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Infecçã� d� trat� urinári� n� mulher � n� gestaçã� Definição: ● colonização, invasão e a proliferação de agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário. Epidemiologia: ● A importância dessa patologia no ciclo gravídico-puerperal se deve ao potencial aumento de risco de trabalho de parto prematuro (TPP), prematuridade, baixo peso ao nascer, rotura prematura de membranas, corioamnionite, sepse materna e neonatal, anemia, pré-eclâmpsia e insuficiência renal. Patogênese: ● colonização do intróito vaginal ● floral fecal ● cistite (ascensão através da uretra para a bexiga) ● pielonefrite (ascensão até os rins através dos ureteres, transposição via hematogênica ou linfática) Fatores de risco na gestação: ● Fatores bioquímicos, metabólicos, endócrinos e mecânicos: - ação relaxante da prostaciclina e progesterona na musculatura lisa, com consequente hipotonicidade, dilatação (hidronefrose e refluxo vesicoureteral fisiológicos) e hipomotilidade do trato urinário. - dextrorrotação uterina, exercendo ação mecânica compressiva sobre o trato urinário, aumentando as afecções em ureter e rim direitos, principalmente - aumento fisiológico de 30% a 50% no fluxo plasmático renal e na taxa de filtração glomerular, com consequente aumento do débito urinário, menor concentração da urina, alcalinização, glicosúria e aminoacidúria. Microbiologia ● E. coli: 75 a 95% ● demais: proteus mirabilis, klebsiella pneumoniae, staphylococcus Bacteriúria assintomática ● A bacteriúria ocorre em 2% a 10% das gestações. Por não apresentar sintomas, torna o rastreamento pré natal com exames laboratoriais imperiosos para o diagnóstico, a fim de se evitarem as formas evolutivas e complicadas da infecção. Antibioticoterapia na bacteriúria assintomática ● Os antibióticos são o cerne do tratamento e suas escolhas devem ser baseadas no resultado do teste de sensibilidade das bactérias (antibiograma), considerando-se também a concentração mínima inibitória do crescimento bacteriano (MIC), toxicidade, segurança, custo e disponibilidade do medicamento. ● antibiograma, urocultura ● antibiótico por 7 dias (“nada de dose única”) → repetir urocultura e antibiograma depois do tratamento finalizado – 10 dias depois. Classificação ● Não complicada: ocorre no indivíduo que não apresenta alteração funcional ou estrutural do trato urinário. Cistite aguda, ITU recorrente, pielonefrite em não gestantes e em mulheres no menacme. ● Complicada: imunodeficiência, malformações no trato gênito-urinário, doença renal, homem, gestantes, distúrbios metabólicos e uso de cateteres. ● Urosepsis: disfunção de algum outro órgão causada pela resposta infecciosa e inflamatória a ITU. Conceitos ● Recidiva: infecção que retorna até duas semanas após o tratamento e é causada pelo mesmo agente etiológico ● Reinfecção: novo episódio de infecção urinária causada por um agente diferente do episódio anterior e um prazo superior a duas semanas do término do tratamento. ● Persistência: dois ou mais episódios de infecção comprovada no período de seis meses ou três ou mais episódios de infecção comprovada no período de um ano Obs.: mais de 80% são por reinfecção Quadro clínico ● Cistite - disúria, frequência urinária aumentada, hematúria, dor suprapúbica ● Pielonefrite - febre (>38 GRAUS), calafrios, dor lombar, dor abdominal Exame ● Urina tipo 1 (nitrito positivo: escherichia coli, proteus, pseudomonas) ● urocultura + antibiograma ● uréia sérica ● creatinina sérica ● hemograma ● US de vias urinárias Tratamento na gestação ● 1ª opção: cefalexina 500mg a cada 6h, por 7 dias. ● 2ª opção: nitrofurantoína 100 mg a cada 6h, por 7 dias. ● Pós tratamento: repetir urocultura com antibiograma após 10 dias do término do tratamento. Prevenção ● Suco de cranberry: - Alguns mecanismos biológicos sugerem efeito na redução das ITUS recorrentes, trabalhos demonstram redução da adesividade bacteriana no urotélio, 400-500 mg/dia ● Profilaxia antimicrobiana - profilaxia contínua, profilaxia pós coito, intermitente (depende do caso, avaliar história da paciente e pesar os benefícios X resistência bacteriana) Quimioprofilaxia na gestante ● reduz em até 95% a chance de nova infecção e deve ser realizada quando houver ● história prévia de ITUS recorrentes antes da gestação ● um episódio de pielonefrite durante a gravidez ● nitrofurantoína 100mg noite – mais comum, suspender o uso com 36 semanas devido ao risco de hemólise neonatal, continuar até 6 semanas pós parto com outro antibiótico (amoxicilina/cefalexina)
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