobreposição mínima dos orbitais, com pouca ou nenhuma interação dos spin. Em consequência, a informação do spin nuclear não é transmitida e 3J = 0. - De modo inverso, quando essas duas ligações são paralelas ou antiparalelas, a J deve ter sua maior magnitude. Fatores que influenciam a magnitude de 3JHH 15 Algumas constantes de acoplamento 3J representativas e seus valores aproximados (Hz). Características de constantes de acoplamento (Hz) entre hidrogênios 16 17 18 ACOPLAMENTO VIA UMA LIGAÇÃO (1J) ü Um acoplamento via uma ligação ocorre quando uma única ligação une dois núcleos de spin ativo. ü Acoplamentos heteronucleares: entre dois núcleos diferentes. Algumas faixas de J via uma ligação (1J) 13C – 1H 110 a 270 Hz 13C – 19F -165 a -370 Hz 13C – 31P 48 a 56 Hz 31P – 1H 190 a 700 Hz Spins alinhados (-) Spins opostos (+) 19 ACOPLAMENTO VIA DUAS LIGAÇÃO (2J) ü Em geral são chamados de acoplamentos geminais, porque os dois núcleos que interagem estão ligados no mesmo átomo. ü A abreviatura via duas ligações: 2J ü A grandeza do acoplamento depende do ângulo α formado pelas ligações HCH: ü2J aumenta conforme o ângulo diminui. 20 üNote que 2J fica maior com a diminuição do ângulo 21 ACOPLAMENTO VIA UMA LIGAÇÃO (4J - nJ) ü Normalmente se observa acoplamento H-H entre prótons vicinais e, às vezes, entre prótons geminais, desde que os prótons em questão não sejam equivalentes. ü Em alguns casos pode ocorrer acoplamentos a mais de 3 ligações (acoplamento de longo alcance). üComuns em sistemas alílicos, anéis aromáticos e sistemas bicíclicos rígidos. É preciso determinar se dois grupos ligados ao mesmo carbono são equivalentes ou não ü Há três relações possíveis para esses grupos: a) Homotópicos: são sempre equivalentes b) Enantiotópicos: só não são equivalentes em ambiente quiral. c) Diastereotópicos: não são equivalentes. Teste de substituição: 22 É preciso determinar se dois grupos ligados ao mesmo carbono são equivalentes ou não Teste de substituição: 23 HH ClCl HH FF HH FCl HH CO2HH3C H Cl F H H Cl F H H3C CO2H H HH HO Prótons Homotópicos Prótons Enantiotópicos Prótons Diasterotópicos 25 ANÁLISE DAS ABSORÇÕES TÍPICAS POR TIPO DE COMPOSTO ALCANOS ü Podem ter três tipos diferentes de hidrogênio: metílico, metilênico e metínico, cada um aparecendo numa região característica do espectro. ü -CH-CH- : 3J ~7 - 8 Hz Em cadeias hidrocarbônicas, hidrogênios adjacentes, em geral, seguem a regra n+1. 26 ALCENOS ü Tem dois tipos de hidrogênio: vinílico (ligação direta à dulpa ligação) e alílico (ligado ao carbono α da dulpa ligação). Ambos desblindados por conta da anisotropia dos elétrons π. O efeito é menor no H alílico. 2J 3J 4J 27 28 ALCINOS ü Alcinos terminais: dois tipos característicos de hidrogênio: acetilênico e hidrogênios α encontrados nos átomos de carbono próximos à ligação tripla. CH3 29 td 30 HALETOS DE ALQUILA ü O hidrogênio ligado no mesmo carbono que o halogênio estará desblindado. 31 32 ÁLCOOIS ü Tem dois tipos característicos de hidrogênio: da hidroxila e hidrogênios α. ü Troca rápida desacopla essa interação. 33 34 ÉTERES ü Os hidrogênios α são altamente desblindados. 35 AMINAS ü Tem dois tipos característicos de hidrogênio: H ligado ao N e os hidrogênios α. ü A localização das absorções –NH não é um método confiável para identificar aminas. Sinais variáveis. ü -NH: sinais geralmente largos e fracos, sem nenhum acoplamento distinto com Hα (troca rápida). ü Troca rápida desacopla essa interação. ü Desaparece o sinal. 36 37 ALDEÍDOS ü Tem dois tipos característicos de hidrogênio: do aldeído e hidrogênio do carbono α. CHO: desblindado pela anisotropia. 38 39 CETONAS ü Tem um tipo de hidrogênio: H ligados ao carbono α. 40 ÉSTERES ü Tem dois tipos de hidrogênios: os do carbono α e os carbono ligado ao O . 41 ÁCIDOS CARBOXÍLICOS 42 AMIDAS Ligação C-N é limitada por conta da interação de ressonância entre o par isolado do N e a C=O 43 NITROALCANOS R-CH-NO2 4,1-4,4 ppm Desblindado pelo grupo NO2 R 44 COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos ü Tem dois tipos característicos de hidrogênio: de anéis aromáticos e benzílicos. ü H de anéis aromáticos são facilmente identificados (região própria 6,5 a 8 ppm). Desblindados pela anisotropia do anel. O efeito é menor no H alílico. GRE (-NO2): sinal se move p maiores δ GDE (-OCH3): sinal se move p menores δ 45 COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos ANÉIS MONOSSUBSTITUÍDOS: ü ALQUILBENZENOS podem gerar um único pico de absorção não resolvido, além dos sinais referente ao grupo alquil (região de alifáticos). 300 MHz 60 MHz Separaçãoem 2 grupos - H em orto e para são mais blindados. - Etil – GDE 46 üGDE POR RESSONÂNCIA: podem gerar um único pico de absorção não resolvido. ü Blindam mais as posições orto e para. COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos Padrão de desdobramento de 2º ordem complicado 300 MHz60 MHz 2 grupos Separação entre os picos 47 üGRE: efeito inverso, desblindam mais os H das posições orto e para. üOutra característica é Horto são muito mais desblindados que meta e para, pela anisotropia das ligações π. COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos 2 grupos 300 MHz 60 MHz 48 ü Padrão substituição facilmente reconhecido: Aparecem como 2 dupletos. ANÉIS para-DISSUBSTITUÍDOS: COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos 49 Padrão “para” substituído 50 ü Substituições diferentes podem levar a padrões de desdobramentos mais complicados. ü Em anéis aromáticos, o acoplamento é normalmente estendido além dos átomos de carbono adjacentes. ü Prótons orto, meta e para podem interagir, apesar de, em geral, não se observar esta última interação (para). OUTRAS SUBSTITUIÇÕES: COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos 51 COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos 52 COMPOSTOS AROMÁTICOS – anéis benzênicos susbtituídos ü 3 substituições diferentes no anel podem levar a padrões de desdobramentos mais complicados. 53 54 DESLOCAMENTOS QUÍMICOS TEÓRICOS (Dd) EM BENZENOS dH + 7,27 ppm 55
Compartilhar